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Direito Penal
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Revisão Turbo | 37º Exame de Ordem
Direito Penal
Queridos alunos,
Com carinho,
Equipe Ceisc ♥
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Direito Penal
. Crimes Omissivos
Exemplo:
Art. 135 do CP. Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal,
à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em
grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública.
Art. 13, § 2º, do Código Penal. A omissão é penalmente relevante quando o omitente
devia e podia agir para evitar o resultado.
Relevância da omissão
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar
o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
• Lei
• Garantidor
• Quem criou o risco
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a) Crimes culposos
No crime culposo, o agente não deseja nem assume o risco na produção do resultado. O
resultado, pois, é involuntário. Na tentativa, o agente deseja ou assume o risco na produção do
resultado, que, no entanto, não ocorre por circunstâncias alheias à sua vontade. Logo, verifica-
se a absoluta incompatibilidade entre o crime culposo e a tentativa.
b) Crimes preterdolosos
Nos crimes preterdolosos, a conduta é desenvolvida de forma dolosa, mas o resultado
agravador é culposo. Assim, como no crime preterdoloso o resultado agravador não é desejado
pelo agente, não há falar em tentativa, que pressupõe a não consumação do delito por
circunstâncias alheias à sua vontade.
c) Contravenções penais
Nos termos do art. 4º do Decreto-lei no 3.688/1941, “não é punível a tentativa de
contravenção”.
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e) Crimes unissubsistentes
Os crimes unissubsistentes ou de ato único não admitem tentativa, diante da
impossibilidade de fracionamento dos atos de execução. Ou seja, não é possível dar início à
execução do delito e não atingir a consumação por circunstâncias alheias à vontade do agente.
3.3 Efeitos
• Jamais o sujeito responderá por tentativa;
• Responde pelos atos até então praticados;
• Se não for eficaz o arrependimento, ou seja, se o resultado se produzir, o sujeito
responderá pelo delito na modalidade consumada.
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. Arrependimento posterior
Art. 16 do Código Penal. Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à
pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da
queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
4.1 Requisitos
5. Crime Impossível
Art. 17 do Código Penal. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio
ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
Instrumento
Modo de execução
Crime impossível
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Art. 20 do Código Penal. O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui
o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
• Trata-se de erro sobre o elemento constitutivo do tipo, ou seja, sobre as expressões que
contam no tipo penal;
• O sujeito pratica a conduta sem saber que está praticando um crime, sob uma falsa
percepção da realidade.
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6.1.1 Efeitos
* Para todos verem: esquema
• Casos em que uma pessoa mais cautelosa • Casos em que qualquer pessoa também
não erraria; erraria;
• Exclui o dolo e responde pela culpa, se • Exclui o dolo e a culpa e o fato é atípico.
previsto em lei.
Erro sobre a
Erro de proibição
ilicitudade do fato
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6.2.1. Efeitos
* Para todos verem: esquema
Evitável Inevitável
Art. 20, § 3º, do Código Penal. O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado
não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima,
senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.
Pretende atingir
Erro na Atinge pessoa
determinada
identificação diversa
pessoa
Art. 73 do Código Penal. Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução,
o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa,
responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no
§ 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente
pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.
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Art. 74 do Código Penal. Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro
na execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por
culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido,
aplica-se a regra do art. 70 deste Código.
• Responde pelo resultado que produziu na modalidade culposa, desde que tenha previsão
legal;
• Se houver resultado duplo, ou seja, atinge a pessoa pretendida e outra pessoa, incide o
concurso formal de crimes.
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Obediência hierárquica
•Figura do superior hierárquico que, por meio de uma ordem não
manifestamente ilegal, faz com que o subordinado pratique um fato
típico e ilícito;
•O subordinado será isento de pena e somente o superior hierárquico
responderá pelo delito.
9. Excludentes de Ilicitude
Fato
Ilícito Culpável Crime
típico
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Estado de
necessidade
Legítima defesa
Exclusão da
ilicitude
Art. 23 do CP
Estrito cumprimento
de um dever legal
Exercício regular de
um direito
- Ação humana
Se salvar de - Evento da
Fato típico situação de natureza
perigo - Comportamento
animal
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• Quem, por sua vontade, provocou a situação de perigo, não poderá alegar estado de
necessidade.
• A conduta tem que ser inevitável para cessar o perigo. Se existir outro modo menos
lesivo de evitar o perigo, não poderá alegar estado de necessidade.
• Critério de proporcionalidade: O bem protegido deve ser de igual ou maior valor que o
bem sacrificado.
• Aquele que tem o dever legal de enfrentar o perigo, não poderá alegar estado de
necessidade.
Repelir uma
Atual ou
Fato típico injusta
iminente
agressão
Critério de proporcionalidade:
• Meio necessário e suficiente para fazer cessar a agressão;
• Uso moderado desse meio.
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Estrito cumprimento de um
Exercício regular de um direito
dever legal
Art. 26 do Código Penal. É isento de pena o agente que, por doença mental ou
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo
com esse entendimento.
Internação
Medida de
segurança
Tratamento ambulatorial
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Art. 97 do Código Penal. Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação
(art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz
submetê-lo a tratamento ambulatorial.
• O tempo de duração da medida de segurança será a pena máxima cominada ao delito,
segundo se extrai da Súmula 527 STJ.
Art. 28, § 1º, do Código Penal. É isento de pena o agente que, por embriaguez completa,
proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo
com esse entendimento.
Art. 29 do Código Penal. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas
penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
(...)
12.1 Conceito
• Duas ou mais pessoas contribuem para prática de um crime.
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Autor Partícipe
•Quem executa a ação descrita no verbo •Quem contribui de qualquer modo para a
nuclear do tipo. prática delituosa, sem executar a ação
descrita no verbo nuclear do tipo.
•Induz, instiga ou auxilia o autor.
•É acessória a conduta do autor - o autor
precisa, ao menos, tentar praticar o
delito.
Pluralidade de condutas
Identidade de infrações
• Teoria monista - Todos respondem pelas penas cominadas ao delito
12.3 Punibilidade
Art. 29 do Código Penal. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas
penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
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Art. 29, § 1º, do Código Penal. Se a participação for de menor importância, a pena
pode ser diminuída de um sexto a um terço.
Art. 29, § 2º, do Código Penal. Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos
grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.
12.7 Participação
• Deve ser antes ou durante a execução do delito;
• Se a participação for posterior, pode responder por outro delito (ex: favorecimento real).
Art. 33 do Código Penal. A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado,
semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo
necessidade de transferência a regime fechado.
§ 1º - Considera-se:
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou
média;
b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou
estabelecimento similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento
adequado.
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva,
segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as
hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime
fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda
a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá,
desde o início, cumpri-la em regime aberto.
