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Direito Penal e Contra - Ordenacional

1ª aula
Maioridade penal é a partir dos 16 anos

Tipos de crimes:
- Público:
- O Ministério Público, é obrigado a promover processo
- Semipúblico:
- O Ministério Público só pode promover o processo se houver queixa
- Particular:
- Para dar continuidade à queixa, tem de se constituir assistente, durante um
determinado prazo (10 dias), para se tornar assistente e arranjar advogado, tem de ser
pagar as taxas que equivale a 102€ (uma unidade de conta).

Direito Penal: Considera-se um conjunto de normas jurídicas que associam factos


penalmente relevantes a uma determinada consequência jurídica, isto é, sanção penal.
Aos factos penalmente relevantes correspondem determinadas sanções jurídicas
penais, denominadas penas, previstas e reguladas nos art.º 40º e seguintes do CP. O
limite da pena de prisão no nosso ordenamento jurídico também se encontra previsto
na CRP, art.º 30º. Por sua vez, também temos o artigo da pena de multa previsto no
art.º 47º do CP. Que indica que a mesma é fixada em dias, tendo como limite mínimo
de 10 dias e o máximo de 360 dias.

Crimes

Factos Agente Quem comete factos que sejam considerados crimes


tem uma sanção
Sanções Pena de prisão – 25 anos (privativa da liberdade)

Multa (não privativa da liberdade)

2º aula

Prazos de prescrição das penas – art.º 122º CP


Finalidades das penas e das medidas de segurança – art.º 40 CP
Princípios do Direito Penal
O direito Penal funda-se na CRP. Na constituição encontram-se vários conjuntos de
normas que estão relacionadas com o direito penal. Atendendo ao art.º 1 do CP este
diz-nos que “só pode ser punido criminalmente o facto descrito e declarado possível de
pena por lei anterior do momento da sua prática”
Art.º 1 do CP: Princípio da Legalidade
Segundo este artigo, só pode ser punido criminalmente o facto descrito e declarado
possível de pena por lei anterior ao momento da sua prática.
Art.º do CP: Princípio da não retroatividade
Refere-se a situações futuras e não a situações passadas.
Art.º 29 do CRP, nº1 e nº3:
Proíbe a retroatividade das leis penais incriminadoras. Nos termos do art.º 29º, nº4
CRP está imposto a retroatividade das leis penais mais favoráveis. Nos termos do art.º
29, nº5 da CRP, consagra-se mais do que uma vez pela prática do mesmo crime.
Art.º 2 e 3 do CP:
Considerando o princípio da não retroatividade com premissa do princípio da
legalidade. No sentido em que a lei não pode criminalizar factos passados, nem dar
relevância para efeitos de medida de segurança. O princípio da não retroatividade da
lei penal vem consagrar dispersamente no art.º 2, nº1 do CP. Além da garantia da
segurança jurídica a proibição da retroatividade da lei penal é também uma norma
penal protetora do agente. Nesse sentido no momento do julgamento do facto vigora
com a lei mais favorável do que aquela anteriormente regida. Por fim, impere o
princípio da retroatividade da lei penal mais favorável, quando o facto do agente deixe
de ser punível, art.º 2, nº2.
3º aula

 Artigo 10 do código penal faz a analogia ao crime por omissão pura e impura
Crimes formais ou de mera atividade e crimes de resultado ou materiais:
Os crimes formais ou de mera atividade são aqueles em que a mera conduta típica
consome imediatamente o crime, isto é, crime formal é aquele que se considera
consumado independentemente do resultado natural. Ou seja, não é necessário para a
consumação do crime que o resultado se verifique. Os crimes formais são aqueles em
relação aos quais a lei descreve como ação e um resultado, mas a redação do
dispositivo legal deixa claro que o crime se consome no momento da ação, à margem
do resultado.
O art.º 22º do CP, descreve o crime de extorsão, isto é, constranger outra pessoa, por
meio de violência ou ameaça tendo em vista obter um enriquecimento ilícito
(resultado), o que significa que o crime por ser formal, consome-se no exato momento
em que a vítima é constrangida. Pelo que a obtenção do enriquecimento se torna
irrelevante para a consumação do crime. Outro exemplo é o crime, é crime de rapto,
previsto no art.º 161 do CP. Os crimes materiais ou de resultado são todos aqueles que
exigem necessariamente um resultado. Estes conceitos opõem-se assim ao conceito do
crime formal ou de mera atividade. Pelo que os crimes materiais são aqueles que
exigem que o resultado se produza efetivamente. Exemplo: art.º 140º do CP, crime de
aborto.
Crimes de resultado ou materiais são todos aqueles que exigem necessariamente um
resultado, este conceito opõe-se assim ao conceito de crime formal ou de mera
atividade, pelo que os crimes materiais são aqueles que exigem que o resultado se
produza efetivamente
Exemplo: artigo 140 do CP, crime de aborto
Exemplo: artigo 131 do CP, crime de homicídio

Ilicitude:
É a desconformidade com o direito, sendo um ato ilícito, quando põe em causa ou
ofende qualquer bem jurídico tutelado pelo direito. Por sua vez, a culpabilidade é um
elemento subjetivo e consiste na relação que se estabelece entre a vontade do agente
em cometer o facto e a conduta que põe em prática essa vontade conduzindo à
realização desse mesmo facto, isto é, a culpa determina-se pela vontade de infringir
um determinado dever imposto por lei. A culpa pode manifestar-se através do dolo,
que se encontra no art.º 14 CP ou da negligência, prevista no art.º 15 CP.

