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Abril de 2022

QUESTÕES
DIREITO
PENAL
EDUARDO DE SOUZA

Preparado por: Eduardo De Souza; 202123013


Professor: Felipe Adaid
Campus: Campinas
Matéria: Direito Penal
Conceito Crime

02
É dado o conceito crime a toda ação ou omissão humana
que lesa ou expõe a perigo de lesão de bens jurídicos
penalmente tutelados. Esse conceito também recebe o
nome de conceito material e pode estar ligado a um bem
jurídico, individual e material. Edgard Magalhães Noronha
jurista e autor, vai dizer que, é na verdade a conduta
praticada pelo ser humano que lesa ou expõe a perigo bem
protegido pela lei penal.
O critério legal, o conceito de crime é inteiramente
fornecido pelo legislador. Contudo, o Código Penal não
conceitua crime, mas a Lei de Introdução ao Código Penal o
faz: "Considera-se crime a infração penal a que a Lei comina
pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer
alternativa ou cumulativamente com a pena de multa;
contravenção, a infração penal a que a lei comina,
isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou de
ambas, alternativa ou cumulativamente."
Quanto ao critério analítico, há diversas classificações,
Basileu Garcia sustentava que o crime tinha quatro
elementos, quais sejam, fato típico, ilicitude, culpabilidade e
punibilidade. Outros autores (Nelson Hungria, Aníbal Bruno,
Magalhães Noronha etc) adotam a posição tripartida - fato
típico, ilicitude, culpabilidade. Outros ( Damásio, Mirabete
etc) ainda entendem o crime como o fato típico e ilícito, pois
a culpabilidade deve ser excluída da composição do crime,
uma vez que se trata de pressuposto de aplicação da pena.
Contudo, podemos concluir que a classificação mais aceita
é de que o crime é o fato típico e ilícito, praticado por agente
culpável.

Princípio da Insignificância
O princípio da Insignificância ou princípio da Bagatela, consiste do entendimento de que o direito penal não
deve se preocupar com condutas nas quais os resultados não serão suficientemente grave a ponto de não
haver necessidade de punir o agente nem de se recorrer aos meios judiciais. De um modo mais claro, não
será necessário mover todo judiciário para uma acusação de furto de um desodorante feito por um morador
de rua dentro de um supermercado. Esse princípio está ligado ao crime patrimonial, portanto, não será
aplicado quando houver rimes mediante violência ou grave ameaça à pessoa; tráfico de drogas; e crimes de
falsificação. Reintroduzido por Claus Roxin, na Alemanha, no ano de 1964. o Professor Luis Flávio Gomes,
"apresenta-se como aberrantes (chocantes). Não se pode usar o Direito Penal por causa de uma lesão tão
ínfima".
Embora não haja previsão no ordenamento jurídico sobre o crime de bagatela, ele é aplicado caso a caso, de
forma concreta e não abstrata.
Apesar de não haver previsão no ordenamento jurídico, sua aceitação é cada vez maior dentre os Tribunais
Pátrios, mas ainda ocorrem casos vergonhosos, onde o princípio de insignificância é ignorado, causando, em
alguns casos, resultados e danos irreversíveis.
Diferença entre Culpa

03
Consciente e Inconsciente
Dentro da Tipicidade Formal, temos a culpa e o dolo. A culpa é dividida em
duas categorias, sendo a culpa consciente e culpa inconsciente.
A culpa consciente ocorre quando o agente prevê o resultado, mas espera que
ele não ocorra, supondo poder evitá-lo com a sua habilidade.
Já na culpa inconsciente, o agente não prevê o resultado e nem imagina, que,
entretanto, era objetiva e subjetivamente previsível.

Culpa consciente - Prevê o resultado -Não quer, não assume risco e pensa
poder evitar

Culpa inconsciente - Não prevê o resultado (que era previsível) - Não quer e
não aceita o resultado

Diferença entre
Negligência, Imprudência e
Imperícia (culpa)

Negligência: Na negligência, alguém deixa de tomar uma atitude ou de


apresentar uma conduta que era esperada para a situação. Age com
descuido, indiferença ou desatenção, não adotando as devidas precauções.
Um pai de família que deixa uma arma carregada em local inseguro ou de
fácil acesso a crianças, por exemplo, pode causar a morte de alguém por
essa atitude negligente.

Imprudência: A imprudência, por sua vez, pressupõe uma ação precipitada e


sem cautela. A pessoa não deixa de fazer algo, não é uma conduta omissiva
como a negligência. Na imprudência, ela age, mas toma uma atitude diversa
da esperada. Um motorista que dirige em velocidade acima da permitida e
não consegue parar no sinal vermelho, invadindo a faixa de pedestres e
atropelando alguém, por exemplo, age com imprudência.

