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1.

Introdução

Evolução histórica

Constitucionalização

Princípios

Modalidades

2. Casamento
3. Dissolução do casamento
4. Relações de parentesco
5. Filiação

Poder familiar e proteção dos filhos

6. Regime de bens
7. Alimentos
8. União estável
9. Bem de família
10. Tutela e curatela

EVOLUÇÃO HISTÓRICA
1. Introdução
 1816 = Direito materno de bachofen
 Sociedades primitivas, surubão geral, só se sabe quem é a mãe,
a ginecocracia
 Motivações em produção, reprodução e assistência (defesa)
 Na antiguidade surge a figura patriarcal e a monogamia
(fidelidade e religiosa)
 Famílias surge em roma do termo famulus, com a autoridade do
pater famílias
 Entra o cristianismo em jogo e consolida o modelo único de
família (família fundada no casamento)
 Revolução industrial, mulher como mão-de-obra
 Século XX, surge o antibabypillen e a liberdade sexual, surge o
feminismo, bem como a proteção de crianças e idosos. Surge o
divórcio
 Reconhecimento e fortalecimento da dignidade humana

EVOLUÇÃO LEGISLATIVA
Código civil de 16

Pensamentos de XIX

Limitação -> casamento

Qualificações discriminatórias, diferença entre outras uniões e filhos


legítimos

Diferença entre homem e mulher (mulher casada com relativamente


incapaz)

LEI No 4.121, DE 27 DE AGOSTO DE 1962. Estatuto da mulher casada

Capacidade civil plena para mulheres (junto com a CLT)

EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 9, DE 28 DE JUNHO DE 1977 e LEI Nº 6.515, DE 26


DE DEZEMBRO DE 1977, surge o divórcio no brasil

CF88 igualdade entre homens, mulheres, filhos. Reconhecimento da


união estável

Código civil eliminou expressões discriminatórias, consagrou a igualdade


entre cônjuges e extinguiu institutos em desuso
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 66, DE 13 DE JULHO DE 2010 emenda do divórcio

Dispensou a separação judicial e a separação de fato para o divórcio

CPC/15 tem capítulo específico para ações de família

CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO DE FAMÍLIA

Perspectiva civil-constitucional

Fases históricas

Estado liberal: marcadamente liberal e individualista, 1824-1891

Estado social: Passa a tutelar o direito de família, 1934-1937-1946

Constituição de 1937 colocou que a educação era um dever dos pais,


que os filhos naturais seriam equiparados aos legítimos.

Família como base da sociedade: Processo de funcionalização: “função


social”

Família, hoje, tem a função de permitir, a cada um, a realização de seus


projetos pessoais de vida

*Princípio da dignidade da pessoa humana

Não cabe mais a tentativa de estabilização matrimonial a todo custo. A


família deve existir em função dos seus membros e não o contrário

Afastou da ideia de família o pressuposto do casamento, identificando


como família também a união estável. A margem do casamento passou a
merecer tutela constitucional porque apresenta também condições de
sentimento, responsabilidade e estabilidade necessários ao reconhecimento e
desempenho das funções familiares. Reconhecimento de famílias
monoparentais.

Família tem especial proteção da CF independentemente de sua espécie

Universalização e humanização do direito de família

Alargamento do conceito de família

Exemplos:
Subtrai-se a finalidade procriativa

EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS NO DIREITO DE FAMÍLIA

A noção jurídica de dignidade: Traduz um valor fundamental de respeito


a existência humana, segundo as suas possibilidades e expectativas,
patrimoniais, existenciais e afetivas, indispensáveis para sua realização
pessoal e busca da felicidade

Vetor estrutural de todo o sistema jurídico

PDPH: Conquista que não pode ser banalizada

Ambiente harmônico entre interesses da família e do indivíduo: É


imperioso que se propicie um ambiente harmônico entre os interesses da
própria família, enquanto núcleo social, e os interesses pessoais de seus
membros, com propósito de garantir a efetividade dos direitos fundamentais.

