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IMPLEMENTAÇÃO E MANUTENÇÃO
Introdução
Aspectos metodológicos
As legislações que regem sobre crianças e adolescentes no brasil: código de menores 1927,
1979 e eca
Em 1927, no Brasil, cria-se um Código de Menores (CM) por decreto no 17943-A, o
Estado passa a se responsabilizar pelas crianças e adolescentes menores de 18 anos abandonados
ou delinquentes, porém apesar do código ser criado para proteção dos “menores” era utilizado
como um sistema de controle de caráter repressivo.
Alguns questionamentos foram levantados quanto à forma exposta no CM de 1927: o
primeiro é referente ao tratamento dos menores; o segundo é a definição discriminatória, em que
alegava que a delinquência estava relacionada à pobreza (PORTO; WARTCHOW, 2015). Outro
ponto destacado no CM é o que eles denominam de “infantes expostos”, que são as crianças de
até sete anos de idade que estejam em situação de abandono.
No ano de 1979 foi instituído uma nova versão do CM de número 6.697 (BRASIL,
1979), foi apresentado avanços pouco significativos quanto a proteção da criança e do
adolescente. Continuou a ser usado o termo “menor” para se referir aos infantes, manteve
assegurada a proteção aos sujeitos de até 18 anos de idade, que se encontre em situação irregular
e estende para os que têm entre 18 e 21 anos em casos definidos judicialmente. Segundo o artigo
2º (BRASIL, 1979, p. 1) é considerado em situação irregular o menor privado de condições
essencial a sua subsistência, vitima de maus tratos ou castigos, perigo moral, privado de
assistência legal e autor de infração penal.
A assistência e proteção apresentadas em 1979, continuaram a serem apresentadas com
um caráter repressivo principalmente no que se refere a intervenção do Estado sobre a família, o
que contribuiu para o avanço da política de internatos e prisões.
Em meio aos avanços sociais e jurídicos da década de 80 e 90 no Brasil, está a
promulgação da Constituição Federal (CF) de 1988 que passa a garantir os direitos humanos e
traz uma visão ampla no que se refere aos direitos da criança e do adolescente. Em meio aos
avanços é instituído o ECA, lei número 8.069 de 13 de julho de 1990 (BRASIL 1990), que passa
a garantir à criança e ao adolescente os direitos como demais cidadãos.
O ECA traz inúmeras transformações, algumas delas são, a referência gramatical
utilizada, em que a expressão “menor” é substituída por “criança ou adolescente”, a ruptura com
a situação do menor irregular, passando a garantir direitos integrais, abrangendo todas as
crianças e adolescentes. Segundo Valente (2013) a proteção à criança e ao adolescente deixa de
ser um problema individual, passando a ser um compromisso universal e executado como
política pública.
Com essas mudanças é assegurado cuidados e deveres como forma de prevenção, na
busca de resultados efetivos para proteção e medidas cabíveis para os que estão destituídos do
poder familiar. Essa mudança é apresentada no artigo 4º do ECA (BRASIL, 1990, p. 11) ficou
estabelecido como dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público
garantir o direito da criança e adolescente à convivência familiar e comunitária.
Passados 27 anos da criação do ECA e diante de um elevado número de crianças em
situação de perda ou suspensão do poder familiar e a prolongada estadia das crianças nas
instituições de abrigamento, surgiu um questionamento dentro das políticas públicas, se essa
forma de acolhimento tem sido efetiva e tem assegurado à criança o direito da convivência
familiar.
Considerações Finais
______. (1970). Código Penal. Código de Menores Decreto nº 17 943-A, de 12 de out. de 1927.
São Paulo: Saraiva, 1970.
______. (2006). Presidência da República, Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Ministério
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Plano Nacional de Promoção, Proteção e
Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária.
Brasília.
SARTI, C. A. (2015). Famílias enredadas. In: ACOSTA, A. R.; VITALE, M.; FALLER, A.
(Orgs.) Família: Redes, Laços e Políticas Públicas. 6. ed. São Paulo: Cortez. Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2015.