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Avaliação:
2 frequências:
- 14 de Abril
- 19 de Maio
Bibliografia:
Existem 3:
sujeitos (titulares da obrigação relacional),
objecto da obrigação (o que é devido – prestação debitória) e por
fim
o vínculo (conjunto de poderes que liga o credor ao devedor)
O objecto da obrigação:
Objecto
Objecto de obrigação pode ser imediato ou mediato – o imediato
consiste na actividade que é devida (entrega de algo) comportamento
exigido ao devedor. O objecto mediato consiste no objecto em si (ex.: na
entrega da mala, a entrega é o objecto imediato e a mala é o objecto
mediato).
Modalidades da prestação:
Por ex.: se Eu estou obrigado a pintar esta sala dizemos que é uma
prestação de facto material porque eu estou a prestar uma prestação de
facto, mas incorporo matéria na prestação de facto1 que eu estou a fazer.
Por outro lado, se eu estou obrigado a fazer uma prestação de facto
jurídico, por exemplo um patrocínio forense, a actividade do solicitador,
de um advogado ou do contracto de mandato
O negócio pode fazer-se na mesma, só que está viciado. Pode ser anulado
logo que a esposa tenha conhecimento. A esposa pode vir pedir a
anulação do negócio e este fica invalidado.
Uma pessoa pode prometer que outra vai realizar uma prestação
de facto? Neste caso, vai dar o consentimento, isto é válido. Pode ser
feito, aliás conforme artigo 398, número 2 do CC “A prestação não
necessita de um valor comunitário, mas deve correspondera um interesse
do credor, digno de protecção legal.”
Portanto, as promessas de facto terceiro são válidas.
Prestações de coisa.
São 3 modalidades:
Primeira modalidade das Prestações de coisa tem a ver com artigo 408
nº1 do código civil, doutrina dominante, obrigação de dar. Por regra, o
nosso direito a Transmissão do direito de propriedade ocorre por mero
efeito do contracto.
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A prestação de coisa pode ter respeito a uma coisa que é futura. Uma
coisa que não existe naquele momento. Ou que existe, mas não está na
disposição do vendedor naquele momento. Por isso é que
Artº 211 do CC - Coisa futuras
São coisas futuras as que não estão em poder do disponente ou a que
este não tem direito ao tempo da declaração negocial.
A noção de coisas futuras abrange, portanto, 2 coisas distintas.
Por exemplo, o agricultor pode vender em Março toda a produção de uvas
que vai ter em Setembro. Mas a verdade é que elas ainda não existem.
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Art.º 892º do CC
É nula a venda de bens alheios sempre que o vendedor careça de
legitimidade para a realizar; mas o vendedor não pode opor a nulidade ao
comprador de boa-fé, como não pode opô-la ao vendedor de boa fé o
comprador doloso.
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Exemplo: O Continente resolve pagar uma certa quantia por mil toneladas
de uvas, no entanto metade da quantidade estraga-se. Neste caso o
Continente paga apenas metade da quantidade ou o agricultor terá que
devolver metade da quantia paga pelo supermercado.
Carácter aleatório - artigo 880º nº2 - o risco é sempre corrido por parte
do comprador, uma vez que o mesmo terá de pagar a mesma quantia,
independentemente do produto estiver em boas condições ou em más
condições.
Exemplo: O Continente paga 1 milhão de euros por uma certa quantidade
de um produto. O supermercado terá de pagar sempre 1 milhão de euros
independentemente se não houver produto suficiente, se o produto está
em boas condições ou em péssimas condições.
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Retroactividade.
A retroactividade tem a ver com a resolução do contracto.
Artigos 432º e seguintes do CC
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Mas o senhorio não tem direito a que eu lhe pague as rendas futuras é a
diferença do regime.
Prestações fungíveis - são aquelas que podem ser prestadas por outra
pessoa que não as previstas no art.º 767 do CC.
Exemplo pratico:
Quando solicitamos uma entrega de algo em casa não nos interessa quem
é que vai entregar (ou seja prestação fungível)
Ex.: uma pintura se eu só quiser aquela pessoa, só essa o poderá fazer
logo é prestação não fungível.
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Segundo o art.º 828 do CC se for fungível poderá ser prestado por outra
pessoa aquele serviço, é efectuado uma execução da prestação de facto.
CASO PRÁTICO 1
Armando é produtor de cereais.
