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ADOÇÃO POR CASAIS HOMOAFETIVOS:

uma análise acerca dos aspectos jurídicos e sociais

Stefany Gomes dos Santos¹


Luana da Cunha Lopes²

RESUMO

A família tradicional foi considerada padrão por muitos anos, porém, com a implantação da
Constituição Federal de 1988, essa ideologia foi rompida, já que houve o surgimento de novos
modelos familiares, entre elas estão as famílias homoafetivas que são formadas por duas
pessoas do mesmo sexo. A partir disso, nasceu para essas novas entidades os direitos
inerentes à família, contudo, ainda percebe-se obscuridades, como o direito em adotar, pois,
mesmo já tendo acontecido atualizações na Lei Nacional de adoção, o ordenamento jurídico
não os incluiu aos que tem legitimidade para adotar. Dentro desse contexto, busca-se
compreender quais foram os avanços realizados no ordenamento jurídico acerca da adoção de
crianças por casais homoafetivos? A pesquisa teve como objetivo geral analisar os elementos
jurídicos da adoção por casais homoafetivos. Esse estudo é de suma relevância social, pois
tem o objetivo de contribuir para a incitação de estudos e aperfeiçoamentos legislativos, além
disso, colabora para a ampla e geral aplicação do princípio da dignidade da pessoa humana e
da igualdade. A presente pesquisa trata-se de um estudo bibliográfico que visa trazer uma
percepção atual e inovadora, com a finalidade de contribuir com o desaparecimento do
preconceito, bem como a elaboração de normas acerca do tema. Conclui-se, desta forma, que
devem ser rompidas as amarras do preconceito tanto social, quanto jurídico, colocando-se à
frente fatos realmente importantes para o bom desenvolvimento do adotando, como por
exemplo, o melhor interesse da criança/adolescente.

Palavras-chave: Adoção. Famílias homoafetivas. Homoparentalidade.

1
Acadêmica do Curso de Bacharelado em Direito da Christos Faculdade do Piauí – CHRISFAPI
2
Professora-Orientadora do trabalho acadêmico
2

1 INTRODUÇÃO

O tema aqui proposto é de extrema relevância social e jurídica, haja vista que no
decorrer dos últimos anos vem sendo muito abordado a respeito dos conceitos que norteiam
os modelos de família na sociedade mundial, estando entre elas a família homoafetiva que
enfrenta várias dificuldades no ato da adoção, seja por puro preconceito, seja por confronto de
crenças religiosas ou pela falta de previsão legal.

Outrossim, ressalta-se que esta pesquisa tem o objetivo de contribuir


futuramente para a incitação de estudos e aperfeiçoamentos legislativos. Portanto, fica claro a
importância do tema e a repercussão que trará no meio acadêmico e jurídico. O objeto desta
pesquisa é de suma relevância social, haja vista que as novas concepções de famílias e os
tipos de relações estão a cada dia presentes na sociedade e necessitam de respeito social e
amparo legal para uma convivência harmônica socialmente e sem riscos para sua qualidade de
vida.

A presente pesquisa trata-se de um estudo bibliográfico, realizado por meio da análise


de material já existente acerca do tema em questão, e objetivou traçar um compilado de
informações preexistentes sobre o tema abordado, mas sem intenção de reproduzir estudos já
existentes e sim trazer uma percepção atual e inovadora com a finalidade de contribuir com o
desaparecimento do preconceito, bem como a elaboração de normas acerca do tema.

2 CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE A ADOÇÃO HOMOPARENTAL

Com o advento da lei 12.010/ 2009, Lei Nacional de Adoção, o instituto da adoção de
crianças e adolescentes passou a ser regido exclusivamente pelo Estatuto da Criança e
Adolescentes e o Código Civil Brasileiro teve revogados e modificados dispositivos
concernentes à adoção.

O sistema legal brasileiro não traz nenhuma proibição à adoção por pares
homoafetivos, porém o ECA, em seu artigo 42 § 2°, exigia, assim como o Código Civil, em
seus dispositivos revogados, que a adoção conjunta só poderia se concretizar caso os parceiros
fossem casados ou vivessem em união estável.

Contudo, sabe-se que, até pouco tempo atrás, a união estável homoafetiva não era
reconhecida juridicamente, tampouco podiam contrair matrimônio, isto é, havia uma espécie
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de vedação implícita a adoção por parceiros homossexuais, já que somente parceiros de sexo
oposto, casados ou em união estável, poderiam adotar conjuntamente.

2.1 Cadastro Nacional de Adoção

A Lei Nacional de Adoção criou o Cadastro Nacional de Adoção com a


finalidade de tornar mais célere encontrar uma criança/adolescente em condições de adoção.
Outrossim, limitou a dois anos o tempo de permanência de crianças/adolescentes em abrigos
que aguardam serem adotadas, havendo possibilidade de prorrogação por igual período.