*Um crime considerado pela sociedade muito horrendo (art.º 132 CP) – Especial
censurabilidade
*Não existe nenhum crime que esteja livre de atenuante
4º aula
Pressupostos de Punição:
O código Penal considera e equipara a ação à omissão salvo se existir exposição legal
em contrário, nos termos do art.º 10 do CP. Isto significa que o legislador equiparou a
ação à omissão desde que uma e outra se adequem ao resultado que deles possa
surgir. Por sua vez, o nº2 do art.º 10 impõe, todavia, uma limitação à equiparação entre
a ação e a omissão. Quando afirma que a comissão de um determinado resultado por
omissão só é punível quando sobre o omitente recair um dever jurídico que
pessoalmente obrigue a evitar esse resultado.
Carácter pessoal da responsabilidade:
O ordenamento jurídico português consagra o princípio da individualidade criminal,
nos termos do art.º 11 do CP, que por sua vez aliado ao princípio da
intransmissibilidade previsto no art.º 127 do CP e art.º 30 nº3 da CRP, configuram o
princípio da pessoalidade das penas.

Só a pessoa que cometeu o crime é que pode responder por ele

Contudo a lei por vezes responsabiliza também entidades coletivas por infrações
criminais praticadas pelos seus membros ainda nos termos do art.º 11 do CP.
- É mais difícil incriminar a responsabilidade coletiva do que a individual
Um dos pressupostos fundamentais da imputação de um facto ilícito a um agente é a
existência de culpa (dolo) que pode ser aferida nos termos do art.º 14 e seguintes do
CP.
Art.º 12 do CP:
Tendo como finalidade o alargamento da responsabilidade penal admite-se neste
artigo a punibilidade pela atuação em nome de outros quando o agente surgiu
voluntariamente na qualidade de titular ao membro de uma determinada pessoa
coletiva ou em representação legal ou voluntária de outrem.
5º aula
O art.º 14º do CP distingue 3 tipos de dolo:
1- Direto
2- Necessário
3- Eventual

1- Dolo direto:
Art.º 14º, nº1 do CP, corresponde ao dolo propriamente dito, caracteriza-se pela
vontade livre e consciente de um individuo praticar uma determinada conduta
tipificada na lei.
- Exemplo: Alguém que dispara um tiro sobre outrem com o intuito de matar essa
pessoa o que retraduz num homicídio. Intenção consciente de praticar crime.
2- Dolo Necessário:
Quando o agente não quer o facto, mas prevê-o como consequência necessária da sua
conduta.
Exemplo: Uma pessoa encontrou um relógio na praia e o pegou para si. Ela sabia que o
relógio poderia ter sido perdido ou pertencer a um banhista que estava na água, mas
decidiu pegá-lo mesmo assim. Nesse caso, o agente assumiu o risco de que o relógio
pudesse pertencer a alguém, aceitando a possibilidade de cometer um furto, mesmo
que essa não fosse sua intenção inicial.
3- Dolo eventual:
Quando a realização de um facto que preenche um tipo de crime for representada
como consequência possível da conduta, há dolo se o agente atuar conformando-se
com o resultado.
O agente não pretende diretamente o resultado, nem assume o risco, de o produzir, a
sua vontade é dirigida à conduta e não ao resultado. O agente previu o resultado como
possível ou provável, mas ainda assim decidiu reagir de qualquer forma. A previsão do
eventual resultado não demove o agente de atuar, este passa a aceitar a eventual
ocorrência ou resultado, isto é, para alcançar o fim pretendido conforma-se com a
eventual produção do resultado.
Exemplos: Conduzir embriagado e causar um acidente: Uma pessoa que decide dirigir
embriagada tem consciência de que o consumo de álcool afeta a sua capacidade de
condução com segurança e aumenta significativamente o risco de causar um acidente
que resulta em lesões ou morte. No entanto, mesmo consciente desse risco, decide
assumir e conduz embriagada. Se ocorrer um acidente com vítimas, essa pessoa
poderá ser responsabilizada por dolo eventual, pois assumiu o risco de causar danos ao
decidir dirigir nessas condições
Disparar uma arma num local público: Um indivíduo que dispara uma arma numa praça
movimentada, mesmo sem ter autorização para portá-la nem perícia para manuseá-la,
está a assumir o risco de que sua ação pode matar alguém.

Negligência consciente e inconsciente


Artigo 15, distingue negligencia consciente de negligencia inconsciente.
Negligência consciente:
Nos termos do art.º 15º, nº1, temos a negligência consciente que corresponde a uma
atuação de quem não procedendo com o cuidado a que está obrigado e de qual é
capaz, representa como possível a realização de um facto correspondendo a um
determinado tipo de crime. Mas atua sem se conformar com essa realização.
-Exemplo: Sou enfermeira no hospital, estou obrigada a mudar uma sonda e
administrar uma injeção de insulina a um paciente diabético, contudo recebo um
convite para ir jantar fora e o meu turno termina às 21h30, mas tenho de sair e digo a
um colega para ficar no meu lugar a fazer o meu serviço. Sendo o meu colega
inexperiente. Estou consciente de que pode correr mal, mas mesmo assim tomo a
decisão de ir ao jantar

Negligência Inconsciente:
Corresponde à atuação de quem está obrigado e que é capaz, mas não consegue
sequer representar a possibilidade de realização do facto, o que vai corresponder a um
crime.
Exemplo: Mudança de direção sem atenção ao trânsito: A arguida, ao pretender mudar
de direção para a esquerda, fê-lo com manifesta falta de cuidado, sem prestar atenção
ao trânsito que circulava em sentido contrário, invadindo a faixa contrária quando nela
circulava um outro veículo, dando assim causa ao acidente.

