Você está na página 1de 8

Direito de

Família
Conceito:
convívio com vínculo afetivo relevante,
O direito de família é área do direito que
mesmo fora da tipicidade legal
detém normas relativas à estrutura,
proteção e organização da família. Trata
Princípio da igualdade de filiação: Ele dispõe que
das relações familiares e dos direitos e
deveres referentes a essas relações filhos têm direitos iguais entre si,
independentemente da origem da filiação
Sub divisões do direito de família
Principio do melhor interesse da criança: estabelece
Direito afetivo: que tem relação com o
que o ordenamento jurídico deve buscar
direito matrimonial (casamento e suas
soluções jurídicas mais favoráveis aos
repercussões) e direito convivencial ( tem
mirins em todos os aspectos
relação com união estável)
Direito parental: estuda sobre relação de Princípio da Proteção Integral da Criança e do
parentesco, como maternidade, Adolescente: estabelece que todas as crianças
paternidade...
e todos os adolescentes são protegidos
Direito protetivo: trata do suporte aos pelo ordenamento; daí falar-se em
vulneráveis (como idoso, criança...) proteção integral, proteção completa.

Princípio da parentalidade responsável: estabelece


Princípios do direito de família que os genitores – pai e mãe – têm o
dever de proporcionar o melhor aos
Princípio da solidariedade familiar: Nota-se, então, filhos. Aqui, por melhor entenda-se o
que ser solidário pode ser um direito melhor bem-estar dos filhos no que tange
jurídico – isto é, a lei pode obrigar alguém à sua criação, à sua manutenção, ao seu
a ser solidário em algumas hipóteses. No sustento etc
âmbito do Direito de Família, observa-se
algumas dessas hipóteses, como o Princípio da proteção integral do idoso: dispõe de
pagamento de pensão alimentícia para um diversas regras destinadas a promover a
parente inclusão social dos idosos, uma vez que
eles não são incapazes, mas contam com
maior vulnerabilidade a depender da
idade
Princípio da diversidade familiar: devem ser
admitidos como família núcleos de Princípio da proteção do jovem: Esse princípio
objetiva viabilizar a emancipação cultural,
social e econômica dos jovens. Para tanto, Princípio da afetividade: O princípio da
o Poder Público deve procurar ao máximo
afetividade dispõe que o afeto pode ser
estimular os jovens e os ajudar no início
mais importante do que o vínculo
da vida profissional.
biológico, em algumas hipóteses
Princípio da convivência familiar:

Por esse princípio, o ordenamento deve


prestigiar o convívio familiar para mirins,
jovens e idosos – isto é, deve estimular
que mirins, jovens e idosos pertençam a
um ambiente familiar.

Tipos de família
Família matrimonial é a decorrente de Família eudemonista é conceito que
vínculo de casamento, com ou sem estabelece que a busca pela felicidade
filhos, com várias obrigações e (eudaimonia)
formalidades como: a presunção de
por meio do afeto intersubjetivo deve
paternidade, os deveres matrimoniais,
ser suficiente para criar uma entidade
a exigência de autorização conjugal..
familiar
Família informal: decorrente de união
na familia eudemonista podemos ver
estável, entre dois companheiros com
alguns desdobramentos abaixo;
ou sem filhos, se considera informal
pois não é necessário nenhuma
formalidade para sua formação, se
constituí a partir do Art.1723 do cc
Familia Monoparental: é oriunda de
um núcleo constituído por apenas um
pai e os filhos, sendo pai ou mãe
solteiros, podendo ser estendida a
avós ou outros ascendente,
denominado de família monoparental
atípica
Família anaparental: é o núcleo de
pessoas sem vínculo de ascendência Concubinato: Há concubinato quando
entre si, como nos núcleos compostos duas pessoas vivem como se fossem
por irmãos, por tio com sobrinho ou casadas (convivência more uxorio)
por primos tendo algum dos impedimentos
matrimoniais
Família pluriparental, recomposta,
reconstituída ou mosaico é a que Embora o concubinato não seja
envolve padrasto ou madrasta. entidade familiar, devem-se
Formada no novo casamento dos pais reconhecer todos os direitos
de união estável putativa em nome da
boa-fé.
Porém existe requisitos como:
Multiparentalidade: No entanto, o diferença mínima de 16 anos de idade
mais comum é que seja utilizado o entre o filho e o pai socioafetivo;
segundo termo para se referir à
vedação de reconhecimento
situação
socioafetivo entre irmãos ou
de mais três pais registrais ascendentes; consentimento do filho
maior de 12 anos
O reconhecimento socioafetivo com
multiparentalidade é a possibilidade é necessário que o registrador avalie
de um terceiro ser reunido aos pais se há provas documentais do vínculo
registrais como mais um diante do socioafetivo e colha parecer favorável
vínculo socioafetivo. do Ministério Público, sob pena de
negar o registro.
O STF já admitiu a multiparentalidade
(STF, RE 898.060/SC, Pleno, Rel. Min.
Luiz Fux, DJe 24/08/2017).

