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Núcleo de Estudo e Atendimento Psicológico - NEAP

Fundamentação Teórica

O tema adoção é abordado por diversos meios, mídias, leis, religiões e


culturas. Esta modalidade de filiação faz parte de diversas discussões do senso
comum e pode ser vista como caridade, busca de superação de luto do filho perdido
ou preenchimento de espaço do núcleo familiar. Desde a antiguidade até os dias de
hoje, a história trás elementos deste tipo de filiação respeitando o pacto cultural e
jurídico de cada momento da história. Segundo Maux e Dutra (2010) no Brasil e no
mundo, a adoção roubou o cenário da mídia pelo fenômeno da glamourização, que
supervaloriza assuntos relacionados a atores e famosos tornarem-se pais adotivos.
Apesar da valorização desta atitude, esta abordagem televisionada não leva a
reflexão sobre o assunto para a sociedade, ficando restrito apenas a famílias e
profissionais que trabalham diretamente com a adoção.
O cenário nacional é marcado com momentos históricos em que a adoção
esteve presente sendo vista de maneiras completamente diferentes, desde a
colonização há registro desta prática, e os mais abastados adotavam por caridade
cristã ou mão de obra gratuita. Para Maux e Dutra (2010) somente em 1928 o tema
adoção ficou em evidencia na legislação brasileira para solucionar problemas de
casais que não podiam ter filhos. As Leis surgiram para resolver problemas de quem
não poderia adotar, mas também visava garantir os direitos dos adotados que eram
tratados de forma diferente se comparados aos filhos biológicos.
Assim como o conceito de adoção, o conceito de família e sua atuação
social sofreram diversos tipos de mudanças. Para Costa (2002) assim como a
evolução da espécie humana, a família sofre alterações. Antes a família era
compreendida pelo casamento e tinha como objetivo a procriação, casais que não
podiam ter filhos sofriam humilhações pela infertilidade. Filhos concebidos fora do
casamento eram considerados ilegítimos ou bastardos e sofriam de restrições
sucessórias. Do movimento patriarcal, a mulher foi conquistando o seu espaço ao
longo da história. O Estado e a Igreja foram afrouxando os padrões de moralidade. A
partir da Constituição Federal de 1988 foram discutidas novas formas de convívio,
sendo assim, os filhos adotados, e os tidos dentro e fora do casamento, passaram a
ter os mesmos direitos. As famílias homossexuais apesar de ainda fazerem parte de
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uma gama de críticas e discriminações estão ganhando o reconhecimento e os


direitos de união, assim como está lutando pelo direito a adoção para preenchimento
do grupo familiar. A este respeito Gonçalves (2009) chama este fenômeno de
abertura da família, que passa a se tornar uma comunidade afetiva, democrática e
que depende mais de laços de amor do que consanguíneos.
No que se refere a adoção no Brasil, segundo Silva et.al (2010) algumas
formas já aconteceram ou acontecem, com objetivos diferentes. Na “adoção plena”,
o prazo de convivência é determinado pela justiça sendo o Registro de Nascimento
original cancelado e refeito com os nomes dos adotantes, é considerada irrevogável
mesmo que o adotante venha a falecer e a família de origem perde terminantemente
os direitos da guarda. A adoção “a brasileira” é o ato de adotar sem registro, como
parto falso, ocorre geralmente por quadrilhas de tráfico de crianças ou registro ilegal
de paternidade. Na “adoção tardia”, considera-se adoção com idade a partir de 2
anos ou de adolescentes. A “adoção internacional” é referente a crianças adotadas
por estrangeiros ou brasileiros que moram fora do país. Para finalizar a “adoção
moderna” que envolve questões interraciais, crianças especiais e/ou com doenças
sem cura.
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Referência Bibliográfica

MAUX, Ana Andréa Barbosa; DUTRA, Elza. A adoção no Brasil: algumas reflexões.
Disponível em: <http://www.revispsi.uerj.br/v10n2/artigos/pdf/v10n2a05.pdf>. Acesso
em: 17 mar. 2018.

COSTA, Tereza Maria Machado Lagrota. Adoção por pares homoafetivos: uma
abordagem jurídica e psicológica. Disponível em:
<http://intranet.viannajr.edu.br/revista/dir/doc/art_10005.pdf>. Acesso em: 17 mar.
2018.

GONÇALVES, Raquel Valenti. Adoção-reflexos do procedimento. Disponível em:


<http://www3.pucrs.br/pucrs/files/uni/poa/direito/graduacao/tcc/tcc2/
trabalhos2009_2/raquel_goncalves.pdf>. Acesso em: 17 mar. 2018.

SILVA, Luana Andrade et al. Investigando o processo de adoção no Brasil e o


perfil dos adotantes. Disponível em: <https://doi.org/10.5007/2178-
4582.2010v44n1p191 >. Acesso em: 17 mar. 2018.

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