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ALIENAÇÃO PARENTAL
INTRODUÇÃO
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. Professora de Psicologia Jurídica no curso de Direito da Universidade do Estado de Minas Gerais
- UEMG/Unidade Passos.
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Acadêmico do curso de Direito da Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG/Unidade
Passos.
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Acadêmica do curso de Direito da Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG/Unidade
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Acadêmico do curso de Direito da Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG/Unidade
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Acadêmica do curso de Direito da Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG/Unidade
Passos.
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em fontes de livros e artigos científicos. Fundamenta-se que “a pesquisa
bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído
principalmente de livros e artigos científicos” (GIL, 2002, p. 44).
A partir deste desenvolvimento o intento cientifico para
continuidade do estudo sobre guarda compartilhada e alienação parental,
desenvolver-se-á a elaboração de uma entrevista semiestruturada de
perspectiva metodológica qualitativa para a realização de uma coleta de
informações/dados, junto a operadores do direito, a fim de ampliar-se os
subsídios de discussão do tema de estudo, de modo teórico prático, a ser
fomentada na disciplina psicologia jurídica ministrada no curso de direito da
Universidade Estadual de Minas Gerais – unidade Passos/MG.
A motivação atrelada ao tema principal que será discorrido é
decorrente de considerações sobre mudanças nos paradigmas de
organização da sociedade devido ao surgimento de novas dinâmicas
familiares menos duradouras e permanentes. Esta realidade, impôs ao
Supremo Tribunal Federal a modificar a forma como a Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988 reconhece diferentes
configurações de famílias existentes no Brasil. O objetivo principal desse
reconhecimento é garantir direitos civis aos componentes desses “núcleos”
cada vez mais diversos.
A Constituição Federal de 1988 revela-se como o mais importante
documento da atualidade. Nela é dado um tratamento liberal à família,
desvinculando-a do casamento como modelo único e legítimo, socializando
o seu conceito e caminhando para transpor preconceitos contra aqueles
que não se enquadravam na forma instituída pelo casamento civil
conservador, igualando os direitos e deveres conjugais e dos filhos de
qualquer natureza e proibindo a discriminação contra estes.
Embora a família tenha uma proteção especial do Estado, a
Constituição Federal não a conceitua em seu texto, mas sua estrutura,
Carlos Roberto Gonçalves aponta:
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adoção. Compreende os cônjuges e companheiros, os parentes
e os afins. (GONÇALVES, 2017, p. 16).
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ciência uma fundamental aliada para análise e intervenções no contexto do
Direito de Família.
Destaca-se que o Poder Judiciário deve ser assessorado
tecnicamente por especialistas de outras áreas, segundo um marco ético-
político que serve de crítica e orientação em relação às diferentes situações
na prática jurídica. Confirma-se, desse modo, uma luta permanente pela
cidadania, um processo de articulação de saberes e prática que serve à
prestação e garantia dos direitos do cidadão.
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unilateral para compartilhada, basta ingressar com uma nova ação e pedir
a revisão com base na Lei n. 13.058/2014.
Maria Berenice Dias afirma descreve “a lei priorizara guarda
compartilhada e impõe a igualdade parental. O juiz tem o dever de informar
aos pais o seu significado” (DIAS, 2016).
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A guarda compartilhada, que foi implementada em 2008 no Brasil,
e obrigada em 2014, é uma modalidade ainda pouco usual no ordenamento
jurídico, pode apresentar alguns obstáculos em suas vivências, tais como
a confusão que pais fazem com a guarda compartilhada com guarda
alternada, mas a guarda ideal que busca atender o melhor interesse dos
filhos é a guarda compartilhada. Esta modalidade veio para solucionar a
possível ausência paterna e ou materna, diante de uma separação
conjugal. Possibilita a continuidade da convivência dos filhos com os pais
numa dissolução conjugal.
Pela Lei n° 8.069, ECA, especificamente no Art. 33 define: “a
guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à
criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a
terceiros, inclusive aos pais”. Este princípio, é uma questão de grande
importância para o Direito de Família pois visa a proteção de crianças e
adolescentes que podem ser afetados por decisões de separação conjugal,
o que significa saber, a prioridade de atenção assistida pela justiça voltada
para os que não respondem ainda por si mesmos.
