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DIREITO DE FAMÍLIA

* CC - Livro I, Parte Esp. (arts. 180 a 484)


* CF - (Cap. VII, Da família, criança, adolescente e do idoso - arts. 226 a 230,
203, I e II, 205 e 7°. XII, XVIII e XIX)
* Lei 5.478/68 – Lei de Alimentos
* Lei 6.515/77 (LDI) e legislação posterior
* Lei 8.069/90 - ECA
* Lei 8.560/92 (reconhecimento filhos havidos fora do casamento)
* Leis 8.971/94 e 9.278/96 (união estável)
* Código Civil (arts. 1511 a 1783)

“O estudo do Direito de Família deve começar por algumas noções,


mais de caráter sociológico que jurídico, pois neste ramo do Direito
Civil, mais do que em qualquer outro, sente-se o quanto as normas
jurídicas são moldadas e determinadas pelos seus conteúdos
sociais.” DANTAS, San Tiago. Direitos de Família e Sucessões. Rio de Janeiro:
Forense, 1991, p.3.

OBJETO - FAMÍLIA - base da sociedade (CF art. 226)


célula social por excelência;
centro, berço, núcleo formador da pessoa e
onde ela recebe educação, sustento, assistência; desenvolve sua personalidade e
se estrutura para atingir seus objetivos.

NO CCB 1916 NA CF/88 E NO CCB/2002

Matrimonializada Pluralizada

Patriarcal Democrática

Hierarquizada Igualitária substancialmente

Heteroparental Hetero ou homoparental

Biológica Biológica ou socioafetiva

Unidade de produção e reprodução Unidade socioafetiva

Caráter institucional Caráter instrumental

CONCEITO JURÍDICO DE FAMÍLIA - pode ser mais ou menos abrangente

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Há vários tipos de famílias, que não somente as estabelecidas pela Carta
Magna (matrimonializada, informal e monoparental – 226, § 4ºCF/88).

Como as famílias estão em constante dinamismo não pode haver uma


positivação única para todas elas. A questão é lógica, visto que não pode o sistema
restringi-las a meras convenções, distantes da realidade fática.

A família perdeu sua preponderância como instituição e passou a


ser muito mais o núcleo formador do sujeito.

Cristiano Chaves de Farias: É o lugar adequado em que o ser humano nasce


inserido e, merecendo uma especial proteção do Estado, desenvolve a sua
personalidade em busca da felicidade e da realização pessoal”.

DIREITO DE FAMÍLIA

A) Definições:

Cristiano.C.Farias - É o conjunto de normas-princípios e normas-regras jurídicas


que regulam as relações decorrentes do vínculo afetivo, mesmo sem casamento,
tendentes à promoção da personalidade humana, através de efeitos pessoais,
patrimoniais e assistenciais.

Clóvis Beviláqua - o complexo de normas que regulam a celebração do casamento,


sua validade e os efeitos que dele resultam, as relações pessoais e econômicas da
sociedade conjugal e sua dissolução, as relações entre pais e filhos, o vínculo do
parentesco (inclusive decorrente da adoção) e os institutos complementares da
tutela, curatela e ausência.

B) 0bjeto:

O entrelaçamento das relações que se originam da família faz o objeto do


Direito de Família.

Regula as relações decorrentes: DO CASAMENTO, UNIÃO ESTÁVEL, DO


PARENTESCO DE DIFERENTES ORIGENS, DA TUTELA, CURATELA E
AUSÊNCIA.

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PATRIMONIAIS 

** Relações que podem ser:


ASSISTENCIAIS 

C) Fontes:

Históricas - De todos os ramos do direito, o Direito de Família é o que tem bases


mais antigas.
- Objeto da atenção dos legisladores desde a mais remota antiguidade.
- Evolução influenciada pelo tempo, meio social e moral de cada época.
- DIREITO ROMANO - maior fonte de influência sobre o direito de família moderno;
A família romana era bem diferente (poder absoluto do pater
familiae), mas exerceu tamanha influência que os nomes continuam os mesmos:
adoção, tutela, curatela, casamento, filiação.

- DIREITO CANÔNICO - influência manifesta até nos ritos

Formais - Código CiviL de 1916 e leis que o modificaram: Lei de Alimentos(5478/68)


Lei dos Registros Públicos(6015/73), Lei de divórcio(6515/77),CF/88, Estatuto da
Criança e do Adolescente(8069/90), Lei do reconhecimento dos filhos havidos fora
do casamento (8560/92), Leis de regulamentação da União Estável (8.971/94, e
9278/96).

- Das fontes FORMAIS destaque para a CF/88 que trouxe inovações estruturais,
modernizando os conceitos de entidade familiar (União estável - leis 8.971/94 e
9278/96), cuidando do casamento e do divórcio, proclamando a igualdade do
homem e da mulher na constância da sociedade conjugal, preconizando o
planejamento familiar, pondo fim ao tratamento discriminatório que se
impunha aos filhos, dispondo sobre a adoção (hoje mais ainda com o ECA).

Hoje, tudo concentrado no Novo Código Civil – LEI Nº 10.406, DE 10/1/2002

“Os princípios em Direito de família, valem tanto ou mais que as leis.”


(Sérgio Gischkow Pereira)

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CASAMENTO

Como fato natural a família precedeu ao casamento.

Desde início da civilização, união H x M vem se transformando, mudando aspectos


jurídicos e morais.

Influência do Direito Romano e Canônico.

EM ROMA :

a) - confarreatio - casamento religioso da classe patrícia;


- elite;
- era realizado perante 10 testemunhas.

b) – coemptio - reservado à plebe - espécie de casamento civil representado pela


venda da mulher, do pai para o marido.
- escolha e compra da esposa pelo marido.

c) -pelo usus - espécie de usucapião. Pouco diferia do concubinato

d) -evolução levou a JUSTAE NUPTIAE - matrimônio livre.


Transferida a responsabilidade do casamento para Igreja. Surgimento da
indissolubilidade.

NO BRASIL:

Até 1889 (Proclamação da República), como havia religião oficial do


Estado, vigiam os princípios do Direito Canônico (Concílio Tridentino).

Igreja combatia a tendência à secularização do casamento.

Em 1861 foi criado o CASAMENTO ACATÓLICO - Lei 1.144 -


11/09/1861).

Decreto 181 de 24/11/1890, instituiu o CASAMENTO CIVIL com a


separação da Igreja e o Estado.

Lei 6.515 (LDI - 26/12/77) acabou com a quadricentenária obediência ao


dogma da indissolubilidade do matrimônio.

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NO MUNDO – HOJE: legislação universal divide-se em 4 grandes grupos:

1. - Só o casamento civil é válido - Quase todos os países sul-americanos (mais a


Alemanha, Suiça, Rep. Tcheca)
Brasil: art. 226, §§ 1.º e 2.º CF/88 e L.R.P. (6.015/73, arts. 71 a 75) – ressalvada a
celebração do religioso com efeitos civis.
- Novo Código Civil, art. 1512, adota o casamento civil, permitindo efeitos civis
ao casamento religioso.

2. - Civil e religioso com o mesmo valor - Inglaterra e Estados Unidos.

