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O FENÔMENO DA INSTITUIÇÃO DA FAMÍLIA MULTIESPÉCIES NO BRASIL

Na sociedade Brasileira, a criação de animais de estimação vem crescendo ano


após ano, o IBGE apurou que 46% dos domicílios possuem ao menos um pet
em seu lar.

Entretanto, tal fato não traz apenas conseqüências afetivas para as famílias, de
outro modo, repercute também no ambiento jurídico, tornando-se evidente as
alterações no conceito de família.

Inclusive, ao incluir os animais de estimação no núcleo familiar que é


constituído na maioria dos casos por um pai, mãe e filhos, a sociedade abre
inúmeros procedentes, a exemplo da humanização dos animais e dúvidas sobre
direitos dos animais.

Diante disso, sabemos que o judiciário altera constantemente a sua abrangência


nos diversos temas em ascensão na sociedade, adequando o seu entendimento
da lei, conforme a evolução da sociedade.

Neste sentido, existem diversas discussões acerca desta nova configuração da


família, a exemplo do Projeto de Lei 4.375/21 que altera o Código Civil e o
Código de Processo Civil.

A alteração está no tocante à previsão dos animais de estimação de ser objetos


de guarda, unilateral ou compartilhada, obrigando as partes contribuírem para a
manutenção dos animais.

O Relator da PL recomendou a aprovação citando que “A resolução desses


casos tem cada vez mais chegado ao Poder Judiciário, contudo as partes se
encontram vulneráveis em virtude de um limbo jurídico existente”, observou. “A
proposta em apreciação pretende preencher essa lacuna”.
Em caso de divórcio, normalmente a guarda dos filhos são objetos de disputas
judiciais, tornando-se uma questão muito complicada de se resolver,
necessitando de consenso de uso das técnicas de soluções de conflito para a
resolução, sabendo que agora se inclui os pets nesta discussão.

É bem verdade que os deveres em relação aos cuidados filhos, futuramente


serão por equivalência, reafirmados aos animais de estimação, tais como: em
casos de guarda compartilhada, a determinação de uma das casas como
moradia fixa e pagamento de “pensão alimentícia”.

Por fim, embora não haja decisão final acerca do tema, é necessário
acompanhar as alterações na legislativas, no tocante ao surgimento de direitos
essenciais para os animais de estimação, visto que eles fazem parte do nosso
cotidiano.

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