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COMPLEMENTAR CURSOS 2022

Constelações Familiares

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O novo Direito de Família e as novas famílias....................................................2

Casamento, união estável e família homoafetiva................................................5

A família eudemonista.........................................................................................7

Parentesco e sua relação com o direito de família.............................................9

Validade do casamento, regime de bens e partilha...........................................11

A constelação familiar como forma de solução de conflitos familiares.............14

Filiação: presunção de paternidade e reconhecimento dos filhos....................16

Guarda dos filhos e alienação parental.............................................................18

Divórcio e separação.........................................................................................21

Referências Bibliográficas.................................................................................23

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O NOVO DIREITO DE FAMÍLIA E AS NOVAS FAMÍLIAS

Com o advento do novo Código Civil Brasileiro , a Lei 10.406 de 10 janeiro de


2002, o direito de família divide-se em direito pessoal, direito patrimonial, união
estável, tutela e curatela.

Dentre as diversas inovações do novo codex civil: a gratuidade da celebração


do casamento bem como nascimento e óbito em relação às pessoas cuja
pobreza for declarada, sob pena da lei, além da habilitação, registro e a
primeira certidão( art. 1.512); ainda a extinção do regime dotal de bens; a
regulamentação e facilitação do registro do casamento religioso(art. 1.516 CC);
redução da capacidade do homem para casar para 16 anos(art. 1.517);
previsão somente dos impedimentos dirimentes absolutos, reduzindo-se seu rol
(o art. 1.521); tratamento das hipóteses dos impedimentos relativamente
dirimentes como casos de invalidade relativa do casamento(art. 1.550);
substituição dos antigos impedimentos impedientes ou meramente proibitivos
pelas causas suspensivas(art. 1.523); a exigência de homologação pelo juiz
após audiência do MP da habilitação para o casamento(1.526); casamento por
procuração mediante instrumento público, com validade de 90(noventa dias)
restritivamente; igualdade dos cônjuges decretando o desaparecimento da
figura do chefe de família(arts. 1.565 e 1.567); a possibilidade de adoção do
sobrenome por qualquer dos nubentes( art. 1.565, §1o.e LRP art. 69).

Constituem direitos inerentes à família:

 O reconhecimento jurídico e a proteção patrimonial


 A concessão de alimentos
 Os efeitos sucessórios
 A competência da Vara de Família
 A condição de dependente do parceiro perante o Regime de Previdência
Social

Por primeiro, é importante salientar que a utilização da nomenclatura “Direito


das Famílias”, e não da tradicional designação “Direito de Família”, parte da
premissa de que a ordem constitucional vigente acolhe vasta pluralidade de

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organizações familiares, não se cingindo ao modelo tradicional de família,
porquanto não poderia ser diferente diante do princípio da dignidade da pessoa
humana e da vedação à discriminação dele dimanada (DIAS, 2016).

Nada obstante, foi o advento da Constituição da República de 1988 que


corporificou a verdadeira revolução normativa no Direito das Famílias. A
previsão da igualdade entre homens e mulheres implicou a proteção igualitária
de todos os membros da família, expungindo da ordem jurídica todas as
distinções anteriormente reguladas (DIAS, 2016). Demais disso, consagrou a
proteção à família monoparental, em extensão da salvaguarda conferida ao
casamento e à união estável àqueles núcleos familiares compostos por
qualquer dos pais e seus descendentes. O princípio da igualdade dos filhos,
por seu turno, espancou a distinção entre filhos havidos fora e dentro do
casamento, culminando na não recepção dos preceitos anteriores que
açambarcavam essa divisão (MADALENO, 2013).

Atualmente no Brasil experimenta-se uma quebra de paradigmas frente ao


conceito de família, sua constituição e manutenção. Existe na sociedade
moderna uma infinidade de arranjos familiares que podem ser considerados
como família, havendo, portanto, uma pluralidade de percepções acerca deste
instituto de Direito Civil. Percebe-se que tais arranjos não mais decorrem
apenas do matrimônio, surgindo novas formas de união, predominantemente
informais, instituídas notadamente através de vínculos meramente afetivos. A
união estável, entre pessoas do mesmo sexo ou não, famílias monoparentais,
adoções e a comprovação de paternidade via testes de DNA atestam que as
mais diversas formas de relação familiar tornam a vinculação afetiva mais
importante na abrangência e nas novas definições do conceito de família.
Assim, diante dessa nova maneira de enxergar a família no Brasil, novos
conceitos e novos arranjos familiares¹ vêm surgindo no mundo jurídico, o que
demanda a atenção da doutrina, dos tribunais e dos legisladores para a
necessidade (ou não) de uma regulamentação e uma tutela estatal desses
novos núcleos familiares.

 Casamento
 União estável
 União homoafetiva
 Família monoparental
 Família eudemonista
 Família individualista
 Família subjetivada
 Família relativizada
 Família multiespécie

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 Poliamor
 Família avoeira

Casamento: é uma entidade familiar estabelecida entre pessoas, merecedora


de especial proteção estatal, constituída formal e solenemente, formando uma
comunhão de afetos (comunhão de vida) e produzindo efeitos no âmbito
pessoal, social e patrimonial.

Formalidades Preliminares do Casamento:

Habilitação: Art. 1.525, CC: O requerimento de habilitação para o casamento


será firmado por ambos os nubentes, de próprio punho, ou, a seu pedido, por
procurador.