3. - Preeminência do casamento religioso - civil só acessível para pessoas de


outra religião que não a oficial.

4. - Só religioso - Líbano e Grécia `

NATUREZA JURÍDICA DO CASAMENTO:

a) – CONTRATO:
- casamento seria um contrato civil a que se aplicam as regras comuns a todos os
contratos;
- simples consentimento dos nubentes ultima o contrato;
- como contrato, rege-se pela vontade das partes (sendo mera relação) gerando
efeitos entre elas.

b) – INSTITUIÇÃO SOCIAL: (é instituição porque:)


- se subordina a disciplina legal;
- se impõe tanto às partes como a terceiros;
- exige a intervenção da autoridade para homologá-lo, em caráter verdadeiramente
constitutivo, não meramente probatório;
- nubentes são livres e aderem à instituição de Direito Público;
- estado em que os nubentes ingressam;
- se a situação jurídica só é criada mediante acordo de vontades entre os
contraentes, o mesmo não ocorre com suas normas, efeitos e formalidades;
- partes são livres, mas casando, se subordinam às regras;
- (casamento) importa na aceitação de um estatuto.

c) - MISTA – ECLÉTICA:
- casamento é ambos;
- reúne dois elementos;
- como contrato depende da vontade das partes;
- como instituição social depende da intervenção da autoridade para homologá-lo, o
que é constitutivo do ato, não meramente probatório;
- cria um “estado matrimonial” , que nasce da vontade dos contraentes, mas que da
imutável vontade da lei recebe a sua forma, as suas normas e os seus efeitos
(WBM).

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- RELAÇÕES DE PARENTESCO -

Art. 1593 define o parentesco como NATURAL ou CIVIL, conforme resulte de


consanguinidade ou outra origem.

De “outra origem” = casamento, união estável ou adoção;

Com a equiparação dos filhos, decorrente do preceito constitucional não há como


identificar o vínculo da adoção.

São três as relações que envolvem a pessoa dentro de uma família:

- natural;

- de afinidade - O Código considera cada cônjuge ou companheiro, “aliado” aos


parentes do outro pelo vínculo da afinidade.

- vínculo conjugal – não é um tipo de parentesco.

- DEFINIÇÕES:

- definição do CC – arts. 1591 a 1595.

- Pontes de Miranda  relação que vincula, entre si, pessoas que descendem umas
das outras, ou de autor comum (consanguinidade), que aproxima cada um dos
cônjuges dos parentes do outro (afinidade), ou que se estabelece por ‘fictio iuris’
entre o adotado e o adotante.

- Maria Berenice Dias  é o vínculo com diferentes origens, que atrela


determinadas pessoas, implicando em efeitos jurídicos diversos entre as partes
envolvidas.

- Maria Helena Diniz  é a relação vinculatória existente não só entre pessoas que
descendem umas das outras ou de um mesmo tronco comum, mas também entre
um cô0njuge ou companheiro e os parentes do outro, entre adotante e adotado e
entre pai institucional e filho socioafetivo.

- ESPÉCIES:

A) - NATURAL OU CONSANGUÍNEA - vínculo de pessoas descendentes de um


mesmo tronco ancestral, ligadas umas à outras, pelo mesmo sangue;

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em linha reta  quando as pessoas descendem umas das outras;
- têm entre si relação de descendentes e ascendentes;
- linha reta descendente;
- linha reta ascendente.

em linha colateral  quando sem descenderem umas das outras, provêm de
um tronco comum (mas vai só até o 4.º grau).

B) - POR AFINIDADE – ‘vinculo’ que aproxima um cônjuge dos parentes do outro


(1595)

§ 1º - limita-se aos ascendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro


ou companheira;

§ 2º - em linha reta não se dissolve com a dissolução do casamento.

GRAUS:

- Número de gerações que separam os parentes, uns dos outros;


- Distância, em gerações, que vai de um a outro parente;
- Os graus de parentesco contam-se na linha reta, pelo n° de gerações e, na
colateral, também pelo n° delas, subindo até o ascendente comum e descendo,
depois até encontrar o outro parente;
- Por afinidade, a linha colateral só vai até o 2°grau

LINHAS: materna/paterna.

EFEITOS:

- direito eleitoral;
- sucessões;
- impedimentos matrimoniais;
- direito processual - impedimento de parente depor;
- direito fiscal;
- direito previdenciário.

- QUALIFICAÇÕES USUAIS DO CÓDIGO E TRATADISTAS -

I. * irmãos germanos: filhos dos mesmos pais;


* irmãos uterinos: filhos de mesma mãe, pai diferente;
* consanguíneos: filhos do mesmo pai, mãe diferente;
* unilaterais: filho de um só deles, ou pai, ou mãe.

II. * entre os cônjuges RELAÇÃO MATRIMONIAL;

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FORMALIDADES PRELIMINARES PARA O CASAMENTO -


habilitação - publicidade (CC 1525 a 1532)

Casamento - ato eminentemente formal, solene, cria entre cônjuges o vínculo


matrimonial, muda o seu estado civil, por isso, exige cautelas para evitar infrações
às normas jurídicas pertinentes.

PROCESSO DE HABILITAÇÃO
- corre perante Of. Reg. Civil do município onde residem, ou em qualquer deles se
residirem em municípios diferentes;
- requerimento de próprio punho, ou por procurador – art. 1525;
- isento de custas para os pobres (também o registro e a 1 a. certidão) - § único, art.
1512;
- vista obrigatória do MP e homologacão judicial

DOCUMENTOS NECESSÁRIOS

a - Prova da idade: para verificar idade núbil ou para aplicação do regime de


separação compulsória;

* Exceção (art. 1520 CC) – será permitido de quem não alcançou a idade núbil (16
anos), para evitar a imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de
gravidez, com autorização judicial prévia.

b - Declaração do estado civil , do domicílio e da residência atual dos contraentes e


de seus pais se forem conhecidos: memorial visa identificar os nubentes; residência
é para estabelecer autoridade competente para realização do ato e publicação dos
editais (1525, III);

c - Autorização das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato judicial
que a supra - menor de 18 anos, sempre com autorização, salvo emancipação;

De ambos os pais. Em caso de divergência, aplica-se o § único do art. 1.631 CC;

Casal separado, autorização de quem ficou com a guarda. Jurisprudência admite


apenas guarda de fato, quando um dos cônjuges pais, em lugar incerto e não
sabido, com comprovação nos próprios autos do processo de habilitação.

Menor sob tutela = do tutor.

Interdito = do curador se não tiver disposto de forma diferente.

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d - Declaração de 2 testemunhas maiores, parentes ou estranhos que atestem
conhecer os nubentes e afirmem não existir impedimento que os iniba de casar -
visa antecipar a prova da inexistência de impedimentos (art.1525, III).

e - Certidão de óbito do falecido (1), da anulação do casamento anterior (2) ou do


registro da sentença de divórcio (3), para provar que o vínculo matrimonial foi
dissolvido.

SUPRIMENTO DA AUTORIZAÇÃO – 1.519 CC - Competência art. 148, § único ‘c’


do ECA (Justiça da Infância e da Juventude)

- negativa injusta, à critério do juiz (costumes desregrados; não ter aptidão para
sustentar família; existência de impedimento legal; rapto de menor e sua condução,
em seguida, para casa de prostituição...)

