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ILUSTRÍSSIMO SENHOR SUPERINTENDENTE ESTADUAL DO INSTITUTO

BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS


RENOVÁVEIS – IBAMA

residente e domiciliado no Município de Portel, Estado do Pará, vem, à


presença de Vossa Senhoria, por sua advogada, com fundamento nos art. 69
e seguintes da Instrução Normativa Conjunta n. 02/2020 e art. 113 e
seguintes do Decreto 6.514/2008, apresentar

DEFESA PRÉVIA AUTO DE INFRAÇÃO AMBIENTAL

em razão do Auto de Infração Ambiental n. pelo Instituto Brasileiro do Meio


Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, consoante as
razões de fato e de direito a seguir expostas.

1. DA TEMPESTIVIDADE DA DEFESA PRÉVIA CONTRA O AUTO DE


INFRAÇÃO AMBIENTAL

Primeiramente, há que se registrar que a AUTOANTE foi intimada na data


20/04/2023, sobrestando o prazo para apresentação de defesa prévia contra
o auto de infração ambiental.

Portanto, nos termos do art. 113 do Decreto 6.514/2008 c/c § 1º do art. 49 da


Instrução Normativa n. 2/2020, o prazo para a apresentação de Defesa Prévia
é de 20 (vinte) dias úteis, contados da data da intimação. Logo,
flagrantemente tempestiva a presente defesa.

2. BREVE SÍNTESE DO AUTO DE INFRAÇÃO AMBIENTAL

Consta, no Relatório de Fiscalização, que após análise realizada, constatou-


se que a área supostamente desmatada no período analisado é de 477,06 ha.

Consta no Relatório de Fiscalização, que:

“Impedir a regeneração natural da vegetação nativa, na área de 477,06


hectares de vegetação nativa, em área embargada através dos Termos de
Embargos 554068-C e 574758-c, através da execução de atividade pecuária
no local.

Por tal razão, e somado às imagens de satélites, a equipe do Ibama lavrou:

“AIA…, no valor de R$ 2.390.000,00 por “impedir a regeneração de 477,06


hectares vegetação nativa, em área embargada através dos Termos de
Embargos 554068-C e 574758-c, através da execução de atividade pecuária
no local, em desfavor do Sr. ciência aos termos.

Entretanto, a narrativa posta pela equipe de fiscalização do Ibama não retrata


a veracidade dos fatos, razão pela qual o AIA merece ser declarado nulo, com
o devido desembargo da área, conforme será demonstrado.

3. DA VERDADE FÁTICA DO AUTO DE INFRAÇÃO AMBIENTAL

Pois bem, faz jus esclarecer quer o Sr. não é mais o proprietário da área, o
Defendente Sr. é o legítimo possuidor do imóvel mencionado no presente
auto, localizado no Município de Portel/PA.

Ocorre que, a equipe do Ibama durante fiscalização ambiental, em meados de


2009, sobrevoou a propriedade, imputando a infração administrativa prevista
no art. 48 do Decreto 6.514/2008, in verbis:

Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas ou demais


formas de vegetação nativa em unidades de conservação ou outras áreas
especialmente protegidas, quando couber, área de preservação permanente,
reserva legal ou demais locais cuja regeneração tenha sido indicada pela
autoridade ambiental competente:

Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por hectare ou fração.

Todavia, o Defendente e sua família passou ocupar a área em meados de


2012, não sendo do seu conhecimento que a área estava embargada.

É de suma importância, informar ainda, que em consultas realizadas no


sistema do IBAMA a referida área embargada não aparece no nome do Sr.

Verifica-se ainda que o auto de infração ambiental está eivado de vícios, pois
o agente fiscalizador quando fez o embargo da área não atentou-se no que
consta na Instrução Normativa IBAMA nº 14 de 15/05/2009.