Art. 1.527, CC: Estando em ordem a documentação, o oficial extrairá o edital,


que se afixará durante quinze dias nas circunscrições do Registro Civil de
ambos os nubentes, e, obrigatoriamente, se publicará na imprensa local, se
houver.

Nulidades (ART. 1.548, CC): Casamento contraído por pessoa sem o


necessário discernimento para os atos da vida civil ou quando um dos
impedimentos matrimoniais for violado.

Dessa forma, o artigo 1565, § 2º, do Código Civil, afirma que o planejamento
familiar é de livre decisão do casal, sendo vedada qualquer forma de correção
por instituições públicas ou privadas. O dispositivo, a toda evidência, é
perfeitamente aplicável também nas uniões estáveis, consoante preconiza o
enunciado 99 da jornada Direito Civil.

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CASAMENTO, UNIÃO ESTÁVEL E FAMÍLIA HOMOAFETIVA

Pressupostos de existência do casamento (condições mínimas para que o


casamento seja considerado relevante para o direito):

 Existência de consentimento entre os nubentes (livre manifestação de


vontade).
 Celebração do matrimônio com a presença da autoridade.

Para uma conceituação dela, vamos buscar na Lei 9.278 de 1996, a chamada
“Lei da União Estável”, no seu artigo 1º, a definição: “É reconhecida como
entidade familiar a convivência duradoura, pública e contínua, de um homem e
uma mulher, estabelecida com objetivo de constituição de família. ”

As famílias reconstruídas são entidades familiares decorrente de uma


recomposição afetiva, nas quais, pelo menos, um dos interessados traz filhos
ou mesmo situações jurídicas decorrente de um relacionamento familiar
anterior. É o clássico exemplo das famílias nas quais um dos participantes é
padrasto ou madrasta de filho anteriormente nascido. É também um exemplo
da entidade familiar em que um dos participantes presta alimentos ao ex
cônjuge ou ao ex-companheiro.

Antigamente, exigia-se o prazo de 5 (cinco) anos ou a existência de prole para


se configurar uma união estável.

Atualmente, esse prazo não existe. O critério dessa avaliação é subjetivo. Ou


seja, depende da forma que você apresenta a pessoa à sociedade e da
vontade de se constituir família.

Vale lembrar que, apenas para fins previdenciários, a lei 13.135/15 exige o
prazo de 2 (dois) anos para se obter os benefícios.

De acordo com o Código Civil de 2002, a pessoa casada, mas separada


judicialmente ou de fato, pode constituir união estável, vide §1º, do art. 1.723,
do CC.

Vedadas apenas as relações simultâneas, por força do disposto no art. 1.727,


também do Código Civil, sob o risco do crime de bigamia.

Em qualquer caso, para evitar qualquer problema, se a pessoa já viveu


uma união estável e deseja se casar com outra pessoa, antes de celebrar o
casamento, é recomendado fazer a dissolução da união estável, e caso ela

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tenha sido casada e passe a viver com uma outra pessoa numa união estável,
é importante que antes ela se divorcie.

Apesar de a união estável ser uma situação de fato, a escritura é importante


por oficializar alguns aspectos, em especial, o regime de bens aplicável à
união.

Se os companheiros vivem em união estável sem a elaboração de uma


escritura pública ou se nela nada estiver estabelecido em relação ao regime de
bens, na hipótese de dissolução da união serão aplicadas as regras da
comunhão parcial.

Nesse caso, os bens recebidos por um dos conviventes por meio de doação,
de herança, de sub-rogação de bens particulares ou de bens anteriores à
união, não serão objeto de meação pelo outro companheiro, permanecendo
como bens particulares.

Duvida alguma existe de que uma relação contínua e duradoura entre pessoas
do mesmo sexo poderá produzir efeitos no âmbito do Direito de Família seja na
esfera pessoal ou na existencial. Trata-se de simples proteção do princípio da
pluralidade das entidades familiares, reconhecendo que a sua base
fundamental é a mesma das relações heteroafetivas, como o casamento e a
união estável. Bem por isso inclusive as uniões homoafetivas foram
reconhecidas pela Suprema Corte Brasileira como entidade familiar
merecedora de proteção estatal (ADIn 4277/DF).

A Lei Distrital 6.160/2018 estabelece a Política Pública de Valorização da


Família no Distrito Federal.

Em seu artigo 2º, a lei define como entidade familiar “o núcleo social formado
pela união de um homem e uma mulher, por meio do casamento ou união
estável”.

Deve-se levar em consideração também aquelas entidades familiares formadas


por união homoafetiva.

Com as diretrizes da CR/88, a família passa a ser concebida como família


plural, levando-se em conta o aspecto socioafetivo como marco principal. Uma
entidade familiar pode ser formada por um dos pais e seus descendentes, ou
seja, famílias monoparentais, assim como a união estável, marcada pela
convivência pública, contínua e duradoura e a união homoafetiva, que possui
uma relação baseada no afeto entre pessoas do mesmo sexo.

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A FAMÍLIA EUDEMONISTA

A família eudemonista tem a felicidade como o catalisador para a sua conduta


moral em sociedade. Por meio de alguns aspectos bastante específicos e
fortes na comunhão familiar, se consegue a realização plena dos seus
membros. A felicidade é que conduzirá os seus movimentos, de forma a
obterem tudo o que precisam e querem.

