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DIREITO PENAL – RESUMO

A pergunta que você deve fazer:

O consentimento da vítima é um elementar do tipo penal?

Se a resposta for sim, exclui o fato típico.

Se a resposta for não, exclui a ilicitude.

Quer um exemplo?

Se A autoriza que B quebre o vidro do seu veículo tal consentimento afastará a


ilicitude, visto que o consentimento do ofendido no crime de dano não é elementar.

CRIME DE INFANTICIDIO - Significa matar, sob a influência do estado puerperal, o


próprio filho, durante o parto ou logo após.

ERRO SOBRE A PESSOA - Se a mãe, por erro in personam, mata filho alheio,
supondo ser próprio, pratica o delito de infanticídio. Nesse caso, não são consideradas
as condições ou qualidades da vítima real, senão as da vítima contra quem queria
praticar o crime.

O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena.
Não se consideram, nesse caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da
pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.

Denunciação caluniosa: exige o dolo. Ou seja, exige que a pessoa aja realmente de
má fé a outra pessoa, imputando a outra pessoa algo que ela não fez e o autor da
calúnia sabe disso, mas faz denunciação caluniosa só para ver o mal.

 Denunciação caluniosa é diferente de CALÚNIA!


 Calúnia só cabe para fatos definidos como crime! Denunciação caluniosa cabe
tanto para crimes como contravenção penal.
 Calúnia é ação penal PRIVADA! Denunciação caluniosa é ação penal pública
incondicionada!
 Desistência voluntária

Esse instituto penal aplica-se aos agentes que, voluntariamente, desistiu de prosseguir
na execução. Isso é, não foi até o final.

 Arrependimento eficaz

Isto ocorre quando o agente impede que o resultado se produza. Lembrando que,
nestes dois casos acima o agente só responderá pelos atos praticados. Por exemplo,
tento matar alguém e depois a salvo da morte.

 Arrependimento posterior

Este instituto aplica-se aos crimes cometidos de violência/grave ameaça à pessoa,


o que não é o caso da questão, pois a vítima sofre um empurrão.

Reconhecimento da causa de diminuição de pena da tentativa: a pena é


atenuada (diminui) quando o agente procura, por espontânea vontade e com
eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências do crime ou,
antes do julgamento, reparar o dano.

Regra é a retroatividade da lei mais benigna. No caso em apreço houve o que a


doutrina denomina de NOVATIO LEGIS IN PEJUS, nova lei mais severa que a
anterior não atinge o agente.

Crime Impossível:

Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.

Crime de petrechos para falsificação de moeda:

Que fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar


maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à
falsificação de moeda é crime, sujeito a pena de reclusão de dois a seis anos e multa.

Aberratio criminis

Teve um desvio de crime. Quando tiver aberratio criminis irá afastar a tentativa e o
agente responde pelo resultado que causou. Essa situação só acontece quando
quer atingir o patrimônio, mas acaba atingindo uma pessoa, portanto se ignora a
tentativa e só e imputado o resultado que foi gerado na pessoa

 Consideram-se as condições pessoais da vítima visada, e não as da vítima


atingida.
Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às
normas estabelecidas na legislação especial.

 Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que


outro seja o momento do resultado.

O tráfico privilegiado nada mais é do que um crime de tráfico comum, cuja pena é
reduzida de 1/6 até 2/3, se o agente for primário, de bons antecedentes, e não se
dedicar a atividades criminosas nem integrar organização criminosa.

 A pena será aumentada de 1/6 até 2/3 se caracterizado o tráfico entre estados
da federação.

Contagem do prazo: inclui o dia de início, exclui-se o último. Começa a contar do dia
que o crime se consumou;

Prazo prescricional: 4 anos, pelo acusado ser menor de 21 cai para 2 anos.

Sursis é uma suspensão condicional da pena, aplicada à execução da pena


privativa de liberdade, não superior a dois anos, podendo ser suspensa, por dois a
quatro anos, desde que: o condenado não seja reincidente em crime doloso.

 SURSIS Penal = Após a condenação e antes da execução da pena. Tem


condão de política criminal, pois visa evitar o encarreiramento em crimes
menores (inferior ou igual a 2 anos no SURSIS SIMPLES, com suspensão da
pena de 2 a 4 anos / inferior ou igual a 4 anos no SURSIS ETÁRIO ou
HUMANITÁRIO = acima de 70 anos ou doença justificável, com suspensão da
pena de 4 a 6 anos)
 SURSIS Processual = Antes da condenação do acusado. O MP oferece a
denúncia e em seguida propõe a suspensão do processo. (Pena MÍNIMA
inferior ou igual a 1 ano). Precisa não estar sendo processado ou condenado
por outro crime

Concurso Formal: 1 ação ou omissão = 2 ou mais crimes.

Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes,
idênticos ou não, aplicasse-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais,
somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As
penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os
crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo
anterior
Concurso Material: + de 1 ação ou omissão = 2 ou mais crimes

Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais
crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade
em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de
detenção, executa-se primeiro aquela.

Não existe lesão corporal grave culposa. Ou a lesão é grave (dolosa) ou é culposa.
Quando a lesão corporal for culposa, não há que se falar em leve, grave, gravíssima.

Erro de tipo: não sei o que faço

Erro de proibição: achei que era permitido

Erro de tipo: agente pensa que está praticando ato lícito, mas não está. Há distorção
da realidade.

ex: acha que maconha é outra planta

Erro de proibição: não distorção da realidade, ele sabe o que está fazendo, se
equivoca quanto a lei penal.

ex: é maconha, mas planto para fins medicinais, então posso

Error in persona: Represento mal, mas executo bem.

Aberratio ictus: Represento bem, mas executo mal.

Disparo de arma tem que ser em local habitado, é um crime de perigo que tem que
demonstrar a possibilidade de dano.

Prevaricação = Ação ou omissão de ato administrativo em razão de sentimento


pessoal.

Corrupção Passiva = Ação ou omissão com objetivo de obter vantagem indevida. A


vantagem econômica vai para o funcionário, por isso Passiva.

Grande parte dos crimes contra a administração pública não admite tentativa pois são
crimes formais, a mera prática do ato já se consuma o delito.

Tratando-se de pessoas maiores e capazes no âmbito do furto qualificado pelo


concurso de pessoas, é indispensável o vínculo subjetivo, que não se confunde
com o prévio ajuste. Basta que um dos sujeitos tenha consciência de sua contribuição
para a conduta de terceiro, ainda que este desconheça tal colaboração. Isso é, Não é
necessário acordo prévio de vontades, contanto que os participantes se conheçam e
que uma vontade adira a outra.

Crime que não ocorreu ainda e que vai ocorrer: concurso de pessoas.

Crime que já ocorreu e a pessoa tenta encobri-lo: favorecimento real

 Embriaguez voluntaria (intencional)= o indivíduo tem a intenção de beber e se


embriagar, mas não de praticar infrações penais;
 Embriaguez culposa= o indivíduo tem a intenção de beber, todavia acaba se
embriagando por exagero;
 Embriaguez preordenada (dolosa)= o indivíduo tem a intenção de se
embriagar para praticar a infração penal (agravante genérica);
 Embriaguez acidental (fortuita)= o indivíduo não tem a intenção de beber ou
se embriagar, todavia isso acaba acontecendo por caso fortuito / força maior.
Pode ser completa (Exclui a imputabilidade penal) ou incompleta (semi-
imputabilidade).

Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no administrativo-disciplinar, a


sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade,
em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício
regular de direito.

Quem, de qualquer modo concorre para o crime, incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade.

Receptação

Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar em proveito próprio ou alheio, coisa


que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira.

 Pressupõe que o agente apenas saiba que o bem adquirido seja produto de
crime.
 Isso porque o receptador não pode ter nenhuma participação no delito
antecedente. Se isso ocorre, por exemplo, se participa de qualquer forma da
infração penal antecedente, é autor desta e não de receptação.
Para que o crime de estelionato seja consumado, é preciso que o binômio (vantagem
ilícita + prejuízo alheio) seja concretizado. A falsificação se exauriu no estelionato de
cheque* sem fundo.

Tentativa: É possível, em três situações:

(a) o sujeito emprega o meio fraudulento, mas não consegue enganar a vítima. Leva-
se em conta o perfil subjetivo do ofendido, e não a figura do homem médio. Estará
caracterizado o conatus se a fraude era apta a ludibriar o ofendido, pois em caso
contrário deverá ser reconhecido o crime impossível (art. 17 do CP), em face da
ineficácia absoluta do meio de execução;

(b) o sujeito utiliza o meio fraudulento, engana a vítima, mas não consegue obter a
vantagem ilícita por circunstâncias alheias à sua vontade;

(c) o sujeito utiliza o meio fraudulento, engana a vítima, obtém a vantagem ilícita, mas
não causa prejuízo patrimonial ao ofendido.

 Organização Criminosa: se constitui com a Associação de 4 ou mais


pessoas, estruturalmente ordenadas, e caracterizada pela organização de
tarefas, ainda que informalmente ... cuja pena máxima sejam superiores a 4
(quatro) anos.
 Associação Criminosa: associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim
específico de cometer crimes. Apenas a participação de criança ou adolescente
ou se a associação é armada que se constitui causa de aumento.

Joãozinho foi condenado.

Joãozinho trabalhou? Terá remissão da pena no regime fechado e semiaberto.