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busca da não exposição do menor ao conflito parental de modo a expô-lo
em uma disputa de poder e não de conscientização de papéis.
Ao tratar da formação da criança, o psicanalista Winnicott,
contribui:
ALIENAÇÃO PARENTAL
Em 1985, o psiquiatra Richard Gardner deliberou a Síndrome da
Alienação Parental (SAP), como o distúrbio acarretado pela Alienação
Parental dos entes para com a criança ou adolescente, que provoca
consequências irreversíveis, e fomenta danos psicológicos à vítima.
No ano de 1988 foi mencionada por Jacobs, e em 1989 por
Wallerstein, uma síndrome (A Medea Syndrome), na qual esses autores
estudaram a tipologia dos genitores que empreendiam falsas acusações de
abuso sexual de um dos genitores para com os filhos e perceberam
características comuns com a personagem Medeia. Nessa síndrome,
conforme os autores, a mãe perceberia os filhos como uma extensão dela
própria, e assim, eles serviriam ao seu propósito de vingança. (SOUZA,
2010, p. 101)
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Considera-se que o fim de uma relação nem sempre ocorre de
forma pacífica e amigável, o que acaba compondo conflitos que, às vezes,
perduram até mesmo após a separação. Desavenças que surgem, não
para proteger os interesses das crianças e adolescentes, mas pela disputa
de poder familiar.
O art. 2º da Lei nº 12.318, de 26 de agosto de 2010, traz o conceito
da alienação parental:
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[...] entendemos que são comportamentos que remetem da estrutura
psíquica já constituída, manifestando-se de forma patológica quando
algo sai do controle. São pais instáveis, controladores, ansiosos,
agressivos, com traços paranóicos, ou, em muitos casos, de uma
estrutura perversa. (SILVA; RESENDE 2007 apud SOUZA, 2010,
p.30).
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Silva (2001) adverte sobre um mecanismo frequentemente
utilizado por genitores que se separam:
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Observa-se assim que a guarda compartilhada tem um caráter de
prevenção, ou seja, que pode prevenir a alienação parental. Silva (2007)
expressa:
.
Reflete-se que o tempo e a assimilação pela sociedade irão indicar
se esta nova norma será eficiente, eficaz e condizente com os interesses
dos filhos e seus respectivos pais, tendo como finalidade máxima a defesa
do melhor interesse das crianças e dos adolescentes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Constata-se a complexidade que envolve a elaboração de leis e
pressupostos teóricos advindos para a melhor normatização possível da
relação parental que comporta direitos e deveres assegurados como
também afetos contidos.
Observou-se que conceituações e apontamentos vem sendo feito por
diversos autores que colaboram com a construção de saberes desta
natureza como também o quanto ainda há para se contribuir para com a
literatura e a sociedade que se beneficia de fomentações cientificas em seu
desfecho de práticas jurídicas e psicossociais.
Destaca-se portanto, a fundamental consciência de que ciências isoladas
são insuficientes para análise e tomadas de decisões o mais justas e
humanas possíveis. Neste artigo cientifico buscou-se o desenvolvimento
das óticas do Direito e da Psicologia, que somadas apontam questões
multifatoriais para serem objeto de estudos contínuos.
Desta maneira, pretende-se a partir deste levantamento bibliográfico
apresentado, desenvolver um instrumento de investigação/pesquisa de
campo, por meio da elaboração de uma entrevista semiestruturada a ser
aplicada junto aos operadores do direito como advogados, juízes,
psicólogos e assistentes sociais; com a pretensão de agregar olhares
diretamente envolvidos nas mediações e definições de medidas cabíveis.
REFERÊNCIA
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BRASIL. Lei 8.069, de 13 de julho de 1990. Estatuto da Criança e do
Adolescente. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm>. Acesso em: 06 jun.
2019.
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. 11ª. ed. São
Paulo. Revista dos Tribunais. p. 398, 2016.
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MOTTA, MariaA Antonieta Pisano. Guarda Compartilhada. Uma Solução
possível. Revista Literária do Direito, São Paulo, ano 2, n. 9, jan./fev. p.9,
1996.
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