A família eudemonista carrega um ar quase que utópico quanto à sua


existência. Ao que parece, pouco encontramos indicativos de adversidades ou
oposições entre os membros. Eles configuram o aspecto perfeito do que uma
família deveria fazer por si mesma.

Em outras palavras, a família eudemonista é um conceito moderno que se


refere à família que busca a realização plena de seus membros,
caracterizando-se pela comunhão de afeto recíproco, a consideração e o
respeito mútuos entre os membros que a compõe, independente do vínculo
biológico.

A família eudemonista ou afetiva significa "doutrina que admite ser a felicidade


individual ou coletiva o fundamento da conduta humana moral ", o que a
aproxima da afetividade.

Enquanto que para o casamento é necessário, como regra, o procedimento de


habilitação, a constituição de família por meio da união estável depende da
análise da situação fática. Para que ocorra o casamento, faz-se necessário que
se tenha a documentação – no caso – a certidão de casamento, ao passo que
quando se trata da união estável, é preciso demonstrar que tem convivência
pública e ostensiva, a afetividade e a estabilidade.

A família eudemonista é uma forma de classificar a família no sentido da busca


individual para a sua realização pessoal, para a concretização da felicidade.

O eudemonismo foi sustentado por todos os filósofos da Antiguidade, apesar


das diferenças acerca da concepção de felicidade de cada um deles.
Segundo Aristóteles:

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"A felicidade é um princípio; é para alcançá-la que realizamos todos os outros
atos; ela é exatamente o gênio de nossas motivações."

Sabemos que a família é a célula da sociedade e que todas as relações


familiares refletem o que acontece na sociedade. Em uma sociedade
democrática a liberdade deve começar dentro de casa, nas relações familiares
e no casamento. O homem constitui família por que é um ser social e necessita
criar vínculos afetivos íntimos com as pessoas. E é no casamento e na família
que ele consegue realizar esse anseio de felicidade.

O conceito de família, portanto, tem sido modificado nos últimos em razão de


importantes transformações sociais que vem ocorrendo nos últimos tempos na
sociedade brasileira. As alterações na estrutura familiar são advindas de
importantes modificações e adaptações a partir da evolução socioeconômica.
Todas essas modificações fizeram surgir novos arranjos familiares que é o
resultado direito de importantes mudanças de valores da sociedade. Assim, o
novo arranjo familiar desvinculou-se do conceito tradicional de família a partir
do casamento, nesse novo arranjo a afetividade se apresenta como uma
importante base para a formação do núcleo familiar.

O afeto é um direito individual e transcendo à família. Não corresponde a um


valor jurídico ou uma laço para unir integrantes de uma família somente, mas
sim um sentimento de companheirismo, humanidade e solidariedade. É o pilar
da família.

A entidade familiar requer proteção do Estado, por sua grande importância para
a sociedade. Porém, ao proteger o núcleo familiar não se pode excluir nenhum
modelo, é por isso que a sociedade e principalmente o direito, moldou-se aos
anseios sociais e passou a reconhecer diversos modelos de entidade familiar,
vendo o pluralismo desta entidade como um reforço para a mesma.

As famílias reconhecidas pelo legislador, independente do seu modelo


merecem proteção estatal. A família atual possui um conceito livre que é
totalmente guiado pela afetividade. O artigo 226 da CRFB.

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PARENTESCO E SUA RELAÇÃO COM O DIREITO DE FAMÍLIA

Parentesco é a relação que une duas ou mais pessoas por vínculos


genéticos (descendência/ascendência) ou sociais (sobretudo
pelo casamento ou adoção).

“Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do


Estado. § 1º O casamento é civil e gratuita a celebração. § 2º O casamento
religioso tem efeito civil, nos termos da lei. § 3º Para efeito da proteção do
Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como
entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por
qualquer dos pais e seus descendentes. § 5º Os direitos e deveres referentes à
sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. § 7º Fundado nos
princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o
planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar
recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada
qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas. § 8º O
Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a
integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas
relações”. (BRASIL, 2016:69)

Por consanguinidade ou por adoção legal:

Pai, mãe e filhos (em primeiro grau)

Irmãos, avós e netos (em segundo grau)

Tios, sobrinhos, bisavós e bisnetos (em terceiro grau)

Primos, trisavós, trinetos, tios-avós e sobrinhos-netos (em quarto grau)

Primos-tios, primos-sobrinhos, tios-bisavós, sobrinhos-bisnetos, tetravós e


tetranetos (em quinto grau)

Primos segundos, primos-tios-avós, primos-sobrinhos-netos, tios-trisavós,


sobrinhos-trinetos, pentavós e pentanetos (em sexto grau)

Por afinidade:

Sogro, sogra, genro e nora (1º grau)

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Padrasto, madrasta e enteados (1º grau)

Cunhados e Concunhados (2º grau)

A Constituição Federal de 1988 veio extirpando o velho conceito para um mais


justo e moderno, trazendo princípios que tornaram mais igualitários os direitos
antes restritos a apenas certa classe considerada pela lei.

O código civil de 1916 trazia em seu bojo uma distinção entre filhos concebidos
dentro do casamento, portanto “legítimos”, e filhos havidos fora do casamento,
“ilegítimos”, “adulterinos”. Fazendo com que o filho “ilegítimo” pagasse com o
erro do pai, pois era crime o adultério, mas de forma direta não era punido o
autor do crime, arcando com as consequências o filho que nasceu deste erro.
Este filho não possuía os mesmos direitos que um filho legítimo.