Causa de exclusão da ilicitude e da culpa: Art.º 31º do CP


Para que um facto de torne punível exige simultaneamente que alguém cometa um
facto tipificado sendo por isso ilícito, e que se mostre em desconformidade com a lei, o
que quer dizer que atendendo aos factos dos pressupostos de punição do agente (…)
Só assim não será, quando ocorre alguma circunstância para nos termos da lei, exclua a
ilicitude do facto ou a culpa na sua produção. (“O facto não é punível quando a sua
ilicitude for excluída pela ordem jurídica considerada na sua totalidade”).
O legislador concebeu as causas de exclusão de ilicitude atendendo aos seguintes
pressupostos:
A) Indicação de uma causa genérica de exclusão
- Para que o agente possa beneficiar dessa atenuante tem que estar no art.º 31
CP
B) Enumeração exemplificativa no mesmo preceito nos termos do art.º 31º, nº2
do CP.
- Em legítima defesa
- No cumprimento de um dever imposto por lei ou por ordem legítima da
autoridade
- No exercício de um direito
- O cumprimento de um dever imposto por lei
- O consentimento do lesado
Ainda nos termos do art.º 31 nº2 CP: A consagração de outras causas além das
tipificadas anteriormente
Ex: O direito da necessidade- art.º 34º CP e o conflito de deveres- art.º 36º CP
Ordem jurídica consagrada na sua totalidade- art.º 31, nº1 CP
Ao consagrar o princípio da unidade da ordem jurídica, explicita por sua vez a regra de
que o direito penal relativamente às causas de exclusão de ilicitude não revela o
carácter de exclusividade. Existem também outras situações que podem levar à
exclusão de ilicitude tais como o - estado de necessidade previsto no art.º 34º entre
outros.
Os pressupostos de punição do facto ilícito criminal são os seguintes:
Facto Humano: O crime deve ser resultado de uma ação ou omissão humana.
Tipicidade: O comportamento do agente deve corresponder a um tipo de crime
previamente definido pela lei penal.
Ilicitude: O comportamento do agente deve ser contrário à lei.
Causalidade: Deve haver uma relação de causa e efeito entre o comportamento do
agente e o resultado.
Culpabilidade: O agente deve ter agido com dolo ou negligência.
Punibilidade: Existem condições objetivas que justificam a aplicação de uma pena ou
medida de segurança.
Estes pressupostos são necessários para que exista a punição de um crime2 A
punibilidade emerge em regra da sua tipicidade, ilicitude e da culpa do agente, salvo
quando o legislador decide condicionar essa punibilidade à verificação de
determinados factos objetivos.
6º aula
Legítima Defesa:
Encontra-se prevista no art.º 32 do CP. Esta assenta precisamente numa reação a uma
agressão atual e ilícita que tem de ameaçar interesses juridicamente protegidos de
quem se pretende defender ou de terceiros contudo essa reação tem de ser uma
reação adequada necessária para afastar a agressão atual e ilícita pelo que tem que
estar presente a racionalidade do meio empregue, pelo que aqui não se exige que
exista uma superioridade entre o bem que se pretende salvaguardar e o bem que é
lesado com a defesa. Por sua vez, no direito de necessidade previsto no art.º 34 do CP
alguém só pode atuar em direito de necessidade quando para afastar um perigo que
ameace de lesão um determinado bem jurídico se pratique outro considerado pela
ordem jurídica superior.
Qual a diferença entre a legítima defesa e o direito de necessidade:
No direito de necessidade tem que haver uma superioridade entre o bem que
pretendemos salvaguardar e o bem lesado. Na legítima defesa tem que haver a
racionalidade do meio empregue.
Elementos da legítima defesa:
A agressão terá de ser atual e ilícita assim terá de consistir numa agressão contrária à
lei não necessitando, contudo, de consistir numa atuação criminosa, nesse sentido tem
que se tratar de uma agressão não justificada. Por sua vez ela tem de ser atual, sito
significa que, o perigo é iminente, ou seja, trata-se de uma agressão que está em curso.
Por outro lado, é que tem de haver impossibilidade de decorrer em tempo útil aos
meios coercivos normais isto traduz-se na impossibilidade de recurso à força pública.
Temos ainda a considerar a racionalidade do meio empregue, isto é, apenas se deverá
responder utilizando um meio estritamente necessário para afastar a agressão.
Contudo este elemento é sempre analisado ou considerado caso a caso não se
podendo generalizar. Há ainda que ter em consideração as características da vítima e
do agressor, aos meios que o agressor tem à sua disposição e ainda do meio que o
agressor utiliza na prática para lesar um determinado bem jurídico, seja quem se
defende, seja de terceiros.
Art.º 35 do CP – Estado de Necessidades
Art.º 36 do CP – Conflito de Deveres
7º aula
Excesso de Legítima Defesa:
- Consideram-se situações de excesso de legítima defesa quando não ocorre a presença
de um elemento que é a verificação da racionalidade do meio empregue, porque se vai
traduzir na utilização de um meio que ultrapassa o que se considera estritamente
necessário para afastar o perigo de quem tenta ofender / lesar um determinado bem
jurídico.
- Quando isso ocorre o facto que seria ilícito ao abrigo da legítima defesa torna-se
assim ilícito. Se quem se está a defender pode e tem tempo de recorrer à força pública,
mas não o faz e resolve por si atuar, não considerando a racionalidade do meio
empregue então estamos perante uma situação de excesso de legítima defesa.
- Poderá, contudo, haver/ou existir uma atenuante (art.º 33, nº2 do CP) o que significa
que o agente poderá não ser punido se o excesso resultar de perturbação, medo ou
susto não censurável.
26/10
Direito de necessidade
Exercício de um direito:
A título de exemplo:
Alguém invade uma propriedade privada ou um mero domicílio, para salvar uma
criança, que está em perigo, porque se está a afogar, estará em princípio amparado
pelo direito de necessidade como a causa de exclusão da ilicitude.
o Pelo que o artigo previsto no artigo 190 do CP não ocorreria
o Esta causa de exclusão vem ainda prevista no artigo 34 do CP, afastando
a ilicitude do facto punível criminalmente. No que se refere ao seu
fundamento, tem-se como referência a ponderação de interesses entre
o bem jurídico ou interesse ameaçado por um perigo e o bem jurídico
que se sacrifica para afastar esse perigo.
o O direito de necessidade torna a conduta licita, daqui decorre a
necessidade de se impor a verificação de alguns requisitos, para que o
mesmo tenha lugar.