Casamento
Natureza jurídica do casamento:

Alguns autores dizem que a natureza recíprocos e respeitando os


jurídica se altera de acordo com as dispositivos legais
mudanças das relações familiares
Seria um contrato pela facilidade em
➢ Teoria que pode ser dissolvido
contratualista (majoritária)
Defendia por: Caio Mário, Nelson
Adotada pela França, Alemanha, Rosenvald,

Nesses países a legislação define o Para essa teoria, o casamento se


casamento como um contrato constitui com a declaração de
vontade das partes, sendo a
Pelo enfoque na manifestação de declaração do juiz declaratória e não
vontade, voltada para um objetivo constitutiva
desejado pelos contratantes,
estabelecendo direitos e deveres
➢ teoria Habilitação é fase em que se verifica
institucionalista (minoritária) se os nubentes estão juridicamente
aptos a casar Verifica-se se há ou não
casamento tem normas cogentes, algum causa de invalidade do
a autonomia privada é pequena, casamento
descaracterizando a natureza
negocial o procedimento ocorre perante: o
cartório de Registro Civil das Pessoas
Rejeita a natureza negocial e enxerga Naturais (RCPN)
no casamento uma situação jurídica
que refletiria parâmetros pré ➢ Fases da habilitação:
estabelecidos pelo legislador e Documentação: ART 125. CC
constituindo um conjunto de regras
impostas pelo Estado Quanto à fase da documentação,

➢ Críticas 1. os nubentes requerem a


habilitação perante o RCPN,
As normas limitadoras não são 2. pagam os emolumentos e
suficientes para tirar o caráter negocial apresentam os documentos

Há ampla liberdade para fixar o regime Proclamas e impugnações: são


de bens (o CC/2002 permite a anúncios públicos do casamento
mudança posterior do regime de feitos por meio das divulgações de
bens) editais com o objetivo de viabilizar a
apresentação de impugnações
No Código de Defesa do Consumidor,
publicados os editais, os legitimados
as normas também são de ordem
pública, mas as relações não deixam terão 15 dias para apresentar suas
de ser contratos impugnações, apontando a existência
de algum impedimento matrimonial
ou causa suspensiva
celebração:
➢ Teoria mista/eclética
➢ registro
O casamento é um ato complexo
A ata da celebração do casamento
Seria um contrato em sua formação e deve ser registrada no Livro “B” do
uma instituição em seu conteúdo cartório do Registro Civil das Pessoas
Naturais. O registro do casamento= o
O casamento, portanto, é assento de casamento) deverá ter as
um contrato sui generis, pois é regido informações indicadas no art. 70 da
pelas normas de direito de família e LRP.
não pelas normas do direito de
obrigações. Por isso, alguns autores Certificado de Habilitação
gostam de denominá-lo como
“contrato de direito de família“ Inexistindo qualquer impugnação, o
registrador expedirá o certificado de
habilitação, o qual terá eficácia de 90
Habilitação: dias, dentro dos quais os nubentes
poderão celebrar o casamento. A
rigor, antes de expedir o certificado Tratamento entre as pessoas
de habilitação, seria necessário ouvir o
Ministério Público por força do art. Fam: como a sociedade vê o casal
1.526 do CC, mas, com razão, diante
da sobrecarga de trabalhos, a prática é Obs: questão um pouco complicada,
a de que não se costuma enviar os pois todos esses pressupostos podem
estar presentes na união estável e,
procedimentos de habilitação ao
aqui, quer se provar a existência de
Parquet se não houver algum motivo
um casamento. Por isso, a posse do
sensível estado de casado por si só não é a
melhor forma de provar um
provas do casamento casamento

In dubio pro matrimonio

No Brasil, você prova o casamento 1.547. Na dúvida entre as provas


pela certidão do registro favoráveis e contrárias, julgar-se-á
pelo casamento, se os cônjuges, cujo
Art.1.543. O casamento celebrado no casamento se impugna, viverem ou
Brasil prova-se pela certidão do tiverem vivido na posse do estado de
registro. casados.

