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QUESTÕES
DIREITO
PENAL
EDUARDO DE SOUZA
02
É dado o conceito crime a toda ação ou omissão humana
que lesa ou expõe a perigo de lesão de bens jurídicos
penalmente tutelados. Esse conceito também recebe o
nome de conceito material e pode estar ligado a um bem
jurídico, individual e material. Edgard Magalhães Noronha
jurista e autor, vai dizer que, é na verdade a conduta
praticada pelo ser humano que lesa ou expõe a perigo bem
protegido pela lei penal.
O critério legal, o conceito de crime é inteiramente
fornecido pelo legislador. Contudo, o Código Penal não
conceitua crime, mas a Lei de Introdução ao Código Penal o
faz: "Considera-se crime a infração penal a que a Lei comina
pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer
alternativa ou cumulativamente com a pena de multa;
contravenção, a infração penal a que a lei comina,
isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou de
ambas, alternativa ou cumulativamente."
Quanto ao critério analítico, há diversas classificações,
Basileu Garcia sustentava que o crime tinha quatro
elementos, quais sejam, fato típico, ilicitude, culpabilidade e
punibilidade. Outros autores (Nelson Hungria, Aníbal Bruno,
Magalhães Noronha etc) adotam a posição tripartida - fato
típico, ilicitude, culpabilidade. Outros ( Damásio, Mirabete
etc) ainda entendem o crime como o fato típico e ilícito, pois
a culpabilidade deve ser excluída da composição do crime,
uma vez que se trata de pressuposto de aplicação da pena.
Contudo, podemos concluir que a classificação mais aceita
é de que o crime é o fato típico e ilícito, praticado por agente
culpável.
Princípio da Insignificância
O princípio da Insignificância ou princípio da Bagatela, consiste do entendimento de que o direito penal não
deve se preocupar com condutas nas quais os resultados não serão suficientemente grave a ponto de não
haver necessidade de punir o agente nem de se recorrer aos meios judiciais. De um modo mais claro, não
será necessário mover todo judiciário para uma acusação de furto de um desodorante feito por um morador
de rua dentro de um supermercado. Esse princípio está ligado ao crime patrimonial, portanto, não será
aplicado quando houver rimes mediante violência ou grave ameaça à pessoa; tráfico de drogas; e crimes de
falsificação. Reintroduzido por Claus Roxin, na Alemanha, no ano de 1964. o Professor Luis Flávio Gomes,
"apresenta-se como aberrantes (chocantes). Não se pode usar o Direito Penal por causa de uma lesão tão
ínfima".
Embora não haja previsão no ordenamento jurídico sobre o crime de bagatela, ele é aplicado caso a caso, de
forma concreta e não abstrata.
Apesar de não haver previsão no ordenamento jurídico, sua aceitação é cada vez maior dentre os Tribunais
Pátrios, mas ainda ocorrem casos vergonhosos, onde o princípio de insignificância é ignorado, causando, em
alguns casos, resultados e danos irreversíveis.
Diferença entre Culpa
03
Consciente e Inconsciente
Dentro da Tipicidade Formal, temos a culpa e o dolo. A culpa é dividida em
duas categorias, sendo a culpa consciente e culpa inconsciente.
A culpa consciente ocorre quando o agente prevê o resultado, mas espera que
ele não ocorra, supondo poder evitá-lo com a sua habilidade.
Já na culpa inconsciente, o agente não prevê o resultado e nem imagina, que,
entretanto, era objetiva e subjetivamente previsível.
Culpa consciente - Prevê o resultado -Não quer, não assume risco e pensa
poder evitar
Culpa inconsciente - Não prevê o resultado (que era previsível) - Não quer e
não aceita o resultado
Diferença entre
Negligência, Imprudência e
Imperícia (culpa)
04
Formal e Mera Conduta.
Material Formal
O crime material só se consuma com a O crime formal, por sua vez, não exige a
produção do resultado naturalístico, como produção do resultado para a
a morte no homicídio. Seria a Conduta, consumação do crime, ainda que
mais o resultado. possível que ele ocorra. Exemplo de
crime formal é a ameaça.
Mera Conduta
Existe, na coação moral, uma ameaça, e a vontade do coacto não é livre, embora possa decidir pelo
que considere para si um mal menor; por isso, trata-se de hipótese em que se exclui não a ação, mas a
culpabilidade, por não lhe ser exigível comportamento diverso. O indivíduo passa a ter uma conduta
distinta do esperado em outras condições (em situação “normal”). Mas, naquele caso, não se poderia
esperar outra ação dele.
Obediência Hierárquica
A segunda causa excludente da culpabilidade do artigo 22 refere-se a prática do crime “em estrita
obediência à ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico”.
Trata-se, segundo a doutrina, de um caso especial de erro de proibição. Supondo obedecer a uma
ordem legítima do superior, o agente pratica o fato incriminado.
Não sendo a ordem manifestamente ilegal, se o agente não tem condições de se opor a ela em
decorrência das consequências que podem advir no sistema de hierarquia e disciplina a que está
submetido, inexistirá a culpabilidade pela coação moral irresistível, estando à ameaça implícita na
ordem ilegal. Em vez de erro de proibição, há inexigibilidade de conduta diversa.
Para que o subordinado cumpra a ordem e se exclua a culpabilidade, é necessário que aquela:
“Ela não merece (ser estuprada) porque ela é muito ruim, porque
ela é muito feia, não faz meu gênero, jamais a estupraria. Eu não
sou estuprador, mas, se fosse, não iria estuprar porque não
merece” – Uma das falas de Jair Bolsonaro, Presidente do Brasil,
“reinventando” um imaginário livro “Breve História da Democracia
Brasileira”.