 Para o direito de necessidade é preciso alguns requisitos:


o Em primeiro lugar é necessário que a situação de perigo ocorra ou se
verifique, que não tenha sido simultaneamente criada voluntariamente
pelo agente criminal,
o em segundo lugar, torna-se imperativo que exista uma superioridade do
interesse do bem ou interesse jurídico a salvaguardar face ao interesse
sacrificado, isto passa pela análise, de se analisar qual o interesse mais
valioso.

 Em caso de igualdade de bens jurídicos, entre o bem jurídico sacrificado e o


bem jurídico a proteger, não se aplica do ART 34 do CP. Por fim importa ainda
acrescentar que o perigo que se pretende afastar, tem de ser um perigo real e
efetivo, e ainda atual. Isto é tem de ser um perigo que ocorra naquele
momento ou que se encontre iminente e que possa a vir de factos humanos.

 Cumprimento de um dever imposto por lei ou ordem jurídica, legitima da


autoridade.
o Uma outra causa da exclusão de ilicitude existe quando o agente por
estar vinculado ao cumprimento de um dever, de corrente de norma
jurídica ou ordem da autoridade, praticam um facto que se ajusta ao
tipo legal de crime. Quando assim acontece o facto não é ilícito por e
encontrar justificado por tal vinculação. Temos aqui os casos de factos
abstratamente ilícitos, mas que o deixam de ser na situação concreta
por resultarem por exemplo da atuação de uma autoridade no
cumprimento de um dever, com vista à manutenção da ordem publica
o Nestas situações e ao contrário do que acontece com o exercício de um
direito de necessidade, em que o agente é livre de agir ou não, aqui
nesta situação o agente está vinculado à obrigação de agir
Causas de exclusão de ilicitude:

 Consentimento do titular do interesse lesado


O consentimento do ofendido encontra-se previsto no artigo 38 do CP
Para que o consentimento tenha eficácia é necessário que de acordo com o Nº3 do
artigo 38 do CP, seja prestado esse consentimento por quem tenha mais de 16 anos e
possua o discernimento necessário para avaliar o seu sentido de alcance. Por outro
lado, tem de ser um consentimento expresso por qualquer forma que traduza a
vontade esclarecida e séria por parte do titular do interesse juridicamente protegido.
Podendo o mesmo ser revogado até ao memento da execução do facto nos termos do
artigo 38 Nº2
Exemplo: Eutanásia
A eutanásia mesmo a pedido do titular é sempre punível criminalmente, esta situação
encontra-se prevista no nosso CP, por isso considerando-se por isso um facto ilícito e
encontra-se previsto ART. 134 do CP.
Tal situação decorre também da proteção constitucional da proteção da vida humana,
e nos termos do artigo 24 da CRP a vida humana é inviolável

Poderá ser também considerada no artigo 36 do CP, uma causa de exclusão de ilicitude,
e trata-se daquelas situações em que se torna lícito ao agente não cumprir um dever
por ter de cumprir outro de categoria igual ou superior. Se colidirem dois deveres de
categorias iguais o agente tem liberdade de optar por um deles, não cumprindo o
outro por manifesta possibilidade
Causas da exclusão da culpa/culpabilidade:
Podem definir-se como sendo as circunstâncias que impedem que determinado ato
considerado ilícito seja atribuído de forma culposa ao seu autor, são assim motivos que
vêm “desculpar” a vontade e intenção do agente

 A imputabilidade:
A imputabilidade pode ser determinada em função da idade para os menores de 16
anos, conforme o ART 19 do CP e em razão de anomalia psíquica, isto é, considerados
inimputáveis todos aqueles que sofram de doença psíquica, qualquer transtorno de
foro psíquico de transtorno mental ou intelectual, isto é, o juiz que irá julgar o agente
terá de o considerar incapaz de avaliar a sua conduta no momento da prática do facto,
nos termos do artigo 20 do CP.

 inexigibilidade de conduta diversa:


Esta causa de exclusão da culpa poderá ocorrer, por excesso de legitima defesa e
sempre que esse excesso resultar de perturbação, medo ou falta de razoabilidade do
meio empregue, como se encontra previsto no ART 33 N2 do CP, ou ainda por estado
de necessidade desculpando, isto é, quando o ato é praticado para afastar um perigo
atual e não removível de outro modo que ameace a vida, a integridade física, a
liberdade do agente ou de terceiros, conforme ART 35 do CP. Temos ainda a situação
de obediência indevida desculpante, sempre que o ato resultar do cumprimento de
uma ordem por parte de um funcionário desconhecendo que a sua conduta leva à
prática de um crime, nos termos do ART 37 do CP

 Erro sobre as circunstâncias de facto:


Trata-se de um erro sobre os elementos de facto e de direito constitutivos de um
crime, ou sobre proibições cujo conhecimento seja indispensável para que o agente
tivesse tomado consciência da ilicitude do facto, isto nos termos do ART 16 do CP.

