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FACULDADE DE ARACAJU – FACAR

MIGUEL LUCAS DA SILVA LEITE


9º PERÍODO

JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA E JUIZADOS ESPECIAIS


Conceitos e aplicações práticas

Aracaju/SE
2023
JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA

É bem verdade que após avanço das tecnologias no mundo inteiro


atrelado a chamada revolução industrial ocorrida nos séculos XVIII e XIX que
além de auxiliar na evolução do trabalho e afins, trouxe uma onda de inovações
para todos os âmbitos, uma ideia de mudança dos atos e práticas adotados.

Nesse sentido, já em relação ao âmbito jurídico, sempre houve a


necessidade de inspiração dos doutrinadores e legisladores para pensar novos
métodos que satisfizessem as necessidades processuais e materiais do direito.

Dessa forma, considerando os excessivos processos, audiências e


atos, que visavam dirimir as lides, visto que sempre houve incentivo para o
litígio dentro de um processo, atribuindo ao juiz o poder da caneta, em outras
palavras, de decisão.

De forma contrária ao culturalmente já estabelecido a jurisdição


voluntária prevista no capítulo XV do CPC chega para inovar e descongestionar
as vias processuais, adotando critérios mais objetivos e resolutivos de
vontades dos interessados.

Diferentemente da jurisdição contenciosa a voluntária não há lide e


partes, pois trata-se de interessados, justamente por terem os envolvidos a
intenção de apenas buscar a chancela do Estado.

Ademais, esta jurisdição é tratada como excepcional, visto que os


interessados são convergentes e a intervenção do juiz é apenas para que o
decidido entre os interessados tenha validade, como por exemplo a
homologação de acordo extrajudicial.

No entanto, em se tratando do ponta pé de partida, mas


precisamente falando da provocação, considera-se legitimo para provocar esta
jurisdição o interessado, Ministério Público e a Defensoria Pública, tendo o
juízo a análise da conveniência e oportunidade diante de cada caso.

Por fim, ao final da demonstração de vontades de todos os


interessados citados, bem como a intimação do Ministério Público e Fazenda
Pública caso haja interesse, o juiz profere a sentença que é recorrível através
de apelação. Assim conclui-se que, este método excepcional visa dar uma
nova alternativa para os que buscam a tutela jurisdicional do Estado, com mais
simplicidade e celeridade.

JUIZADOS ESPECIAIS

Ao mantermos a ideia de que é necessário um judiciário menos


denso e sem acúmulo de processos e por outro mais célere e objetivo, foi
instituído em 1995 a lei dos juizados especiais para os processos judiciais.

A lei 9.09/95 inicialmente ficou popularmente conhecida como a lei


que fornece a solução para as lides de pequenas causas, aquelas lides que
tinham um valor envolvido inferior as outras, bem como relacionado a menor
complexidade.

Portanto, há uma divisão entre os juizados especiais cíveis e


criminais, sendo o cível a matéria a ser tratada, que apesar de ser
completamente diferente da criminal, tem princípios e noções gerais idênticas,
sempre adotando critérios como a celeridade, economicidade, simplicidade,
informalidade e oralidade.

O juizado especial cível tem como diferencial a competência para


conciliação, das causas já citadas de menor complexidade, assim previstas no
art. 3º da Lei 9.099/95.

Considerando mais precisamente as peculiaridades desta classe


processual, temos o requisito de processamento e julgamento das causas cujo
valor não exceda a quarenta vezes o salário-mínimo, as ações de despejo para
uso próprio e ações possessórias sobre imóveis com o valor até quarenta
vezes o salário-mínimo, permitindo a renúncia de valores excedentes ao teto.

Em obediência aos princípios gerais dos juizados especiais cíveis a


exemplo do acesso à justiça e conciliação, é necessário ressaltar que quem
aplica a lei nesta classe são os juízes leigos, conciliadores e juízes togados,
tendo o dever de adotarem mediante o caso prático, a decisão mais justa e
equânime que encontrarem.

Quanto as partes, ressalta-se que nem todas as pessoas e entes


podem ser partes no processo que tramita no juizado especial cível, diante da
complexidade da matéria a ser questionada, para assim, organizar de uma
melhor maneira o judiciário.

Dessa forma, após a criação da lei 9.099/95 e visto que seus efeitos
foram positivos para a justiça, posteriormente foram criados a Lei 10.259/2001
e mais tarde a Lei 12.153/2009 que respectivamente tratam dos Juizados
Especiais Federais e da Fazenda Pública.

A criação destas novas classes enseja a especialidade do judiciário


diante do julgamento e processamento das pessoas jurídicas de direito público,
as empresas públicas da União, com afastamento da aplicação em caso de
disciplina completa na lei de regência ou afastamento expresso pela lei de
regência.

Sem adentrar especificadamente no microssistema das três Leis dos


Juizados, tem-se que é possível ingressar com uma demanda sem advogado
se as causas de até vinte salários-mínimos, necessitando de causídico apenas
em via recursal, tudo isto para propiciar o acesso a justiça.

Por fim, são legítimos para tal ingresso a pessoa física capaz, e uma
série de classes empresárias e organizações como: MEI, ME, EPP, OSCIP E
as sociedades de crédito ao microempreendedor.

Conclui-se que na atualidade os juizados de modo geral, tem grande


importância ´para resolução daqueles conflitos de menores impactos
econômicos e probatórios, mas com cognição exauriente sobre a matéria
discutida.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: Direito das


Sucessões: volume VII, 2ª edição, São Paulo: Saraiva, 2008.

NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito processual civil –


Volume único / 8. ed. – Salvador: Ed. JusPodivm, 2016

Código de Processo Civil, Lei 13.105/2015 disponível em:


https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm

Lei dos Juizados Especiais Cíveis disponível em:


https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9099.htm

ROCHA, Felippe Borring. Manual dos Juizados Especiais Cíveis Estaduais -


Teoria e Prática. 11 ed. São Paulo: Atlas, 2021. p. 24-36.

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