- quem recusa o consentimento tem o ônus da prova;


- até a celebração do casamento pode ser retratado o consentimento;
- Juiz concede 5 dias para o recusante;
- suprimento por alvará.

CASAMENTO DE MILITARES E FUNCIONÁRIOS DIPLOMÁTICOS E


CONSULARES

- Militares - lei 6.880 de 09/02/80;


- Funcionários diplomáticos - Lei 7.501 de 27/06/86.
- Servidores do Serviço Exterior Brasileiro – Lei 11.440/06.
PUBLICIDADE:

a) - EDITAIS - objetivo: oportunizar conhecimento de impedimentos.

Decorrido o prazo de 90 dias da certidão de habilitação, não tendo se


efetuado o casamento:

b) - DISPENSA DE PROCLAMAS - § único do art. 1527: ‘havendo urgência’ – L.R.P.


(6.015/73) - art. 69 .

FISCALIZAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO:


- Indispensável sua intervenção;
- CPC arts. 178;
- LRP 67 a 69.

PROCRIAÇÕES ARTIFICIAIS E O DIREITO


(GÊNESE E ANÁLISE DO ART. 1597 CC)

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FORMALIDADES PRELIMINARES PARA O CASAMENTO -


habilitação - publicidade (CC 1525 a 1532)

Casamento - ato eminentemente formal, solene, cria entre cônjuges o vínculo


matrimonial, muda o seu estado civil, por isso, exige cautelas para evitar infrações
às normas jurídicas pertinentes.

PROCESSO DE HABILITAÇÃO
- corre perante Of. Reg. Civil do município onde residem, ou em qualquer deles se
residirem em municípios diferentes;
- requerimento de próprio punho, ou por procurador – art. 1525;
- isento de custas para os pobres (também o registro e a 1 a. certidão) - § único, art.
1512;
- vista obrigatória do MP e homologacão judicial.

DOCUMENTOS NECESSÁRIOS

a - Prova da idade: para verificar idade núbil ou para aplicação do regime de


separação compulsória;

* Exceção (art. 1520 CC) – será permitido de quem não alcançou a idade núbil (16
anos), para evitar a imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de
gravidez, com autorização judicial prévia.

b - Declaração do estado civil , do domicílio e da residência atual dos contraentes e


de seus pais se forem conhecidos: memorial visa identificar os nubentes; residência
é para estabelecer autoridade competente para realização do ato e publicação dos
editais (1525, III);

c - Autorização das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato judicial
que a supra - menor de 18 anos, sempre com autorização, salvo emancipação ;

De ambos os pais. Em caso de divergência, aplica-se o § único do art. 1.631


Casal separado, autorização de quem ficou com a guarda. Jurisprudência admite
apenas guarda de fato, quando um dos cônjuges pais, em lugar incerto e não
sabido, com comprovação nos próprios autos do processo de habilitação.

Menor sob tutela = do tutor.

Interdito = do curador se não tiver disposto de forma diferente.

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d - Declaração de 2 testemunhas maiores, parentes ou estranhos que atestem
conhecer os nubentes e afirmem não existir impedimento que os iniba de casar -
visa antecipar a prova da inexistência de impedimentos (art.1525, III).

e - Certidão de óbito do falecido (1), da anulação do casamento anterior (2) ou do


registro da sentença de divórcio (3), para provar que o vínculo matrimonial foi
dissolvido.

SUPRIMENTO DA AUTORIZAÇÃO – 1.519 CC - Competência art. 148, § único ‘c’


do ECA (Justiça da Infância e da Juventude)

- negativa injusta, à critério do juiz (costumes desregrados; não ter aptidão para
sustentar família; existência de impedimento legal; rapto de menor e sua condução,
em seguida, para casa de prostituição...)
- quem recusa o consentimento tem o ônus da prova;
- até a celebração do casamento pode ser retratado o consentimento (art. 1.518);
- Juiz concede 5 dias para o recusante;
- suprimento por alvará.

CASAMENTO DE MILITARES E FUNCIONÁRIOS DIPLOMÁTICOS E


CONSULARES

- Militares - lei 6.880 de 09/02/80;


- Funcionários diplomáticos - Lei 7.501 de 27/06/86.
- Servidores do Serviço Exterior Brasileiro – Lei 11.440/06.

PUBLICIDADE:

a) – EDITAIS objetivo: oportunizar conhecimento de impedimentos.

Decorrido o prazo de 90 dias da certidão de habilitação, não tendo se


efetuado o casamento:

b) - DISPENSA DE PROCLAMAS - § único do art. 1527: ‘havendo urgência’ – L.R.P.


(6.015/73) - art. 69

FISCALIZAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO:

- Indispensável sua intervenção;


- CPC art. 178;
- LRP 67 a 69.

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DOS IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS e DAS CAUSAS SUSPENSIVAS

- Direito Romano deu as primeiras proibições;


- Direito Canônico desenvolveu a “Teoria dos Impedimentos Matrimoniais”, pois o
considerava como o principal ato jurídico. Essa teoria é a fonte do nosso direito;

IMPEDIMENTOS – (Não podem casar: ...”)

Código Civil subordina o matrimônio à exigências.

O art. 1548 do CC  DUAS ÚNICAS HIPÓTESES DE CASAMENTOS NULOS:

A) CONTRAÍDO POR PESSOA SEM O DISCERNIMENTO PARA OS ATOS DA


VIDA CIVIL;

B) CONTRAÍDO COM A VIOLAÇÃO DE QUALQUER DOS IMPEDIMENTOS


MATRIMONIAIS;

Razões: Interesse público – resguardar a consanguinidade, moralidade, recato de


família, garantir constituição de sociedade sadia...

Diferença entre incapacidade e impedimento: incapacidade nupcial é geral,


estabelecida pelo direito enquanto o impedimento matrimonial é circunstancial.

Objetivo: evitar uniões que afetem a prole, a ordem moral ou pública por
representarem um agravo ao direito dos nubentes, ou aos interesses de terceiros.

Classificação dos impedimentos:

I. - parentesco - arts. 1.591 a 1.595;

II. - só afim em linha reta porque esse não se extingue com a dissolução do
casamento;
- questão de moralidade;
- linha colateral desaparece.

III . com a equiparação da filiação, equivale ao inciso II.

IV. - Observar a contagem dos graus de parentesco.

V. - A moralidade da família aconselha;

VI. - Visa preservar a monogamia;

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VII. - Só o doloso; OBS.: crime de conhecimento prévio de impedimento matrimonial;

Conseqüência do descumprimento: nulidade do matrimônio.

Oposição dos impedimentos até o momento da celebração:

Art. 1.522 - por qualquer pessoa;


§ único = dever de ofício do juiz.

CAUSAS SUSPENSIVAS (“ Não devem casar: ...” Art. 1.523 – I a IV)

Razões: têm consequências mais brandas

Classificação das causas suspensivas: -

1.523, I - para evitar confusão de patrimônio - só se tiver filho.

II - prazo máximo de gestação (300 dias - art.1.597, II);

III – mesma razão do inciso I.