 Falta de consciência da ilicitude não censurável:


Corresponde a situações em que existe um desconhecimento não censurável de que o
facto era ilícito.

Formas de crime: (capítulo II do CP)


Existem três tipos de provas:

 Provas documental
 Prova pericial
Tem de ser uma pessoa perita sobre determinado assunto que possa acrescentar
informação sobre algo praticado.

 Prova testemunhal

Formas de crime quanto às suas fases:


A ação punível dolosa percorre diversos graus desde a primeira ideia do seu
cometimento até à sua consumação.
Trata-se de um caminho mais ou menos longo, que vai desde a decisão de efetivar o
crime até ao seu esgotamento. Passando assim por diversos níveis ou graus que se
iniciam pela preparação, começo de execução, conclusão da ação executiva e
consumação do resultado. A mera resolução de realizar um tipo de ilícito, que não saiu
apenas das esferas íntima do agente, não em si punível, na medida em que o direito
penal visa apenas proteger os bens ou valores fundamentais da comunidade. Importa
visar ....... . à partida e salvo de exposição. Podemos então definir os atos
preparatórios, todos aqueles que se iniciam no ITER CRIMINIS, e que vão desde o
pensamento de praticar um determinado crime até à consumação do mesmo. Contudo
os atos preparatórios previstos no artigo 21 distinguem-se dos atos de execução do
artigo 22. Por outro lado, haverá execução quando este preenche um elemento
constituído por um tipo de ilícito (VER artigo 21 e 22 do CP (artigo 22 Nº2))
 Atos de preparatórios não são puníveis (ART 21) os atos de execução já são puníveis
(ART 22 Nº2)

Artigo 21:
Importa aqui expressar as exceções à regra,
Os atos preparatórios de crimes nas condições previstas dos artigos 271/275 e 344 do
CP, são puníveis
Os atos preparatórios não exequíveis à visão da lei mas os atos de execução
O que dá maior relevância entre a distinção entre os dois tipos de crimes (ART 23)

Artigo 22
Tentativa:
Distintamente do que acontece dos atos preparatórios, a tentativa de cometimento de
um qualquer determinado crime é em sim já punível. Para que isso aconteça é
indispensável que ocorram os seguintes passos:

 O agente terá de tomar uma determinada resolução, que é a vontade de realizar


um determinado facto ilícito
 tem de se verificar o começo da execução desse facto, isto é o preenchimento de
pelo menos um dos elementos do ato ilícito
 Depois para que só haja tentativa e não consumação isto significa que houve uma
interrupção, isto chama-se a não consumação
 Enquanto presente o ART 23 diz-nos quando é que essa tentativa é punível
À tentativa aplica-se a pena cominada para o crime consumado, mas especialmente
atenuada, isto nos termos do artigo 2 do CP e ainda atendendo ao artigo 73 do CP, que
será uma situação de mera tentativa do julgador, que terá fatalmente de atenuar a
pena.
Uma referência à tentativa impossível, nos termos do artigo 23 Nº3, que nos diz que a
tentativa não é punível, quando for manifesta a inaptidão do meio empregue pelo
agente ou inexistência do abjeto essencial à consumação do crime
Exemplo: tentativa de homicídio de um cadáver
É chamada tentativa impossível.

Desistência:
A tentativa de cometimento de um crime que se encontra prevista nos artigos 22 e 23
do CP, pode deixar de ser punível. Para tal basta que o agente desista de prosseguir no
seu entendo(intenção), o que se encontra previsto no artigo 24 do CP, contudo a
desistência vai estabelecer alguns requisitos. Por um lado, que o agente abandone
voluntariamente a execução de um crime, isto é, omita a prática de mais atos de
execução e tal desistência só pode provir dos autores materiais do crime, depois que
impeça voluntariamente a consumação, isto é, por atividade própria e voluntária, ainda
que com o concurso de outras pessoas (ajuda), o que importa é que o agente venha a
evitar que o resultado do crime se produza. Nos termos do artigo 24 Nº1.
Esta desistência tem ainda lugar quando o agente tendo realizado todos os atos de
execução conduziram ao crime consumado atua no sentido de que essa consumação
não se verifique. Por outro lado, deverá o agente impedir a verificação do crime.
Alguns crimes como a coação, a ameaça ou ofensa à integridade física continuam a ser
punidos.

Crimes consumados:
O crime consumado é o ultimo estádio do ITER CRIMINIS, é para ele que ele é reserva a
plenitude da censurabilidade penal, aqui estamos na situação em que o crime é
consumado (é executado)

Formas de crime quanto aos modos ou graus de participação:


Temos então a situação de autoria simples, em que a lei penal prevê, vários modos de
participação dos crimes, qualificando ora de autoria simples ora de cumplicidade,
assim, agentes do crime são por excelência os autores nos termos do ART 26. E os
cúmplices encontram-se previstos nos termos do ART 27 do CP.
Se a realização de um crime for proveniente de uma ação individual, temos a simples
autoria ou autoria singular. Se por outro lado a ação resulta de uma autoria coletiva
que implica uma decisão conjunta de mais de uma pessoa, temos a coautoria ou
comparticipação. De acordo com o ART 26 do CP é autor quem, executa o facto, toma
parte direta na sua execução, por acordo por ajuntamento a outro ou outros, convence
dolosamente outrem à prática de um crime. Desde que esse crime tenha sido ou
começado a ser executado.
Contudo a autoria de um crime pode se ainda classificar como, autoria imediata ou
material (ART 26), é aquela em que o agente executa o facto por si mesmo,
diretamente pelas suas mãos. E por isso de autor imediato ou material é quem pratica
os atos descritos num qualquer tipo legal de crime. Na perspetiva de autoria mediata
ou intelectual é aquela em que o agente pratica os factos por intermédio de outrem,
deixando-o executar materialmente por outra pessoa. Sem toda a via perder o domínio
do mesmo.
Estas hipóteses podem-se concentrar numa só pessoa. (ser ambos autor intelectual e
material).