Joãozinho estudou? Terá remissão da pena no aberto e no livramento condicional.

Joãozinho cometeu algo errado de maneira grave? Poderá ter seus dias da remição,
perdidos. O juiz pode revogar 1/3 do tempo remido. Poderá! Poderá!

Em que o condenado para fazer jus à concessão do livramento, NÃO TENHA


COMETIDO FALTA GRAVE NOS ÚLTIMOS 12 MESES.

Sentença absolutória imprópria é aquela que apesar de absolver o réu, aplica-lhe


uma medida de segurança. Qual medida de segurança adotar?

 Se o crime for punido com pena de reclusão, o juiz é obrigado a aplicar a


internação. Mas se o crime é punido com detenção, o juiz poderá optar entre
internação ou tratamento ambulatorial.
 A sentença absolutória imprópria não tem o condão de gerar reincidência, uma
vez que, por faltar imputabilidade, um dos elementos integrantes da
culpabilidade, não há falar que houve a prática de crime (concepção tripartida).

Crime impossível por absoluta ineficácia do meio. Por isso, não se pune a
tentativa

A legitima defesa somente pode ser alegada contra agressão de um ser


humano e, no caso de ataque de animal, configura-se o Estado de Necessidade.
PORÉM, quando o animal é instigado para atacar, entende-se que a agressão se
originou de um ser humano.

 Animal agiu por instinto= Estado de necessidade.


 Animal agiu por provocação de pessoa = Legítima defesa.

As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de


liberdade, quando:

 A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando


ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da
pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da
pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção
ou reclusão.

É imprescindível a prévia intimação pessoal do condenado, para que tenha


oportunidade de esclarecer os motivos que o lavaram ao descumprimento da pena
alternativa.

Causas de Extinção da Punibilidade

O direito de punir nasce, mas desaparece por fato/evento superveniente.

1) Morte do ag.: (indiciado, réu, sentenciado ou executado) - extinguem-se todos os


efeitos penais da sentença condenatória (principais e secundários), permanecendo os
extrapenais

2) Anistia, graça e indulto - formas de renúncia do Estado ao seu direito de punir,


sendo cabíveis nos crimes de ação penal privada

3) Abolitio Criminis (art. 2, CP) - lei nova abole do ordenamento penal a norma
incriminadora.

 Apaga os efeitos penais, mas subsistem os extrapenais.


 Ocorre Retroatividade: aplicação da lei penal a fatos praticados antes da sua
vigência

4) Prescrição, Decadência ou Perempção

4.1) Prescrição: perda, em face do decurso do tempo, do direito de o Estado punir


(prescrição da pretensão punitiva) ou executar uma punição já imposta (prescrição da
pretensão executória).

4.1) Decadência- perda do direito de ação pela consumação do termo prefixado pela
lei p/ oferecimento da queixa (ações penais de iniciativa privada) ou representação
(ações penais públicas condicionadas)

4.2) Perempção (art. 60, CPP) - sanção processual ao querelante inerte ou negligente

 Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerará
perempta a ação penal:
 III - qdo o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qlqr ato
do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de
condenação nas alegações finais;

5) Renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito

5.1) Renúncia do direito de queixa (art. 49. CPP) (sempre pré processual) (ato
unilateral) - ato unilateral do ofendido (ou representante legal), abdicando do direito de
promover a ação penal privada

5.2 Perdão (aceito) do ofendido (art. 105, CP) – (ato bilateral) o ofendido ou seu
representante legal desistem de prosseguir c/ a ação já instaurada, desculpando o
ofensor pela prática do crime

 Cabível somente na ação penal de iniciativa privada


 O silêncio do querelado (suposto autor do fato) implica em aceitação (e não
recusa)
 O perdão concedido a um estende-se a todos

6) Retratação do agressor – retirar totalmente o que disse. Somente nos crimes a)


calúnia e difamação (art. 143 do CP) b)falso testemunho e falsa perícia (art. 342, § 2°,
do CP)

A ausência injustificada do querelante a qualquer ato do processo a que deva estar


presente configura perempção da ação penal. Consequentemente, a punibilidade do
querelado é extinta.

O crime de sequestro é crime permanente e, por isso, mesmo tendo sido praticado
por pessoa menor de idade este crime permanece em consumação durante todo o
período de permanência, em que a vítima está com sua liberdade privada. Logo, se o
agente completa 18 anos durante a permanência, responde como maior de idade.

Princípio da consunção, conhecido também como Princípio da Absorção, é um


princípio aplicável nos casos em que há uma sucessão de condutas com existência de
um nexo de dependência. De acordo com tal princípio o crime fim absorve o crime
meio. Exemplo: O indivíduo que falsifica identidade para praticar estelionato.