IV - para evitar cobiça do tutor sobre os bens do tutelado;


- salvo autorização dos pais, no caso de tutela nomeada (art. 1.729).

*** § único permite ao juiz (de direito) dispensar a aplicação no caso dos incisos I,III
e IV, sendo provada a inexistência de prejuízo para o herdeiro, o ex-cônjuge, o
tutelado ou curatelado, e , no caso do inciso II, o nascimento de filho ou inexistência
de gravidez no curso do prazo.

Consequência do descumprimento: Sujeitam o infrator a sanções de ordem


econômica.

Arguição (art. 1524)

Quem? parentes em linha reta e colaterais em 2º grau;

Quando antes do casamento? Nos 15 dias dos editais (art. 1.527) e até a
celebração do casamento.

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FORMA DE OPOSIÇÃO (de impedimentos) ou ARGUIÇÃO (das causas
suspensivas):

Art. 1.529: em declaração escrita, instruída com as provas ou indicação da sua


localização.

Art. 1.530: Oficial dará nota de oposição aos nubentes;

§ Único – nubentes podem requerer prazo para prova contrária e promover


ações civis e criminais contra o oponente de má-fé (falsidade ideológica - art. 299 do
CP / perdas e danos)

- de acordo com a L.R.P. - § 5°. do art. 67.

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CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO (arts. 1514, 1533-1539 CC)

Momento do casamento – art. 1514 CC.

Formalidades do ato - 1533 e 1534.

Autoridade competente = Juiz de Paz - Código de Organização Judiciária.

Testemunhas - duas, parentes ou não, menos os pais porque podem ter se


vinculado com a autorização;
- Quando um não souber assinar ou for realizado fora do cartório –
quatro (4) testemunhas.

Atos essenciais (art. 1.535): a) - presença simultânea;


b) - afirmação de que persistem no propósito de se
casar;
c) - coparticipação da autoridade no ato.

Particularidades do assento no livro de registro: art. 1.536.

Suspensão da celebração: art. 1.538 CC define as hipóteses.

Celebração em caso de moléstia grave: 1.539 CC.

CASAMENTO NUNCUPATIVO

Dá-se quando um dos contraentes se encontrar em iminente risco de vida


e pretender casar-se para obter os efeitos civis do matrimônio.

Dispensa a presença da autoridade.

Nubentes figuram como celebrantes do próprio casamento, 6 test. (art.


1.540).
Subordinado à habilitação posterior e homologação judicial, em 10 dias
(art. 1541 CC).
Assento faz retroagir os efeitos, quanto ao estado dos cônjuges, à data da
celebração.
Convalescendo o nubente enfermo, dispensa as formalidades do
processamento.

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CASAMENTO POR PROCURAÇÃO - arts.1.542 e 1.535 CC

- Mandato por instrumento público, com revogação da mesma forma;


- Eficácia do mandato: 90 dias;
- Nubente que não se achar em iminente risco de vida pode se fazer representar por
procurador.

CASAMENTO C/ DISPENSA DE PROCLAMAS - art. 1.527, § Único e art. 69 L.R.P.

- Autoridade competente: juiz de direito. Havendo urgência: doença, viagem,....

CASAMENTO RELIGIOSO COM EFEITOS CIVIS – art. 226, § 2° CF/88. Novo CC,
arts. 1.515 e 1.516 e arts. 71 a 75 da L.R.P. (6.015/73), estes, sobre o
processamento, com as devidas adequações ao novo texto do Código.

Efeitos: a partir da sua celebração.

EFETUADO:

a) – Com prévia habilitação: Em 90 dias da sua realização, o celebrante comunica


ao cartório ou os interessados requerem, desde que tenha sido homologada a
habilitação prévia. Após o prazo de 90 dias, dependerá de nova habilitação. Os
contraentes pedem a certidão da habilitação e se apresentam para a autoridade
religiosa que o realiza e, em 30 dias, fornece certidão para o casamento civil, com
todos os seus efeitos normais.

b) - Sem a prévia habilitação: depois de realizado, a qualquer tempo, mediante


prévia habilitação, observado o prazo do 1.532. O casal apresenta pedido de registro
com a certidão da sua realização no religioso, mais os documentos para a
habilitação que será normal, inclusive com editais, após o que, o oficial fará o seu
registro, com efeitos a partir da sua celebração.
Obs.: § 3º, do art. 1.515, nem poderia ser diferente.

CASAMENTO DE BRASILEIRO NO ESTRANGEIRO

- Celebrado perante as respectivas autoridades ou os cônsules brasileiros.

PROVAS DO CASAMENTO (arts. 1.543 a 1.547 CC)

- CERTIDÃO DO REGISTRO (art. 1.543);


- O registro civil foi instituído em 31/12/88, Decreto 9.986;
- Casos de falta ou perda dos livros (guerras, incêndios, enchentes...): o § Único do
art. 1.543 admite qualquer outra espécie de prova.

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POSSE DO ESTADO DE CASADOS = situação daqueles que viveram notória e
publicamente como marido e mulher.

Art. 1.545 - admite para provar casamento de pessoas falecidas, ou que não possam
manifestar sua vontade, em benefício da prole, eliminando dúvidas entre provas a
favor e contra o casamento e para sanar eventuais falhas no assento do casamento.
- passa-se a admitir um estado de fato como estado de direito;
- 3 condições:

PROVA MEDIANTE PROCESSO JUDICIAL (Ação Declaratória – Justificação)

Art. 1546 CC - registro da sentença fará retroagir os efeitos a data do casamento


- art. 1.547 CC.

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- DA INVALIDADE DO CASAMENTO -

NULO (Art. 1.548):  DUAS ÚNICAS HIPÓTESES DE CASAMENTOS NULOS:

* casos: I – enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos da vida


civil; REVOGADO sua previsão legislativa passou para o § 2º do art. 1550 CC

ANULÁVEL (1550 CC)  hipóteses:

-causas determinantes: I. - falta de idade núbil (art. 1.517);


II. - falta de autorização do representante legal;
III. - vício de vontade (erro essencial – art. 1556 a 1.558);
IV. - vício de consentimento;
V. - por mandatário com revogação desconhecida, desde
que não sobrevindo coabitação entre os cônjuges, o que faz
presumir a vontade;
VI. – por incompetência da autoridade celebrante.

§ 2o  A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade núbia


poderá contrair matrimônio, expressando sua vontade diretamente ou
por meio de seu responsável ou curador.
 

Casos de ERRO ESSENCIAL (art. 1550, III):

Art. 1.556 - além de essencial deve ser de suma gravidade.

Art. 1557 - hipóteses:

Inciso I:

quanto à identidade física, identidade civil, quanto a honra:

* Só pode requerer o cônjuge enganado, por insuportabilidade da vida em


comum.
OBS. Conflito jurisprudencial quanto a caracterização do ERRO ESSENCIAL no que
se refere a identidade da pessoa (- Afetos à honra e boa-fama (ser a M-prostituta e
H-homossexual)

18
Incisos:
II (crime ultrajante;
III (ignorância de defeito físico irremediável ou moléstia grave;
IV (ignorância de doença mental).

*** Legitimidade para propor anulação: Somente o cônjuge (art. 1.559)


Coabitação convalida o ato, menos nas hipóteses dos incisos III e IV.