A Constituição Federal de 1988 trata no art. 226 a relação entre os filhos e seu
pai da seguinte forma “os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou
por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer
designações discriminatórias relativas à filiação”.

O parentesco, dessa maneira, tem de se modelar a uma nova feição da família,


decorrente da normatividade garantista e solidária constitucional, abandonando
a interconexão implicacional com o matrimônio e a feição hierarquizada e
patriarcal para ser compreendido, em larga escala, como um vínculo
predestinado a afirmação de valores constitucionais contemplados na tábua
axiomática.

Os conceitos tradicionais de parentesco estão ligadas à relação de


ancestralidade. A relação que vincula entre si pessoas que descendem umas
das outras, ou de autor comum, que aproxima cada um dos cônjuges dos
parentes do outro ou que se estabelece, por fictio iuris, entre o adotado e o
adotante.

O parentesco divide-se em linhas e graus, podendo ser em linha reta e linha


colateral, também chamada de linha transversal. A contagem do vínculo entre
os parentes é feita em graus, que indicam a distância entre os parentes em
linha reta ou colateral.

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VALIDADE DO CASAMENTO, REGIME DE BENS E PARTILHA

O Código Civil, em seu art. 1.639, diz: “é lícito aos nubentes, antes de
celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver”.

Assim, com a Lei 6.515/77 e a alteração imediata do Código Civil, modificou-se


completamente a sistemática do regime de bens vigente no nosso País.

Na ocasião, passamos a ter em vigor os seguintes regimes: O legal, que era (e


continua sendo) o regime da comunhão parcial de bens (art. 258), que antes
era exceção; em seguida, encontramos o regime da comunhão universal de
bens (art. 262), que passou a se configurar uma exceção, bem como os
regimes da separação limitada ou parcial (art. 276), todos estes exigindo a
escritura pública de pacto antenupcial; e, ainda, o da separação obrigatória de
bens (art. 258, par. único), que não necessita de pacto.

O regime da comunhão parcial (arts. 1.658 ao 1.666 CC) decorre da lei e


independe da lavratura de pacto antenupcial. Nele, comunicam-se os bens
adquiridos na constância do casamento, mas permanecem no patrimônio
particular de cada um os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe
sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-
rogados em seu lugar; os bens adquiridos com valores exclusivamente
pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares; as
obrigações anteriores ao casamento; as obrigações provenientes de atos
ilícitos, salvo reversão em proveito do casal; os bens de uso pessoal, os livros
e instrumentos de profissão; os proventos do trabalho pessoal de cada
cônjuge; e, as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes
(art. 1.659 do CC).

O regime da comunhão universal (arts. 1.667 ao 1.671, CC) estabelece que os


bens adquiridos antes e durante o casamento ficam pertencendo ao casal, com
exceção das situações constantes do art. 1.668. é mister a celebração de
escritura pública de pacto antenupcial. Pode-se considerar que este regime de
bens é uma forma de aquisição da propriedade não elencada expressamente
nos capítulos II e III, do Título III, do Livro III, do CC.

O divórcio foi legalizado no Brasil através da EC 9/1977 e regulamentada


pela lei 6.515/1977, mais conhecida como a Lei do Divórcio.

Com a lei 11.441/07, o processo de divórcio se tornou mais fácil para os casais
que concordavam com a separação. Não havendo impeditivos legais, o pedido
de divórcio passou a ser feito em cartório, deixando de ser necessário entrar na
justiça para tal feito.

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Passados 3 anos, em 2010, o legislativo facilitou este processo aprovando
a EC 66/10, na qual, não é mais necessário se separar e esperar um tempo
para conseguir o divórcio. Agora é direto.

O processo de divórcio pode ser algo muito menos estressante e


descomplicado, quando o advogado de confiança é um profissional com
expertise no Direito de Família e das Sucessões.

Existem 2 formas de realizar um divórcio e cada uma delas tem as suas regras:

- Divórcio Extrajudicial (consensual) e;

- Divórcio Judicial, dividindo-se em Consensual e Litigioso.

O Divórcio Extrajudicial é aquele que é consensual e pode ser realizado em


cartório através de escritura pública.

Neste tipo de divórcio, o casal não pode ter filhos menores de idade ou
incapazes, a mulher não pode estar grávida e o casal tem que concordar com
tudo que envolve o fim do relacionamento.

Para este processo é necessário a presença de um advogado e este


profissional pode atender as duas partes.

E no processo de um Divórcio Judicial, será um juiz quem tomará as decisões


e as regras são diferentes.

Divórcio Judicial Consensual – o casal concorda com o fim do


relacionamento e todas as questões que envolve o processo do divórcio, mas
há a presença de filhos menores ou incapazes.

Apenas um advogado pode representar ambas as partes

Divórcio Judicial Litigioso – neste caso, as partes não entram em um acordo,


o que torna o processo mais difícil e demorado.

Para este processo, cada uma das partes deverá ser representada por
advogados distintos.

Os bens que não couberem na meação do cônjuge sobrevivente ou na parte de


um só herdeiro, serão judicialmente vendidos sendo partilhado o valor apurado.

Não se fará a venda judicial se o cônjuge sobrevivente ou um ou mais


herdeiros requererem o bem, repondo aos outros herdeiros o valor em dinheiro
do bem após avaliação atualizada do mesmo.