A progressão criminosa é aquela realizada mediante dois atos, dois movimentos, ou


seja, quando o agente inicia um comportamento que configura um crime menos grave,
porém, ainda dentro do mesmo inter criminis, resolve praticar uma infração mais
grave, que pressupõe a primeira.

Crime progressivo é aquele realizado mediante um único ato ou atos que compõem
único contexto. Em outras palavras, ocorre quando o agente, para alcançar um
resultado mais grave, passa por uma conduta inicial que produz um evento menos
grave.

 A diferença básica entre crime progressivo e progressão criminosa se relaciona


diretamente com a questão de dolo. No crime progressivo o agente, desde o
início, tem a intenção de praticar um crime mais grave, mas, para
concretizá-lo, passa pelo menos grave. Na progressão criminosa o agente
inicialmente queria o resultado menos grave, mas, no "meio do caminho"
muda de ideia e passa a querer o resultado mais grave.

Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das


execuções a aplicação de lei mais benigna.

 Compete ao Juiz da execução:

I - Aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo favorecer o
condenado.

A revisão criminal é uma ação autônoma de impugnação de competência originária


dos tribunais. Tem o objetivo de rever decisão condenatória com trânsito em julgado,
em decorrência de algum erro judiciário.

 Quando há mudança na lei, o magistrado não erra, apenas aplicou a pena


cabível ao momento que fora julgado, surgindo lei nova que atenue a pena a
revisão não é cabível pois ele não errou.
Somente será cabível a RC em 04 hipóteses:

 Quando a condenação for contrária a um texto de lei;


 Condenação contrária à evidência dos fatos;
 Condenação fundada em prova falsa;
 Quando houver nova prova da inocência ou que beneficie o condenado de
alguma forma.
 Resumindo: sempre que o magistrado proferir sentença injusta, o remédio
cabível será a Revisão Criminal.

“A ausência de suspensão ou revogação do livramento condicional antes do


término do período de prova enseja a extinção da punibilidade pelo integral
cumprimento da pena.”

O juiz poderá estabelecer condições especiais para a concessão de regime aberto.

 O Magistrado PODE solicitar a realização de exame toxicológico:

Súmula 439 - Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde


que em decisão motivada.

 O Magistrado PODE estabelecer condições especiais previstas em lei:

Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão


motivada.

O Magistrado NÃO PODE incluir nessas condições especiais uma pena RESTRITIVA
DE DIREITOS como o caso da prestação de serviços à comunidade.

 É inadmissível a fixação de pena substitutiva como condição especial ao


regime aberto.

Participação de menor importância e Cooperação dolosamente distinta

 A participação de menor importância é aquela considerada secundária, que,


embora tenha concorrido para o crime, não foi decisiva para a realização dele.
Atualmente é entendida como uma causa de redução de pena, sendo que o
quantum a ser diminuído pode variar de 1/6 a 1/3, na fase de dosimetria da
pena. Para ser considerado PARTICIPAÇÃO, Pedro deveria saber que Paulo
iria praticar Roubo, mas quis participar somente do furto.
 A cooperação dolosamente distinta, prevista no art. 29, §2º, do CP, consiste
na divergência de vontade do partícipe e a conduta realizada pelo autor. Assim,
ocorre um desvio subjetivo, porque o partícipe pretende um crime menos
grave do que aquele que o autor pratica efetivamente. Pena do crime
menos grave.
Trata-se da hipótese de crime continuado qualificado ou específico, cuja
orientação é aumentar a pena de somente um dos crimes se iguais, ou se diferente
e, o mais grave aumentado em até 3 vezes. Deve, entretanto, ser o crime doloso e
praticado contra vítimas diferentes.

São hediondos os seguintes delitos:

 homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de


extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado
 lesão corporal dolosa de natureza gravíssima e lesão corporal seguida de
morte, quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts.1422 e
1444 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência
dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até
terceiro grau, em razão dessa condição;
 latrocínio
 extorsão qualificada pela morte
 extorsão mediante sequestro e na forma qualificada
 estupro
 estupro de vulnerável
 epidemia com resultado morte
 falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins
terapêuticos ou medicinais
 favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de
criança ou adolescente ou de vulnerável
 genocídio

 CALÚNIA - Imputar FATO definido como CRIME (Pedro subtraiu jóias; Pedro
falsificou sua identidade para entrar na boate; Pedro espanca sua esposa
causando-lhe lesões, Pedro proíbe a entrada de índios em seu
estabelecimento)
 DIFAMAÇÃO - Imputar FATO não definido como crime (Pedro traiu sua
namorada com Joana; Pedro joga no bicho, Pedro bebeu até cair)
 INJÚRIA - Imputar uma QUALIDADE negativa, qualidade esta que PODE SER
DERIVADA ou não de conduta criminosa (Pedro é ladrão, Pedro é traficante de
drogas, Pedro é um grande mentiroso e falso, Pedro é estuprador)
"Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o
agente a subtração de bens da vítima"

Subtração (consumada) + morte (consumada) = latrocínio

Subtração (consumada) + morte (não consumada) = roubo

Subtração (não consumada) + morte (consumada) = homicídio.

