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DIREITO PENAL

PROFESSOR: ALDO RAPHAEL MOTA DE OLIVEIRA


ITER CRIMINIS
Definição:
O ITER CRIMINIS pode ser considerado o caminho pelo qual o crime precisa percorrer até ser
consumado. É o termo utilizado pela definir todas as etapas pela qual o crime passa até ocorrer, no Direito
Penal.

“o iter criminis ou caminho do crime, corresponde às etapas


percorridas pelo agente para a prática de um fato previsto em lei
como infração penal.” (MASSON, 2015)

“Na realização do crime há um caminho, um itinerário a percorrer entre


o momento da ideia de sua realização até aquele em que ocorre a
consumação. A esse caminho se dá o nome de iter criminis”
(MIRABETE)
Fases do Iter Criminis :
TEORIA CLÁSSICA
Cogitação : Em virtude do Princípio da Lesividade, a cogitação e o
pensamento não podem vir a ter qualquer relevância penal,
uma vez que o agente não pode ser penalizado pelos fatos
internos, que estão, apenas, dentro de sua mente de
perversão

“é circunstância judicial a ser levada em conta pelo


magistrado na primeira das três fases da dosimetria da
pena.” (MIRABETE)

Direito à perversão

É o “direito” que o agente possui de planejar atos contrários à lei, dentro do seu
pensamento, desde que isso não venha a ser exteriorizado. É o direito de ser perverso.
Preparação (Atos Preparatórios) :
A preparação é o primeiro elemento da fase externa do Iter Criminis. Ela também não é
obrigatória na execução de um crime.

A preparação, como o próprio nome indica, ocorre quando o agente começa a tomar as
medidas necessárias para que o crime possa ocorrer.
Execução:
A fase da execução, ou dos atos executórios, é aquela em que se inicia a agressão
ao bem jurídico, por meio da realização do núcleo do tipo penal. O agente começa a
realizar o verbo (núcleo do tipo) constante da definição legal, tornando o fato punível.

Art. 14 - Diz-se o crime


Crime consumado
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição
legal;

Tentativa II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por


circunstâncias alheias à vontade do agente.

Pena de tentativa Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a


tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois
terços.
Execução:
A fase da execução, ou dos atos executórios, é aquela em que se inicia a agressão
ao bem jurídico, por meio da realização do núcleo do tipo penal. O agente começa a
realizar o verbo (núcleo do tipo) constante da definição legal, tornando o fato punível.

Art. 14 - Diz-se o crime


Crime consumado
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição
legal;

Tentativa II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por


circunstâncias alheias à vontade do agente.

Pena de tentativa Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a


tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois
terços.
Tentativa:
A tentativa é também conhecida por outros rótulos: conatus, crime imperfeito, ou, na
preferência de Zaffaroni, crime incompleto, em oposição ao crime consumado, reconhecido como
completo ou perfeito.

O dolo da tentativa é igual ao dolo da consumação. O Código Penal foi peremptório nesse
sentido, ao dizer que o crime somente não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do
agente: tinha a intenção de alcançar a consumação, mas por circunstâncias alheias à sua vontade
não conseguiu atingir seu objetivo.
TEORIA ADOTADA PELO CÓDIGO PENALA ADOTADA PELO CÓDIGO PENAL
A punibilidade da tentativa é disciplinada pelo art. 14, parágrafo único. E, nesse campo, o
Código Penal acolheu como regra a teoria objetiva, ao determinar que a pena da tentativa deve
ser correspondente à pena do crime consumado, diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços).
Como o desvalor do resultado é menor quando comparado ao do crime consumado, o conatus
deve suportar uma punição mais branda.

CRITÉRIO PARA DIMINUIÇÃO DA PENA


A tentativa constitui-se em causa obrigatória de diminuição da pena. Incide na terceira fase
de aplicação da pena privativa de liberdade, e sempre a reduz. A liberdade do magistrado repousa
unicamente no quantum da diminuição, balizando-se entre os limites legais, de 1 (um) a 2/3 (dois
terços). Deve reduzi-la, podendo somente escolher o montante da diminuição
TENTATIVA:
Formas de Tentativa
Quanto ao iter criminis percorrido (atos executórios)

Perfeita
O agente, apesar de esgotar todos os atos executórios, a sua disposição não consuma o
crime por circunstâncias alheias à sua vontade.
Na tentativa perfeita, o agente esgota todos os meios executórios que estavam à sua
disposição, e mesmo assim não sobrevém a consumação por circunstâncias alheias à sua
vontade. Pode ser cruenta ou incruenta. Exemplo: “A” dispara contra “B” todos os seis
cartuchos do tambor do seu revólver, com a intenção de matá-lo. A vítima, gravemente
ferida, é socorrida por policiais, e sobrevive.
Imperfeita
O agente é impedido de prosseguir no seu intento, deixando de praticar todos os atos
executórios a sua disposição.