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A partilha pode ser:

- Partilha Amigável: sendo os herdeiros capazes, poderão fazer partilha


amigável, por escritura pública, termo nos autos do inventário, ou escrito
particular, homologado pelo juiz.

- Partilha Judicial: será sempre judicial a partilha se os herdeiros não


entrarem em acordo e se houver algum herdeiro incapaz. Na partilha deverão
ser observados os bens quanto ao seu valor, natureza e qualidade; para que
haja a maior igualdade possível.

- Partilha em vida: é válida a partilha feita por ascendente, por ato entre vivos
(doação) ou de última vontade (testamento), contanto que não prejudique a
parte legítima dos herdeiros necessários.

A partilha de bens pode ser realizada em juízo ou por escritura pública em


cartório de Notas (se consensual e sem menores ou incapazes) seja em
decorrência do divórcio ou da sucessão hereditária.

Os bens partilháveis podem ser divisíveis, com a concreta divisão do bem, e


indivisíveis, criando-se um condomínio de partes ideais do mesmo bem. Os
bens insuscetíveis de divisão cômoda, que não couberem na meação do
cônjuge sobrevivente ou no quinhão de um só herdeiro, serão vendidos
judicialmente, partilhando-se o valor apurado, a não ser que haja acordo para
serem adjudicados a todos (Art. 2.019, CCB).

A partilha tem efeito meramente declaratório, pois a titularidade dos bens já


pertence aos interessados. A partilha, uma vez feita e julgada, só é anulável
pelos vícios e defeitos que invalidam, em geral, os negócios jurídicos. Extingue-
se em um ano o direito de anular a partilha (Art. 2.027 e parágrafo único, CCB).

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A CONSTELAÇÃO FAMILIAR COMO FORMA DE SOLUÇÃO DE
CONFLITOS FAMILIARES

Em 2018, no Brasil, o Ministério da Saúde, incluiu a sua prática no Sistema


Único de Saúde (SUS), como parte da Política Nacional de Práticas
Integrativas e Complementares (PNPIC). No Brasil, o processo já foi utilizado
na resolução de processos judiciais.

As constelações familiares assumem a forma de psicologia de sistemas


familiares. Figuras influentes nesse movimento incluem Jacob Moreno, o
fundador do psicodrama; Iván Böszörményi-Nagy, pioneiro do pensamento
sistêmico transgeracional; Milton Erickson, pioneiro em terapia breve
e hipnoterapia; Eric Berne que concebeu o conceito de roteiros de vida ; e
Virginia Satir, que desenvolveu a escultura familiar, o precursor das
constelações sistêmicas.

As constelações familiares divergem significativamente das formas


convencionais de psicoterapias cognitivas, comportamentais e psicodinâmicas.
O método foi descrito por físicos como misticismo
quântico e charlatanismo quântico, e seu fundador incorporou a ideia
pseudocientífica de "ressonância mórfica" em sua explicação sobre a
abordagem. Resultados positivos da terapia foram atribuídos a explicações
convencionais como sugestão e empatia.

Mediação é um método de resolução de conflitos, em que uma terceira pessoa,


o mediador, escolhido pelas partes envolvidas no conflito, atua como facilitador
do diálogo entre as partes. A função do mediador é conduzir os litigantes a uma
compreensão das respectivas posições e interesses para que, de forma
cooperativa, encontrem as melhores soluções de forma a preservar o
relacionamento. Nessa medida, a mediação é bem utilizada em relações
continuadas no tempo em que ambas as partes tenham interesse de resolver a
questão em desentendimento.

A Lei 13.140/15 dispõe sobre mediação como meio de solução de


controvérsias entre particulares e sobre a autocomposição de conflitos no
âmbito da administração pública. Por sua vez, o Provimento nº 67/2018
disciplina conciliação e mediação em cartórios e prevê que é facultativo
àqueles que tenham interesse na sua implementação.

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O Mediador busca sempre ser imparcial e neutro.

A implantação de novas possibilidades de resoluções de conflitos possibilita a


comunicação entre os litigantes, que favorecem a finalização da origem do
problema, bem como contribuindo para a eficácia e celeridade processual.

A Constelação Familiar é um método psicoterapêutico desenvolvido por Bert


Hellinger na década de 1970, após experiências adquiridas nas tribos de Zulus,
na qual tem como objetivo analisar e estudar o comportamento de grupos
familiares, identificando a origem do problema para solucionar e reestabelecer
o vínculo no qual foi rompido devido a sua ancestralidade. Atualmente, a
técnica de Constelação Familiar já está sendo aplicada em alguns estados
brasileiros objetivando analisar o caso concreto não somente pela ótica
racional, mas também utilizando o emocional, sendo uma maneira mais
humanizada de resolver os problemas familiares e desta forma, aumentar os
índices de acordo. Por isso, essa técnica tem sido um dos instrumentos que
estão estabelecendo maior celeridade e solução satisfatória na resolução dos
conflitos apresentados ao judiciário brasileiro.

O Direito Sistêmico, tendo como base a Constelação Familiar objetiva realizar


as decisões judiciais mais humanizadas e harmoniosas entre os envolvidos,
buscando através desta técnica conhecer a origem do problema apresentado,
compreendendo e analisando sob esta nova perspectiva as dificuldades
pessoais envolvidas na ação. Portanto, a expressão Direito Sistêmico
representa a atuação dos operadores do direito, não com um olhar apenas
processualista, mas sim, sistêmico, aonde as Leis Sistêmicas são aplicadas
aos conflitos, seja em vivências coletivas ou em audiências de mediação.