Concurso de crimes

 Concurso Material= Mais de um crime, mais de uma ação= Somar penas


 Crime continuado= Mesmos crimes, nas mesmas circunstâncias de tempo,
lugar e modo= Uma pena (+1/6 a 2/3)

Concurso Formal (um ato)

 Perfeito ou próprio= um único objetivo= Uma pena (+1/6 a 2/3)


 Imperfeito ou impróprio= Vários objetivos= Somar penas

Lesão foi provocada pela própria vítima, e o direito penal não pune a autolesão.

Corrupção ativa

 Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-


lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício.
 OFERECER ou PROMETER = INICIA COM VOGAL.

Corrupção passiva

 Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que


fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida,
ou aceitar promessa de tal vantagem:
 CORRUPÇÃO PASSIVA = SOLICITAR ou RECEBER = INICIA COM
CONSOANTE.

* Corrupção passiva na modalidade aceitar promessa é crime = FORMAL

* Corrupção passiva na modalidade solicitar é crime = FORMAL

* Corrupção passiva na modalidade receber é crime = MATERIAL

(A) Crime omissivo próprio (ou puro)


No crime omissivo próprio ocorre o descumprimento de norma imperativa, que
determina a atuação do agente. Existe um dever genérico de agir que não é
observado pelo destinatário da norma. Este dever, aliás, é dirigido a todos
indistintamente (dever de solidariedade). A conduta omissiva própria está descrita no
próprio tipo penal incriminador, e, para que se configure, basta a sua desobediência,
sendo, em princípio, irrelevante a ocorrência de resultado naturalístico. É o que
ocorre, por exemplo, com a omissão de socorro (art. 135, parágrafo único, CP)

(B) Crime omissivo impróprio (ou impuro ou espúrio ou comissivo por omissão)

Nos crimes omissivos impróprios não basta a simples abstenção de comportamento.


Adota-se aqui a teoria normativa, em que o não fazer será penalmente relevante
apenas quando o omitente possuir a obrigação de agir para impedir a ocorrência
do resultado (dever jurídico). Mais do que um dever genérico de agir, aqui o
omitetente tem dever jurídico de evitar a produção do evento. Se nos crimes omissivos
próprios a norma mandamental decorre do próprio tipo penal, na omissão imprópria
ela decorre de cláusula geral, prevista no artigo 13, §2°, do Código Penal, dispositivo
que estabelece as hipóteses em que alguém possui o dever jurídico de impedir o
resultado.

Critério da territorialidade -> crime que ocorra em outro país, mas com aplicação da lei
brasileira;

Critério da extraterritorialidade -> lei de outro país aplicada no Brasil

 Quando os navios ou aeronaves brasileiras forem públicos ou estiverem a


serviço do governo brasileiro, quer se encontrem em território nacional ou
estrangeiro, são considerados parte do nosso território;
 Se os navios ou aeronaves forem privados, quando em alto-mar ou espaço
aéreo correspondente, seguem a lei da bandeira que ostentam;
 Quanto aos navios e aeronaves estrangeiros, em território brasileiro, desde que
privados, são considerados parte de nosso território.

Princípio da Especialidade: aplica-se quando uma norma é considerada especial em


relação a outra. Desta forma, havendo lei especial regulando o fato, fica excluída a
aplicação da norma geral.

Princípio da Consunção: incide quando um fato definido por uma norma


incriminadora, sendo mais amplo e mais grave, absorve outros fatos, menos amplos e
menos graves, que funcionam como fase normal de preparação ou de execução ou
como mero exaurimento.

Princípio da Subsidiariedade: incide quando a norma que prevê uma ofensa maior a
determinado bem jurídico exclui a aplicação de outra norma que prevê uma ofensa
menor ao mesmo bem jurídico.

Princípio da Alternatividade: resolve conflitos entre verbos nucleares dos chamados


tipos mistos alternativos, que descrevem crimes de ação múltipla ou de conteúdo
variado. Quando a norma penal prevê várias formas de realização da figura típica,
todas modalidades de um mesmo delito, a realização de um ou de vários verbos
nucleares configura infração penal única.

Diferença entre calúnia e denunciação caluniosa.