PRINCÍPIOS DO DIREITO DE FAMÍLIA

Princípio do respeito à dignidade da pessoa humana: A milenar proteção


da família como instituição, unidade de produção e reprodução dos valores
culturais, religiosos, éticos e econômicos, da lugar à tutela essencialmente
funcionalizada à dignidade de seus membros, em particular, no que concerne
aos desenvolvimento da personalidade dos filhos.

CF art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do


Estado.

§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.

§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.

§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o


homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em
casamento. (Regulamento)
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por
qualquer dos pais e seus descendentes.

§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos


igualmente pelo homem e pela mulher.

§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após prévia separação
judicial por mais de um ano nos casos expressos em lei, ou comprovada separação de
fato por mais de dois anos.

§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. (Redação dada Pela
Emenda Constitucional nº 66, de 2010)

§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade


responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado
propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada
qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.
Regulamento

§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a


integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.

Direito de família é o mais humano de todos os ramos do direito

CF Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à


criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à
saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além
de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda
Constitucional nº 65, de 2010)

Princípio da igualdade jurídica

Igualdade entre cônjuges

Igualdade entre cônjuges e companheiros

Igualdade entre filhos

Naturais (Legítimos) e ilegítimos e adotivos

Principio da paternidade responsável e planejamento familiar

Princípio da comunhão plena de vida

Base no aspecto espiritual do casamento


Prioriza-se a convivência familiar

CC Art. 1.513. É defeso a qualquer pessoa, de direito público ou privado, interferir na


comunhão de vida instituída pela família.

Princípio da Liberdade

CC Art. 1.513. É defeso a qualquer pessoa, de direito público ou privado, interferir na


comunhão de vida instituída pela família.

CC Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges:

I - fidelidade recíproca;

II - vida em comum, no domicílio conjugal;

III - mútua assistência;

IV - sustento, guarda e educação dos filhos;

V - respeito e consideração mútuos.

CF Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.

§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.

CC Art. 1.642. Qualquer que seja o regime de bens, tanto o marido quanto a mulher
podem livremente:

I - praticar todos os atos de disposição e de administração necessários ao desempenho


de sua profissão, com as limitações estabelecida no inciso I do art. 1.647;

II - administrar os bens próprios;

III - desobrigar ou reivindicar os imóveis que tenham sido gravados ou alienados sem o
seu consentimento ou sem suprimento judicial;

IV - demandar a rescisão dos contratos de fiança e doação, ou a invalidação do aval,


realizados pelo outro cônjuge com infração do disposto nos incisos III e IV do art.
1.647;

V - reivindicar os bens comuns, móveis ou imóveis, doados ou transferidos pelo outro


cônjuge ao concubino, desde que provado que os bens não foram adquiridos pelo
esforço comum destes, se o casal estiver separado de fato por mais de cinco anos;

VI - praticar todos os atos que não lhes forem vedados expressamente.

Art. 1.643. Podem os cônjuges, independentemente de autorização um do outro:


I - comprar, ainda a crédito, as coisas necessárias à economia doméstica;

II - obter, por empréstimo, as quantias que a aquisição dessas coisas possa exigir.

Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos
seus bens, o que lhes aprouver.

§ 1 o O regime de bens entre os cônjuges começa a vigorar desde a data do casamento.

§ 2 o É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido


motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e
ressalvados os direitos de terceiros.

Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o
pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos: (Redação dada
pela Lei nº 13.058, de 2014)

I - dirigir-lhes a criação e a educação; (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)

II - exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do art. 1.584;


(Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)

III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem; (Redação dada pela


Lei nº 13.058, de 2014)

IV - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajarem ao exterior;


(Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)

V - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem sua residência


permanente para outro Município; (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)

VI - nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais


não lhe sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar; (Redação dada
pela Lei nº 13.058, de 2014)

VII - representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos, nos


atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-
lhes o consentimento; (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)

VIII - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha; (Incluído pela Lei nº 13.058,


de 2014)

IX - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua


idade e condição. (Incluído pela Lei nº 13.058, de 2014)

União estável e o conceito de alargamento da família


CONCEPÇÃO ATUAL DE FAMÍLIA

Art. 266 CF

Diversas células familiares compõem a comunidade social e política do Estado

Produto do sistema social e cultural

Antes: família no meio rural, ampla e abrangendo maior número de parentes

Depois: stricto sensu

Hoje: Família em sentido ainda mais restrito

Até 1988: família era eminentemente matrimonializada

A família matrimonializada, patriarcal, hierarquizada, heteroparental, biológica, vista


como unidade de produção e reprodução, cedeu lugar para uma família pluralizada,
democrática, igualitária, hetero ou homoparental, biológica ou sócio afetiva, construída
com base na afetividade e com caráter instrumental.

TIPOLOGIA DA FAMÍLIA

Família matrimonial

Família informal

Família monoparental

Família anaparental

Família reconstituída

Família eudemonista

Família homoafetiva

A família matrimonial se refere à relação formal consagrada pelo sacramento da igreja,


ao unir de forma indissolúvel um homem e uma mulher e cujo os vínculos foram
igualmente solenizados pelo Estado. Baseia-se na ideia de monogamia, fidelidade e,
geralmente, predominância do homem.

Família informar se refere ao antigo concubinato que, em 1988, foi elevado a condição
de entidade familiar pela constituição familiar e passou a utilizar a expressão
consolidada de união estável

Família monoparental são aquelas em que um dos genitores convive e é exclusivamente


responsável por seus filhos biológicos ou adotivos

Família anaparental é aquela na qual está presente o elemento afetivo, mas no qual não
existe nenhuma conotação sexual3 (irmão mais velho criando os mais novos)

Familia reconstituída (mosaica ou pluriparental) é aquela em que você passa a


ter uma madrasta/padrasto

Família eudemonista é aquela em que a busca seja pela felicidade de seus


membros, independente do arranjo familiar (trisal e nhenhenhes do tipo)

Família homoafetiva, família composta por dois iguais

CASAMENTO NO CC2002

Casamento é a união de duas pessoas reconhecida e regulamentada pelo


Estado, formada com o objetivo de constituição de uma família e baseado em
um vínculo de afeto

Conceituação clássica: diversidade de sexos

2011 decisão do STF

2013 orientação do CNJ

NATUREZA JURÍDICA

Teoria institucionalista

Teoria contratualista

Teoria mista ou eclética

Casamento como negócio jurídico bilateral sui generis


Especial e híbrido

Hibrido na formação, é um contrato e no conteúdo é uma instituição

DISPOSIÇÃO GERAIS NO CC2002

Arts 1511 a 1516

Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de
direitos e deveres dos cônjuges.

Art. 1.512. O casamento é civil e gratuita a sua celebração.

Parágrafo único. A habilitação para o casamento, o registro e a primeira certidão serão


isentos de selos, emolumentos e custas, para as pessoas cuja pobreza for declarada, sob
as penas da lei.

Art. 1.513. É defeso a qualquer pessoa, de direito público ou privado, interferir na


comunhão de vida instituída pela família.

Art. 1.514. O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher


manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os
declara casados.

Art. 1.515. O casamento religioso, que atender às exigências da lei para a validade do
casamento civil, equipara-se a este, desde que registrado no registro próprio, produzindo
efeitos a partir da data de sua celebração.

Art. 1.516. O registro do casamento religioso submete-se aos mesmos requisitos


exigidos para o casamento civil.