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FILIAÇÃO:

PRESUNÇÃO DE PATERNIDADE E RECONHECIMENTO DOS FILHOS

“Filiação é a relação de parentesco consanguíneo, em primeiro grau e em linha


reta, que liga uma pessoa aquela que a geraram, ou a receberam como se as
tivessem gerado.”

Filiação é “a relação de parentesco em linha reta de primeiro grau que se


estabelece entre pais e filhos, seja essa relação decorrente de vínculo
sanguíneo ou de outra origem legal, como no caso da adoção ou reprodução
assistida como utilização de material genético de outra pessoa estranha ao
casal.”

A filiação é a ligação de uma pessoa a outra a partir do reconhecimento da


parentalidade da mesma, ou seja, a ligação do filho com os seus pais, seja
biologicamente ou por adoção.

A filiação é um direito reconhecido a filhos originados ou não pelo casamento,


incluindo ainda os adotivos, sendo todos portadores dos mesmos direitos.
O código civil brasileiro veda qualquer tipo de discriminação de filhos adotivos e
nascidos fora do casamento.

É o reconhecimento jurídico da maternidade e/ou paternidade com base no


afeto, sem que haja vínculo de sangue entre as pessoas, ou seja, quando um
homem e/ou uma mulher cria um filho como seu, mesmo não sendo o pai ou
mãe biológica da criança ou adolescente.

O Reconhecimento de Paternidade é quando o pai ou mãe declara sua


condição de perfilhação da pessoa nascida dentro ou fora do casamento, para
que conceitue o reconhecimento é necessário que na certidão de nascimento
não conste o nome do pai.

De acordo com Gaspar (1996), o reconhecimento de paternidade é um ato


voluntário ou forçado; voluntário quando o suposto pai reconhece sem
empecilho a paternidade do filho e forçado juridicamente quando o Estado por
meio do Juiz declara a sentença do pai reconhecer o filho, dizemos então que o
procedimento de Reconhecimento pode ser feito de duas formas, sendo
voluntario ou judicial.

A lei expõe duas formas de reconhecimento da filiação. O reconhecimento


voluntário e o reconhecimento forçado, também conhecido de reconhecimento
judicial.

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COMPLEMENTAR CURSOS 2022
No reconhecimento voluntário o próprio pai manifesta a vontade de
reconhecimento formalizando sua vontade por escritura publica ou testamento
perante o Tabelião de Notas ou por um instrumento particular.

No espontâneo o pai reconhece o filho por pressão psicológica de familiares,


amigos e da própria genitora, o ato apesar de voluntário não é espontâneo.

No ordenamento jurídico não traça nenhuma diferença entre os dois atos, os


efeitos jurídicos serão os mesmos de um reconhecimento de paternidade.

Por Escritura Pública ou Particular o pai e mãe deverão comparecer no cartório


do Tabelião de Notas, a escritura pública será lavrada por um tabelião, levando
a certidão de nascimento, o CPF é obrigatório no caso de alguns dos pais
serem menores de 16 anos. Se ambos forem maiores de 18 anos é dispensada
a presença da mãe. Depois de feito esse procedimento os pais encaminharão
para o Cartório de Registro Civil onde a criança foi registrada. O documento é
analisado pelo oficial de registro e expedido ao Fórum para o parecer do
Promotor de justiça, depois encaminhado ao Juiz para a sua outorga, para que
seja feita a averbação do reconhecimento de paternidade, expedindo nova
certidão.

Tratando-se de reconhecimento voluntário, a anuência do reconhecido é


necessária para o ato produzir os necessários efeitos jurídicos. O art. 1.614 do
Código Civil diz que o filho maior não poderá ser reconhecido sem o seu
consentimento, e o menor poderá impugnar o reconhecimento dentro dos 4
(quatro) anos que seguirem maioridade ou emancipação.(SILVA, 2001, p.
35,36)

Da anuência do filho maior de 21 anos para que o pai consiga reconhecer o


filho maior de 21 anos e expressamente preciso que o filho concorde com o
reconhecimento, se o filho não quiser o pai não conseguira reconhecer. O
art.1614 Código Civil é claro: “Art. 1614. O filho maior não pode ser
reconhecido sem o seu consentimento, e o menor pode impugnar o
reconhecimento, nos quatro anos que se seguirem à maioridade, ou à
emancipação.” (BRASIL, 2010b. p.277).

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GUARDA DOS FILHOS E ALIENAÇÃO PARENTAL

Apos a separação do casal, na maior parte dos casos, surgem


questionamentos a respeito da guarda dos filhos menores, normalmente a mãe
é quem tem a preferencia, pois faz parte de um direito natural que os filhos
sejam criados e protegidos pela mãe, tendo o pai como coadjuvante. A Lei da
Guarda Compartilhada (lei 11.698/08) veio para formalizar no Código Civil
Brasileiro, disposições a respeito da unilateralidade ou compartilhamento da
guarda dos filhos, levando em consideração sempre o bem estar do menor. A
metodologia utilizada foi pesquisa bibliográfica nas principais doutrinas,
jurisprudências e artigos científicos relacionados ao tema.