Para a coautoria ou comparticipação:


Por vezes o facto típico é compartilhado por uma pluralidade de agentes, assim à
coautoria ou comparticipação, quando existe conjugação de esforços de diversos
agentes, na consumação do facto ilícito, isto é, sempre que mais alguém intervém no
cometimento de um crime ou de vários crimes.

Cumplicidade:
Por vezes o agente é auxiliado por outra ou outras pessoas na prática do ilícito criminal.
É, pois, esse auxilio que caracteriza a cumplicidade. De acordo com o ART 27 do CP, é
cúmplice quem presta auxílio material ou moral à prática de um facto doloso, cometido
por alguém. E sempre que se faça isso de forma dolosa, o cúmplice tem de estar
contemplado pelo auxílio doloso bem como a prática do facto principal por parte do
autor.
Estando assim sempre excluída a possibilidade de cumplicidade negligente.
O cúmplice é sempre punido na moldura correspondente ao facto típico, praticado
pelo autor. Sendo a pena especialmente atenuada, nos termos do ART 73.

Aula 2-11
Formas do crime:
Os crimes podem ser classificados de acordo com as fases, o número de infrações e os
modos de participação da seguinte forma:
Quanto às fases:

 Inquérito: Esta é a primeira fase do processo, onde se recolhe prova indiciária


da existência de crime e de quem foram os seus autores.
 Instrução: Esta fase serve para decidir se o processo deve prosseguir para
julgamento.
 Julgamento: Esta é a fase final do processo, onde se decide se o acusado é
culpado ou inocente.
Quanto ao número de infrações:

 Crime Único: Quando uma única conduta viola um único tipo legal de crime.
 Crime Continuado: Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão,
pratica vários crimes da mesma espécie e nas mesmas condições de tempo,
lugar, maneira de execução e outras semelhantes.
 Crime Permanente: Quando a consumação se prolonga no tempo.
 Crime Habitual: Quando o agente pratica o mesmo tipo de crime várias vezes,
demonstrando uma tendência ou hábito criminoso.
 Concurso de Crimes: Quando o agente, através de duas ou mais ações ou
omissões, pratica dois ou mais crimes.
Quanto aos modos de participação:

 Autoria: Quando o agente pratica o crime por si mesmo.


 Coautoria: Quando dois ou mais agentes praticam o crime juntos.
 Autoria mediata: Quando o agente utiliza outra pessoa para cometer o crime.
 Participação: Quando o agente contribui para o crime, mas não o comete
diretamente. Isso pode incluir instigação (incitar outra pessoa a cometer o
crime) ou cumplicidade (ajudar outra pessoa a cometer o crime).
Estas classificações ajudam a determinar a gravidade do crime e a pena a ser aplicada.

Cumplicidade: art.º 27 é cúmplice quem presta auxilio material e moral á pratica de


um determinado facto doloso cometido por alguém ou por outro lado é cúmplice
quem praticando o dolo e utilizando qualquer meio tenta abranger o auxílio ou estar
envolvido na prática de um crime. O cúmplice é punido na moldura penal
correspondente ao facto típico praticado pelo autor, mas especialmente atenuada, essa
moldura penal, nos termos do art.º 73 do CP.
Direito penal (9-11-23)
Formas do crime quanto ao nº de infrações cometidas: existe em algumas situações em
que agente com a sua conduta não preenche apenas um único ou o mesmo tipo de
ilícito mas mais do que um crime ou o mesmo tipo de crime mais do que uma vez,
assim que tentar saber se com a sua conduta preencheu apenas um só ilícito o mais do
que um ,pelo que, o art.º 30 do CP refere-se ao concurso de crimes e crime continuado
pelo que á de atender as seguintes regras: por um lado á unidade do tipo de crime
preenchido com a conduta, a titulo de EX: António Mata Alberto com um tiro de
revolva, e por outro lado terá que se atender á pluralidade de crimes preenchidos com
a conduta, neste caso deverão estar preenchidos vários tipos de crime destintos.
Havendo pluralidade de crimes cabe distinguir entre:
a) - um concurso legal aparente ou impuro em que a conduta do agente formalmente
preenche vários tipos de crime, mas por via da interpretação conclui-se que a conduta
do agente é exclusiva e totalmente abrangida ou absorvida por um só dos vários tipos,
pelos que os outros crimes ficaram recuados (para trás) não sendo por isso totalmente
considerados em rigor aqui não há concurso de crimes pelo que a aplicação de uma
norma do CP exclui por si a aplicação de outras,
os diversos tipos de crime podem colidir nas relações entre si, mas existem regras, tais
como:
1- A especialidade, á que atender ao crime essencial que incorpora diversos
elementos em si essenciais de um outro tipo de crime também abstratamente aplicável
acrescentando elementos suplementares ou especiais referentes ao facto ou próprio
agente a título de EX: o crime de homicídio que poderá ser simples, qualificado,
privilegiado, a pedido da vítima, nos termos do art.º 131 e seguintes do CP.
2- O preenchimento de um tipo legal mais grave que inclui outro tipo de crime
menos grave devendo a maior ou menor gravidade ser encontrada nas especificidades
do caso concreto a título de EX: alguém que pratique um furto qualificado nos termos
do art.º 204 do CP e simultaneamente violação de domicílio ou perturbação da vida
privada nos termos do art.º 190 do CP. Irá considerar-se sempre a medida da pena mais
gravosa, pelo que, irão concorrer os crimes entre si.
3- Existe uma certa subsidiariedade(subsidiar), quando o facto ilícito não é punido
por outra norma mais grave aplica-se a subsidiariedade existindo casos em que a lei
expressamente condiciona á aplicação de um preceito de uma norma á aplicação de
outra norma mais grave a título de EX: art.º 215,293 do CP.