§ 1 o O registro civil do casamento religioso deverá ser promovido dentro de noventa


dias de sua realização, mediante comunicação do celebrante ao ofício competente, ou
por iniciativa de qualquer interessado, desde que haja sido homologada previamente a
habilitação regulada neste Código. Após o referido prazo, o registro dependerá de nova
habilitação.

§ 2 o O casamento religioso, celebrado sem as formalidades exigidas neste Código, terá


efeitos civis se, a requerimento do casal, for registrado, a qualquer tempo, no registro
civil, mediante prévia habilitação perante a autoridade competente e observado o prazo
do art. 1.532.

§ 3 o Será nulo o registro civil do casamento religioso se, antes dele, qualquer dos
consorciados houver contraído com outrem casamento civil.
3 princípios aplicáveis ao matrimônio

Monogamia

Liberdade de união

Comunhão plena de vida

DA CAPACIDADE PARA O CASAMENTO DIFERENÇAS ENTRE


INCAPACIDADE E IMPEDIMENTOS

Incapacidade: impede que alguém se case com qualquer pessoa

Impedimento: atinge apenas determinadas pessoas, em determinadas


situações

Relaciona-se com a ideia de legitimação

Ausência de rol específico

Uso da parte geral do CC

MUDANÇAS QUANTO À INCAPACIDADE NO CC2022

Alteração do art. 3º, lei de 13.146/2015

Inclusão familiar plena das pessoas com deficiência

Substituiu-se a premissa de “dignidade vulnerabilidade” pela “dignidade-


igualdade”

CAPACIDADE PARA O CASAMENTO

Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se
autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a
maioridade civil.

Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no parágrafo


único do art. 1.631.

Art. 1.518. Até a celebração do casamento podem os pais ou tutores revogar a


autorização. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

Art. 1.519. A denegação do consentimento, quando injusta, pode ser suprida pelo juiz.

Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a idade
núbil, observado o disposto no art. 1.517 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 13.811, de
2019)
Divergência entre os pais

E o emancipado?

CC1916: Impedimentos dirimentes públicos ou obsoletos

Casamento nulo Art. 183, I a VIII

Impedimentos dirimentes

Privados ou relativos

Casamento anulável

Art 183,IX a XII

Impedimentos impedientes

Casamento irregular

Art. 183, XIII e XVI

CC2002:

Impedimentos matrimoniais

Casamento nulo

Art. 1521

Art. 1.521. Não podem casar:

I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;

II - os afins em linha reta;

III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do
adotante;
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau
inclusive;

V - o adotado com o filho do adotante;

VI - as pessoas casadas;

VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio


contra o seu consorte.

Art. 1.522. Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da celebração do


casamento, por qualquer pessoa capaz.

Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da existência de


algum impedimento, será obrigado a declará-lo.

Causas de anulabilidade

Casamento anulável

Art. 1.550. É anulável o casamento:

I - de quem não completou a idade mínima para casar;

II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal;

III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;

IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento;

V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação
do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges;

VI - por incompetência da autoridade celebrante.

§ 1 o . Equipara-se à revogação a invalidade do mandato judicialmente decretada.


(Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

§ 2 o A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade núbia poderá


contrair matrimônio, expressando sua vontade diretamente ou por meio de seu
responsável ou curador. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

Causas suspensivas

Sanções dos cônjuges

Art. 1.523. Não devem casar:

I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário
dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até
dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;

III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos
bens do casal;

IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou


sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela,
e não estiverem saldadas as respectivas contas.

Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas
as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a
inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a
pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento
de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo.

Art. 1.524. As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser argüidas pelos
parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam consangüíneos ou afins, e pelos
colaterais em segundo grau, sejam também consangüíneos ou afins.

IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS

Rol taxativo

Art. 1.521. Não podem casar:

I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;

II - os afins em linha reta;

III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do
adotante;

IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau


inclusive;

V - o adotado com o filho do adotante;

VI - as pessoas casadas;

VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio


contra o seu consorte.