Outrossim, é extremamente importante, constar que o Defendente não fez


qualquer tipo de desmatamento, ocasionado posteriormente a dificuldade ou
impedimento de regeneração da terra.
Definitivamente, o AIA padece de nulidade e deve ser declarado nulo por esta
autoridade julgadora, nos termos do art. 100 do Decreto 6.514/2008, mas
antes, necessário requerer o desembargo da área e a suspensão do processo
para fins de regularização.

5. DO MÉRITO

A Constituição Federal de 1988 assegura em seu art. 5º, que:

Art. 5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, e ainda:
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados
em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes;

De mais a mais, a dúvida não pode militar em desfavor do Defendente, haja


vista que a imposição de multa administrativa possui caráter penalizador, e
afigurando-se como medida rigorosa e privativa de uma liberdade pública
constitucionalmente assegurada (CF/88, art. 5º, XV, LIV, LV, LVII e LXI),
requer a demonstração cabal da autoria e materialidade, pressupostos
autorizadores da imposição de sanção, e na hipótese de constarem nos autos
elementos de prova que conduzam à dúvida acerca da autoria delitiva, a
nulidade do AIA é medida que se impõe, em observância ao princípio do in
dubio pro reo.

5.1. DA ATIPICIDADE DA CONDUTA QUE ENSEJOU O AUTO DE


INFRAÇÃO AMBIENTAL

É cediço que a responsabilidade pelo imóvel é do proprietário. Tal fato,


porém, não atrai a responsabilidade administrativa do dono de imóvel, em
razão da natureza penalizadora da infração.

Considerando as imagens e medições via satélite, a equipe de fiscalização


constatou suspostamente, uma área destruída de 477,06ha, aplicando uma
multa administrativa no valor de R$ 2.390.000,00.

Ocorre que a Defendente não se enquadra nas disposições legais ora


imputadas, em razão de não ter praticado, tão pouco dado causa a nenhuma
infração ao meio ambiente.
Com a devida vênia, o cometimento de delitos pelos administrados não pode
ser imputado diretamente pela autoridade fiscalizadora por simples presunção
quando da ausência de flagrante delito e sem o devido processo legal ou
investigação, ou seja, constatar por sobrevoo suposto dano ambiental e
imputar ao Defendente a prática da infração, que sequer estava no local,
simplesmente pelo fato de ser o possuidor da área, fere de morte os
princípios constitucionais.

Nesse diapasão, dispõe o art. 95 do Dec. 6.514/08, que

Art. 95. O processo será orientado pelos princípios da legalidade,


finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla
defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência, bem
como pelos critérios mencionados no parágrafo único do art. 2o da Lei
no 9.784, de 29 de janeiro de 1999.

O referido art. 2º da Lei no 9.784/99 mencionado no r. art. 95, ressalta que:

Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da


legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade,
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança
jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre
outros, os critérios de:
I – atuação conforme a lei e o Direito;
III – objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção
pessoal de agentes ou autoridades;
IV – atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;
X – garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais,
à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que
possam resultar sanções e nas situações de litígio;

Portanto, em atendimento aos r. princípios elencados na própria norma


ambiental, espera-se o cancelamento do AIA lavrado em desfavor da área
ocupada pelo Defendente, diante da atipicidade da conduta.

5.2. DA NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO AMBIENTAL POR VÍCIO


INSANÁVEL

É certo que a responsabilidade administrativa por dano ambiental é exclusiva


do infrator, assim como a criminal, não sendo possível a aplicação de
nenhuma sanção a terceiros que não tenham infringido diretamente a
legislação ambiental.

Isso porque, a aplicação de penalidades administrativas não obedece à lógica


da responsabilidade objetiva da esfera cível (para reparação dos danos
causados), mas deve obedecer à sistemática da teoria da culpabilidade, ou
seja, a conduta deve ser cometida pelo alegado transgressor, com
demonstração de seu elemento subjetivo, e com demonstração do nexo
causal entre a conduta e o dano.