Se o registro se perder ou nunca tiver Casamento realizado no exterior


sido feito : qualquer outro tipo de
prova 2 brasileiros: O casamento entre dois
brasileiros pode ser celebrado
É inexistência ou perda do no consulado (LINDB, Art.18)
registro e não da certidão que dele é
extraída Se prova pela certidão emitida pelo
consulado
Ex: Se uma pessoa pede a certidão de
seu casamento, poderá pedir uma Brasileiro + estrangeiro: será
segunda via no cartório. A hipótese do celebrado de acordo com a lei local
parágrafo único seria a perda do
próprio registro, por um incêndio no Vai se provar de acordo com a lei local
cartório ou enchente, por exemplo também

Exemplo de outro tipo de prova: Prova-se o ato ocorrido em outro país,


passaporte constando o estado civil, pela lei do local
filmagem da celebração, declaração de
testemunhas que compareceram à Nas duas hipóteses, o casamento tem
celebração, que ser registrado no Brasil, no prazo
de 180 dia
Posse do estado de casado (sociedade
vê o casal como marido e mulher, são 1.544. O casamento de brasileiro,
aparentemente casadas). Requisitos: celebrado no estrangeiro, perante as
respectivas autoridades ou os
Nome: um adotar o sobrenome do cônsules brasileiros, deverá ser
outro registrado em cento e oitenta dias, a
contar da volta de um ou de ambos os
cônjuges ao Brasil, no cartório do
respectivo domicílio, ou, em sua falta,
no 1o Ofício da Capital do Estado em
que passarem a residiam

Regime de Bens
Regime legal no casamento e na voluntária especial para a
união estável: alteração do regime de bens).
Segundo ele, os consortes só
No casamento e na união
podem
estável, o regime da comunhão
parcial de bens é o regime legal:
se não houver estipulação de mudar o regime de bens
outro regime de bens pelos mediante justa causa e decisão
nubentes, vigora o regime da judicial. Nesse caso, ficam
comunhão parcial (arts. 1.640 e protegidos direitos de terceiro
1.725, CC).
Porém na união estável: essa
A forma de adotar outro regime, razão, para a mudança de regime
porém, distingue-se: no de bens na união estável, basta
casamento, há necessidade de um contrato escrito entre os
escritura pública de pacto conviventes
antenupcial, ao passo que, na
➢ Irretroatividade da
união estável, basta mero
mudança de bens:
contrato escrito, conhecido
doutrinariamente como O casal tem que realizar a
“contrato de convivência” partilha dos bens no
momento da alteração do
➢ mudança de regime de
regime de bens se o casal
bens
estiver mudando o regime de
No casamento, vigora o princípio bens para um mais restritivo.
da imutabilidade relativa do Ou seja, novo regime só
regime de bens (que estabelece vigora após haver devida
um procedimento de jurisdição partilha de bens., com o
trânsito em julgado da
sentença
Regime de comunhão universal de bens:
Nele, em regra, todos os bens,
mesmos os adquiridos
gratuitamente, por herança ou
antes do casamento, se
comunicam: são bens comuns
➢ Exceções:
➢ FGTS DEPOSITADO
Nele, em regra, todos os bens,
mesmos os adquiridos
gratuitamente, por herança ou
antes
do casamento, se comunicam:
são bens comuns
➢ Pensão por invalidez
indenizações ou pensões
mensais decorrentes de seguro
por invalidez não se comunicam
nem mesmo no regime da Separação convencional total de bens:
comunhão universal. É que, o regime da separação
como tais valores decorrem da convencional de bens, não há
incapacidade laboral comunicação de bens. Não há
exceção.
Esse regime também é chamado
Regime de comunhão parcial de Bens
de regime da separação
Conceito: Em regra, somente os voluntária, total ou absoluta de
bens adquiridos onerosamente bens.
ao longo do casamento se
comunicam. Ficam, pois, de fora Regime de separação total legal:
os bens anteriores ao casamento
regime da separação legal é
bem como os adquiridos
sinônimo de regime da
gratuitamente ou por sucessão
separação obrigatória ou regime
causa mortis na constância do da
casamento.
separação da separação cogente.
➢ Hipóteses:
cônjuge com mais de 70 anos;
(2) casamento com violação de
causa suspensiva15; e
(3) casamento feito com
suprimento judicial em favor de
algum dos nubentes (como no
caso de
adolescente de 16 anos que, por
não ter conseguido o
consentimento de ambos os
pais, pediu autorização judicial
com base

Separação final dos arquestos:


É caracterizado pelo fato de que,
ao longo do casamento, vigoram
as regras de separação de bens,
mas, no momento do fim da
sociedade conjugal, todos os
bens adquiridos onerosamente
ao longo do casamento (os
“aquestos”) se comunicam
esse regime busca garantir algo
próximo do regime da separação
de bens ao longo do casamento
e algo próximo ao regime da
comunhão parcial na dissolução
do casamento

Você também pode gostar