Esse cadastro foi definido em resolução pelo CNJ, e para realizar o cadastro é
necessário comparecer a uma Vara de Infância e Juventude do município, observar alguns
requisitos, que serão abordados posteriormente, além de apresentar alguns documentos, como
de identificação pessoal, comprovante de residência, atestado médico de sanidade mental,
certidões cíveis e criminais, dentre outros.

2.2 Requisitos Legais da Adoção

A Lei nº 12.010/09 transformou o instituto de adoção numa medida excepcional, bem


como a guarda e a tutela, isto posto, percebe-se que o objetivo Estatal inicial não era retirar a
criança/adolescente da família biológica, somente não sendo possível preservar o laço com a
família biológica quando a criança/adolescente fosse inserida em uma família substituta.

Para Nakamura (2018), tratar a adoção como medida excepcional engloba uma medida
pública soberana, a de preservar o direito constitucional e essencial do convívio familiar e
comunitário. Assim, quando se diz que a doção deve ser uma medida excepcional está
evidenciando a preponderância da família biológica.

Para Digiácomo (2017), a adoção tem natureza personalíssima, e, portanto, necessita


que alguns requisitos sejam observados, tais como a existência de uma relação de afeto entre
os adotantes e adotando e a adaptação do adotando a coabitação com a nova família, em vista
disso é essencial que haja contato entre eles antes da adoção.

2.2.1 Estágio de convivência

É de grande valia ao processo de adoção o momento de analisar as condições do


interessado em adotar, assim como a adequação da criança/adolescente a ser adotada. Esse
momento deve ser acompanhado por uma equipe multiprofissional que desenvolverá um
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estudo psicossocial, que observará o envolvimento, condições e adaptação das partes


envolvidas, principalmente, a idoneidade moral e psicológica do adotante.

Para Rosenvald e Farias (2017), a participação de uma equipe multiprofissional é


essencial, pois em um breve contato com o juiz não há como garantir que aquela pessoa
interessada em adotar, por mais que aparente ser uma pessoa equilibrada, tenha as condições
indispensáveis para vir a ser um bom pai ou mãe, e, por sequência lógica, esse estágio deve
ocorrer antes de deferida à adoção.

2.2.2 Consentimento dos pais biológicos

Após o trânsito em julgado do processo de adoção, o vínculo com a família natural


será rompido definitivamente, e, portanto, se faz necessário o consentimento expresso de
ambos os pais, se estiverem vivos. Posto isso, fica inviabilizado que o consentimento de um
dos pais supra o consentimento do outro, destacando-se que é vedado o suprimento judicial
por tratar-se de natureza personalíssima, isto é, não havendo a declaração de vontade de
ambos os pais, a adoção estará inviabilizada.

Conforme Gonçalves (2017), o consentimento dos pais ou dos representantes legais é


essencial para a permissão da medida, porém, excepcionalmente o ECA, permite que não haja
esse consentimento em casos de destituição do poder familiar, devendo ser observado o
procedimento do contraditório.

2.2.3 Legitimidade para a adoção

Considerando que todo ser humano tem assegurado o direito à convivência familiar, e
que essa convivência pode naturalmente ocorrer por meio de uma adoção, qualquer pessoa,
independente de estado civil, poderá adotar se já for civilmente capaz, ou seja, é necessário ter
18 anos completos, desprezado seu estado civil.

Rolf (2018) aponta que a maioridade também não determina a existência de uma
compreensão absoluta do ato de adotar pelo adotante, ao passo que ao completar 18 anos não
significa que o indivíduo alcançou amadurecimento necessário e suficiente para compreender
a extensão e significado de uma adoção.
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3 ASPECTOS HISTÓRICOS LEGAIS ACERCA DA ADOÇÃO POR CASAIS


HOMOAFETIVOS

De acordo com Rosenvalde e Farias (2017), O modelo familiar não pode ser
caracterizado pela diversidade de gêneros, devendo ser levada em consideração a afetividade,
e esta, estar presente nas relações homoafetivas. Não se pode privar os casais homossexuais
de experimentar a paternidade/maternidade, seja por reprodução assistida, seja por adoção.

Para Madaleno (2018), as relações homoparentais já são comuns e é uma realidade


social que já vinha sendo reconhecida juridicamente tanto pelos doutrinadores quanto pelos
entendimentos jurisprudenciais, e os posicionamentos do STF e STJ em favor da
regulamentação dos direitos dessa classe só faz transparecer quão preconceituoso é etiquetar
essas famílias como sendo fator de risco para o desenvolvimento saudável de um ser humano.

