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Unidade VII

Consumação e Tentativa

PARTE 1 – ARTIGO 14 DO CÓDIGO PENAL

1- O Crime Consumado (art. 14, I)

“Diz-se o crime consumado quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição
legal.”

1.1. O iter criminis


3. A tentativa (art. 14, II)

Diz-se o crime tentado “quando, iniciada a execução, não se consuma, por circunstâncias alheias a vontade do
agente”.

3.1. Critério para caracterização do início da execução do crime

• Critério subjetivo: pune-se pela vontade do agente de infringir a lei penal, não distinguindo o crime consumado
do tentado;

• Critério objetivo: a execução se caracteriza pela prática de ato inequívoco de execução da ação nuclear (verbo)
constante do tipo penal. O crime tentado é punido de forma mais branda que o crime consumado. É o critério
adotado pelo Código Penal Brasileira.

3.2. Natureza jurídica

Causa geral de redução de pena.


3.3. Espécies

Imperfeita Branca

Perfeita Cruenta

3.4. Critérios para redução de pena

Reduz-se a pena de 1 a 2/3, variáveis de acordo com o grau de execução do crime. Ou seja, quanto
mais próximo o agente chegar da execução do crime, menor será o percentual de redução.

3.5. Infrações penais que não admitem tentativa

Contravenções Penais Crimes que a lei só pune se


Crimes culposos
(art. 4º LCP) ocorrer o resultado (art. 122)
Crimes que a lei pune a
Crimes preterdolosos Crimes omissivos próprios tentativa como crime
consumado (art. 352)
PARTE 2 – ARTIGO 15 – DESISTÊCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ
• Conceito: "O agente que, voluntariamente, desiste da prosseguir na execução ou impede que o
resultado se produza, só responde pelos atos já praticados“;
• A “ponte de ouro”;
• Natureza Jurídica: causa de readequação da tipicidade.

1. Desistência voluntária
• Conceito: É a desistência do agente em prosseguir na execução do crime, impedindo a sua consumação,
embora fosse possível a obtenção do resultado;
• Exemplos: Ladrão dentro da casa que desiste de subtrair qualquer objeto; Homicida com a arma
carregada que, após errar um disparo, desiste de desferir os demais.
• "O agente que não prossegue na ação delituosa, porque, ao romper o cadeado guarnecia a porta do local
onde pretendia ingressar, fez barulho, ficou temeroso de ser pressentido, recolheu os instrumentos e de lá
se retirou, não responde por tentativa, em face da desistência voluntária" (TACRIM)
2. Arrependimento Eficaz

• Conceito: Ocorre quando o agente, após consumado o crime, arrepende-se, restituindo a


vítima ao status quo ante, ou seja, após a consumação do crime impede que se produza o
resultado naturalístico.

• Exemplos: Agente que fere a vítima e após a socorre, impedindo o resultado letal; Agente
que após ministrar veneno à vítima, arrepende-se e ministra o antídoto.

• "Ocorre arrependimento eficaz, ou ativo, se, depois de ultimado o processo executivo do


delito, o agente se arrepende e evita o resultado se consuma." (TJSP)
PARTE 3 – ARTIGO 16 – O ARREPENDIMENTO POSTERIOR

“Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a
coisa até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será
reduzida de um a dos terços.”

• Natureza Jurídica: É causa obrigatória de diminuição da pena.

• Diferenças entre o arrependimento posterior e o arrependimento eficaz:


•Enquanto o arrependimento eficaz pode ser aplicado a qualquer crime, desde que o agente impeça a
produção do resultado.
•O primeiro é causa de diminuição da pena e o segundo de readequação da tipicidade.

•Requisitos necessários:
•Crime cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa;
•Voluntariedade do agente;
•Reparação efetuada até o recebimento da denúncia ou da queixa.

• Critério para redução da pena: celeridade da reparação do dano ou restituição da coisa.


PARTE 4 – ARTIGO 17 – O CRIME IMPOSSÍVEL

"Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade
do objeto, é impossível consumar-se o crime.".

• Natureza Jurídica: É causa de exclusão da tipicidade e, consequentemente, do crime.

• Ineficácia absoluta do meio: O meio empregado ou instrumento utilizado para a execução do crime
jamais o levarão a consumação.

• Exemplos: Tentar matar alguém com um revólver estragado; Tentar praticar estelionato com
documentos grosseiramente falsificados.

• Impropriedade absoluta do objeto: O bem jurídica que se tenta afetar não é idôneo para o resultado
pretendido pelo agente.

• Exemplos: Tentar furtar algo de um bolso vazio; Tentar matar um cadáver; Tentar praticar aborto
em uma mulher que não está grávida.

• O flagrante preparado: Súmula 145 do STF: "Não há crime quando o preparação do flagrante pela
polícia torna impossível a consumação."
Vídeos – Aulas Complementares

https://www.youtube.com/watch?v=SXi7uwwp3eg

https://www.youtube.com/watch?v=IfXGDlntlG4

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