Quando um relacionamento termina, e desta união há filhos menores, é


importante que os pais tenham a consciência de que não houve a cisão dos
direitos e deveres em relação aos filhos. O que se extingue é o vínculo afetivo
entre o casal, não podendo o rompimento desta união, comprometer o
relacionamento entre pais e filhos.

A alienação parental é o processo e o resultado da manipulação psicológica de


uma criança em mostrar medo, desrespeito ou hostilidade injustificados em
relação ao pai ou mãe e/ou a outros membros da família. Trata-se de uma
forma distinta e generalizada de abuso psicológico e violência familiar - tanto
para a criança quanto para os familiares rejeitados - que ocorre quase
exclusivamente em associação com a separação ou o divórcio (especialmente
quando há ações legais) e que prejudica ambos os princípios fundamentais
tanto da Declaração Universal dos Direitos Humanos quanto da Convenção
internacional sobre os direitos da criança. Mais comumente, a causa principal é
um dos pais que deseja excluir o outro da vida de seu filho, mas outros
membros da família ou amigos, bem como profissionais envolvidos com a
família (incluindo psicólogos, advogados e juízes) podem contribuir no
processo. Muitas vezes leva ao distanciamento a longo prazo, ou mesmo
permanente, de uma criança de um dos pais e outros membros da família e,
como uma experiência particularmente adversa na infância, resulta em riscos
significativamente aumentados de doenças mentais e físicas para as crianças.

No Brasil antes da existência de uma lei que define as regras de


compartilhamento de guarda, era mais comum à guarda unilateral para a mãe.
Apos o advento da Lei 1.698/08, a qual instituiu em nosso ordenamento
juíidico, prescrições no tocante ao compartilhamento da guarda dos filhos
menores apos separação conjugal.

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A síndrome da alienação parental não se confunde, portanto, com a mera
alienação parental. Aquela geralmente é decorrente desta, ou seja, a alienação
parental é o afastamento do filho de um dos genitores, provocado pelo outro,
via de regra, o titular da custódia. A síndrome, por seu turno, diz respeito às
sequelas emocionais e comportamentais de que vem a padecer a criança
vítima daquele alijamento. Assim, enquanto a síndrome refere-se à conduta do
filho que se recusa terminantemente e obstinadamente a ter contato com um
dos progenitores e que já sofre as mazelas oriundas daquele rompimento, a
alienação parental relaciona-se com o processo desencadeado pelo progenitor
que intenta arredar o outro genitor da vida do filho. (FONSECA, 2007, P. 7).

Um processo no qual um dos pais modifica as percepções de seus filhos, por


diferentes meios, com o objetivo de desqualificar, dificultar, impedir ou destruir
suas relações com o outro genitor. A criança passa a vê-la sob a ótica do
genitor alienador e a raiva, o ódio e o desprezo tornam-se a tônica da relação.
Esta situação está diretamente relacionada com os processos de separações
conflitantes” (CALÇADA, 2008).

“A separação para o genitor alienante foi mal elaborada e mal resolvida, dando
ensejo a uma série de sequelas emocionais. E, na busca do apaziguamento
dessas sequelas, o genitor alienante busca punir o ex-cônjuge privando-o do
convívio da prole. Provavelmente o genitor alienante atue movido por um
sentimento de vingança e lamentavelmente utilize os filhos como instrumento
de seu rancor” (WANDALSEN, 2009).

Comportamentos mais clássicos:

Recusar-se a passar as chamadas telefônicas aos filhos;

Organizar várias atividades com os filhos durante o período em que o outro


genitor normalmente iria exercer o direito de visitas;Apresente o novo cônjuge
ou companheiro aos filhos como seu “novo pai” ou sua “nova mãe”;

Interceptar a correspondência dos filhos;

Desvalorizar e insultar o outro genitor na presença dos filhos;

Recusar a prestar informações ao outro genitor sobre as atividades


extraescolares em que o filho está envolvido;

Envolver pessoas próximas (mãe do cônjuge e etc.) na “lavagem cerebral” dos


filhos;

Impedir o outro genitor de exercer o direito de visitas;

“Esquecer-se” de avisar o outro genitor de compromissos importantes (dentista,


médico, psicólogos);

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COMPLEMENTAR CURSOS 2022
Tomar decisões importantes a respeito dos filhos sem consultar o outro genitor
de ter acesso às informações escolares e/ou médicas dos filhos;

Sair de férias sem os filhos, deixando-os com outras pessoas que não o outro
genitor, ainda que esteja disponível e queira ocupar-se dos filhos;

Proibir os filhos de usar a roupa e outras ofertas do genitor;

Ameaçar punir os filhos se eles telefonarem, escreverem ou se comunicarem


com o outro genitor de qualquer maneira;

Culpar o outro genitor pelo mau comportamento dos filhos;

Ameaçar frequentemente com a mudança de residência para um local


longínquo, para o estrangeiro, por exemplo;

Telefonar frequentemente (sem razão aparente) para os filhos durante as


visitas do outro genitor” (SILVA, p. 55/56).

Além dos comportamentos já citados acima, Mônica Jardim Rocha acrescenta


ainda os seguintes:

Fazem chantagens emocionais. Dizem como se sente abandonado e só


durante o período que o menor se encontra com o outro genitor;

Restringem e proíbem a proximidade dos filhos com parentes da família do ex-


cônjuge;

Encaram o ex-cônjuge como um fator impeditivo para a formação de uma nova


família (normalmente porque idealizam uma nova vida, imaginando poder
substituir a figura do pai pela do padrasto, o que não seria possível com a
proximidade do ex).