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Nos termos do art. 33, caput, do CP, nos crimes apenados com reclusão, o juiz poderá
fixar o regime inicial fechado, semiaberto ou aberto. Aos crimes apenados com detenção, o juiz
poderá fixar o regime inicial semiaberto ou aberto.
Logo, nos crimes apenados com detenção, não é possível ao juiz fixar o regime inicial
fechado, podendo, no entanto, haver regressão para o regime fechado, no caso, por exemplo,
de falta grave.
O início do cumprimento da pena para os crimes apenados com reclusão dar-se-á da
seguinte forma, nos termos do art. 33, § 2º, do CP:
a) o condenado a pena superior a oito anos deverá começar a cumprir a pena privativa de
liberdade no regime fechado;
b) o primário, cuja pena seja superior a quatro anos e não exceda a oito, poderá, desde o
princípio, cumpri-la em regime semiaberto;
c) o primário, cuja pena seja igual ou inferior a quatro anos, poderá, desde o início, cumpri-
la em regime aberto.
Súm. 269 do STJ: É admissível a adoção do regime prisional semi-aberto aos reincidentes
condenados à pena igual ou inferior a 4 anos se favoráveis as circunstâncias judiciais.
Nos crimes apenados com detenção, os critérios para a definição do regime inicial são os
seguintes:
a) se a pena for superior a quatro anos, o juiz fixará o regime inicial semiaberto;
b) se a pena for igual ou inferior a quatro anos, o regime inicial será o aberto;
c) se o condenado for reincidente, o regime inicial será o semiaberto, independentemente
da quantidade da pena.
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14.1. Conceito
São penas alternativas às privativas de liberdade, expressamente previstas em lei, com a
finalidade de evitar o encarceramento de determinados criminosos, autores de infrações penais
consideradas mais leves, provocando-lhes a recuperação por meio de restrições a certos
direitos.
Nos termos do art. 43 do CP, as penas restritivas de direitos são:
a) prestação pecuniária;
b) perda de bens e valores;
c) prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas;
d) interdição temporária de direitos; e) limitação de fim de semana.
As penas restritivas de direitos são substitutivas, uma vez que o juiz, depois de fixar a
pena privativa de liberdade, verificando a presença dos requisitos, efetua a substituição por uma
ou mais penas restritivas de direitos, conforme o caso. Isso porque não há, no preceito
secundário dos tipos penais incriminadores, previsão direta de pena restritiva de direitos, mas
tão somente pena privativa de liberdade.
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14.2. Requisitos
a) Quantidade da pena aplicada
• O legislador estabeleceu como parâmetro para a concessão da pena restritiva de direitos
a pena aplicada na sentença, independentemente da pena abstratamente cominada no
preceito secundário do tipo penal.
• Nos crimes dolosos, praticados sem violência ou grave ameaça, apenados com reclusão
ou detenção, o limite estabelecido pelo legislador é de 4 (quatro) anos.
• Tratando-se de concurso de crimes, deve-se levar em conta o total da pena imposta, por
conta da aplicação das regras do cúmulo material ou exasperação da pena. Dessa forma,
se aplicadas as regras do concurso material, concurso formal e crime continuado, e o total
da pena privativa de liberdade efetivamente imposta não exceder a 4 (quatro) anos, será
possível a substituição por pena alternativa.
• No caso de condenação por crime culposo, a substituição será possível,
independentemente da quantidade da pena imposta, não existindo tal requisito, ainda que
resulte violência contra a pessoa, por exemplo, no homicídio culposo do Código Penal
(art. 121, § 3º) e no homicídio culposo na condução de veículo automotor (art. 302 do
CTB).
Ainda que o réu seja reincidente em crime doloso, o Código Penal, no seu art. 44, § 3o,
prevê uma exceção. Se, em face de condenação anterior, a medida for socialmente
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Multa
Art. 49 do CP. A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia
fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo,
de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa.
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do
maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes
esse salário.
§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção
monetária.
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15.1 Conceito
Trata-se de uma sanção penal, de natureza patrimonial, consistente no pagamento de
determinada quantia em pecúnia, previamente fixada em lei, em favor do Fundo Penitenciário
Nacional.
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16.1 Introdução
Da leitura do art. 68 do CP verifica-se que, em relação à pena privativa de liberdade, a
legislação penal adotou o critério trifásico, segundo o qual se deve encontrar a pena-base
atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida, serão consideradas as
circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento.
Em relação à pena de multa, convém repetir, o Código Penal adotou o sistema bifásico,
conforme se extrai do art. 49 do CP.
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cominada ao delito. Assim, por exemplo, em relação ao crime de furto simples (art. 155, caput,
do CP), o juiz somente poderá fixar a pena-base: dentro do limite de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
De todo modo, se todas as circunstâncias judiciais do art. 59 do CP forem favoráveis ao
réu, a pena-base, como regra óbvia, deverá ser fixada no mínimo legal. Se alguma circunstância
judicial for desfavorável ao réu, o juiz está autorizado a fixar a pena-base acima do mínimo legal.
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Art. 63 do CP. Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de
transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por
crime anterior.
Art. 64 do CP. Para efeito de reincidência:
I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da
pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos,
computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer
revogação;
II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos.
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17.1 Conceito
A reincidência pressupõe uma sentença condenatória transitada em julgado por prática
de crime. Há reincidência somente quando o novo crime for cometido após a sentença
condenatória de que não cabe mais recurso. É o que se extrai do art. 63 do CP.
Ex.: o agente pratica um crime, sendo processado e condenado. Não recorre, vindo a
sentença transitar em julgado. Meses depois, vem a praticar novo crime. É considerado
reincidente, uma vez que cometeu novo delito após o trânsito em julgado de sentença que o
condenou por prática de crime.
Se o agente praticar o novo crime exatamente no dia em que transitar em julgado a
sentença penal condenatória pelo crime anterior, não incide a agravante da reincidência, pois a
lei é expressa ao mencionar que o novo crime deve ser praticado “depois” do trânsito em julgado.
No dia do trânsito, portanto, não se encaixa na hipótese legal.
Além disso, complementando os pressupostos da reincidência, o art. 7º da Lei de
Contravenções Penais (Decreto-lei no 3.688/1941) dispõe que: “verifica-se a reincidência
quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em julgado a sentença que o tenha
condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de
contravenção”.
Assim, podem ocorrer várias hipóteses:
a) o agente, condenado irrecorrivelmente pela prática de um crime, vem a cometer
outro delito: é reincidente (art. 63 do CP);
b) o agente pratica um crime; condenado irrecorrivelmente, vem a cometer uma
contravenção: é reincidente (art. 7º da LCP);
c) o sujeito pratica uma contravenção, vindo a ser condenado por sentença transitada
em julgado; comete outra contravenção: é considerado reincidente (art. 7º da LCP);
d) o sujeito comete uma contravenção; é condenado por sentença irrecorrível; pratica
um crime: não é reincidente (art. 63 do CP).