Sabe-se que a responsabilidade ambiental gera efeitos nas três esferas:


administrativa (multa ambiental), criminal (quando a infração constituir crime o
infrator responde um processo judicial criminal) e cível (recuperação do meio
ambiente), mas devido a natureza sancionadora, somente a responsabilidade
civil é objetiva e solidária, não sendo possível imputar crime ambiental muito
menos multa administrativa a terceiro que não tenha concorrido diretamente
para o dano.

Sendo assim, não é possível imputar a Defendente conduta praticada por


terceiro, ainda que desconhecido, por supostos danos ao meio ambiente, e,
portanto, há de ser considerado por esta autoridade julgadora, que o AIA
lavrado em desfavor da Defendente é eivado de vícios, sobretudo pela
ausência da autoria, o que caracteriza sua nulidade nos termos do art. 100 do
Decreto 6.514/2008, requerendo, portanto, seu imediato cancelamento.

Por hora requer, portanto, a anulação da cobrança no valor total da multa


administrativa imposta tendo em vista que o requerente não é responsável
pela infração imposta.

5.3. DA AUSÊNCIA DA AUTORIA DO DANO AMBIENTAL E DA


APLICAÇÃO DO ART. 38 DA LEI FEDERAL 12.651/12

Na forma descrita nos fatos indicou-se claramente que o Defendente não foi a
causador da destruição de vegetação que motivou a lavratura do auto de
infração ambiental, o mesmo se quer sabia do acontecido.

Ademais, é de conhecimento público e notória que as secas na região,


contribuíram para as queimadas, muitas destas provocadas por agentes
desconhecidos.

Ausente está qualquer indício de que o Defendente tenha praticado ou guarde


relação com a conduta. Ao contrário, há mera presunção de autoria derivada
da posse inexistente.

Ressalte-se, que nos moldes da Lei Federal n. 9.605/98, art. 70, só poderá
ser considerado autor de infração administrativa aquele que produzir a ação
ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e
recuperação do meio ambiente, assim como prevê o art. 38 da Lei
Federal 12.651/12.

Fundado em simples ilações, que inclusive no caso em voga estão


desprovidas de qualquer indício, a equipe de fiscalização deveria ter
considerado que em sede de processo administrativo sancionador vigora o
princípio da verdade material.

Some-se ainda que a atual legislação ambiental impede a autuação derivada


de uso de fogo sem a efetiva identificação do nexo de causalidade por ação
ou omissão, conforme dita o art. 38, § 3º, da Lei Federal nº 12.651/12:
Art. 38. É proibido o uso de fogo na vegetação, exceto nas seguintes
situações: (…)
3º Na apuração da responsabilidade pelo uso irregular do fogo em terras
públicas ou particulares, a autoridade competente para fiscalização e
autuação deverá comprovar o nexo de causalidade entre a ação do
proprietário ou qualquer preposto e o dano efetivamente causado.
Em sede de infração administrativa ambiental o simples juízo de
probabilidade utilizado para imputar infração e a sucessiva sanção não pode
ser admitido e se faz essencial a perfeita indicação da autoria e identificação
da relação de causalidade com a infração, como demonstra a jurisprudência
análoga:

ADMINISTRATIVO. IBAMA. APLICAÇÃO DE MULTA. INFRAÇÃO


AMBIENTAL. ARMAZENAMENTO DE MADEIRA PROVENIENTE DE
VENDAVAL OCORRIDO NA REGIÃO. EXISTÊNCIA DE TAC.
COMPROVADA BOA-FÉ. REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 7/STJ. 1.
A responsabilidade é objetiva; dispensa-se, portanto, a comprovação de
culpa, entretanto há de constatar o nexo causal entre a ação ou omissão e o
dano causado, para configurar a responsabilidade. 2. A Corte de origem, com
espeque no contexto fático dos autos, afastou a multa administrativa.
Incidência da Súmula 7 do STJ. Agravo regimental improvido.”
(STJ AgRg no RECURSO ESPECIAL nº 1.277.638 – SC. Rel. Min.
HUMBERTO MARTINS. Jul. 07/05/2013).