Imperícia: Para que seja configurada a imperícia, é necessário constatar a


inaptidão, ignorância, falta de qualificação técnica, teórica ou prática ou
ausência de conhecimentos elementares e básicos para a ação realizada.
Um médico que realize uma cirurgia plástica em alguém e cause
deformidade pode ser acusado de imperícia.
Diferença entre crime Material,

04
Formal e Mera Conduta.
Material Formal

O crime material só se consuma com a O crime formal, por sua vez, não exige a
produção do resultado naturalístico, como produção do resultado para a
a morte no homicídio. Seria a Conduta, consumação do crime, ainda que
mais o resultado. possível que ele ocorra. Exemplo de
crime formal é a ameaça.

Mera Conduta

No crime de mera conduta o resultado


naturalístico não só não precisa
ocorrer para a consumação do delito,
como ele é mesmo impossível. Não
admite tentativa, só há a conduta.
Posse ilegal de arma de fogo, omissão
de socorro, ameaça, são exemplos.

Art. 25, parágrafo único: é


exemplo ou complemento do
Caput?
Na minha percepção, se trata de um exemplo, uma vez que, o Caput deixa
claro que: "Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente
dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito
seu ou de outrem". Lendo o artigo, é possível entender que a legítima defesa
poderá ser aplicada a todas as pessoas, desde que estejam na situação citada.
Houve um interesse político por trás do exemplo que Sergio Fernando Moro
trouxe ao parágrafo único. Na época, o presidente Jair Bolsonaro nomearia
Moro ao Ministro da Justiça, ressalto que Moro era o juiz responsável pelo
processo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, onde era perceptível o seu
interesse a condenação do mesmo.
Recebendo o apoio do governo, Sergio Moro realiza seus trabalhos conforme
seu interesse pela cadeira que iria te pertencer, visto o atual governo
miliciano, ele deveria fazer jus ao que acreditava, portanto, esse parágrafo
único é dado como um dos exemplos de seus atos.
05
Diferença entre Estrito Cumprido
do Dever Legal e Exercício
Regular do Direito.
O Estrito Cumprimento do Dever Legal e o Exercício
Regular de Direito são circunstâncias que justificam
a conduta praticada, tornando-a compatível com o
ordenamento e, consequentemente, impedindo o
reconhecimento da prática delituosa.
O Estrito Cumprimento do Dever Legal, o agente (em regra um agente público, mas a
doutrina admite também o particular) pratica um ato como decorrência do dever
genérico que lhe é imbuído pela ordem jurídica. Mesmo que este ato seja tipificado, o
mesmo não será ilícito em face da existência de dever legal concomitante. Como
necessidade de coerência e sistematicidade do ordenamento, é impedida a
configuração do crime. "É o caso, por exemplo, do cumprimento de mandado de busca
domiciliar em que o morador ou quem o represente desobedeça à ordem de ingresso
na residência, autorizando o arrombamento da porta e a entrada forçada (art. 245, § 2º,
do CPP). Em decorrência do estrito cumprimento do dever legal, o funcionário público
responsável pelo cumprimento da ordem judicial não responde pelos crimes de dano
ou de violação de domicílio." MASSON, 2014.

O Exercício Regular de um Direito, dentro dos limites estabelecidos no ordenamento,


também afasta a ilicitude da conduta. "Age no exercício regular de direito o possuidor
de boa-fé que retém coisa alheia para ressarcir-se das benfeitorias necessárias e úteis
não pagas (art. 1219 do Código Civil), bem como os pais que castigam
(moderadamente) os filhos como meio de dirigir-lhes a criação e educação (art. 1634, I,
do Código Civil). São requisitos desta justificante: a proporcionalidade, a
Indispensabilidade e o conhecimento do agente de que atua concretizando seu direito
previsto em lei." CUNHA, 2016, P. 272.
06
Diferença entre Coação
Moral Irresistível e
Obediência Hierárquica.
São excludentes da culpabilidade a coação irresistível e a obediência hierárquica nos termos
previstos pelo artigo 22: “Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência à
ordem não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da
ordem.”
A coação existe quando há emprego de força ou grave ameaça para obrigar o sujeito a praticar um
crime.

Coação Moral Irresistível

Existe, na coação moral, uma ameaça, e a vontade do coacto não é livre, embora possa decidir pelo
que considere para si um mal menor; por isso, trata-se de hipótese em que se exclui não a ação, mas a
culpabilidade, por não lhe ser exigível comportamento diverso. O indivíduo passa a ter uma conduta
distinta do esperado em outras condições (em situação “normal”). Mas, naquele caso, não se poderia
esperar outra ação dele.