Situações de maior gravidade

Questões de ordem publica e de interesse das próprias partes


CAUSAS SUSPENSIVAS

Situações de menor gravidade

Usam, geralmente, impedir confusão patrimonial

Matérias de ordem privada

Não geram nulidade do casamento

Apenas impõem sanções aos nubentes

Separação total ou legal obrigatória (1641, I)

Suspensão do casamento (art. 1524)

Rol taxativo do art. 1523

Atenção ao parágrafo único do art. 1523

DA VALIDADE DO CASAMENTO

Sendo o casamento um negócio jurídico único e especial (sui generis), existem


normas especais quanto a sua validade

Casamento existente

Nulo = extinção por motivos anteriores ao


casamento = plano da existência valida

Anulável

Não se confunde com o divórcio = plano da eficácia

CASAMENTO INEXISTENTE
Ato inexistente é um nada para o direito, não fera efeitos

Ausência de pressupostos mínimos de existência

Hipóteses:

Casamento entre pessoas do mesmo sexo

Ausência de vontade

Autoridade totalmente incompetente

Ação pertinente igual ao procedimento da ação de nulidade absoluta

CASAMENTO NULO

Hipóteses previstas no art 1558

Atualmente uma única hipótese

Art 1521 cc

Ação pertinente ação declaratória de nulidade absoluta de casamento

Imprescritível

Movida por qualquer interessado ou MP

Foro competente, domicílio do guardião do incapaz, ultimo domicílio do


casal, domicilio do réu

Pode ser precedida de medida cautelar de separação de corpos

Efeito retroativo ex tunc

CASAMENTO ANULÁVEL

Rol taxativo art 1550 cc

Ausência de idade mínima

Menor de 16 anos
Prazo de 180 dias para propositura

Menor ou representante legal art 1552 cc

Pode ser convalidado art 1551 e 1553 cc

Menor em idade núbil sem autorização

Entre 16 e 18 anos

Prazo decadencial de 180 dias

Contagem do prazo decadencial §1 do art 1555 cc

Concordância tácita

Hipótese de boa-fé objetiva

COAÇÃO MORAL

Vício da vontade ou do consentimento

Arts 151 a 155 cc

Prazo decadencial 4 anos, art 1560 IV cc

Ação personalíssima

Art 1599 ato poderá ser convalidados

ERRO ESSENCIAL À PESSOA

Error in persona erro essencial quanto à pessoa do outro

Pessoa se engana sozinha

Hipótese previstas no art 1557

Presunção absoluta de insuportabilidade da vida em comum


Prazo decadencial 3 anos art 1560 III do CC

Ação personalíssima

DO INCAPAZ DE CONSENTIR

Ebrios habituais

Art 4 II do CC

Prazo decadencial 180 dias

Art 1560

CASAMENTO CELEBRADO POR PROCURAÇÃO HAVENDO


REVOGAÇÃO DO MANDATO

Revogação deve ocorrer antes da celebração do casamento

Prazo decadencial 180 dias

Ação personalíssima

AUTORIDADE RELATIVAMENTE INCOMPETENTE

Incompetência relativa em relação ao local ratione loci

Prazo decadencial 2 anos

Ação cabe somente aos cônjuges

Discussão sobre o MP

Art 1554 possibilidade de convalidação do ato

CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES

E o defloramento da mulher

Princípio da não intervenção anulabilidade do casamento não pode ser


reconhecida de ofício
Ação anulatória não proposta no prazo decadencial previsto gera a
convalescência do ato

Casamento será refutado válido

CASAMENTO PUTATIVO

Casamento que existe na imaginação do contraente de boa-fé

Art 1561 cc

Putatividade acontece apenas nos casos de nulidade ou


anulabilidade( nunca nos casos de inexistência matrimonial)

Boa-fé dos cônjuges é presumida

Ação anulatória produz efeitos ex tunc no entanto reconhecida de boa-fé


os efeitos de desconstituição do casamento só a partir do trânsito em julgado
efeito ex nunc