Informativo 636 STF: Condenações anteriores pelo delito do art. 28 da Lei no 11.343/2006
não são aptas a gerar reincidência.
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Pluralidade de crimes
Pluralidade de
Concurso material condutas
Sistema de cúmula
material (penas
somadas)
Concurso de crimes
Pluralidade de crimes
Pena depende se
perfeito ou imperfeito
Pluralidade de crimes
Pluralidade de
condutas
Exasperação da pena
Art. 69 do Código Penal. Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão,
pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas
privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas
de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela.
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Ocorre o concurso material, também chamado de real, quando o agente, mediante mais
de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não (art. 69, caput, do CP).
Há, pois, pluralidade de condutas e pluralidade de resultados.
Na hipótese de crimes conexos apurados na mesma ação penal, a soma das penas, pelo
concurso material, será realizada na própria sentença, após a adoção do critério trifásico para
cada um dos delitos. Ex.: o agente pratica o crime de estupro (art. 213 do CP) e, para assegurar
a sua impunidade, mata, na sequência, a vítima (art. 121, § 2º, V, do CP). Imaginemos que o juiz
fixe, em relação ao delito de estupro, a pena de 8 (oito) anos; e em relação ao crime de homicídio
qualificado, a pena de 20 (vinte) anos. Ao final, verificando-se tratar de concurso material de
crimes, o Magistrado aplicará o sistema do cúmulo material, somando as penas, alcançando a
pena definitiva de 28 anos.
Art. 70 do Código Penal. Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica
dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicasse-lhe a mais grave das penas cabíveis ou,
se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até
metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é
dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto
no artigo anterior.
18.2.1 Conceito
Ocorre o concurso formal (ou ideal) quando o agente, mediante uma só ação ou omissão,
praticar dois ou mais crimes (art. 70, caput, do CP). Há unidade de conduta e pluralidade de
crimes.
A unidade de conduta concretiza-se quando os atos são realizados no mesmo contexto
espacial e temporal, não exigindo, necessariamente, ato único. De fato, pode haver unidade de
conduta mesmo quando fracionada em vários atos, por exemplo, agente que subtrai objetos
pertencentes a pessoas distintas, no mesmo contexto fático.
O Superior Tribunal de Justiça tem entendido que, praticado o crime de roubo em um
mesmo contexto fático, mediante uma só ação, contra vítimas diferentes, tem-se configurado o
concurso formal de crimes.
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Art. 71 do Código Penal - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão,
pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar,
maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como
continuação do primeiro, aplicasse-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a
mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.
18.3.1 Conceito
Ocorre o crime continuado quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão,
pratica dois ou mais crimes da mesma espécie, devendo os subsequentes, pelas condições de
tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, ser havidos como continuação do
primeiro.
18.3.2 Requisitos
Para a incidência das regras do crime continuado é preciso verificar a presença de
requisitos dispostos no art. 71 do CP, consistentes: a) na pluralidade de condutas; b) na
pluralidade de crimes da mesma espécie; c) nas mesmas condições de tempo, lugar, maneira
de execução e outras semelhantes.
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Qualquer
Sujeito ativo
pessoa
Crime bicomum
Qualquer
Sujeito Passivo
pessoa
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• Crime Comissivo:
Normalmente é um crime comissivo, pois exige que o agente atue de forma positiva, mas
nada impede o reconhecimento da omissão imprópria, nos termos do artigo 13, parágrafo 2º do
CP.
• Crime material:
Somente se consuma com a produção de um resultado naturalístico, qual seja, a morte
da vítima (cessação da atividade encefálica).
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• Feminicídio:
A partir da edição da Lei nº 13.104/2015, o crime de homicídio passou a ser qualificado
também se praticado contra a mulher por razões da condição de sexo feminino.
Nos termos do artigo 121, parágrafo 2º-A, o legislador considera que há razões de
condição de sexo feminino quando o crime envolve:
Para o STJ a qualificadora do feminicídio pode ser cumulada com o motivo torpe ou fútil
sem que haja bis in idem.
I - 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é pessoa com deficiência ou com doença que
implique o aumento de sua vulnerabilidade;
II - 2/3 (dois terços) se o autor é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge,
companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro
título tiver autoridade sobre ela.
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OBSERVAÇÃO ESPECIAL:
Se o ato de destruição é praticado pelo próprio agente haverá o crime de homicídio. Da
mesma forma se não houver voluntariedade (vítima induzida a erro ou obrigada a se matar)
haverá o crime de homicídio.
1.1.2.2 Automutilação
A autolesão não é punida. O que constitui crime é a conduta de induzir, instigar ou auxiliar
a vítima a se automutilar, ou seja, de causar lesões em si própria.
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B) Se a vítima é menor
Em segundo lugar, a pena é majorada quando a vítima é menor. Qual a idade para efeito
da majorante?
• Se a vítima é maior de 18 anos, aplica-se o “caput” do artigo 122.
• Se a vítima é menor de 14 anos, há crime de HOMICÍDIO.
• A MAJORANTE SÓ É APLICÁVEL QUANDO A VÍTIMA TEM IDADE ENTRE 14
E 18 ANOS.
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Se uma delas ministrar diretamente o veneno na outra, a que sobreviver responderá por
homicídio.
Em síntese, os atos executórios contra a própria vida devem partir exclusivamente da
vítima.
1.1.3 Infanticídio
Art. 123 do Código Penal - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho,
durante o parto ou logo após.
Pena - detenção, de dois a seis anos.
Sujeito
Próprio filho
passivo:
Influência do
Elemento
estado puerperal
subjetivo:
(perícia)
• Marco inicial: início do parto (eliminação da vida humana após o início do parto).
• Antes do início do parto: aborto.
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2. Lesão Corporal
Na lesão corporal o agente atua com animus laedendi, ou seja, age com a intenção de
produzir uma lesão corporal na vítima. Assim sendo, o agente não tem intenção de matar nem
assume o risco de produzir o resultado morte, pois, em tal caso, responderia pelo crime de
homicídio.
A lesão corporal dolosa, regra geral, varia de acordo com o grau da lesão corporal,
podendo ser simples (exclusão), grave (parágrafo 1º), gravíssima (parágrafo 2º) ou seguida de
morte (parágrafo 3º).
Cumpre ressaltar que tais resultados podem ser obtidos a título de dolo ou de culpa,
com a exceção do perigo de vida que somente admite a culpa.
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V - aborto:
Cumpre ressaltar que tais resultados podem ser obtidos a título de dolo ou de culpa,
com a exceção do aborto que somente admite a culpa.
A lesão corporal seguida de morte possui natureza preterdolosa, ou seja, deve o agente
agir com dolo em relação à conduta inicial (lesão corporal) e culpa em relação ao resultado morte.