Menor ( 1.550, I e II) - Legitimidade e prazo para requerer:

Art. 1.552 - Dos menores de 16 anos: pelo próprio cônjuge menor, seus
representantes legais ou seus ascendentes. Poderá confirmar seu
casamento, depois de completar a idade, com autorização dos pais, se
necessária, ou com suprimento judicial.

Art. 1.555 - Casamento de menor em idade núbil, sem autorização, só poderá ser
anulado se a ação for proposta em 180 dias, pelo próprio incapaz, ao
deixar de sê-lo, de seus representantes legais ou herdeiros
necessários.

EM VIRTUDE DE COAÇÃO

Art. 1.558 = “... fundado temor de mal considerável e iminente para a vida, a saúde
e a honra, sua ou de seus familiares”.

SUBSISTE QUANDO CELEBRADO POR AUTORIDADE INCOMPETENTE – 1.550,


V: art. 1554

OBSERVAÇÕES -

HIPÓTESES DE ANULAÇÃO PRAZO DECADENCIAL


Defeito de Idade (I) 180 dias1
Falta de consentimento (II) 180 dias
Erro essencial (III) 3 anos
Coação (III) 4 anos
Incapacid. relativa-causa psíquica (IV) 180 dias
Revogação mandato (V) 180 dias2
Incomp. Autorid. Celebr. (VI) 2 anos

AÇÃO DE ANULAÇÃO:
1
§ 1º - 180 dias para os menores de 16 anos (p/o menor: do dia em que completa essa idade; para os
representantes legais e ascendentes: da data do casamento);
2
§ 2º - 180 dias, no caso do art. 1.550, V, a partir da data que o mandante tiver conhecimento da celebração.

19
- ação de estado, intervenção obrigatória do MP;
- foro competente;
- separação de corpos;
- corre em segredo de justiça.

SANÇÕES:

Art. 1.564 – O culpado incorrerá:


a) perda das vantagens havidas do cônjuge inocente;
b) obrigação de cumprir as promessas feitas no pacto.

Art. 1641 – I – regime da sep. obrigatória de bens.

GUARDA DOS FILHOS MENORES: Art. 1584 – 1586 do CC

EFEITOS: Art. 1563 CC

CASAMENTO PUTATIVO: art. 1561 CC

- Definição: É casamento eivado por vício que o inquina de nulidade, mas que
produz efeitos válidos em atenção a boa-fé de ambos ou de um dos contraentes.

- Base legal: 1.561, Caput = nulo ou anulável, produz efeitos civis, em relação aos
cônjuges e aos filhos, se contraído de boa-fé por ambos cônjuges.
- não se aplica aqui, a máxima latina:” Quod nullum est nullum producit effectum.”
§ 1º = só um de boa-fé, os efeitos favorecem só a ele e aos filhos;
§ 2º = se ambos de má-fé, efeitos só aos filhos.

20
EFICÁCIA DO CASAMENTO – DEVERES DOS CÔNJUGES
(arts. 1565 a 1570 CC)

FAMÍLIA – principal efeito social do matrimônio é a constituição de uma entidade


familiar (art. 226, §§ 1º e 2º da CF).

CF- atual - família - base da se constitui:- pelo casamento; união estável, e, qualquer
dos pais e seus descendentes.

FILHOS - CF atual - equiparação total (art. 227, § 6°) proibidas quaisquer


designações discriminatórias.
ECA repete – art. 20 - CC – art. 1.596

CÔNJUGES –
CF - art. 5 - I - Como definidor de direito e garantia fundamental é auto-aplicável.
Proclama absoluta igualdade entre H e M em direitos e obrigações

Art. 226, § 5º - ISONOMIA entre cônjuges.

CC – Arts. 1565 a 1.570 = consolida a plena igualdade constitucional

EQUIPARAÇÃO PLENA - art. 1.565.

§ 1º = NOME: qualquer dos nubentes poderá acresceu ao seu o sobrenome do


consorte.

§ 2º = PLANEJAMENTO FAMILIAR : livre decisão do casal, vedada coerção por


instituição privadas ou públicas, competência do Estado (recursos educ. e
financeiros).

DEVERES DE AMBOS OS CÔNJUGES - art. 1566:


I - Fidelidade recíproca;
II - Vida em comum no domicílio conjugal;
III - Mútua assistência;
IV - Respeito e consideração mútuos.

CHEFIA DA SOCIEDADE CONJUGAL – 1.567 CC:

21
- exercida em colaboração, por ambos, no interesse do casal e dos filhos.
- em caso de divergência qualquer cônjuge pode recorrer ao juiz.
- art. 1.570 – se, qualquer dos cônjuges em lugar remoto, ou não sabido,
encarcerado por mais de 180 dias, interditado, privado de consciência em virtude de
doença ou acidente.

ATOS PERMITIDOS AOS CÔNJUGES:

sem autorização: arts. 1.642 e 1.643 CC.


exigem consenso: art. 1.647 CC.

- 1.649: Falta de autorização não suprida pelo juiz torna o ato anulável;
- legitimidade do outro cônjuge para demandar, até 2 anos depois de
terminada a sociedade conjugal;

- 1.650:

Impedimento do exercício da administração :art. 1.651 CC.

Responsabilidade do cônjuge que estiver na posse dos particulares do outro:

1.652 - I - como usufrutuário, se o rendimento for comum;


- II - como procurador, se tiver mandato(expresso ou tácito);
- III - como depositário , se não for usufrutuário, nem administrador.

22
DIREITO PATRIMONIAL - REGIME DE BENS
(arts. 1639 a 1693 CC)

DEFINIÇÕES -

a) – Maria Berenice Dias: A existência de acervos individuais, a aquisição de bens


comuns, a ânsia de constituir patrimônio para garantir o futuro da prole fazem migrar
interesses econômicos para dentro do casamento.

b) – M.H.D - é o conjunto das normas aplicáveis às relações e interesses


econômicos resultantes do casamento.

ESPÉCIES –

a) segundo a distribuição dos bens:


comunitários -
não comunitários -

b) segundo a origem:
de convenção das partes (opção- acordo) art. 1.639 CC;
oficial;
de lei (obrigatório).

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS:

a) - autonomia da vontade -
- plena liberdade de escolha;
- possibilidade de combinação formando um misto;
- possibilidade de estipular cláusulas.

b) – vigência - § 1º, art. 1.639 CC.

c)– possibilidade de mudança do regime - § 2º, art. 1.639 CC:


- mediante autorização judicial;
- pedido motivado de ambos os cônjuges;
- ressalvados direitos de terceiros.

23
PACTO ANTENUPCIAL

- S.R.: contrato solene, realizado antes do casamento, por meio do qual as partes
dispõem sobre o regime de bens que vigorará entre elas durante o matrimônio.

Forma -(art.1.639, 1.536, VII, 1.537, e § único do 1640 CC)


- comunhão parcial  por simples opção no processo de habilitação;
- demais regimes por escritura pública de pacto antenupcial.