b) - concurso efetivo, verdadeiro ou puro, em que o tipo legal preenchido pela conduta
do agente não leva a uma exclusão por via de qualquer uma das regras referidas
anteriormente, existe assim concurso efetivo quando se comete mais que um crime
quer através da mesma conduta quer através de condutas diferentes deste modo na
determinação da pena o art.º 77 do CP vem consagrar que quando alguém tiver
praticado vários crimes a condenação é concretizada numa única.
Crime continuado: art.º 30 – existe crime continuado quando através de várias ações
criminosas se repete o preenchimento do mesmo tipo legal ou de tipos que protegem
o mesmo bem jurídico, pelo que este procedimento se reveste de uma certa
uniformidade fazendo assim diminuir consideravelmente a culpa do agente nos termos
do art.º 30 nº 2 do CP. Com efeito sucede que certas atividades que preenchem o
mesmo tipo legal de crime ou mesmo diversos tipos legais, mas que juridicamente
referem-se ao mesmo bem jurídico devem ser consideradas numa só efração sendo os
crimes posteriores considerados como a continuação do primeiro crime em que irão
revelar uma atenuação conduta do agente e da sua culpa. Existe para isso, para o
fundamento da diminuição da culpa uma possível justificação que se encontra no
circunstancialismo em que as coisas acontecem tornando cada vez menos exigível que
o agente se comporte de maneira diferente.

Esquema:
- Concurso de crimes: concurso legal, aparente ou impuro;
Concurso efetivo, verdadeiro ou puro
- Crime continuado:

Penal (14-11-2023)
A pena de prisão distingue-se da pena de multa na medida em que a pena de prisão é
privativa da liberdade em que um individuo é encarcerado num determinado
estabelecimento prisional vendo a sua liberdade de movimentação condicionada, a
pena de multa é uma pena de teor pecuniário, no entanto, se um juiz multar alguém
por uma pena de multa e esta não for paga poderá ser convertida em pena de prisão.
no âmbito de DP vigora o princípio da culpa o que significa qualquer pena tem como
suporte jurídico uma pena culpa concreta a culpa é simultaneamente limite da medida
da pena, ou seja, quanto mais culpa o individuo relevar na prática de um determinado
facto maior será a pena e por sua vez quanto menor for a culpa menos é a pena. Fazem
parte da culpa, desde logo a capacidade de culpa a consciência da ilicitude e a
exibilidade de uma conduta diversa de forma a fundamentarmos um juízo de censura
de culpa é fundamental que o agente infrator não obstante ter capacidade de culpa e
ainda consciência do facto ilícito que comete não tenha atuado em circunstancias tao
extraordinárias que a sua liberdade de decisão e avaliação fique diminuída pelo que ,
alguém tem capacidade de culpa quando tem a possibilidade de conhecer as
exigências do direito e pautar o seu comportamento de harmonia de acordo com essa
exigência, portanto há capacidade de culpa quando o agente tem consciência ou pelos
menos tem capacidade de ter consciência da ilicitude do facto e ainda assim atua de
harmonia com essa valorização, o nosso CP não define a capacidade de culpa na
medida em que o legislador optou pela via negativa afirmando que não é capaz de
culpa quem for inimputável art.º 19 e 20 do CP.
Medidas penais: - A) medidas de segurança que têm um carácter essencialmente
preventivo embora sejam sempre pós deliquais e são baseadas na perigosidade do
delinquente dentro destes termos … Existem medidas previstas na liberdade conforme
o art.º 99 e seguintes e existem medidas de segurança não privativas da liberdade art.º
100 do CP.O fundamento para a aplicação de uma medida de segurança esta
relacionada com a perigosidade ,isto é, justifica-se a aplicação de uma medida privativa
da liberdade quando se crê que um determinado individuo que volte a cometer um
facto penalmente relevante.
Medidas de correção: são medidas penais que se aplicam aos jovens delinquentes a
partir dos 16 anos o individuo tem plena capacidade de culpa e sobre ele poderá recair
uma pena de prisão ou multa antes dos 16 anos qualquer individuo é inimputável isto é
não poderá ser responsabilizado por um facto punível na medida em que se considera
que não tem as faculdades mentais necessárias para avaliar o facto quando o praticou
art.º 19 do CP. A maioridade penal também conhecida por responsabilidade criminal é
a idade a partir da qual o individuo pode ser penalmente responsável pelos seus atos
no nosso ordenamento a maioridade penal é aos 16 anos pelo que entre os 16 e os 21
anos os jovens gozam ou ficam sujeitos a um regime especial penal conforme art.º 9 do
CP.
Suspensão da execução da pena de prisão: o nosso CP é um sistema que tem como
pensamento fundamental a ideia de que as penas devem sempre ser executadas com
um sentido pedagógico e de ressocialização.
A suspensão da execução da pena é considerado um substituo adequado das penas
privativas da liberdade que importa tornar flexível na sua utilização deste modo, o
tribunal pode suspender a execução da pena de prisão em medida não superior assim
quando atendendo, a conduta do agente ,as circunstancias em que se deu o crime , a
sua conduta posterior, de forma a realizar-se adequadamente as finalidades da punição
de acordo com o art.º 50 do CP, isto é, o tribunal pode subordinar a suspensão da
pena de prisão ao cumprimento de deveres ou a observância de regras de conduta ou
ainda determinar que a suspensão da execução da pena de prisão seja acompanhada
de um regime de prova, e por isso o tribunal poderá aplicar deveres encontram-se
consagrados no art.º 51 do CP e estes deveres visão facilitar a readaptação…
contribuem para que ele adote uma conduta correta durante o período da suspensão
tentando se evitar os danos causados por cumprir efetivamente a pena o nº2 do art.º
51 do CP estabelece os limites a respeitar pelos deveres ou pelas ações que do seu
cumprimento decorrem ,isto é, os deveres impostos a um arguido não devem nunca
corresponder a uma obrigação cujo cumprimento não seja razoavelmente de exigir.
Este princípio da razoabilidade tem sido entendido pela doutrina e pela jurisprudência
no sentido de que por um lado a imposição de deveres condicionadores da suspensão
da execução da pena deve considerar a capacidade dos destinatários de modo a não
frustrar o efeito reeducativo e pedagógico que se pretende extrair desta medida.