Trata-se de crime expressamente subsidiário, somente podendo ser reconhecido na
impossibilidade do homicídio (se o agente agiu com dolo direto ou dolo eventual em relação ao
resultado morte).
§13º Se a lesão for praticada contra a mulher, por razões da condição do sexo feminino, nos termos
do § 2º-A do art. 121 deste Código: (Incluído pela Lei nº 14.188, de 2021)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro anos). (Incluído pela Lei nº 14.188, de 2021)
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Direito Penal
Reputação
Calúnia e
Honra objetiva social do
difamação
indivíduo
Bem jurídico:
honra
Imagem pessoal
Honra subjetiva perante ele Injúria
mesmo
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Direito Penal
Art. 141 do Código Penal. As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço,
se qualquer dos crimes é cometido.
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;
II - contra funcionário público, em razão de suas funções, ou contra os Presidentes do Senado
Federal, da Câmara dos Deputados ou do Supremo Tribunal Federal;
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da
difamação ou dainjúria.
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso
de injúria.
3.3 Retratação
Art. 143 do Código Penal. O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da
calúnia ou da difamação,fica isento de pena.
Parágrafo único - Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a
difamação utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assimdesejar
o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa.
Art. 145 do Código Penal. Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede
mediante queixa, salvo quando,no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
Parágrafo único - Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do
inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso
do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3º do art. 140 deste Código.
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Direito Penal
4.1 Furto
• Ação nuclear é subtrair, que significa tirar, retirar de outrem bem móvel, sem a sua
permissão com o fim de assenhoramento definitivo. A substração implica sempre a
retirada do bem sem o consentimento do possuidor ou proprietário.
• Agente não tem a posse anterior do bem e inverte a posse.
• É indispensável que o agente tenha a intenção de possuir a coisa alheia móvel,
submetendo-a ao seu poder, isto é, de não devolver o bem, de forma alguma. É o
chamado animus rem sibii habendi.
• Assim, se ele o subtrai apenas para uso transitório e depois o devolve no mesmo
estado, não haverá a configuração do tipo penal. Cuida-se na hipótese de mero furto de
uso, que não constitui crime, pela ausência do ânimo de assenhoramento definitivo do
bem.
• Se o sujeito restituir o objeto subtraído até o recebimento da denúncia, pode incidir o
instituto do arrependimento posterior, previsto no artigo 16 do Código Penal, que constitui
causa de diminuição da pena. Em outras palavras, o agente será processado pelo delito,
mas, se condenado, poderá ter a pena reduzida de 1/3 a 2/3.
• Não existe na modalidade culposa.
• Para os nossos Tribunais Superiores (STF/STJ), para o furto atingir a consumação
basta a subtração da coisa, ou seja, a inversão da posse, ainda que por curto espaço de
tempo e em seguida a perseguição do agente, sendo prescindível a posse mansa e
pacífica ou desvigiada. Neste sentido temos a súmula 582 do STJ (referente ao roubo
mas aplicável por analogia ao crime de furto), o RESP 1524450/RJ, o AgRg no ARESP
1.546.170/SO de 26/11/2019 do STJ e o HC 135674 de 27/09/2016 da 2° turma do STF.
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RETIRA DA
CONSUMAÇÃO INVERSÃO DA POSSE DISPONIBILIDADE
VÍTIMA
Art. 155 do Código Penal. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir
a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente
a pena de multa.
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor
econômico.
Furto qualificado
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver emprego de
explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum.
§ 4º-B. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se o furto mediante
fraude é cometido por meio de dispositivo eletrônico ou informático, conectado ou não à
rede de computadores, com ou sem a violação de mecanismo de segurança ou a utilização
de programa malicioso, ou por qualquer outro meio fraudulento análogo. (Incluído pela
Lei nº 14.155, de 2021)
§ 4º-C. A pena prevista no § 4º-B deste artigo, considerada a relevância do resultado
gravoso: (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
I – aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado mediante a
utilização de servidor mantido fora do território nacional; (Incluído pela Lei nº 14.155, de
2021)
II – aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime é praticado contra idoso ou
vulnerável. (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor
que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.
§ 6º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de semovente
domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração.
§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a subtração for de
substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua
fabricação, montagem ou emprego.
Art. 168 do Código Penal. Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a
detenção.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Aumento de pena
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depositário judicial;
III - em razão de ofício, emprego ou profissão.
POSSE DO
OBJETO É
DESVIGIADA
APROPRIAÇÃO
POSSE
INDÉBITA
APROPRIAR-SE
DE OBJETO
AMBOS
DETENÇÃO INICIAMENTE
LÍCITOS
• Ocorre quando o sujeito realiza ato demonstrativo de que inverteu o título da posse,
como a venda, doação, consumo, penhor, ocultação, etc.
• Neste caso, o sujeito afirma claramente ao ofendido que não irá devolver o objeto
material.
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4.3 Roubo
Art. 157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade
de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência
contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção
da coisa para si ou para terceiro.
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:
I – (revogado);
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal
circunstância.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro
Estado ou para o exterior;
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou
isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego.
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca;
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de
artefato análogo que cause perigo comum.
§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso
restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo.
§ 3º Se da violência resulta:
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa;
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.
Redução capacidade
Violência Grave ameaça
resistência
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b) Grave ameaça
Ameaça grave (violência moral) é aquela capaz de atemorizar a vítima, viciando sua
vontade e impossibilitando sua capacidade de resistência. A grave ameaça objetiva criar na
vítima o fundado receio de iminente e grave mal, físico ou moral, tanto a si quanto as pessoas
que lhes são caras. É irrelevante a justiça ou injustiça do mal ameaçado, na medida em que,
utilizada para a prática de crime, torna-se antijurídica.
O destinatário da violência ou grave ameaça não precisa ser o mesmo que irá sofrer a diminuição
patrimonial. Exemplo: Agente que emprega violência contra o gerente de estabelecimento comercial
para subtrair os bens da loja em questão. Haverá um crime de roubo e não concurso de crimes.
b) Roubo impróprio
Ocorre quando o sujeito, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra a
pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa
para ele ou para terceiro (§ 1º). São exemplos típicos de roubo impróprio aquele em que o sujeito
ativo, já se retirando do portão com a res furtiva, alcançando pela vítima, abate-a (assegurando
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a detenção), ou, então, já na rua, constata que deixou um documento no local, que o identificará,
e, retornando para apanhá-lo, agride o morador que o estava apanhando. (garantindo a
impunidade).
Em outros termos, “logo depois” de subtraída a coisa não admite decurso de tempo entre
a subtração e o emprego da violência, ou seja, o modus violento somente é caracterizador do
roubo se for utilizado até a consumação do furto que o agente pretendia praticar (posse tranquila
da res, sem a vigilância). Superado esse momento, o crime está consumado e,
consequentemente, não pode sofrer qualquer alteração; portanto, eventual violência empregada
constituirá crime autônomo (lesão corporal, por exemplo), em concurso com furto consumado.