Contudo, com o passar dos anos, os homossexuais lutaram para ter seus direitos
reconhecidos. Em vista disso, um grande marco ocorreu em 2011, o reconhecimento da união
estável por homossexuais como entidade familiar, pelo Supremo Tribunal Federal.

Outrossim, a portaria nº 175 aprovada na 169ª Sessão Plenária do Congresso Nacional


de Justiça (2013), decretou que todos os cartórios do Estado brasileiro estavam impedidos de
rejeitar a celebração do ato matrimonial entre pessoas do mesmo sexo ou de deixar de reverter
a união estável homoafetiva em casamento, podendo, inclusive, ser instaurado processo
administrativo contra autoridade que se recuse a habilitar/celebrar o enlace matrimonial ou
reverter a união homoafetiva em matrimonio.

Posto isso, fica claro que não existe justificativa para o impedimento da adoção por
pares do mesmo gênero, haja vista que estes já foram reconhecidos como entidade familiar,
fato que os concede os mesmos direitos de casais heterossexuais, inclusive o direito à adoção
que já havia sendo realizada através das lacunas da lei.

4 ADOÇÃO POR PARES HOMOAFETIVOS E OS ASPECTOS SOCIAIS

Ao longo da história, a psicologia e a medicina foram admitindo, paulatinamente, que


a homossexualidade não era uma doença, mas sim uma orientação sexual que não pode ser
alterada. Assim sendo, em 1985 o Conselho Federal de Medicina suprimiu o
homossexualismo da lista de doenças. Em 1999, o Conselho Federal de Psicologia vedou a
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possibilidade de psicólogos realizarem qualquer tratamento com a finalidade de “cura do


homossexualismo”.

Para Silva; Sousa; Fernandes (2017), essa orientação marca o início de uma nova
concepção na área da saúde, marcada pelas transformações histórico-políticas, relativas à
solidificação dos direitos dos homossexuais. Assim sendo, o código de ética de psicologia
estipula princípios fundamentais baseados na igualdade, liberdade e respeito, colaborando
assim, com práticas que visam extinguir o preconceito.

4.1 Pares homoafetivos e os valores religiosos

Desde antiguidade, os homossexuais eram perseguidos por Judeus, e com o advento do


Cristianismo as perseguições continuaram a existir, pois a relação era vista como uma afronta
à procriação e à própria constituição de família, visto que a única forma de família aceita pela
sociedade era o modelo de família patriarcal.

Ademais, outrora, a filiação baseava-se na família patriarcal e em crenças religiosas


que pregavam que para haver o reconhecimento de família era necessário o ato matrimonial
entre homem e mulher. Há muitas passagens no Novo Testamento que falam sobre a união
entre pessoas de sexo oposto, com o intuito de construir família. Isso leva muitos a fazer uma
interpretação literal, considerando então que as relações homoafetivas são erradas,
pecaminosas e não são bem vistas por Deus.

4.2 Influencia Na orientação Sexual Dos Adotandos

Nesse contexto, cabe ressaltar que o Conselho Federal de Medicina (1985), antes
mesmo da manifestação da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Classificação
Internacional das Doenças (CID), retirou de sua lista de patologias a homossexualidade
classificando como normal e saudável o amor e desejo de pessoas do mesmo sexo.

Coadunando, o Conselho Federal de Psicologia (1999) publicou a resolução N°


001/99, em que determina que a homossexualidade não caracteriza doença, nem distúrbio,
tampouco perversão, e que os profissionais da área devem contribuir com o desaparecimentos
de estigmas e preconceito homossexistas, além de vedar qualquer tipo de tratamento com a
finalidade de cura da homossexualidade.

Diante do exposto, é válido ressaltar que não existe indícios que provem que a
orientação sexual dos pais possa interferir na orientação sexual dos filhos, prova disso é a
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existência casais heterossexuais que possuem filhos homossexuais. A sexualidade não é uma
escolha baseada na orientação sexual dos pais.

4.3 Os Adotandos e Os Aspectos Psicológicos

Infelizmente, os relacionamentos homoafetivos ainda são considerados por muitos


como uma ofensa aos “bons costumes” impostos pela população. Além disso, ouro fato
preocupante está relacionado ao desenvolvimento psicológico da criança/adolescente criada
por casal homoparental, levando em consideração que a sociedade ainda é despreparada para
lidar com esse fato, o que poderia ser um risco para a saúde mental dos adotandos.

Segundo Maria Berenice Dias (2020), Excluir o direito dos pares homossexuais de
adotar baseado nessas dificuldades impostas pela sociedade é ferir descaradamente o respeito
à dignidade humana, visto que essas adversidades também estão presentes nas famílias
homoparentais, porém não quer dizer que um ser humano educado por apenas um dos
genitores desenvolva problemas psicológicos, assim como a sociedade não discrimina e,
tampouco deixa de reconhecer a legitimidade desse tipo de família.
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A homossexualidade faz parte da sociedade desde as primeiras civilizações, na Antiga


Grécia, por exemplo, era comum que a iniciação sexual dos homens jovens se desse com
outros homens mais velhos e experientes, essa experiência era vista como uma forma do
jovem rapaz alcançar a masculinidade.

Não se sabe dizer ao certo a origem da homossexualidade e transexualidade, porém


isso não é fator importante, pois a busca pelas causas se assemelha muito a busca pela
cura/tratamento para algum mal existente. O que se sabe é que a homossexualidade sempre
existiu e não se trata de pecado, doença, perversidade, vício e, tampouco é algo contagioso.

Contudo, cabe ressaltar que embora muitas mudanças positivas tenham sido
realizadas a favor da classe homossexual, muitos direitos ainda estão obscuros, e, ao longo
dessa pesquisa, foi possível observar que um dos pontos indefinidos diz respeito ao instituto
da adoção, pois mesmo havendo o reconhecimento dessas famílias o que consequentemente
os dar os mesmos direitos de uma família formada por heterossexuais não existe uma lei que
regulamente esse tipo de adoção.

Ademais, foi possível constatar que houve mudanças na lei que trata da adoção e,
mesmo com tais alterações, o legislador optou por silenciar mais uma vez, inclusive foi
suprimido do projeto da lei o dispositivo que tratava sobre a adoção por famílias
homoparentais, dando a ideia de que o legislador pretendia dificultar a adoção por pares
homoafetivos.

Nesse contexto, parece que o legislador silencia por medo de desagradar seu
eleitorado, então não aprova leis que concedam direitos a essa classe, que é uma minoria, não
há outra justificativa para a exclusão das famílias homoafetivas no que tange à adoção do
ordenamento jurídico, porém, cabe ressaltar que a falta de uma lei que regule tal direito não
significa dizer que esse direito não exista.

Conclui-se assim que a sociedade brasileira deve aceitar e respeitar os casais


homoafetivos e, por consequência, o direito dessas de constituir prole. Dessa forma, devem
ser quebradas as amarras do preconceito, tanto social, quanto jurídico, colocando-se à frente
fatos realmente importantes para o bom desenvolvimento do adotando, como por exemplo, o
melhor interesse da criança/adolescente.
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REFERÊNCIAS

BRASIL. Conselho Federal de Medicina. Dispõe sobre a homossexualidade não ser


patologia. Disponível em: <http//http://portal.cfm.org.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=25530:2015-05-26-14-20-52&catid=46. Acesso em:
01 maio 2020.

BRASIL. Conselho Federal de Psicologia. Resolução 001/99. Dispõe sobre a


homossexualidade. Disponível em:
<https://site.cfp.org.br/wpcontent/uploads/1999/03/resolucao19991.pdf. Acesso em: 30 abr.
2020.

BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Portaria 175/2013. Dispõe sobre habilitação,


celebração de casamento civil ou de conversão de união estável em casamento, entre pessoas
do mesmo sexo. Disponível em: <http//https://atos.cnj.jus.br/atos/detalhar/1754>. Acesso em:
20 abr. 2020.

BRASIL. Lei 12.010/09. Dispõe sobre o instituto da adoção no território brasileiro.


Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20072010/2009/lei/l12010.htm>.
Acesso em: 01 maio 2020.

DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias.13. ed. Salvador: Editora Juspdvm,
2020.

DIGIÁCOMO, Murilo José; DIGIÁCOMO, Ildeara de Amorim. Estatuto da Criança e do


Adolescente anotado e interpretado. 7. ed. Curitiba: Fempar, 2017.

FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil Famílias. 9.
ed. Salvador: Editora Juspodvm, 2017.

GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, Direito de família.14. ed. São
Paulo: Saraiva Jur, 2017.

MADALENO, Rolf. Direito de Família. 8. ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2018.

NAKAMURA, C.R. Criança e adolescente: sujeito ou objeto da adoção? Reflexões sobre


menorismo e proteção integral, 2019. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?
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script=sci_abstract&pid=S010166282019000100179&lng=pt&nrm=is&tlng=pt>. Acesso em:


20 out. 2019.

SILVA, J.A; SOUSA, A.M.B.D; FERNANDES, J. Homoparentalidade no contexto da


adoção e das práticas parentais: uma revisão sistemática, 2017. Disponível em:
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679494X2017000200006.
Acesso em: 06 set. 2019.

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