Regras de conduta: (art.º 52) O tribunal pode impor assim ao condenado que durante o
tempo que recorra a suspensão da pena cumpra determinadas regras de conduta
destinadas a facilitar a sua reentregarão na sociedade o art.º 52 do CP fornece um
conjunto dessas regras.
Penal (16-11-23)
Suspensão com regime de prova: (art.º 53) Neste sistema o agente fica submetido
durante o tempo de suspensão a um período de prova ou a gozar de um meio livre a
fim de afluir ate que ponto é premiável uma receção completa numa vida social a
suspensão com regime de prova assenta por um lado num plano de ressecção com
patente na vida social e por outro na submissão de um delinquente a vigilância
permanente e assistência social especializada.
Plano de reinserção social (art.º 54) refere o plano de reinserção social podendo o
mesmo ser visto como uma recomendação de comportamentos que é proposta pelo
tribunal ao condenado e do qual se pretende obter a sua concordância para alem dos
deveres e regras de conduta dos art.º 51 e 52 do CP o tribunal pode ainda impor outras
obrigações que sejam relevantes para o plano de reinserção e aperfeiçoamento do
condenado nos termos do art.º 54 nº3 do CP. Trata-se no fundo de advertências ao
condenado que se poderão consubstanciar em limitações á sua liberdade de
movimentos tendo como objetivo a sua recuperação social,(este plano supostamente
não funciona porque quem tem comete estes crimes quando sai volta a cometer).
O art.º 55 fala sobre a falta de cumprimento das condições de suspensão: como já se
referiu o regime de prova não tem autonomia pelo que se integra no instituo da
suspensão da pena como se viu também, o tribunal pode impor ao condenado deveres
ou regras de conduta que ele terá de cumprir durante a suspensão, pelo que havendo
incumprimento torna-se obvio que o condenado terá de ser responsabilizado por ele.
O art.º 55 do CP refere-se a falta de cumprimento das forças de suspensão de
condenação dai ter especial incidência no poder conferido ao tribunal de impor novos
deveres ou regras de conduta ou ainda introduzir exigências acrescidas no plano de
reabilitação ou reinserção o não cumprimento das obrigações impostas pelo tribunal
não deve desencadear naturalmente, de imediato a revelação da liberdade
condicional. Segundo a doutrina tem se em vista sempre a ligação do individuo pelo
que a prisão só terá lugar ou só irá ocorrer quando esgotados sejam estes meios
alternativos á suspensão de exsucção da pena.
art.º 56- Revogação da suspensão como se afirmou anteriormente nem toda a violação
dos deveres impostos deve cumprir á revogação da suspensão, tal revogação só deverá
ter lugar em ultima estância, isto é quando estiverem esgotados ou se revelarem
ineficazes as restantes providências do art.º 55 do CP. Pelo que no decorrer deste art.º
vem o art.º 56 do CP afirmar que a revogação da suspensão é sempre vista como um
recurso extremo e o primeiro dos superpostos que justifica a revogação da suspensão é
a infração grosseira ou repetida dos deveres ou regras de conduta impostas ainda pelo
plano de serviço social, trata-se assim duma situação limite sendo que existe sempre
uma esperança na recuperação do individuo bem como do cumprimento do projeto a
que ele tenha aderido, outro dos pressupostos é a punição por outro crime, não
fazendo a lei qualquer distinção estão abrangidos aqui outras situações, isto é a
revogação em si determina o cumprimento da pena de prisão fixada na sentença sem
que o condenado possa exigir a restituição das prestações que o condenado tenha
efetuado isto no art.º 56 nº 2 do CP.
Extinção da pena (art.º 57): este artigo apresenta 2 situações destintas a 1º constante
do nº1 que dispõe que a pena é declarada destinta se decorrido prazo da sua
suspensão não existirem motivos que possam conduzir á sua revogação e uma outra
situação que resulta do nº2 do mesmo artigo e que refe que a apena só pode ser
extinta quando afim do período de suspensão se existir um processo que se encontre
pendente ou que possa determinar a sua revogação por falta de cumprimento dos art.º
51,52,54.
art.º 60 a 64- regime da liberdade condicional: revogação da liberdade condicional por
força do art.º 64 aplicada á liberdade condicional e á extinção da pena o disposto dos
art.º 56 e 57 do CP, ou seja, o legislador invocou o regime da liberdade condicional
assim e ainda referindo o 56 do CP também nos é referido o 56/2 que ocorre a
revogação da suspensão sempre que o condenado não cumprir o que está obrigado e
desde que infrinja de forma grosseira os deveres ou regras de conduta. A revogação de
liberdade condicional determina também a execução da pena de prisão não cumprida.
(pena suspensa -condenado a prisão efetiva, se foi condenado tem de cumprir).

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