Art 1564 cc consequências do cônjuge de má-fé

PROVA DO CASAMENTO

Prova direta: certidão do registro (art. 1543)

Provas diretas supletórias: qualquer espécie de prova

Prova indireta: feita pela posse do estado de casados (demonstração


publica) exige 3 requisitos:

Nomen (nominato): um cônjuge utilizar o nome do outro

Tractatus (tractatio): cônjuges se tratam como se fossem casados

Fama (reputatio): reconhecimento (reputação) social de que ambos são


casados

Art. 1545: presunção de casamento em benefício da prole comum

Art. 1546: Efeitos ex tunc da sentença

Art. 1547: in dubio pro matrimonio


EFEITOS E DEVERES DO CASAMENTO

Casamento gera efeitos jurídicos amplos

Gera deveres para ambos os cônjuges

Assumem mutuamente a condição de responsáveis pelos encargos da


família art. 1565 caput

Possibilidade de acrescer o sobrenome art 1565 §1

Planejamento familiar é dever de ambos cônjuges

Deveres dos cônjuges

Art. 1566

Separação-sanções

RESPONSABILIDADE PRÉ-NEGOCIAÇÕES NO CASAMENTO:


QUEBRA NA PROMESSA DE CASAMENTO E APLICAÇÃO DA BOA-FÉ
OBJETIVA

A quebra de promessa do casamento é fato gerador do dever de


indenizar? Noivado? Posicionamento em ambos os sentidos

Analise caso a caso

Prevalência de julgadores que afastam a reparação

Possibilidade de reparação em caso de lesão psicológica

Estelionato afetivo

Quebra do dever de lealdade

Aplicação da boa-fé

DIREITO PATRIMONIAL

REGIME DE BENS
Casamento direito pessoal

Regime de bens direito patrimonial

Conceito: conjunto de regras relacionadas com interesses patrimoniais


ou econômicos resultantes da entidade familiar sendo suas normas via de
regra de ordem privada

PRINCÍPIOS

Princípio da autonomia privada

Direito da pessoa se autorregulamentar

Liberdade na escolha de regime de bens

Vontade não pode estar viciada

Possibilidade de adoção de regime misto

Principio da indivisibilidade do regime de bens

Impossibilidade de fracionar o regime de bens em relação aos cônjuges

PRINCÍPIO DA VARIEDADE DE REGIME DE BENS

4 Possibilidades consagradas na lei

O regime escolhido começa a vigorar desde a data do casamento

PRINCÍPIO DA MUTABILIDADE JUSTIFICADA

Art. 1639, §2 do CC

Possibilita a alteração do regime de bens

Demanda autorização judicial, pedido motivado de ambos os cônjuges

Procedência das razões invocadas

Ressalva aos interesses de terceiros


Havendo prejuízo a terceiro, a alteração do regime será eficaz em
relação a esses

Efeitos da alteração serão ex nunc

REGRAS GERAIS QUANTO AO REGIME DE BENS

Arts. 1639 a 1652 cc

Regime legal comunhão parcial

Atenção ao art. 1647 cc

Hipóteses de legitimação

Exigência de outorga ou vênia conjugal (uxória ou marital)

Não se aplica à união estável (segundo doutrina majoritária)

PACTO ANTENUPCIAL

Conceito: é o negócio jurídico bilateral de direito de família mediante o


qual os nubentes têm autonomia para estruturarem, antes do casamento,
regime de bens distinto da comunhão parcial

Características

Pessoalismo: apenas cônjuges

Formalismo: escritura pública

Nominalismo: nome previsto em lei

Legalidade: previsão legal de suas regras fundamentais

Possui natureza contratual

Art. 1655: nulidade de dispositivo que contrariar norma de ordem pública

Art. 1657 requisito para que o pacto antenupcial tenha efeito erga omnes

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