Obediência Hierárquica

A segunda causa excludente da culpabilidade do artigo 22 refere-se a prática do crime “em estrita
obediência à ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico”.

Trata-se, segundo a doutrina, de um caso especial de erro de proibição. Supondo obedecer a uma
ordem legítima do superior, o agente pratica o fato incriminado.

Não sendo a ordem manifestamente ilegal, se o agente não tem condições de se opor a ela em
decorrência das consequências que podem advir no sistema de hierarquia e disciplina a que está
submetido, inexistirá a culpabilidade pela coação moral irresistível, estando à ameaça implícita na
ordem ilegal. Em vez de erro de proibição, há inexigibilidade de conduta diversa.

Para que o subordinado cumpra a ordem e se exclua a culpabilidade, é necessário que aquela:

a) Seja emanada da autoridade competente.


b) Tenha o agente atribuições para a prática do ato.
c) Não seja a ordem manifestamente ilegal.
10
Em casos de ataque de
animais, o que caracteriza
como Legitima Defesa e
Estado de Necessidade?

Ataque não provocado - Configura perigo atual, se caracterizando


como estado de necessidade (art. 24, CP). Obs: Se for possível
fugir do ataque, a pessoa atacada deve preferir a fuga.

Ataque provocado pelo dono do animal - Configura agressão


injusta, se caracterizando como legítima defesa (art. 25, CP). Obs:
Mesmo que possível a fuga, a pessoa atacada pode reagir.

Quando o ataque se trata de um "instrumento" (animal mandado)


se encaixa como Legítima Defesa, uma vez que, ele o ataca.

Por outro lado, quando o ataque é natural, é demandado o


Estado de Necessidade nesse caso.
Resenha da série: Bom dia, Verônica.
Em "Bom dia, Verônica", acompanhamos a secretária da polícia Verônica Torres, que,
na mesma semana, presencia de forma chocante o suicídio de uma jovem e recebe
uma ligação anônima de uma mulher desesperada clamando por sua vida. Com sua
habilidade e sua determinação, ela vê a oportunidade que sempre quis para mostrar
sua competência investigativa e decide mergulhar sozinha nos dois casos. No entanto,
essas investigações teoricamente simples se tornam verdadeiros redemoinhos e
colocam Verônica diante do lado mais sombrio do homem, em que um mundo
perverso e irreal precisa ser confrontado.

A série é capaz de produzir sentimentos eufóricos e de medo, pois aquilo que é


tratado, infelizmente faz parte da realidade de nosso país. As coisas parecem
complicar ainda mais quando ela recebe a ligação de uma mulher que alega que
seu marido vai matá-la - e que já matou mulheres antes.
Quanto mais Verônica aprofunda suas investigações, mais seu lado obsessivo
aflora e, pouco a pouco, ela se vê envolvida com os casos de forma irremediável -
o que pode custar sua própria vida.
Momentos após dar uma entrevista para a TV sobre o caso Marta Campos,
Verônica recebe a ligação de Janete, uma mulher que sofre abusos terríveis do
marido, o policial militar Cláudio Brandão.
À partir deste momento, suicídio de Marta Campos e o relato de abuso de
Janete, o livro se desenvolve com foco nas investigações escondidas de
Verônica. E para tudo isso, ela conta apenas com o apoio do seu colega de
trabalho, o especialista em TI Nelson.
Brandão é um homem cruel e misterioso. Ele não apenas agride a mulher, ele
mata mulheres em rituais macabros. Esta é a parte mais intrigante e interessante
da trama. À partir de 70-80% da série, esses rituais ficam mais claros. Todavia, sem
saída e sem poder contar com a ajuda da sua delegacia, Verônica está perdida,
sem saber o que fazer. Então, o desenvolver da narrativa nos faz entender que
não haverá um término satisfatório.

Quando paramos para refletir, Bom dia, Verônica não conta


somente a história de Janete, abusada e violentada
diariamente, mas mostra a realidade de todas as Janetes que
moram muitas vezes na nossa cidade, no nosso bairro, ou até
mesmo em nossas ruas. A Trama termina com a morte de
Brandão, causada por um incêndio, cometido por Verônica
em estado de Legítima Defesa. Um ponto interessante na
trama, é que antes da perícia terminar o inquérito, a
personagem principal foge, pois sabe que seria acusada de
homicídio qualificado.

“Ela não merece (ser estuprada) porque ela é muito ruim, porque
ela é muito feia, não faz meu gênero, jamais a estupraria. Eu não
sou estuprador, mas, se fosse, não iria estuprar porque não
merece” – Uma das falas de Jair Bolsonaro, Presidente do Brasil,
“reinventando” um imaginário livro “Breve História da Democracia
Brasileira”.

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