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COMPLEMENTAR CURSOS 2022
DIVÓRCIO E SEPARAÇÃO

Quando o casal apenas deixa de viver junto como marido e mulher sem
recorrer ao judiciário, diz-se que o casal está separado. A separação não
quebra o vínculo jurídico do casamento, e o casal não poderá se casar outra
vez enquanto não estiver divorciado.

É possível entrar com um pedido de separação de corpos nos casos extremos,


que terá como efeito o afastamento do casal e a dispensa das obrigações
conjugais. Após o pedido de separação de corpos, as partes devem promover
o divórcio, sob pena de as medidas temporárias se esgotarem e o casal ter de
voltar à convivência.

O divórcio rompe todos os laços do casamento e os envolvidos podem casar-


se novamente.

O divórcio pode ser consensual. Poderá ser feito diretamente no cartório, por
escritura pública, se o casal não tiver filhos menores ou incapazes. E terá que
ser feito pela via judicial, se houver filhos menores e incapazes.
E também pode ser litigioso, caso o casal discorde em algum aspecto.

Finalmente, a partir de 2010, a Emenda Constitucional 66 eliminou a


necessidade de separação, permitindo que o divórcio seja feito sem o
cumprimento de qualquer requisito. Por isso, muitos estudiosos do Direito
afirmam categoricamente que não existe mais separação no Brasil.

Hoje, se o casal quiser romper definitivamente o vínculo conjugal, deve fazer o


divórcio diretamente.

Poderá fazer o pedido em cartório (se houver consenso e não houver filhos
menores ou incapazes) ou pela via judicial (se houver filhos menores ou
incapazes, ou se houver discordância).

A separação de corpos é uma medida judicial de urgência, com trâmite e


objetivos diferentes da separação judicial. Visa afastar uma das partes do
convívio familiar e dispensar das obrigações conjugais.

É usada nos casos em que uma das partes quer forçar a saída da outra do
convívio familiar, normalmente movidas para evitar violência ou agressões, ou
apenas para garantir que a ruptura seja consumada o mais rápido possível,
quando a outra parte recusa-se a se separar.

Em algumas jurisdições, não é exigida a invocação da culpa do outro cônjuge.


Ainda assim, mesmo nos ordenamentos jurídicos que adaptaram o sistema do

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COMPLEMENTAR CURSOS 2022
divórcio "sem culpa", é tido em conta o comportamento das partes na partilha
dos bens, regulação do poder paternal, e atribuição de alimentos.

A Constituição Federal de 1988, no seu art. 226, §6º, alterou profundamente o


divórcio: reduziu o prazo para conversão de três anos para um ano; admitiu o
divórcio direto em qualquer época e não somente para separações de fato
anteriores à EC n° 09/77; reduziu de cinco para dois anos o prazo de
separação de fato e não colocou limites ao número de divórcios, que era
limitado pelo artigo 38 da lei 6.515/77 a apenas uma vez. Art. 226.(...) §6º. O
casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após prévia separação
judicial por mais de um ano nos casos expressos em lei, ou comprovada
separação de fato por mais de dois anos.

A Emenda Constitucional nº 66/2010 trouxe significativas mudanças ao § 6º do


artigo 226 da Constituição Brasileira. Segundo a regra anterior, o divórcio só
poderia ocorrer quando o casal já estivesse separado judicialmente por mais de
um ano ou separado de fato por mais de dois anos. Com a emenda, o único
fator imprescindível é a vontade exclusiva de um ou de ambos os cônjuges.

Se o casal sofre psicologicamente e fisicamente, os filhos também não ficam


ilesos. Portanto, consequência para as crianças existem, mais ou menos, de
acordo com vários fatores, incluindo a própria resolução favorável da
separação para os pais, a idade das crianças e o seu grau de desenvolvimento.
Poucas crianças demonstram sentirem-se aliviadas com a decisão do divórcio.
Na idade de 8 a 12 anos, em geral, a criança reage com raiva franca de um ou
de ambos os pais, por terem causado a separação. Por vezes,
demonstram ansiedade, solidão e sentimentos de humilhação por sua própria
impotência diante do ocorrido. O desempenho escolar e o relacionamento com
colegas podem ter prejuízo nesta fase. Já os adolescentes sofrem com o
divórcio muitas vezes com depressão, raiva intensa ou com comportamentos
rebeldes e desorganizados.

Nos casos amigáveis, quando existe consenso entre o casal, e menos


complexos, o mais indicado é fazer o divórcio extrajudicial. Este procedimento
acontece no cartório e é mais simples e rápido do que o divórcio judicial. Já
neste último caso, o processo de divórcio acontecerá perante um juiz e, a
depender da complexidade das questões discutidas (guarda, pensão, divisão
de bens, etc.), poderá levar mais ou menos tempo.

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COMPLEMENTAR CURSOS 2022
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Constelação Clínica. O que é família eudemonista? Conheça esse termo.


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,Artigo%3A%20Constela%C3%A7%C3%A3o%20familiar%20como%20m%C3
%A9todo%20mediador%20de,de%20conflitos%20%2D%20Por%20Marla%20C
amilo&text=Media%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A9%20um%20m%C3%A9tod
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COMPLEMENTAR CURSOS 2022

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