Condições de validade (art. 1.653 CC) - escritura pública (da essência do ato)
- que lhe siga o casamento
* descumprimento = nulo
* capacidade para contratar não é a do casamento (se pode o mais, pode o menos)
* é nula a convenção que contravenha disposição absoluta de lei (art. 1655
CC)

Inexistência, nulidade ou ineficácia do pacto - art.1.640 CC


= regime será o da comunhão parcial.

*casamento por procuração:

Validade do pacto contra terceiros - art. 1.657 CC

REGIME OFICIAL BRASILEIRO

Inexistência, nulidade ou ineficácia do pacto = regime da comunhão parcial de bens.


Casamento por procuração: menção expressa do regime no mandato, sob pena de
presumir-se pela escolha do regime da comunhão parcial.

REGIME OBRIGATÓRIO - art. 1.641 CC:

I - Dos que contraírem com inobservância das causas suspensivas;


II - Dos maiores de 70 anos;
III - Dos que dependerem, para casar, de suprimento judicial.

10

24
ESPÉCIES DE REGIMES DE BENS

1. - COMUNHÃO PARCIAL 1.658 a 1.666 CC

- Regime legal desde a LDI;


- É uma comunhão de bens futuros e separação quanto ao passado (art. 1.658);
- É o que exclui da comunhão os bens que os cônjuges possuem ao casar ou que
venham a adquirir por causa anterior e alheia ao casamento (doação/sucessão) e
que inclui na comunhão os adquiridos posteriormente.

Características - 3 massas de bens:

Vantagem - torna mais justa a partilha dos bens em caso de separação ou divórcio.

Dificuldade - caracterizar a propriedade anterior ao casamento de cada um;

Exclusão da comunhão - arts. 1.659, 1.661 CC.

* Incomunicabilidade do art. 1.661 CC: Incomunicáveis os bens cuja aquisição se


realize na constância do casamento, porém por título anterior.

Inclusão na comunhão: art. 1.660, incisos I a V CC


justificativa : presunção da aquisição com esforço comum (aquestos conjugais)

Presunção da aquisição na constância - art. 1.662: - estabelece presunção juris


tantum da aquisição na constância do casamento dos MÓVEIS.

Administração dos bens comuns - por qualquer dos cônjuges (art.1.663 CC).
dos bens particulares- ao proprietário - art. 1.665 CC.

Responsabilidade dos cônjuges - 1.664, 1.665 e 1.666 CC

Dissolução (da sociedade) -


- morte, nulidade ou anulação, separação, divórcio;
- bens comuns: partilha entre si ou com os herdeiros no caso de morte.
- incomunicáveis: cada um o seu, ou na morte, aos seus herdeiros.

25
2. - COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS: arts. 1.667 a 1.671 - é o regime pelo qual
todos os bens havidos antes ou na constância do casamento, assim como as dívidas
passivas, constituem uma só massa.

Só com a dissolução é que se apuram os bens que devem pertencer a cada


um.

Origem - Idade Média - influência cristã: unidade familiar


Chegou ao Brasil nos primeiros tempos da monarquia.

Características -
-estado de indivisão -constituição de um todo indiviso, só divisível com a
dissolução.
- cada cônjuge fica com a metade ideal do patrimônio até então.
- comunicação é a regra (1.667 CC), só não se comunicam os definidos na exceção
(1.668 CC).
- é convencional, exige pacto antenupcial.
- extinção da comunhão: p/ dissolução da sociedade conjugal;

a) - em caso de morte - bens comunicáveis


- bens incomunicáveis

b) - em caso de nulidade ou anulação


- volta statu quo ante, não há partilha, cada um retira o que trouxe
- se PUTATIVO, com partilha e meação para cônjuge de boa-fé
- se os dois de boa fé, divide tudo em 2
- se só um, este, 50%, inclusive sobre a parte que o outro trouxe (pela
boa-fé) - art. 1.561 CC.

c) - em caso de separação ou divórcio – cada um retira a sua meação

Não se comunicam - art. 1.668 CC


- art. 1.669 CC: frutos se comunicam

Administração dos bens - 1.670, como na comunhão parcial.

3. - REGIME DE PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS - ARTS. 1.672 a 1.686 -

Definição - Cada cônjuge possui patrimônio próprio durante o casamento, tocando-


lhe, por ocasião da ruptura da sociedade conjugal, direito à metade dos bens
adquiridos pelo casal, a título oneroso, na constância do casamento.

26
Generalidades -
- Regime misto.
- Cada cônjuge tem livre administração do seu patrimônio pessoal, podendo
dispor livremente sobre os móveis, e, necessitando consenso sobre os imóveis.
- Existe na Alemanha, França, Espanha, Portugal e Argentina.

Propriedade dos bens na constância - art. 1.673 CC: cada cônjuge, o que
possuía ao casar mais o que adquirir, a qualquer título, na constância.
- § único: administração exclusiva de
cada cônjuge, que os pode alienar livremente, se móveis.

Apuração dos aquestos na dissolução para configuração da meação - art.


1.674: excluindo-se da soma dos patrimônios próprios:
I - Os anteriores ao casamento e sub-rogados em seu lugar;
II - Os sobrevindos a cada cônjuge, por sucessão ou liberalidade;
III - As dívidas relativas a esses bens.
(quando superiores à meação de um, não obriga o outro, nem seus herdeiros -
1.686)
§ único - os móveis presumem-se adquiridos durante o casamento.

- Riscos -

art. 1.675 - computam-se as doações feitas por um sem autorização do outro, caso
em que o bem poderá ser reivindicado pelo prejudicado ou seus herdeiros, ou
computado no monte partilhável, por valor equivalente ao da época da aquisição.

art. 1.676 - bens alienados em detrimento da meação, seu valor incorpora-se


ao monte, se não houve preferência do lesado ou herdeiros de os reivindicar.

art. 1682 - meação não é renunciável, cessível ou penhorável na vigência do


regime.

art. 1683 - na separação ou divórcio, os aquestos são verificados na data em


que cessou a convivência.

art. 1684 – se impossível ou inconveniente a divisão de todos os bens,


calcula-se o valor de alguns ou todos, para reposição em dinheiro.

art. 1685 - por morte, aplicam-se os mesmos princípios, mas depois as


regras a serem utilizadas para a partilha são as do direito sucessório.
Art. 1686 - os débitos particulares de qualquer dos cônjuges, quando
superiores à sua meação.

27
Responsabilidade pelas dívidas posteriores ao casamento:
- art. 1.677 - com exclusividade por quem as contrai, salvo prova de terem revertido
em favor do outro, total ou parcialmente.
- art. 1.678 - se um solveu dívida do outro com bens próprios, o valor deve ser
atualizado e imputado na meação do outro, na data da dissolução.

Propriedade dos móveis em relação a terceiros: art. 1.680 = presumem-se do


cônjuge devedor, salvo se o bem for de uso pessoal do outro.

4. - REGIME DA SEPARAÇÃO DE BENS - arts. 1.687 e 1.688

- é aquele em que os cônjuges conservam com exclusividade o domínio e a


administração dos seus bens presentes e futuros, bem como a responsabilidade
pelos débitos anteriores e posteriores ao matrimônio.