 Na calúnia, o agente tem o dolo de imputar a alguém um fato definido como


crime, mesmo sabendo que a vítima não cometeu crime algum, a conduta se
resume a isso.
 Já na denunciação caluniosa, o agente tem a intenção de imputar a alguém
um fato definido como crime, mas não só isso. Também almeja a instauração
de inquérito policial, processo judicial, administrativo ou outro do gênero, contra
a vítima, falsamente acusada de determinado crime de que o autor da
denunciação caluniosa sabe não ter ocorrido, ou pelo menos não tendo a
vítima da denunciação caluniosa como seu autor.

Favorecimento real: o agente possui o interesse no mero auxílio dos criminosos na


ocultação da coisa, mas NÃO HÁ INTERESSE DE LUCRO NO OBJETO DO CRIME.
Ex: Guardo um carro roubado no galpão porque o criminoso é meu amigo, mas não
tenho interesse financeiro algum.

Receptação: o agente POSSUI EXPECTATIVAS DE LUCRO em face do objeto do


crime. Ex: escondi um carro roubado e, com a venda, um porcentual do valor auferido
será repassado a mim.

A lesão corporal leve (art. 129, detenção de 3 meses a 1 ano) é absorvida pelo crime
de abandono de incapaz (art. 133, detenção de 6 meses a 3 anos), por se tratar de
delito de dano mais gravoso, tanto ontologicamente (ser) quanto axiologicamente
(valor).

Em relação ao crime impossível = Teoria objetiva temperada

 Meio ou objeto absolutamente ineficazes


 Meio= Método
 Objeto= Pessoa ou coisa
Crime impossível por ineficácia absoluta do meio

 A palavra “meio” se refere ao meio de execução do crime.


 Dá-se a ineficácia absoluta quando o meio de execução utilizado pelo agente
é, por sua natureza ou essência, incapaz de produzir o resultado, por mais
reiterado que seja seu emprego.
 É o caso daquele que decide matar seu desafeto com uma arma de brinquedo,
ou então com munição de festim.
 Se a ineficácia for relativa, a tentativa estará presente. Exemplo: “A”, desejando
matar seu desafeto, nele efetua disparos de arma. O resultado naturalístico
(morte) somente não se produz porque a vítima trajava um colete de proteção
eficaz.

Crime impossível por impropriedade absoluta do objeto

 Objeto, para o Código Penal, é o objeto material, compreendido como a pessoa


ou a coisa sobre a qual recai a conduta criminosa.
 O objeto material é absolutamente impróprio quando inexistente antes do início
da execução do crime, ou ainda quando, nas circunstâncias em que se
encontra, torna impossível a sua consumação, tal como nas situações em que
se tenta matar pessoa já falecida, ou se procura abortar o feto de mulher que
não está grávida.
 A mera existência do objeto material é suficiente, por si só, para configurar a
tentativa.
 O conatus estará ainda presente no caso de impropriedade relativa do objeto.
Exemplo: o larápio, mediante destreza, coloca a mão no bolso direito da calça
da vítima, com o propósito de furtar o aparelho de telefonia celular. Não obtém
êxito, uma vez que o bem estava no bolso esquerdo.

Há situações em que a omissão se torna relevante a ponto provocar a


responsabilidade penal como se o agente tivesse atuado por ação. Trata- se de crime
OMISSIVO IMPRÓPRIO. Uma das situações de relevância da omissão é aquela em
que o dever de agir incumbe a quem tenha por lei, a obrigação de cuidado, proteção
ou vigilância.

O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem


lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não
teria ocorrido.

A omissão é penalmente relevante quando o comitente devia e podia agir para


evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:

a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;

O crime de sequestro ou cárcere privado é um crime contra a liberdade individual. O


dolo do agente, ao cometê-los, é de privar a vítima de sua liberdade de locomoção,
sem qualquer outra finalidade.
EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO.

O crime de extorsão se consuma quando a vítima é levada a fazer, tolerar algo ou


de deixar de fazer algo, mediante violência ou grave ameaça, ainda que o agente
não venha a obter indevida vantagem econômica.

Trata-se, portanto, de crime formal.

Nesse sentido, a súmula 96 do Superior Tribunal de Justiça: “O crime de extorsão


consuma-se independentemente da obtenção da vantagem indevida”.

Inimputabilidade

Menoridade - biológico

Doença mental - biopsicológico

Embriaguez- psicológico

A Teoria da Imputação Objetiva, aplicada ao caso concreto, estabelece que é


razoável ao indivíduo supor que todos os cidadãos irão acatar os ditames normativos e
portar-se como determinado em lei.

 O princípio da confiança baseia-se na expectativa de que as outras pessoas


ajam de um modo já esperado, ou seja, normal. Consiste, portanto, na
realização da conduta de uma determinada forma na confiança de que o
comportamento do outro agente se dará conforme o que acontece
normalmente.
 Exemplo: o motorista que, conduzindo seu veículo pela preferencial, passa por
um cruzamento, confia que o outro automóvel, que se encontra na via
secundária, aguardará sua passagem. Havendo acidente, não terá o primeiro
agido com culpa.

No caso concreto, temos o clássico pacto de morte. A responsabilidade dos


envolvidos está diretamente relacionada com as condutas praticadas por cada
envolvido e os resultados decorrentes desta conduta.

 Mais especificamente no caso concreto apresentado, José praticou todas as


condutas materiais para que o resultado morte de ambos viesse a ocorrer.
Assim sendo, de acordo com a doutrina e a jurisprudência dominante, José
responderá pelo crime de homicídio. Como a vítima não veio a falecer, teremos
modalidade tentada do crime de homicídio.
 Em relação à Maria, sua conduta será imputada nos termos do art. 122 do CP,
visto que existiu de sua parte conduta consistente em instigar e auxiliar ao
suicídio.

Em regra, toda causa absolutamente independente o agente responde pelo crime


na forma tentada.

Nas causas relativamente independentes preexistentes e concomitantes, o agente


respondera pelo crime consumado. Já na concausa relativamente independente
superveniente, e preciso separar

 Se a concausa por si só produz o resultado (incêndio no hospital) o


resultado sai da linha de desdobramento normal da conduta concorrente,
que não é bastante para produzir o resultado. Assim, o agente responde
pelo crime na forma TENTADA.
 Se a concausa NAO por si só produz o resultado (erro médico, infecção
hospitalar), tem-se que a conduta concorrente (facada) foi idônea para
produzir o resultado, respondendo o agente pelo crime CONSUMADO.

Anistia, graça e indulto: são causas de exclusão da punibilidade.

ANISTIA:

 "esquece a prática do crime".


 Apaga os efeitos penais, mas NÃO apaga os efeitos extrapenais.
 Depende de lei ordinária (passa pelo Congresso Nacional).
 Pode ocorrer durante o processo ou depois da condenação.

GRAÇA:

 "indulto individual".
 apenas parte do cumprimento é extinguida.
 deve ser requerido ao Presidente da República, sendo deferido por meio de
decreto.
 não extingue os efeitos penais e extrapenais. (o sujeito continua reincidente e
deve indenizar a vítima)

INDULTO:

"induto coletivo".

 apenas parte do cumprimento é extinguida


 concedido de ofício pelo Presidente da República, por meio de decreto.
 pode ser delegado (PGR/AGU/MINISTROS DO ESTADO).
 não extingue os efeitos penais e extrapenais. (o sujeito continua reincidente e
deve indenizar a vítima)
 Homicídio mercenário é qualificado pelo motivo torpe
 O crime de infanticídio admite coautoria, pelo fato do elementar se comunicável
aos demais agentes.

Princípio da insignificância/bagatela: lembrar de MARI...Simples assim: MARI!

 M - Mínima ofensividade da conduta;


 A - Ausência de periculosidade da ação;
 R - Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento;
 I - Inexpressiva lesão jurídica.

Código Penal + Lei das Contravenções Penais:

 Crime + Crime: Reincidência.


 Crime + Contravenção: Reincidência.
 Contravenção + Contravenção: Reincidência (Desde que a primeira
contravenção com trânsito em julgado tenha sido cometida no Brasil.)
 Contravenção + Crime: Não caracteriza reincidência.

Importante lembrar: Condenações por crime político ou crime militar próprio não
induzem reincidência.

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A SA F

A - Aberto

SA - Semi aberto

F – Fechado

Favorecimento Pessoal: Torna seguro (esconder) o autor do crime X Favorecimento


Real: Torna seguro (esconder) o produto do crime.
 A PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA é a ANTERIOR ao trânsito em
julgado da sentença penal condenatória. Ou seja, basta pegar a data do crime
e a pena máxima cominada ao delito e olhar no art. 109 do CP em quanto o
crime prescreve. Este é o tipo de prescrição que será alegada na resposta à
acusação.
 A PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE é aquela analisada a cada intervalo de
espaço entre as causas que interrompem a contagem do prazo prescricional.
Ela poderá ser analisada tanto pela pena máxima abstratamente prevista ao
crime.
 A PRESCRIÇÃO RETROATIVA ocorre toda vez que o réu é condenado e
transita em julgado a decisão. A primeira coisa que o judiciário irá olhar é a
pena recebida pelo agente. Em face dessa pena, irá verificar em quanto tempo
o crime prescreveria analisando o art. 109 do CP e começa a olhar o processo
de novo, desde o dia do fato, em cada intervalo prescricional do processo. Com
a mudança do código e o surgimento da Lei 12.234/10, a prescrição retroativa
é verificada a partir da denúncia, não mais do cometimento do delito. Assim,
pode-se dizer que a PR é a PI analisada com base na pena em concreto
 Na PRESCRIÇÃO SUPERVENIENTE, os tribunais analisando os recursos
podem reconhecer a prescrição antes do trânsito em julgado, quando não
existir recurso da acusação, já que a pena não pode ser aumentada. A
prescrição superveniente nada mais é do que uma análise antecipada da
prescrição retroativa, analisada entre a data da sentença e antes do trânsito
em julgado da decisão, não inserindo o nome do agente no rol dos culpados,
justamente por não haver o trânsito em julgado da sentença. Aqui nos é
apresentado uma questão de economia processual
 A PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA, por sua vez, somente
ocorrerá no caso de já ter ocorrido o trânsito em julgado da sentença penal
condenatória, razão pela qual na resposta à acusação NÃO precisa se
preocupar com este tipo de prescrição, pois não será o momento oportuno para
alegá-la.