No entanto, como tem enfrentado grandes dificuldades no escoamento da
sua produção de cereais, a ponto de se encontrar em dificuldades
financeiras, decidiu efectuar o seguinte contracto com uma grande
superfície:
“Pela quantia de um milhão de euros anuais, pagos antecipadamente, no
dia 1 de Janeiro de 2007 entregará toda a sua produção cerealífera, tendo
sido atribuído carácter aleatório ao contracto.”
Diga qual o regime aplicável e quais os direitos de cada uma das partes?
Resposta:
Está em causa um contracto de compra e venda de coisas futuras, que de
acordo com o art.º 211 do CC, são coisas futuras, que não só não existem,
como aquelas que não existem mas ainda não estão disponíveis, mas que
conta que no futuro estejam disponíveis. Ou seja, a venda é licita, uma
vez que é uma venda de bens futuros e que o vendedor conta em ter
estes bens mais tarde. Não sendo uma venda de bens alheios, sendo que
é possível vender algo que não é nosso desde que asseguremos ao
comprador que a iremos ter – art.º 893.
Neste tipo de contractos são definidas uma série de tarefas por parte do
comprador para com o vendedor, neste caso o mesmo cumpriu, contudo
por algo que lhe é alheio não conseguiu ter mais produção.
Neste caso atribui-se carácter aleatório ao contracto, pelo que há risco por
quem compra, ou seja, é devido o preço ainda que a transmissão dos
bens não se chegue a verificar. Este tipo de negócio é muito comum, em
que é definido que tudo o que se produz é vendido por um valor fixo
anual, independentemente do que é produzido (se a mais ou menos). O
vendedor recebe sempre o valor desde que não tenha culpa do facto de
não ter conseguido ter mais produção, previsto no art.º 880 n.º2 do CC.
Logo neste caso concreto a grande superfície não tem que ser ressarcida
uma vez que tinha carácter aleatório, o mesmo aconteceria se houvesse
muita mais produção, o valor pago seria sempre o mesmo.
Resposta:
Se as partes não tivessem atribuído carácter aleatório ao contracto e a
produção se se tivesse estragado o vendedor só é obrigado a entregar
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Áudio 03 03 2023
Art.º 397ª CC
Obrigação é o vínculo jurídico por virtude do qual uma pessoa fica adstrita
para com outra à realização de uma prestação.
Significa que o credor não pode fazer justiça pelas próprias mãos.
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Art.º 601º do CC
Art.º 807º do CC
“1. Pelo facto de estar em mora, o devedor torna-se responsável pelo
prejuízo que o credor tiver em consequência da perda ou deterioração
daquilo que deveria entregar, mesmo que estes factos lhe não sejam
imputáveis.
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Exemplo:
O comprador compra um televisor no dia 3 e o vendedor compromete-se
a entregá-lo no dia 6. A partir do momento da venda o televisor é
propriedade do comprador e o devedor passa a ser o vendedor. Caso
exista um furto no dia 5, quem tem de se queixar e atuar contra o furto,
de agir contra o ladrão é o comprador pois o comerciante já não tem
legitimidade porque o televisor já não lhe pertence.
Art.º 806º do CC
“1. Na obrigação pecuniária a indemnização corresponde aos juros a
contar do dia da constituição em mora.
2. Os juros devidos são os juros legais, salvo se antes da mora for devido
um juro mais elevado ou as partes houverem estipulado um juro
moratório diferente do legal.
3 - Pode, no entanto, o credor provar que a mora lhe causou dano
superior aos juros referidos no número anterior e exigir a indemnização
suplementar correspondente, quando se trate de responsabilidade por
facto ilícito ou pelo risco.
terceira situação:
O simples facto de nos atrasarmos no cumprimento da obrigação implica
o dever de indemnizar o credor devido aos danos que daí advirem.
Art.º 804 do CC
1. A simples mora constitui o devedor na obrigação de reparar os danos
causados ao credor.
2. O devedor considera-se constituído em mora quando, por causa que
lhe seja imputável, a prestação, ainda possível, não foi efectuada no
tempo devido.
Art.º 808ª do CC
1. Se o credor, em consequência da mora, perder o interesse que tinha na
prestação, ou esta não for realizada dentro do prazo que razoavelmente
for fixado pelo credor, considera-se para todos os efeitos não cumprida a
obrigação.
2. A perda do interesse na prestação é apreciada objectivamente.
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Nós temos direito a resolver o contrato quando a outra parte não cumpre,
de forma grave, as obrigações que a declaração contratual estabelecia.
