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DIREITO PENAL
• mínima ofensividade - não cabe para crimes que empreguem violência, grave
ameaça. Por exemplo, o roubo, pois mesmo que seja de pequeno valor, é necessário
para que se configure o emprego da violência ou da grave ameaça.
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça
ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
impossibilidade de resistência:
• nenhuma periculosidade social - Não cabe para o contumaz. STF HC 97.007/SP/11 E
STJ RESP 1.394.000/2019
Segundo o STF, no caso de reincidente é possível reconhecer a insignificância - STF
HC 115707/2013 e HC 116.218/MG/2013.
STJ não admitiu insignificância para furto de pen drive em prédio da PF.
• reduzido grau de reprovabilidade - Não cabe no furto qualificado. HC 97012 RS
- Exceções: HC 153.694/MS/2018 , HC 110244/2011 E HC 113327/2013
não cabe no furto qualificado.
não cabe para falsificação, pois fere a credibilidade do documento perante a
sociedade brasileira. Aqui não é o valor pois a vítima é a coletividade, a crença do povo
na e confiabilidade dos documentos.
Excluem a ilicitude:
Legítima defesa
Estado de
Conduta Isenções de pena:
necessidade
tipicidade formal Inimputabilidade
Estrito
Tipicidade material cumprimento do Erro de proibição
Consentimento do
ofendido
4. ATENÇÃO! Para que haja o crime, o fato típico tem que ser ilícito, ou seja, contrário ao
direito. Por isso pode ser afastado pelas excludentes de ilicitude. Legítima defesa, estado
de necessidade, estrito cumprimento de dever legal, exercício regular de direito e o
consentimento do ofendido. O consentimento do ofendido exclui, como regra, a
licitude, mas excepcionalmente exclui a própria tipicidade. Então se a prova tiver
dizendo que o consentimento do ofendido exclui a tipicidade e ilicitude está correto,
apesar de ser muito raro que seja excluída a tipicidade.
Estado de necessidade
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de
perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar,
direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
Legítima defesa
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios
necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-
se também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou
risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes.
7. CULPABILIDADE: Código Penal adota a teoria da indiciariedade. Pois matar alguém pode
não ser crime, o fato de ter matado configura apenas um indício que a pessoa tenha
cometido o crime, pois pode ter ocorrido em legítima defesa, ou a pessoa pode ser
inimputável, por exemplo. Assim, a conduta da pessoa só será crime se houver
culpabilidade. Para isso, ela tem que se encaixar nas três partes: tipicidade, ilicitude e
culpabilidade. O crime, portanto, tem que ser um fato típico, ilícito e culpável, e no Brasil
nós temos três excludentes de culpabilidade: Inimputabilidade; Erro de proibição e
8. Potencial consciência sobre a ilicitude: exemplo do Índio não aculturado, pois ele é
imputável, porém não possui conhecimento da lei. Além disso, ele não tem condições de
ter o conhecimento da lei. Trata-se da “teoria da valoração paralela na esfera do
10. Tentativa: está ligada ao iter criminis. No iter criminis nós temos cogitação, preparação,
execução, consumação e exaurimento. Todas essas são as fases do crime. O crime é
tentado, quando não ocorre a consumação por circunstâncias alheias à vontade do
agente. Para o crime tentado o CP prevê punição com redução de 1 a 2/3 da pena
prevista para o crime consumado.
11. Coação irresistível e obediência hierárquica “Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação
irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior
hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.” Obediência hierárquica só
ocorre quanto há uma ordem não manifestamente ilegal. Responde pelo crime somente
aquele de quem emanou a ordem. O agente não responde por excludente de
culpabilidade. Mas atenção!! Somente há hierarquia pública, não há excludente para
“obediência” a uma hierarquia privada. Na coação moral irresistível o agente comete fato
típico e ilícito mas não culpável. Não caia na pegadinha: a coação física é excludente de
tipicidade, pois o agente atua sem vontade, portanto não há dolo, e se não há dolo do
fato não é típico.
13. As bancas trabalhistas têm preferência por questões de crimes contra a honra, de modo
que questões dessa natureza são cobradas em todas as provas. Então, precisamos
decorar os seguintes dispositivos, lembrando que a ação penal em crime contra honra
em regra é privada. Exceção é difamação ação contra funcionário público, injúria real ou
injúria racial.
Calúnia
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Exceção da verdade
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi
condenado por sentença irrecorrível;
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141;
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por
sentença irrecorrível.
Difamação
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
14.532, de 2023)
Disposições comuns
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer
dos crimes é cometido:
Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação
quem lhe dá publicidade.
Retratação
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da
difamação, fica isento de pena.
14. Empregador que obriga o empregado a praticar dancinhas como condição de contratação
e manutenção do contrato, sem consentimento do trabalhador, pratica fato típico penal?
Referida hipótese se insere no crime de constrangimento ilegal, a saber:
15. Outra preferência das bancas são os temas “tendência”. Por isso, precisamos conhecer o
crime de perseguição/stalking:
São 4 tipos penais: trabalhos forçados (1); jornada exaustiva (2); condições degradantes
de trabalho (3) e (4) restrição por dívida. O crime de condição análoga escravo absorve
a frustração de Direito Trabalhista do artigo 203. Trata-se de um crime permanente e
admite tentativa.
20. Ainda sobre “redução à condição análoga à de escravo”: o TST entende que o fato de não
haver restrição de liberdade, por si só, não descaracteriza o crime de redução à condição
análoga à de escravo.
22. Ainda sobre “redução à condição análoga à de escravo” causas de aumento de pena:
§ 2º A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido: (Incluído pela Lei nº
10.803, de 11.12.2003) I – contra criança ou adolescente; (Incluído pela Lei nº 10.803,
de 11.12.2003) II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou
origem. (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003).