Características - 2 patrimônios
- administração exclusiva de cada cônjuge;
- ambos são obrigados a contribuir para as despesas comuns, na
proporção dos seus rendimentos.
- possibilidade da realização, sem o consenso do outro cônjuge,
dos atos de que trata o art. 1647 CC.

Origens -
a) - Convenção - pacto - art. 1.639 CC
- SEPARAÇÃO DE BENS PURA - resultante de acordo expresso dos cônjuges,
para separação absoluta dos bens anteriores e aqüestos (frutos e rendimentos
de bens em comum, ou de algum bem)

- SEPARAÇÃO DE BENS LIMITADA - limite estabelecido no pacto. Praticamente


igual ao da comunhão parcial e final nos aquestos.

b) - De lei - todos os casos do art. 1.641 CC


- súmula 377 do STF.

Extensão do pacto - (art. 1.688 CC) pode estabelecer que um ou outro cônjuge vai
administrar os bens do outro, como vão distribuir as despesas do casal, que um vai
constituir o outro como procurador (sujeito a prestação de contas - em ambos os
casos, até com remuneração).

Dissolução -
- morte, nulidade ou anulação, separação, divórcio.
- cada cônjuge retira o seu patrimônio

28
Observações – falência/insolvência de um não atinge bens particulares do outro
(Dec. lei 7661/45, art. 42).
- direito a alimentos, mediante prova da necessidade e da
possibilidade.

MUTABILIDADE DO REGIME – ART. 1639, § 2º DO CC

REQUISITOS:

- Pedido motivado por ambos os cônjuges;


- AUTORIZAÇÃO JUDICIAL
- indicação de motivo relevante e a tendência
- inexistência de prejuízo a terceiros e do próprio cônjuge.

29
11

UNIÃO ESTÁVEL

O CONCEITO:

As primeiras noções a partir da idéia de Concubinato: ‘cum cubare ’ =


dormir com, estar deitado com; Sólido vínculo entre homem e mulher,
semimatrimonial.

Era o estado de um homem e uma mulher que vivem juntos durante um


tempo mais ou menos longo, sem serem casados.

A partir da idéia da ‘sociedade de fato’, do art. 1363 do Código Civil de


1916, começaram a se estabelecer os princípios norteadores da relação
concubinária.

CONCUBINATO: PURO E IMPURO/DESLEAL/ADULTERINO - história

A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988:

Art. 226, § 3º CF/88: “PARA EFEITO DA PROTEÇÃO DO ESTADO, É


RECONHECIDA A UNIÃO ESTÁVEL ENTRE O HOMEM E A MULHER, COMO
ENTIDADE FAMILIAR, DEVENDO A LEI FACILITAR SUA CONVERSÃO EM
CASAMENTO”. A falta de uma pronta regulamentação dificultou a sua evolução.

CF/88 –> CASAMENTO


- UNIÃO ESTÁVEL
- CONCUBINATO

HOJE:

Art. 1723 CC/02. “É reconhecida como entidade familiar a união


estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência
pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de
constituição de família.”!

Art. 1727 CC/02. “As relações não eventuais entre o homem e a


mulher, impedidos de casar, constituem concubinato”.

O NOVO CÓDIGO CIVIL:

30
A fundamentação:

Aspectos pessoais e patrimoniais: arts. 1723 a 1727


Aspectos sucessórios: art. 1790
Alimentos: extensão e condições – 1694,1695
exoneração, revisão, majoração – 1699
transmissão – 1700
forma de cumprimento – 1701, § único
provisionais – 1706
irrenunciáveis, insuscetíveis de cessão, compensação ou penhora (1707)
cessação – 1708, 1709
atualização – 1710

O texto do novo Código incorporou a doutrina, a jurisprudência e,


principalmente, o texto das Leis 8.971/94 e 9.278/96. No livro do Direito de Família,
artigos 1723 a 1727, conceituou e disciplinou os aspectos pessoais e patrimoniais. A
parte referente aos alimentos e os efeitos sucessórios, incluiu nos livros específicos,
respectivamente, nos artigos 1694 a 1710, e no artigo 1790.

EM MAIO/2011 o STF reconheceu a união homoafetiva como


entidade familiar.
EM OUTUBRO/2011 o STJ autorizou o casamento de pessoas do
mesmo sexo.

As relações não eventuais entre pessoas que não podem se casar,


devido a impedimento impedimento legal (conforme previsto no processo de
habilitação), são chamadas de concubinato e recebem tratamento diverso da união
estável.

A lei não exige um tempo mínimo de convivência para que se caracterize


a união estável. Importa primordialmente que ela preencha os requisitos acima
aludidos, sempre ligados à intenção de forma família.

Deveres dos companheiros –

Art. 1724: Lealdade, respeito e assistência , e de guarda, sustento e


educação dos filhos.

Efeitos patrimoniais – Regime de bens

Art. 1725: Salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se o regime da


comunhão parcial de bens.

31
Se qualquer dos companheiros for maior de 70 anos, aplica-se por analogia a
proibição da escolha do regime, vertida no art. 1641, § 2º CC.

Conversão em casamento –

Art. 1726: Mediante pedido dos companheiros ao juiz e assento no


Registro Civil.

Concubinato –

Art. 1727: Considera concubinato as relações não eventuais entre homem e


mulher, impedidos de casar.

Direito sucessório –

Artigo 1790 foi declarado inconstitucional no RE 878.694 (Plenário)


06/02/2018: “É inconstitucional a distinção de regimes sucessórios entre
cônjuges e companheiros prevista no art. 1790 do CC/2002, devendo ser
aplicado tanto nas hipóteses de casamento quanto nas de união estável, o
regime do art. 1829 do CC.”
(modulação de efeitos da decisão: para todos os inventários não findos ou
heranças de quem faleceu antes deste acórdão)

Art.1790: Dos bens adquiridos, onerosamente, na vigência da união estável:


I- Concorrendo com filhos comuns, quota igual a dos filhos;
II - Concorrendo com descendentes só do autor da herança, a metade do que
couber aqueles;
III - Concorrendo com outros parentes sucessíveis, 1/3 da herança;
IV - Não havendo parentes sucessíveis, a totalidade da herança.

Alimentos –

Alimentos: extensão e condições – 1694,1695


exoneração, revisão, majoração – 1699
transmissão – 1700
forma de cumprimento – 1701, § único
provisionais – 1706
irrenunciáveis, insuscetíveis de cessão/compensação/penhora (373, II,
1707 CC)
cessação – 1708, 1709
atualização – 1710

32
O novo Código englobou os alimentos entre parentes, e, assistenciais
entre cônjuges ou companheiros, num único subtítulo, sendo a grande inovação a
extensão dos alimentos os necessários “para viver de modo compatível com a
sua condição social, inclusive para atender às necessidades escolares“.

Não faz distinção ou exclusão explícita ao companheiro ou


companheira, permitindo concluir que toda vez que indica a ‘separação’ ou o
‘divórcio’, vale dizer, também, ‘dissolução’ da união estável’. Melhor seria tivesse
incluído artigo que garantisse todos os efeitos do instituto aos companheiros,
equiparando-os aos cônjuges e, a união estável ao casamento.