A propósito disto…
Dever de prestar
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Ex.: Nos estamos doentes com covid, e um vizinho dá-nos uma sopa por
uma questão de amizade devido à minha doença. Posteriormente, em
agradecimento eu doo-lhe uma garrafa de whisky, de forma gratuita. É
uma doação remuneratória porque é uma doação em forma de
agradecimento pelo bem que me fez, por me ter dado a sopa quando
precisava. Mas eu não sou obrigada a fazê-lo, não tenho nenhum dever
jurídico. Só faço se eu quiser.
Ex.: Uma divida de um cliente que prescreveu nos termos da lei (Art.º
317º, c) do CC ) ao fim de dois anos. Significa que o devedor já não é
obrigado a pagar, só paga se quiser porque a divida prescreveu. O
devedor fica com uma obrigação natural, do ponto de jurídico o devedor já
não tem obrigação de pagar mas é justo que pague.
Garantia do crédito
A lei não se limita a impor o dever de prestar e atribuir o direito ao credor
à prestação, também dá poderes ao credor para obter o seu cumprimento
coercivo, ou seja, o credor tem o poder de exigir judicialmente o
cumprimento da obrigação quando não é cumprida voluntariamente. Isto
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Art.º 817º do CC
Não sendo a obrigação voluntariamente cumprida, tem o credor o direito
de exigir judicialmente o seu cumprimento e de executar o património do
devedor, nos termos declarados neste código e nas leis de processo.
Art.º 601º do CC
Pelo cumprimento da obrigação respondem todos os bens do devedor
susceptíveis de penhora, sem prejuízo dos regimes especialmente
estabelecidos em consequência da separação de patrimónios.
Art.º 604º do CC
1. Não existindo causas legítimas de preferência, os credores têm o
direito de ser pagos proporcionalmente pelo preço dos bens do devedor,
quando ele não chegue para integral satisfação dos débitos.
2. São causas legítimas de preferência, além de outras admitidas na lei, a
consignação de rendimentos, o penhor, a hipoteca, o privilégio e o direito
de retenção.
Significa que as partes têm, dentro dos limites da lei, a liberdade de fixar,
de acordo com a sua vontade, livremente o conteúdo dos contratos – Art.º
405 do CC.
Art.º 405º do CC
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Mas há limites
Há pessoas que não se podem contratar, há pessoas que não têm
capacidade jurídica para contratar, há pessoas que não podem celebrar
contrato. Menores de idade não podem celebrar contratos, são incapazes.
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Caso Prático 2
Resposta:
Neste caso está em causa a responsabilidade pré contratual. Neste caso
concreto só faltava mesmo elaborar e assinar o contrato uma vez que as
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A sua forma de contrato e as normas que pela razão de ser não são
aplicáveis a um contrato promessa
Forma de um contrato
-Forma de contrato verbal (ex: comprar uma mesa- para comprar uma
mesa não precisamos de fazer um contrato escrito)
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Contrato promessa
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Art 879 a), 796 n1, art 886, 892, – não se aplica ao contrato de promessa
Ex: o vendedor faz o negocio em que promete vender por 100mil mas
aparece outra pessoa que quer por 200mil, diz ao comprador que lhe
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Contrato de promessa sem sinal que não seja cumprido, neste caso o
caminho natural é a execução especifica (uma vez que não há como
decretar a indemnização, como por exemplo o dobro), não é usual.
Contudo mantém-se que a natureza da obrigação o permita (em caso de
trabalho tal não é possível, ou em caso de contrato de promessa de
emprestar dinheiro o tribunal não poderá obrigar a cumprir, em caso de
sociedade em empresa). A execução especifica que a sentença per si
permita que a mesma seja efetuada, daí ser mais usual em casos como
imóveis. Se a escritura não é possível a execução especifica também não
o é.
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Caso prático 3:
- art.º 410/3
- art.º 830 – regime aplicável, contrato promessa
- art.º 830 – sinal
A Promete a B e vendeu a C
- se o contrato tiver um imóvel, tem que ser celebrado por escrito, tem
que ser assinado por ambas as partes e tem que ser reconhecidas
presencialmente, o contrato é anulado, tem anulabilidade típica ou mista.
(Artur Varela não concorda com esta informação)
Caso prático 4:
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CASO PRÁTICO 5
Resposta:
Tem que ser redigido a escrito, art 220, tem que ser assinado por ambas
as partes, se for só uma parte é um contrato unilateral. E apenas vincula
quem assinou. Art 293 e 292, se for assinado só por um das partes tem
que ser por opção de ambas as partes, sob pena de nulidade. – 410 n2 e
220.
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Resposta:
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