Tentativa imperfeita, inacabada ou tentativa propriamente dita


Na tentativa imperfeita, o agente inicia a execução sem, contudo, utilizar todos os meios que
tinha ao seu alcance, e o crime não se consuma por circunstâncias alheias à sua vontade.
Exemplo: “A”, com o propósito de matar “B”, sai à sua procura, portando um revólver municiado
com 6 (seis) cartuchos intactos. Ao encontrá-lo, efetua três disparos, atingindo-o. Quando,
contudo, iria efetuar outros disparos, é surpreendido pela Polícia Militar e foge. A vítima é socorrida
pelos milicianos e sobrevive.
QUANTO AO RESULTADO PRODUZIDO NA VÍTIMA

NÃO CRUENTA/ BRANCA: A VÍTIMA NÃO É ATINGIDA (REDUZ DE 2/3)


Nesta espécie de tentativa, o objeto material não é atingido pela conduta criminosa.
 Exemplo: “A” efetua disparos de arma de fogo contra “B”, sem acertá-lo.
Recebe essa denominação ao relacionar-se com a tentativa de homicídio em que não se
produzem ferimentos na vítima, não acarretando no derramamento de sangue.

CRUENTA/ VERMELHA: A VÍTIMA É ATINGIDA (REDUZ DE 1/3)


Nesta espécie de tentativa, o objeto material é alcançado pela atuação do agente. Exemplo:
“A”, com intenção de matar, atira em “B”, provocando-lhe ferimentos. Porém, a vítima é socorrida
prontamente e sobrevive.
 Espécies de Tentativa Qualificada
EGAL Estabelece o art. 15 do Código Penal: “O agente que, voluntariamente, desiste de
prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já
praticados”.
DISTINÇÃO COM A TENTATIVA
Desistência voluntária e arrependimento eficaz são formas de tentativa abandonada, assim
rotulados porque a consumação do crime não ocorre em razão da vontade do agente, que não
chega ao resultado inicialmente desejado por interromper o processo executório do delito ou,
esgotada a execução, emprega diligências eficazes para impedir o resultado.
Diferem-se, portanto, da tentativa ou conatus, em que, iniciada a execução de um delito, a
consumação não ocorre por circunstâncias alheias à vontade do agente.
 Espécies de Tentativa Qualificada
FUNDAMENTO
FUNDAMENTO
O fundamento político-criminal da desistência voluntária e do arrependimento eficaz é o
estímulo ao agente para evitar a produção do resultado de um crime cuja execução já se iniciou,
em relação ao qual lhe é perfeitamente possível alcançar a consumação.
Por esse motivo, Franz von Liszt a eles se referia como a “ponte de ouro” do Direito Penal,
isto é, a forma capaz de se valer o agente para retornar à seara da licitude. De fato, os institutos
têm origem no direito premial, pelo qual o Estado concede ao criminoso um tratamento penal mais
favorável em face da voluntária não produção do resultado
 Espécies de Tentativa Qualificada
Na desistência voluntária, o agente, por ato voluntário, interrompe o processo executório do
crime, abandonando a prática dos demais atos necessários e que estavam à sua disposição para a
consumação. É compatível, portanto, com a tentativa imperfeita ou inacabada, compreendida
como aquela em que não se esgotaram os meios de execução que o autor tinha a seu alcance.
Conforme a clássica fórmula de Frank, a desistência voluntária se caracteriza quando o
responsável pela conduta diz a si próprio: “posso prosseguir, mas não quero”. Estaremos diante
da tentativa, entretanto, se o raciocínio for outro: “quero prosseguir, mas não posso”.
18.6.

Consequência
O agente responde pelos atos até então praticados.
 Espécies de Tentativa Qualificada

No arrependimento eficaz, depois de já praticados todos os atos executórios suficientes à


consumação do crime, o agente adota providências aptas a impedir a produção do resultado.
Exemplo: depois de ministrar veneno à vítima, que o ingeriu ao beber o café “preparado”
pelo agente, este lhe oferece o antídoto, impedindo a eficácia causal de sua conduta inicial.

Consequência
O agente responde pelos atos até então praticados.
Execução:
Arrependimento Posterior (art. 16 do CP)
Art. 16 – Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o
dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato
voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.

Natureza Jurídica
É uma causa geral de diminuição de pena.

Requisitos
Crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa.
Reparação do dano ou restituição da coisa
Até o recebimento da denúncia ou da queixa
Consumação:
A consumação é o momento de conclusão do delito, reunindo todos os elementos do
tipo penal.
Exaurimento:
O exaurimento ocorre quando o agente alcança, de maneira efetiva, o objetivo que
motivou a sua conduta delituosa. É a etapa final, o esgotamento do iter criminis.

é o delito em que, posteriormente à consumação, subsistem efeitos lesivos derivados


da conduta do autor.
São inúmeras as hipóteses de exaurimento trazidas pela legislação penal pátria. No
caso da extorsão mediante sequestro, por exemplo, o delito se consuma quando a
vítima é privada de sua liberdade, e o exaurimento se opera com o pagamento do
resgate exigido pelo agente.

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