12

33
DIVÓRCIO

ANTES DA EMENDA CONSTITUCION AL 66/2010

Consensual Consensual

Separação Divórcio Indireto

Litigiosa Litigioso

CASAMENTO

Consensual
Divórcio Direto
Litigioso

Base legal – evolução

*** Emenda Constitucional nº 9, de 28//6/77. EMENDA CONSTITUCIONAL 66/2010


***LDI(6.515/77).
*** CF/88
***Lei 7841/89, revogou o art. 38 da LDI, que permitia uma só vez o divórcio
***Lei 8408/92
***CÓDIGO CIVIL – Arts. 1571, IV e § 1º, 1580 a 1582.

Definição - é a terminação do casamento válido, com extinção tanto da sociedade


como do vínculo conjugal, que se opera mediante sentença judicial, em razão de
acordo de vontade dos cônjuges ou de causa legal, habilitando a convolação de
novas núpcias.

Quem pode requerer -


- art. 1582 CC - personalíssimo - só os cônjuges.
§ único - exceção - em caso de incapacidade pelo curador, ascendente, irmão;

34
 Mesmas regras da separação( 1576, § único).
Direitos e deveres em relação aos filhos: divórcio nem novo casamento
modificarão(art. 1579)

Partilha de bens: pode ser deferido sem que haja partilha de bens (art.1581);

Ministério Público - vista obrigatória – ação de estado.

Efeitos –
a) - possibilita novo casamento;
b) - não admite restabelecimento da sociedade conjugal, só novo casamento.

Nome dos cônjuges – 1571, § 2º: Pode ser mantido, salvo no indireto.

Competência: Novo Código Civil não disciplina a matéria.


LDI = juízo da separação - (§ Ún. art. 35 = apenso aos autos da separação) .

-exceções: art. 47 – extravio dos autos/autos em outra circunscrição judiciária.


art. 48 - domicílio da mulher, quando diverso

TIPOS DE DIVÓRCIO EM FACE DO DIREITO INTERTEMPORAL E A


EMENDA CONSTITUCIONAL 66/2010

INDIRETO - consensual ou litigioso - CF/88 art. 226, § 6° e CC – art. 1580 e § 1º


CC.
- 1(um) ano do trânsito em julgado da sentença da separação ou da concessão da
medida cautelar de separação de corpos;
- decretada por sentença que não fará referência à causa que a determinou.
a) - Indireto consensual - Base legal - CF/88 art. 226 § 6°. Art. 1580 CC
= ...qualquer das partes...

Por meio de CONVERSÃO DA SEPARAÇÃO EM DIVÓRCIO CONSENSUAL , após


um ano da sentença que homologou a separação ou da concessão de medida
cautelar.

b) - Indireto litigioso -

Base legal - CF/88 art. 226, § 6°.


1580 CC: ... qualquer das partes...

35
Por meio de sentença judicial de conversão de prévia separação judicial, em
processo contencioso, quando um cônjuge não concorda com o consensual indireto.

Matéria de defesa – Código Civil não disciplina.


LDI - art. 36;§ único, I e II.
I - falta de decurso do prazo de 1 ano.
II - descumprimento das obrigacões assumidas na separação.
 Art. 226, § 6º , da CF/88 define o prazo de um ano.
 O descumprimento das obrigações tem ação própria para execução.
 Matéria de defesa estaria restrita a comprovação do decurso do prazo

DIRETO - consensual ou litigioso - CF/88 art. 226, § 6° e CC – § 2º , do art. 1580


- 2 anos de separação de fato.

a) - Direto consensual -

Base legal - CF/88 art. 226 § 6°


CC. 1580, = 2º

Obtido pelo consenso dos consortes, separados de fato há mais de 2 anos.

Mesmas exigências processuais da separação (arts. 1120 a 1124 do CPC) porque é


direto, ou seja, não tendo havido separação anterior, tudo, ainda, está por ser
definido.

b) - Direto litigioso -

Base legal - CF/88 art. 226, § 6°;


CC. 1580, = 2º;
- Por sentença judicial em processo contencioso, quando um dos cônjuges não
concorda com o direto consensual;

- Mesmas exigências processuais da separação litigiosa;

- Prova da separação de fato há mais de 2 anos;

- Juiz tenta transigência ou conciliação, não conseguindo marca audiência para


prova do decurso do prazo, caso não exista prova documental.

A PARTIR DA EMENDA CONSTITUCIONAL 66/2010

36
Suprimiram-se os requisitos temporais e técnicos exigidos na dicção anterior
do § 6º da CF/88 (“prévia separação judicial por mais de um ano nos casos
expressos em lei ou comprovada separação de fato por mais de dois anos”)

Art. 226 (...) EC 66/2010

§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.

13

FILIAÇÃO
CF/88, art. 227, § 6º - equiparação total, repetida no ECA (art.41)e no CC(art.1596)
ECA arts. 20 e 26
CC arts.1596 a 1606

DEFINIÇÃO - é o vínculo existente entre pais e filhos


- é a relação de parentesco em linha reta, de 1º grau, entre uma
pessoa e os que lhe deram a vida.

PROVA: registro civil – 1603


ninguém pode vindicar estado contrário, salvo prova de erro ou
falsidade(1604)
1605 - na falta, ou defeito, do termo, por qualquer meio admitido em direito:
I - começo de prova escrita proveniente dos pais, conjunta ou
separadamente;
II – veementes presunções resultantes de fatos já certos.

PRESUNÇÃO DA PATERNIDADE DOS FILHOS HAVIDOS DO


CASAMENTO(filiação matrimonial):

Filhos de pais casados não precisam ser reconhecidos.


A paternidade decorre do casamento, em função da presunção(‘pater is est’
= pai é aquele que o casamento aponta como marido da mãe) do art. 1597 CC.

*Prova da impotência para gerar, à época da concepção ilide a paternidade.


*Não basta a confissão materna, nem o adultério da mulher, ainda que
confessado, para ilidir a paternidade.
* Ação contestatória de paternidade cabe ao marido e é imprescritível, podendo
seus herdeiros prosseguir na ação.
* Pode resultar de casamento declarado nulo, mesmo sem ser putativo –
1617/1561

RECONHECIMENTO DOS FILHOS HAVIDOS FORA DO CASAMENTO -


(extramatrimonial) = 1607

37
-1.609: É irrevogável e será feito:
I – no registro do nascimento;
II – por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório;
III – por testamento ainda que incidentalmente manifestado;
IV – por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento
não haja sido o objeto único e principal do ato.
§ único – O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou ser
posterior ao seu falecimento, se deixar descendentes.

1610 – 16414 CC

RECONHECIMENTO FORÇADO (judicial) - Arts. 1606 CC e 27 ECA.

- AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE:

- Ação de estado = aquela em que se reivindica ou nega a existência de uma


qualidade jurídica referente à filiação e estado civil.
- Não há mais limitação para sua propositura. Em qualquer hipótese, por ter direito
a saber da sua origem biológica.
- Contra o pai ou seus herdeiros, pode ser cumulada com pedido alimentos e, ou
de herança.
- Iniciada a ação pelo filho, os herdeiros poderão continuá-la, se ele morrer menor ou
incapaz, salvo se julgado extinto o processo( 1606 e § único).
- Confere o “status familiae”;
- Rito ordinário;
- