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Questao 1

O código penal em seu artigo 23 trás a figura das excludentes, vejamos:

Art. 23 – Não há crime quando o agente pratica o fato:

I – Em estado de necessidade; 

II – Em legítima defesa; 

III – Em estrito cumprimento legal de dever ou no exercício regular de direito. 

E logo em seguida em seu artigo 24 e seguintes ele define o que seja cada
uma das excludentes

Art. 24 – Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para


salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro
modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não
era razoável exigir-se.

Art. 25 – Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos


meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou
de outrem. 

E por ultimo. Estrito cumprimento do dever legal apontado no artigo 23 que


corresponde a toda e qualquer obrigação direta ou indiretamente derivada de
lei.

O caso de Maria não se encaixa em nenhuma das opções de excludente de


ilicitude, por tanto, Maria não será insenta de pena por nenhuma das
excludentes do artigo 23 do CP.

Questão 2

O nexo causal é o vinculo entre a conduta do agente e o resultado produzido


por essa conduta e tem previsão no artigo 13 do CP.

Concausa é outra causa que se juntada à principal, concorre para o resultado,


ela não inicia e nem interrompe o nexo, apenas o reforça, elas modificam o
curso natural do resultado. Ou seja, são fatores externos à vontade do agente,
mas que se unem a sua conduta.

Existem duas causas: a do agente e esses fatores que com a dele convergem.
Deste modo, em relação a tais fatores, pode-se afirmar que existem duas
modalidades de causas: as dependentes e as independentes.

As absolutamente independentes não possuem qualquer vínculo com a


conduta do agente, ou seja, possuem uma origem totalmente divorciada da
conduta delitiva e ocorreriam ainda que o agente jamais tivesse agido.

No caso de Maria, esta responderá por homicídio tentado, uma vez que trata-
se de uma causa superveniente relativamente independente, pois decorrente
da conduta de Maria, murros e pancadas, foi que João a caminho do hospital
tomou um comprimido de ecstasy pensando ser analgésico, visando aliviar as
dores que estava sentindo e acabou falecendo por conta da ingestão de droga.

Questao 3

A excludente de culpabilidade serve para afastar ou excluir o crime


praticado por um agente, ou seja, houve um ato ilícito e tipificado no CP
mais o agente não será responsabilizado por tal crime.

O código penal trás em seus artigos 21, 22, 26,27 e 28 algumas causas
de excludentes de culpabilidade, vejamos:

Erro sobre a ilicitude do fato 

Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do


fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a
um terço.

Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite


sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas
circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. 
Obs: Para que se faça tal afirmação, deve-se considerar a cultura, o
conhecimento, a classe social, a ocupação e vários outros fatores do sujeito,
além de também se levar em consideração que tipo de crime foi cometido.

 Coação irresistível e obediência hierárquica 

Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência


a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o
autor da coação ou da ordem.

  Inimputáveis

Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou


desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da
omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.

O artigo 26 do Código Penal define que pessoas que sofram de alguma doença
mental ou tenham o desenvolvimento mental incompleto não possam ser
imputadas.

 Menores de dezoito anos

Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis,


ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial.

Isso não quer dizer que o mesmo esteja isento de penalidade, mas poderá ser
submetido a outras penas, contidas em legislação específica.

Embriaguez involuntária

Art. 28,   § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa,
proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da
omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.

Após a definição das excludentes de culpabilidade, é correto afirmar que


nenhuma das excludentes de culpabilidade se encaixa no caso de Maria.
Atividade 4

O erro de tipo divide-se em Erro de tipo essencial e Erro de tipo acidental. O


primeiro pode ou não excluir o dolo e a culpa, depende se o fato era evitável ou
não. O segundo não exclui o dolo, e divide-se em erro sobre o objeto, erro
sobre a pessoa, erros na execução (aberratio ictus e aberratio criminis) e erro
sobre o nexo causal (aberratio causae e dolo geral).

Erro de tipo Essencial - é aquele que impede o agente de compreender o


caráter criminoso do fato. Ele se apresenta de duas maneiras:
 Invencível, inevitável, desculpável ou escusável (olha a confusão de
termos!): aquele que não poderia ser evitado, nem mesmo com
emprego de uma diligência mediana;
 Vencível, evitável, indesculpável ou inescusável: aquele que poderia
ter sido evitado, se o agente empregasse mediana prudência.

Erro de Tipo Acidental - É o erro que incide sobre dados irrelevantes da figura
típica. Sobre as características deste tipo de erro, Capez é contundente:
Não impede a apreciação do caráter criminoso do fato. O agente sabe
perfeitamente que está cometendo um crime. Por essa razão, é um erro que
não traz qualquer consequência jurídica: o agente responde pelo crime como
se não houvesse erro.
O Erro de Tipo acidental se divide em duas especies:
 Erro sobre o Objeto - Objeto material de um crime é a pessoa ou a
coisa sobre a qual recai a conduta. O erro sobre o objeto é
juridicamente irrelevante, pouco importa que o agente queira roubar
um celular e roube uma carteira, que queira furtar um relógio de ouro e
furte um de latão pintado.
 Erro sobre a Pessoa - O agente pensa estar matando uma pessoa
quando está matando outra. Supondo estar ferindo seu desafeto, o
agente fere o gêmeo de seu desafeto. Para o direito pouco importa que
o agente tenha errado, importa o atentado ao bem jurídico tutelado.
 Erro na Execução/ aberratio ictus - O agente ao tentar matar uma
pessoa, por erro na execução atinge outra matando-a. Responde
independente do erro, pelo crime consumado.
 Resultado Adverso do Pretendido - O agente pretende estilhaçar com
uma pedra a vidraça de sua vizinha que lhe incomoda, mas instantes
antes da pedra atingir a vidraça, a vizinha aparece para abrir a vidraça
e é atingida pela pedra em sua cabeça e morre. Neste caso ocorreu um
resultado adverso do pretendido, pois o agente pretendia causar dano
material e acabou causando um homicídio. Como não houve intenção o
agente responde por homicídio culposo, uma vez que não se constate
a vontade do agente.

João Incorreu no erro do tipo Acidental sobre o objeto, quando ingeriu


o ecstasy pensando ser um remédio para a dores que sentia.

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