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História da Adoção Homoafetiva no Brasil

1. Conceito de Família
O conceito de família é amplo e pode variar de acordo com diferentes
culturas e cenários. Tradicionalmente, a família é vista como um grupo de
pessoas que compartilham laços de parentesco por meio de casamento e
filiação biológica. No entanto, nos tempos modernos, o conceito de família tem
evoluído para incluir uma variedade de estruturas familiares, como famílias
monoparentais, famílias adotivas e outros arranjos não tradicionais.
Além dos laços de parentesco, a família é frequentemente associada a um
senso de pertencimento, apoio emocional, convivência e afeto. Contudo, é
importante ressaltar que o conceito de família é irrestrito e pode ser
interpretado de maneiras diferentes por pessoas diferentes

2. Conceito de Família perante à Constituição


A Constituição Federal do Brasil não define explicitamente o conceito de
família, porém a reconhece como base da sociedade e garante sua proteção. O
artigo 226 da Constituição estabelece que a família, constituída pelo
casamento civil ou pela união estável, possui especial proteção do Estado.
Sendo assim, o regulamento adota uma perspectiva ampla e inclusiva do
conceito de família, reconhecendo diversas formas de organização familiar e
garantindo a proteção desses direitos em todas as suas configurações.
Entretanto, não há ainda lei específica para aplicação em alguns casos
concretos.

3. Adoção homoafetiva no Brasil


No Brasil, a adoção é regulamentada pela Lei nº 12.010/2009, conhecida
como Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Essa lei estabelece as
diretrizes e os procedimentos para adoção no país, visando garantir o
bem-estar e os direitos dos menores envolvidos. Apesar de ainda não haver
legislação própria, a adoção homoafetiva é reconhecida e protegida pelo
regulamento. O Supremos Tribunal Federal (STF), em 2011, reconheceu por
unanimidade a igualdade de direitos entre casais do mesmo sexo, equiparando
a união estável homoafetiva à união estável heteroafetiva. Isso significa que
possuem os mesmos direitos e obrigações, inclusive no que diz respeito à
adoção.
Além disso, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) emitiu a Resolução
175/2013, que proíbe expressamente a recusa de habilitação à adoção com
base na orientação sexual do adotante. Essa resolução garante que casais
homoafetivos tenham o direito de adotar uma criança ou adolescente, desde
que atendam aos demais requisitos legais para a adoção, como a idoneidade
moral, estabilidade familiar e capacidade de criar e educar o adotado.
A primeira adoção homoafetiva reconhecida no Brasil ocorreu em 2010,
após o reconhecimento da união estável homoafetiva pelo STF em 2011 (mas
que teve início a identificação em 2010). O casal composto por duas mulheres
obteve a adoção de uma criança por meio de um processo judicial. Essa
adoção foi um marco importante na garantia dos direitos de casais
homoafetivos no país e abriu precedentes para que outras adoções
homoafetivas fossem realizadas posteriormente através de analogia
jurisprudencial.

4. Adoção homoafetiva no Brasil nos tempos atuais


Os casais homoafetivos podem adotar em conjunto da mesma forma dos
casais heterossexuais, seguindo os requisitos da lei. O processo de adoção no
Brasil seque os requisitos do ECA (Estatuto da criança e do adolescente). Um
processo que evolve apresentação de documentos, entrevistas com psicólogos
e assistentes sociais, visita a abrigos até a aprovação do juiz.

5. Processo para adoção no Brasil


Os requisitos iniciais são:
1. Ter, no mínimo, 18 anos de idade, independentemente do estado civil (sim,
os solteiros também podem adotar);

2. Ter uma diferença mínima de 16 anos em relação ao adotado;

3. Não ser irmão nem ascendente da criança ou adolescente que será adotado;

4. Para que duas pessoas adotem conjuntamente, devem ser casadas ou


viverem em união estável, comprovada a estabilidade da família. No caso de
divorciados, judicialmente separados ou de ex-companheiros que desejam
adotar em conjunto, assim podem fazê-lo, desde que se tenha iniciado o
estágio de convivência com o adotando ainda na constância da sociedade
conjugal (matrimônio ou união estável). Além disso, é necessário que haja
acordo sobre guarda e regime de convivência (antigamente chamado de
regime de visitas).

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