Na forma como se deu a autuação, bastaria, por exemplo, a imputação de


autoria por um desafeto do Defendente e que sucessivamente a autoridade
de fiscalização aceitasse suposta alegação sem qualquer investigação
adicional.

Temos que em relação a responsabilidade administrativa ambiental os


preceitos da responsabilidade civil ambiental prevista na Lei n. 6.938/81 não
se aplicam como expõe a doutrina sobre a necessidade de identificação da
autoria:
Tem-se dito no Direito Ambiental a responsabilidade por infração
administrativas é objetiva, ou seja, dispensa a culpa ou o dolo do agente
chegando-se ao extremo de dispensar a própria atuação do autuado,
fazendo-o responder pelo fato de terceiros sem razoabilidade alguma – o que
talvez o fizesse responder como garante. […]
Em diversas ocasiões se confunde a obrigação de reparar o dano com o
pagamento de multas sobre os bens ambientais lesados, validando cobrança
de multas ambientais sem que haja a comprovação de culpa e em alguns
casos, até mesmo da autoria. (Eduardo Fortunato Bim. O Mito da
Responsabilidade Objetiva no Direito Ambiental. In Doutrinas Essenciais do
Direito Ambiental Vol. V. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011, pp.
808/809. Marcações nossas).
Assim, deveria ter sido apurado o nexo causal pela demonstração de que o
Defendente tenha destruído vegetação e empregado o fogo por meio de seu
irmão, mas nunca a imputação direta derivada somente do mero vínculo
possuidor existente, como a equipe do Ibama faz de praxe e sem cumprir com
o seu real papel de ente fiscalizador.

Tal uso do poder de polícia ambiental é no mínimo temeroso e a própria


disposição dos fatos no corpo do auto de infração ambiental impede extrair
qualquer conclusão sobre a autoria e detalhes das circunstâncias da prática
da infração imputada:

A conduta pode ser imputada à pessoa física ou jurídica, de direito público ou


privado, que tenha concorrido, por ação ou omissão, para a prática da
infração.
É certo, portanto, que a responsabilização administrativa, ao contrário do que
ocorre na esfera civil e analogicamente ao que se dá em âmbito penal
(igualmente de índole repressiva), é absolutamente pessoal, não podendo o
órgão administrativo punir uma pessoa pelo evento danoso causado por
outra.
(Édis Milaré. Direito do Ambiente. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009, pp.
885. Marcações nossas).

Configura-se, verdadeira hipótese de ilegitimidade do Defendente por não ser


ele o efetivo responsável pela conduta infracional apurada e pela fragilidade
das constatações feitas pelo agente público, e assim, não há como afirmar
que a conduta tenha sido gerada pelo Defendente, e em tais hipóteses o
E. Tribunal de Justiça de São Paulo tem afastado as autuações ambientais:
AÇÃO ANULATÓRIA DE AUTO DE INFRAÇÃO AMBIENTAL E RESPECTIVA
MULTA. PROVA DO DANO AMBIENTAL. INCERTEZA QUANTO À
AUTORIA. INFRAÇÃO QUE DEIXA VESTÍGIOS.
Ausência de perícia técnica ou análise laboratorial a comprovar o potencial
poluidor dos efluentes. Presunção de legitimidade do ato administrativo
afastada. Sentença de procedência. Recurso oficial e apelação desprovidos.
(TJSP; APL 9197070-33.2004.8.26.0000; Ac. 5361057; São Paulo; Câmara
Reservada ao Meio Ambiente; Rel. Des. Aguilar Cortez; Julg. 25/08/2011;
DJESP 09/09/2011);
A simples presunção de causalidade não basta para gerar a imputação de
infrações e de sanção pecuniária conjunta. No entanto, a fome de
arrecadação e o descaso com aquilo que deva resultar em procedimento de
fiscalização se mostrou mais intenso que a atuação com parcimônia em
defesa do ambiente no intuito de identificar os responsáveis.

A obrigação de apurar a conduta era dos entes de fiscalização do Ibama:

O agente, após um incêndio florestal, deve colher todas as informações para


tentar descobrir se o incêndio foi criminoso ou não. Fatores como direção da
propagação do fogo e objetos encontrados no local podem ser de grande
utilidade para resolver o caso.
(João Leonardo Mele. A Proteção do Meio Ambiente Natural: Manual de
fiscalização dos recursos naturais. São Paulo: 2006, p. 200).
Por todas estas razões é que se identifica a total ilegitimidade do Defendente
quanto a infração a ele imputada, sendo totalmente ilegítima as sanções e
necessária desconstituição dos atos administrativos sancionadores
correspondentes por ausência total de causalidade.

5.5. DA DESPROPORCIONALIDADE DA SANÇÃO APLICADA NA


LAVRATURA DO AUTO DE INFRAÇÃO AMBIENTAL

A partir da análise dos autos do processo administrativo, verifica-se que as


multa imposta de elevadíssimo valor não guardam correspondência com a
conduta e suas eventuais consequências ao meio.

No que se refere a multa simples aplicada inicialmente, é impossível traçar a


correlação entre as infrações imputadas e os sansões em razão da
precariedade da descrição da conduta do Defendente nos autos de infração e
da ausência de efetiva apuração das áreas afetadas ou dos reais impactos ao
ambiente.

Não houve apuração objetiva das áreas afetadas e deixou-se de identificar os


impactos reais ao meio ambiente para a imposição das multas na intensidade
feita, portanto esta não guarda relação direta com os fatos e acaba por ser
desproporcional.

A multa que foi imposta deveria refletir com exatidão, dentre outros
elementos, a intensidade e a real extensão da intervenção feita sob a ótica
ambiental e um agente público não pode por si só estabelecer o valor da
multa quando esta dependa desta apuração técnica ampla:

Ademais, a multa foi aplicada com base em medição da área por imagens de
satélite, elucidando a fragilidade da forma, porquanto à evidência nos autos
que a área atingida é muito menor do que aquela que a equipe de fiscalização
fez constar.
Frise-se que o ato punitivo deve sempre obedecer a critérios aceitáveis do
ponto de vista do bom senso e segundo o princípio da proporcionalidade deve
ser limitado em sua extensão e intensidade para que seja suficiente à
satisfação do interesse público.

O princípio da proporcionalidade implica em verdadeira vedação ao excesso,


pois a autuação administrativa deve estar adstrita aos limites legais da Lei
Federal n. 9.605/98, o que não ocorreu.

Por todas as razões expostas não subsistem motivos para manutenção da


sanção na forma como foi lançada nos autos de infração, eis que marcada
pela desproporcionalidade resultante da ausência de apuração objetiva das
áreas afetadas.

Por todas as razões expostas não subsistem motivos para manutenção da


sanção na forma como foi lançada nos autos de infração porque ela se marca
pela desproporcionalidade resultante da ausência de apuração objetiva da
área afetada.

6. REDUÇÃO DA MULTA APLICADA NO AUTO DE INFRAÇÃO AMBIENTAL

Subsidiariamente, em homenagem ao princípio da eventualidade, se esta


autoridade julgadora não entender pela nulidade do auto de infração
ambiental n. YS3CEDWE e cancelamento do Termo de Embargo n. 554068-C
/ 574758, informa, as circunstâncias atenuantes presentes no caso, para
redução do valor da multa, nos termos do art. 14 da Lei 9.605/98:

1. o comparecimento ao local indicado para ciência do auto de


infração;

2. que o Defendente possui baixo grau de escolaridade;


Requer, portanto, a redução do valor da multa administrativa imposta.

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