*Para todos verem: quadro.
Roubo Próprio (artigo 157 caput) Roubo Impróprio (artigo 157, § 1°)
Admite violência ou grave ameaça (violência Somente admite a violência ou grave
própria) ou violência imprópria (diminuição da ameaça (violência própria).
capacidade de resistência).
A violência ou grave ameaça é empregada A violência ou a grave ameaça é empregada
antes ou durante a subtração. após a subtração.
A violência ou a grave ameaça é empregada A violência ou grave ameaça é empregada
como meio para subtrair o bem para si ou para para assegurar a impunidade ou a detenção
terceiro. da coisa para si ou para terceiro.
4.4 Estelionato
*Para todos verem: esquema
OBTER
VANTAGEM
INDEVIDA
ESTELIONATO
(art. 171, CP)
PREJUÍZO DA
VÍTIMA
INDUZIR
FRAUDE
MANTER ERRO
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exemplo, o agente está devendo R$ 1000,00 para a vítima, sendo que ela se confunde e tem
certeza que o agente já pagou, mas ainda não houve o pagamento. Se este agente silenciar ou
mentir haverá estelionato, pois a vítima está sendo mantida em erro.
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CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES!
FALSIDADE DOCUMENTAL COMO FRAUDE PARA A PRÁTICA DO ESTELIONATO
Imagine que o agente pratique uma falsidade documental (falsidade de documento
público, particular ou ideológica) como meio para induzir ou manter a vítima em erro e desta
forma obter a vantagem ilícita e causar prejuízo alheio. Exemplo: O agente falsifica um cheque
para comprar em determinada rede de estabelecimentos comerciais.
O STJ, na súmula 17, entende pela absorção do delito de falso pelo estelionato, desde
que não haja mais potencialidade lesiva.
Esse é o teor da Súmula 521 do STF: “O foro competente para o processo e julgamento
dos crimes de estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de cheque sem provisão de
fundos, é o do local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado”.
Entretanto, podemos destacar que diante das alterações promovidas pela lei 14.155
de 2021 essa súmula perdeu o objeto, uma vez que no parágrafo 4 do artigo 70 do CPP o
juízo competente será o do domicílio da vítima.
Arrependendo-se o agente antes da apresentação do título pelo beneficiário no banco
sacado, e depositando o numerário necessário para cobrir a quantia constante do cheque,
haverá arrependimento eficaz, não respondendo ele por crime algum.
Se, por outro lado, o agente arrepender-se somente após a consumação do crime, ou
seja, após a recusa do pagamento pelo banco sacado, incidirá a Súmula 554 do STF: “ O
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pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, não
obsta ao prosseguimento da ação penal”.
Assim, o pagamento do cheque antes do recebimento da denúncia extingue a punibilidade
do agente.
Art. 171 do Código Penal. Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo
alheio, induzindo ou mantendo alguémem erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer
outro meio fraudulento:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis.
§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a
pena conforme o disposto no art. 155, § 2º.
§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem:
I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como
própria;
II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada
de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em
prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias;
III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a
garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;
IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém;
Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro
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Art. 157 do Código Penal. § 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;
§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso
restritoou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo.
§ 3º Se da violência resulta:
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa; II –
morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.
• SÚMULA 610 STF: “Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que
não realize o agente a subtração de bens da vítima”.
Art. 155, § 4º-A, do Código Penal. A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e
multa, se houver emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum.
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Art. 225 do Código Penal. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-
se mediante ação penal pública incondicionada.
5.2 Estupro
Art. 213 do Código Penal. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a
ter conjunção carnal ou a praticar oupermitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
Qualquer
Sujeito ativo
pessoa
Crime bicomum
Qualquer
Sujeito Passivo
pessoa
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Art. 217-A do Código Penal. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com
menor de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
§ 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo aplicam-se
independentemente do consentimento da vítima ou do fato de ela ter mantido relações
sexuais anteriormente ao crime.
• Ter conjunção carnal ou praticar ato libidinoso diverso com menor de 14 anos (ainda
que não haja violência, ainda que haja o consentimento da vítima). Neste sentido vale
destacar que nos termos da súmula 593 do STF e do parágrafo 5º do artigo 217-a do CP
a presunção de vulnerabilidade será absoluta.
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OBSERVAÇÃO ESPECIAL!
Há tipos penais contra a fé pública que além do dolo exigem uma finalidade especial do
agente, tais como o crime de fraudes em certames de interesse público (art. 311-a), falsidade
ideológica (art. 299 CP) e falsa identidade (art. 307 CP).
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Omitir: deixar de
inserir ou não
mencionar.
Inserir: colocar ou
Falsidade Ideológica
introduzir.
Fazer inserir:
proporcionar que se
introduza.
Ex. Assim, uma escritura lavrada pelo funcionário do Cartório de Registro de Imóveis é
formalmente perfeita, pois a ele incumbe formar o instrumento público. Entretanto, se essa
escrita encerrar declarações falsas prestadas pelo particular, haverá o crime de falsidade
ideológica.
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• “Dele deveria constar” é expressão indicativa de um juízo valorativo jurídico, pertinente ao conteúdo
esperado do documento. Ex. em uma carteira de habilitação, espera-se que conste, quando for o
caso, que o motorista precisa usar óculos para dirigir. Se houver omissão desse dado relevante,
trata-se de declaração que dele devia constar.
Sujeitos do Delito
• Trata-se de crime comum. Qualquer pessoa pode praticá-lo. Caso seja funcionário público, incidirá
a causa de aumento de pena prevista no parágrafo único do artigo.
Consumação e Tentativa
•Consuma-se com a omissão ou a inserção da declaração falsa ou diversa da que deveria constar.
Trata-se de crime formal; prescinde-se, portanto, da ocorrência efetiva do dano, bastando a
capacidade de lesar terceiro.
Art. 304 do Código Penal. Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a
que se referem os arts. 297 a 302.Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
SÚMULA 546 STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de documento
falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento público,
não importando a qualificação do órgão expedidor.
7.1 Introdução
Os crimes contra a administração pública se encontram tipificados no Código Penal a
partir do artigo 312, constando do Título XI da parte especial e se dividem em 6 capítulos, quais
sejam:
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Se comporta
Peculato Apropriação Posse legítima
como dono
Facilidade que o
Art. 312, § 1º, do Não tem a posse
Peculato-Furto cargo lhe
CP anterior
proporciona
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Modalidades
São duas as modalidades previstas:
• EXIGÊNCIA INDEVIDA:
Aqui a exigência do tributo ou contribuição social é indevida (elemento normativo do tipo),
isto é, não há autorização legal para sua cobrança, ou seu valor já foi quitado pela vítima,
ou então se refere a quantia excedente à fixada por lei.
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Aqui a proposta parte de terceiros e a ela adere o funcionário, ou seja, o agente não só
aceita a proposta como recebe a vantagem indevida. Ao contrário da primeira modalidade, é
condição essencial para sua existência que haja a anterior configuração do crime de corrupção
ativa, isto é, o oferecimento de vantagem indevida (art. 333). Sem essa oferta pelo particular,
não há como falar em recebimento de vantagem.
7.3.3.2 Classificação
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1. RETARDAR: É atrasar, adiar, protelar, procrastinar, não praticar o ato de ofício dentro
do prazo estabelecido (crime omissivo). Exemplo: Servidor que, devendo expedir alvará
de soltura, por não simpatizar com o advogado, deixa de fazê-lo com a brevidade que
a medida exige;
2. DEIXAR DE PRATICAR: trata-se de mais uma modalidade omissiva do crime em
estudo. Aqui, no entanto, ao contrário da conduta precedente, há o ânimo definitivo de
não praticar o ato de ofício;
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Direito Penal
1) se o ato praticado, retardado ou omitido tiver sido objeto de acordo anterior entre o
funcionário e o particular, visando aquele indevida vantagem, o crime passará a ser outro:
corrupção passiva;
2) se houver, anteriormente à prática ou omissão do ato, a exigência de vantagem indevida
pelo funcionário público, haverá o crime de concussão.
Quanto ao sentimento pessoal podemos destacar que se manifesta em suas mais
variadas formas, tais como amor, paixão emoção ou ódio.
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Direito Penal
1) FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase – Lei penal no tempo
Jorge foi condenado, definitivamente, pela prática de determinado crime, e se encontrava em cumprimento dessa
pena. Ao mesmo tempo, João respondia a uma ação penal pela prática de crime idêntico ao cometido por Jorge.
Durante o cumprimento da pena por Jorge e da submissão ao processo por João, foi publicada e entrou em vigência
uma lei que deixou de considerar as condutas dos dois como criminosas. Ao tomarem conhecimento da vigência da
lei nova, João e Jorge o procuram, como advogado, para a adoção das medidas cabíveis. Com base nas
informações narradas, como advogado de João e de Jorge, você deverá esclarecer que
a) não poderá buscar a extinção da punibilidade de Jorge em razão de a sentença condenatória já ter transitado
em julgado, mas poderá buscar a de João, que continuará sendo considerado primário e de bons
antecedentes.
b) poderá buscar a extinção da punibilidade dos dois, fazendo cessar todos os efeitos civis e penais da
condenação de Jorge, inclusive não podendo ser considerada para fins de reincidência ou maus
antecedentes.
c) poderá buscar a extinção da punibilidade dos dois, fazendo cessar todos os efeitos penais da condenação
de Jorge, mas não os extrapenais.
d) não poderá buscar a extinção da punibilidade dos dois, tendo em vista que os fatos foram praticados
anteriormente à edição da lei.
2) FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVII - Primeira Fase – Tempo do crime
No dia 05/03/2015, Vinícius, 71 anos, insatisfeito e com ciúmes em relação à forma de dançar de sua esposa, Clara,
30 anos mais nova, efetua disparos de arma de fogo contra ela, com a intenção de matar. Arrependido, após acertar
dois disparos no peito da esposa, Vinícius a leva para o hospital, onde ela ficou em coma por uma semana. No dia
12/03/2015, porém, Clara veio a falecer, em razão das lesões causadas pelos disparos da arma de fogo. Ao tomar
conhecimento dos fatos, o Ministério Público ofereceu denúncia em face de Vinícius, imputando-lhe a prática do
crime previsto no Art. 121, § 2º, inciso VI, do Código Penal, uma vez que, em 09/03/2015, foi publicada a Lei nº
13.104, que previu a qualificadora antes mencionada, pelo fato de o crime ter sido praticado contra a mulher por
razão de ser ela do gênero feminino. Durante a instrução da 1ª fase do procedimento do Tribunal do Júri, antes da
pronúncia, todos os fatos são confirmados, pugnando o Ministério Público pela pronúncia nos termos da denúncia.
Em seguida, os autos são encaminhados ao(a) advogado(a) de Vinícius para manifestação. Considerando apenas
as informações narradas, o(a) advogado(a) de Vinicius poderá, no momento da manifestação para a qual foi
intimado, pugnar pelo imediato
3) FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXII - Primeira Fase – Extraterritorialidade
Paulo e Júlia viajaram para Portugal, em novembro de 2019, em comemoração ao aniversário de um ano de
casamento. Na cidade de Lisboa, dentro do quarto do hotel, por ciúmes da esposa que teria olhado para terceira
pessoa durante o jantar, Paulo veio a agredi-la, causando-lhe lesões leves reconhecidas no laudo próprio. Com a
intervenção de funcionários do hotel que ouviram os gritos da vítima, Paulo acabou encaminhado para Delegacia,
sendo liberado mediante o pagamento de fiança e autorizado seu retorno ao Brasil. Paulo, na semana seguinte,
retornou para o Brasil, sem que houvesse qualquer ação penal em seu desfavor em Portugal, enquanto Júlia
permaneceu em Lisboa. Ciente de que o fato já era do conhecimento das autoridades brasileiras e preocupado com
sua situação jurídica no país, Paulo procura você, na condição de advogado(a), para obter sua orientação.
Considerando apenas as informações narradas, você, como advogado(a), deve esclarecer que a lei brasileira
a) não poderá ser aplicada, tendo em vista que houve prisão em flagrante em Portugal e em razão da vedação
do bis in idem.
b) poderá ser aplicada diante do retorno de Paulo ao Brasil, independentemente do retorno de Júlia e de sua
manifestação de vontade sobre o interesse de ver o autor responsabilizado criminalmente.
c) poderá ser aplicada, desde que Júlia retorne ao país e ofereça representação no prazo decadencial de seis
meses.
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d) poderá ser aplicada, ainda que Paulo venha a ser denunciado e absolvido pela justiça de Portugal.
4) FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIV - Primeira Fase – Nexo de causalidade
Após ter sido exonerado do cargo em comissão que ocupava há mais de dez anos, Lúcio, abatido com a perda
financeira que iria sofrer, vai a um bar situado na porta da repartição estadual em que trabalhava e começa a beber
para tentar esquecer os problemas financeiros que viria a encontrar. Duas horas depois, completamente
embriagado, na saída do trabalho, encontra seu chefe Plínio, que fora o responsável por sua exoneração. Assim,
com a intenção de causar a morte de Plínio, resolve empurrá-lo na direção de um ônibus que trafegava pela rua,
vindo a vítima efetivamente a ser atropelada. Levado para o hospital totalmente consciente, mas com uma lesão
significativa na perna a justificar o recebimento de analgésicos, Plinio vem a falecer, reconhecendo o auto de
necropsia que a causa da morte foi unicamente envenenamento, decorrente de erro na medicação que lhe fora
ministrada ao chegar ao hospital, já que o remédio estaria fora de validade e sequer seria adequado no tratamento
da perna da vítima. Lúcio foi denunciado, perante o Tribunal do Júri, pela prática do crime de homicídio consumado,
imputando a denúncia a agravante da embriaguez preordenada. Confirmados os fatos, no momento das alegações
finais da primeira fase do procedimento do Tribunal do Júri, sob o ponto de vista técnico, a defesa deverá pleitear
a) o afastamento da agravante da embriaguez, ainda que adequada a pronúncia pelo crime de homicídio
consumado.
b) o afastamento, na pronúncia, da forma consumada do crime, bem como o afastamento da agravante da
embriaguez.
c) o afastamento, na pronúncia, da forma consumada do crime, ainda que possível a manutenção da agravante
da embriaguez.
d) a desclassificação para o crime de lesão corporal seguida de morte, bem como o afastamento da agravante
da embriaguez.
5) FGV - 2013 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XII - Primeira Fase – Dolo eventual x culpa consciente
Wilson, competente professor de uma autoescola, guia seu carro por uma avenida à beira-mar. No banco do carona
está sua noiva, Ivana. No meio do percurso, Wilson e Ivana começam a discutir: a moça reclama da alta velocidade
empreendida. Assustada, Ivana grita com Wilson, dizendo que, se ele continuasse naquela velocidade, poderia
facilmente perder o controle do carro e atropelar alguém. Wilson, por sua vez, responde que Ivana deveria deixar
de ser medrosa e que nada aconteceria, pois se sua profissão era ensinar os outros a dirigir, ninguém poderia ser
mais competente do que ele na condução de um veículo. Todavia, ao fazer uma curva, o automóvel derrapa na
areia trazida para o asfalto por conta dos ventos do litoral, o carro fica desgovernado e acaba ocorrendo o
atropelamento de uma pessoa que passava pelo local. A vítima do atropelamento falece instantaneamente. Wilson
e Ivana sofrem pequenas escoriações. Cumpre destacar que a perícia feita no local constatou excesso de
velocidade. Nesse sentido, com base no caso narrado, é correto afirmar que, em relação à vítima do atropelamento,
Wilson agiu com
a) dolo direto.
b) dolo eventual.
c) culpa consciente.
d) culpa inconsciente.
6) FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVII - Primeira Fase – Suspensão condicional da pena
Cátia procura você, na condição de advogado(a), para que esclareça as consequências jurídicas que poderão advir
do comportamento de seu filho, Marlon, pessoa primária e de bons antecedentes, que agrediu a ex-namorada ao
encontrá-la em um restaurante com um colega de trabalho, causando-lhe lesão corporal de natureza leve. Na
oportunidade, você, como advogado(a), deverá esclarecer que:
a) o início da ação penal depende de representação da vítima, que terá o prazo de seis meses da
descoberta da autoria para adotar as medidas cabíveis.
b) no caso de condenação, em razão de ser Marlon primário e de bons antecedentes, poderá a pena
privativa de liberdade ser substituída por restritiva de direitos.
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Direito Penal
c) em razão de o agressor e a vítima não estarem mais namorando quando ocorreu o fato, não será
aplicada a Lei nº 11.340/06, mas, ainda assim, não será possível a transação penal ou a suspensão
condicional do processo.
d) no caso de condenação, por ser Marlon primário e de bons antecedentes, mostra-se possível a
aplicação do sursis da pena.
7) FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase – Livramento condicional
Fabrício cumpria pena em livramento condicional, em razão de condenação pela prática de crime de lesão corporal
grave. Em 10 de janeiro de 2018, quando restavam 06 meses de pena a serem cumpridos, ele descobre que foi
novamente condenado, definitivamente, por crime de furto que teria praticado antes dos fatos que justificaram sua
condenação pelo crime de lesão. A pena aplicada em razão da nova condenação foi de 02 anos e 06 meses de
pena privativa de liberdade em regime inicial semiaberto. Apesar disso, somente procura seu(sua) advogado(a) em
05 de agosto de 2018, esclarecendo o ocorrido. Ao consultar os autos do processo de execução, o(a) advogado(a)
verifica que, de fato, existe a nova condenação, mas que, até o momento, não houve revogação ou suspensão do
livramento condicional. Considerando apenas as informações narradas, o(a) advogado(a) de Fabrício, de acordo
com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, deverá esclarecer que
a) poderá haver a revogação do livramento condicional, tendo em vista que a nova condenação por crime
doloso, aplicada pena privativa de liberdade, é causa de revogação obrigatória do benefício.
b) não poderá haver a revogação do livramento condicional, tendo em vista que a nova condenação é apenas
prevista como causa de revogação facultativa do benefício e não houve suspensão durante o período de
prova.
c) não poderá haver a revogação do livramento condicional, tendo em vista que a nova condenação não é
prevista em lei como causa de revogação do livramento condicional, já que o fato que a justificou é anterior
àquele que gerou a condenação em que cumpre o benefício.
d) não poderá haver a revogação do livramento condicional, pois ultrapassado o período de prova, ainda que
a nova condenação seja prevista no Código Penal como causa de revogação obrigatória do benefício.
a) tentativa de assédio sexual (Art. 216-A), não chegando o crime a ser consumado na medida em que se trata
de crime material, exigindo a produção do resultado, o que não ocorreu na hipótese;
b) assédio sexual consumado, uma vez que o delito é formal, ocorrendo a sua consumação
independentemente da obtenção da vantagem sexual pretendida;
c) fato atípico, uma vez que a conduta praticada por Robson configura mero ato preparatório do crime de
assédio sexual, sendo certo que os atos preparatórios não são puníveis;
d) importunação sexual (Art. 215-A), uma vez que Robson praticou, contra a vontade de Camila, ato visando
à satisfação de sua lascívia.
10) FGV - 2022 - OAB - XXXVI Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase
Túlio e Alfredo combinaram de praticar um roubo contra uma joalheria. Os dois ingressam na loja, e Alfredo, com o
emprego de arma de fogo, exige que Fernanda, a vendedora, abra a vitrine e entregue os objetos expostos.
Enquanto Alfredo vasculha as gavetas da frente da loja, Túlio ingressa nos fundos do estabelecimento com
Fernanda, em busca de joias mais valiosas, momento em que decide levá-la ao banheiro e, então, mantém com
Fernanda conjunção carnal. Após, Túlio e Alfredo fogem com as mercadorias.
Em relação às condutas praticadas por Túlio e Alfredo, assinale a afirmativa correta.
a) Túlio e Alfredo responderão por roubo duplamente circunstanciado, pelo concurso de pessoas e emprego
de arma de fogo, e pelo delito de estupro, em concurso material.
b) Túlio responderá por roubo circunstanciado pelo concurso de pessoas e estupro; Alfredo responderá por
roubo duplamente circunstanciado, pelo concurso de pessoas e emprego de arma de fogo.
c) Alfredo e Túlio responderão por roubo circunstanciado pelo concurso de pessoas e emprego de arma de
fogo; Túlio também responderá por estupro, em concurso material.
d) Túlio e Alfredo responderão por roubo circunstanciado pelo concurso de pessoas e emprego de arma de
fogo; Túlio responderá por estupro, ao passo que Alfredo responderá por participação de menor importância
no delito de estupro.
11) FGV - 2022 - OAB - XXXV Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase
No dia 31/12/2020, na casa da genitora da vítima, Fausto, com 39 anos, enquanto conversava com Ana Vitória, de
12 anos de idade, sem violência ou grave ameaça à pessoa, passava as mãos nos seios e nádegas da adolescente,
conduta flagrada pela mãe da menor, que imediatamente acionou a polícia, sendo Fausto preso em flagrante.
Preocupada com eventual represália e tendo interesse em ver o autor do fato punido, em especial porque sabe que
Fausto cumpre pena em livramento condicional por condenação com trânsito em julgado pelo crime de latrocínio, a
família de Ana Vitória procura você, na condição de advogado(a), para esclarecimento sobre a conduta praticada.
Por ocasião da consulta jurídica, deverá ser esclarecido que o crime em tese praticado por Fausto é o de
a) estupro de vulnerável (Art. 217-A do CP), não fazendo jus Fausto, em caso de eventual condenação, a novo
livramento condicional.
b) importunação sexual (Art. 215-A do CP), não fazendo jus Fausto, em caso de eventual condenação, a novo
livramento condicional.
c) estupro de vulnerável (Art. 217-A do CP), podendo Fausto, em caso de condenação, após cumprimento de
determinado tempo de pena e observados os requisitos subjetivos, obter novo livramento condicional.
d) importunação sexual (Art. 215-A do CP), podendo Fausto, em caso de condenação, após cumprimento de
determinado tempo de pena e observados os requisitos subjetivos, obter novo livramento condicional.
12) FGV - 2022 - OAB - XXXV Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase
Para satisfazer sentimento pessoal, já que tinha grande relação de amizade com Joana, Alan, na condição de
funcionário público, deixou de praticar ato de ofício em benefício da amiga. O supervisor de Alan, todavia, identificou
o ocorrido e praticou o ato que Alan havia omitido, informando os fatos em procedimento administrativo próprio.
Após a conclusão do procedimento administrativo, o Ministério Público denunciou Alan pelo crime de corrupção
passiva consumado, destacando que a vantagem obtida poderia ser de qualquer natureza para tipificação do delito.
Confirmados os fatos durante a instrução, caberá à defesa técnica de Alan pleitear sob o ponto de vista técnico, no
momento das alegações finais,
a) o reconhecimento da tentativa em relação ao crime de corrupção passiva.
b) a desclassificação para o crime de prevaricação, na forma tentada
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13) FGV - 2021 - OAB - XXXIII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase
João e Carlos procuram Paulo para que, juntos, pratiquem um crime de roubo de carga. Apesar de se recusar a
acompanhá-los na ação delituosa, Paulo oferece a garagem de sua casa para a guarda da carga roubada, conduta
que seria fundamental na empreitada criminosa, já que João e Carlos não teriam outro local para esconder os bens
subtraídos. Apenas por terem conseguido o acordo com Paulo, João e Carlos operam a subtração. Ao chegarem à
casa de Paulo, este lhes informa que a garagem estava ocupada naquele momento e não poderia mais ser utilizada.
Assim, o trio que dividiria os lucros procura o vizinho Pedro e, após contarem o ocorrido, pedem a garagem
emprestada por um tempo, proposta que é aceita por Pedro. Sendo todos os fatos apurados e recuperada a carga
na garagem de Pedro, as famílias de Paulo e Pedro procuram um(a) advogado(a) para saber acerca da situação
jurídica deles.
Na ocasião da assistência jurídica, o(a) advogado(a) deverá esclarecer que:
14) FGV - 2019 - OAB - XXX Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase
Regina dá à luz seu primeiro filho, Davi. Logo após realizado o parto, ela, sob influência do estado puerperal,
comparece ao berçário da maternidade, no intuito de matar Davi. No entanto, pensando tratar-se de seu filho, ela,
com uma corda, asfixia Bruno, filho recém-nascido do casal Marta e Rogério, causando-lhe a morte. Descobertos
os fatos, Regina é denunciada pelo crime de homicídio qualificado pela asfixia com causa de aumento de pena pela
idade da vítima.
Diante dos fatos acima narrados, o(a) advogado(a) de Regina, em alegações finais da primeira fase do procedimento
do Tribunal do Júri, deverá requerer
a) o afastamento da qualificadora, devendo Regina responder pelo crime de homicídio simples com causa de
aumento, diante do erro de tipo.
b) a desclassificação para o crime de infanticídio, diante do erro sobre a pessoa, não podendo ser reconhecida
a agravante pelo fato de quem se pretendia atingir ser descendente da agente.
c) a desclassificação para o crime de infanticídio, diante do erro na execução (aberratio ictus), podendo ser
reconhecida a agravante de o crime ser contra descendente, já que são consideradas as características de
quem se pretendia atingir.
d) a desclassificação para o crime de infanticídio, diante do erro sobre a pessoa, podendo ser reconhecida a
agravante de o crime ser contra descendente, já que são consideradas as características de quem se
pretendia atingir.
15) FGV - 2018 - OAB - XXVI Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase
Cadu, com o objetivo de matar toda uma família de inimigos, pratica, durante cinco dias consecutivos, crimes de
homicídio doloso, cada dia causando a morte de cada um dos cinco integrantes da família, sempre com o mesmo
modus operandi e no mesmo local. Os fatos, porém, foram descobertos, e o autor, denunciado pelos cinco crimes
de homicídio, em concurso material.
Com base nas informações expostas e nas previsões do Código Penal, provada a autoria delitiva em relação a todos
os delitos, o advogado de Cadu:
a) não poderá buscar o reconhecimento da continuidade delitiva, tendo em vista que os crimes foram
praticados com violência à pessoa, somente cabendo reconhecimento do concurso material.
b) não poderá buscar o reconhecimento de continuidade delitiva, tendo em vista que os crimes foram
praticados com violência à pessoa, podendo, porém, o advogado pleitear o reconhecimento do concurso
formal de delitos.
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c) poderá buscar o reconhecimento da continuidade delitiva, mesmo sendo o delito praticado com violência
contra a pessoa, cabendo, apenas, aplicação da regra de exasperação da pena de 1/6 a 2/3.
d) poderá buscar o reconhecimento da continuidade delitiva, mas, diante da violência contra a pessoa e da
diversidade de vítimas, a pena mais grave poderá ser aumentada em até o triplo.
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11 - A 12 - C 13 - C 14 - B 15 - D
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