É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva, com


fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do
processo penal.

Nise está em gozo de suspensão condicional da execução da pena. Durante o


período de prova do referido benefício, Nise passou a figurar como indiciada em
inquérito policial (NÃO AÇÃO PENAL) em que se apurava eventual prática de tráfico
de entorpecentes. (CRIME) Ao saber de tal fato, o magistrado responsável decidiu por
bem prorrogar o período de prova. Atento ao caso narrado e consoante legislação
pátria, é correto afirmar que não está correta a decisão de prorrogação do período de
prova. É simples, para prorrogar o período da prova ele deve estar sendo
PROCESSADO, não bastando o inquérito policial!

 Prorrogação do período de prova § 2º - Se o beneficiário está sendo


processado por outro crime ou contravenção, considera-se prorrogado o prazo
da suspensão até o julgamento definitivo. INQUÉRITO NÃO É PROCESSO, E
SIM INVESTIGAÇÕES POLICIAIS.
 Suspensão Condicional da Pena (SURSIS) o benefício concedido ao
sentenciado, no qual, mediante o cumprimento de algumas condições, tem-se
a execução de sua pena suspensa pelo período de 02 (dois) a 04 (quatro)
anos. Após a condenação e antes da execução da pena. Tem condão de
política criminal, pois visa evitar o encarceramento em crimes menores (inferior
ou igual a 2 anos com suspensão da pena de 2 a 4 anos. Não reincidência em
crime doloso; não cabimento de substituição do Art. 44 CP (Somente cabível
em Pena Privativa de Liberdade); Circunstâncias favoráveis. Atenção: A
condenação anterior a pena de MULTA não impede a concessão do benefício!
O período de prova é estabelecido pelo Juiz nos casos de Suspensão
Condicional do Processo (artigo 89 do CPP), podendo ser estabelecido de 02 a
04 anos. Durante esse período, o indiciado fica obrigado a comparecer pessoal
e mensalmente ao Cartório da Vara para assinar o livro comprovando que se
encontra na Comarca onde reside e justificar suas atividades, se, por alguma
razão, não puder fazê-lo, deve informar a razão justificando-a. O cumprimento
de todas as exigências pelo período de prova determinado livra o réu de uma
condenação e o seu nome sequer irá para o Rol dos culpados, ficando,
portanto, extinta a punibilidade. Ressalte-se que o não cumprimento dessas
exigências REVOGA o benefício e o Processo correrá normalmente, podendo
resultar numa condenação.

Sobre roubo de uso, há duas posições doutrinárias.

1ª Posição - Há crime de roubo. Roubo é crime complexo e há outro (ou outros) bem
jurídico protegido (integridade física ou liberdade individual), já ofendido na ocasião da
subtração do bem. É a posição que adotamos.

2ª Posição - Não há crime de roubo. Responde somente pelo constrangimento ilegal.


Rogério Greco adota esse entendimento.

Breve explicação sobre tipicidade:


Tipicidade formal: é o mero enquadramento da conduta do agente ao tipo
incriminador.

Tipicidade material: é a relevância da lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico


protegido. Se a conduta não gerar uma relevante significante lesão ou perigo, não há
tipicidade material.

Obs.: Somente há tipicidade se a conduta se ajusta ao tipo penal (tipicidade formal) e


causa uma relevante significante lesão ao bem jurídico (tipicidade material). Ex.: furto
– o indivíduo subtrai um chiclete de R$0,10 de um hipermercado. Há no caso
tipicidade formal (a conduta do ladrão se encaixa perfeitamente no tipo penal do art.
155, CP), mas não há tipicidade material (pois R$0,10 não é uma lesão relevante
significante ao patrimônio do hipermercado).

Princípio da Insignificância ou bagatela = exclui a tipicidade material da conduta e,


portanto, o fato é atípico. O exemplo acima está ligado ao Princípio da Bagatela.

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