23. Ainda sobre “redução à condição análoga à de escravo” causas de aumento de pena:
§ 2º A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido: (Incluído pela Lei nº
10.803, de 11.12.2003) I – contra criança ou adolescente; (Incluído pela Lei nº 10.803,
de 11.12.2003) II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou
origem. (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003).
“Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um
a quatro anos, e multa. § 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado
durante o repouso noturno.§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a
coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de
um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. § 3º - Equipara-se à coisa móvel
a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.”
26. ATENÇÃO! Gato de energia no relógio é estelionato. Gato de energia no poste é furto
mediante fraude. PEGADINHA! Utilização de aparelho para alcançar sinal indevido de
televisão por assinatura não é estelionato, tampouco furto mediante fraude. Trata-se de
crime da Lei das Telecomunicações. Embora haja controvérsia, se vir na prova dessa
forma, será a resposta correta.
27. Outro tipo penal que de forma recorrente se faz presente em provas preambulares da
magistratura do trabalho é o roubo, que obrigatoriamente precisamos conhecer:
“Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça
ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.” A figura
constante no caput do artigo 157, do CP, é a do roubo próprio.
28. Importante entender que se a violência ou grave ameaça ocorrerem após a subtração da
coisa, estaremos diante do roubo impróprio, que é aquele constante no §1°, do artigo
157, do CP (“Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega
Breno Lenza Cardoso (@brenolenza) + Alexandre Piovesan (@ale.piovesan)
violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou
a detenção da coisa para si ou para terceiro.”)
ROUBO EXTORSÃO
Apropriação indébita
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Aumento de pena
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:
I - em depósito necessário;
II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro
ou depositário judicial;
III - em razão de ofício, emprego ou profissão.
31. ATENÇÃO não existe apropriação indébita por funcionário público, mas sim peculato
(“Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem
móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em
proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.”)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele
estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para
o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 4º O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas mesmas datas e
nos mesmos índices do reajuste dos benefícios da previdência social. (Incluído pela Lei
nº 9.983, de 2000)”
39. Sobre o abuso de autoridade, na forma da Lei 13.869/19, “Art. 1º Esta Lei define os crimes
de abuso de autoridade, cometidos por agente público, servidor ou não, que, no exercício
de suas funções ou a pretexto de exercê-las, abuse do poder que lhe tenha sido
40. Sobre o crime de atentado contra a liberdade de trabalho (“Art. 197 - Constranger
alguém, mediante violência ou grave ameaça: I - a exercer ou não exercer arte, ofício,
profissão ou indústria, ou a trabalhar ou não trabalhar durante certo período ou em
determinados dias: Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena
correspondente à violência; II - a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a
participar de parede ou paralisação de atividade econômica:Pena - detenção, de três
meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência”) (1)Este crimes
desafia competência estadual, só sendo competência da justiça federal se envolver
interesses coletivos; (2) trata-se de crime comum.
41. Sobre a Lei 7716/89, “Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de
discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência
nacional.” Algumas considerações importantes para a prova: Raça: cada um dos grupos
nos quais se subdividem algumas espécies animais, cujas características diferenciais se
conservam através das gerações (Ex.: raça branca, amarela ou negra). Cor: coloração da
pele em geral (Ex.: branca, preta, vermelha, amarela, parda). Etnia: Coletividade de
indivíduos que se diferencia por sua especificidade sociocultural, refletida na língua,
religião e costumes. Há quem inclua fatores políticos nesse conceito (Ex.: índios, hindus,
árabes)
42. Judeu é raça? Sim! HC 82.424 (Caso Ellwanger). Vale a pena ler:
A construção da definição jurídico-constitucional do termo “racismo” requer a
conjugação de fatores e circunstâncias históricas, políticas e sociais que regeram a sua
formação e aplicação. O crime de racismo constitui um atentado contra os princípios
nos quais se erige e se organiza a sociedade humana, baseada na respeitabilidade e
dignidade do ser humano e de sua pacífica convivência.
43. Caso Mayara Petruso que publicou que “Nordestino não é gente, faça uma favor SP, mate
um nordestino afogado”. MPF ofereceu denúncia, capitulando a sua conduta no art. 20, §
2º da Lei nº. 7.716/89, resultando no processo nº. 0012786-89.2010.4.03.6181, que
culminou com sua condenação confirmada em 2ª instância pelo Tribunal Regional
Federal da 3ª Região.
44. O crime de lesão doméstica é de ação penal pública incondicionada, na forma da ADI
4.424/STF, bem como não se aplica a Lei 9.099/95 (Juizados Especiais Estaduais), de
acordo com a Lei 11.340/06 (Lei Maria da Penha).
46. Nos termos da Súmula 73/STJ, a falsificação grosseira de moeda não se configura como
crime contra a fé pública, mas sim estelionato, cuja competência é da Justiça Comum
Estadual.
48. Súmula 17 STJ – Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva,
é absorvido.
Súmula 546 do STJ – A competência para processar e julgar o crime de uso de documento
falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento
público, não importando a qualificação do órgão expedidor.
Súmula 104 do STJ – Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes de
falsificação e uso de documento falso relativo a estabelecimento particular de ensino.
50. Vejamos a tendência do crime de violação do direito autoral “Art. 184. Violar direitos de
autor e os que lhe são conexos: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou
multa.” O crime de violação de direito autoral é de menor potencial ofensivo. Em
regra de ação penal privada. Modalidade: doloso somente, mas possibilidade de dolo
eventual. Obs: sendo o crime contra a Administração Pública Direta e Indireta, a ação
penal passa a ser pública incondicionada.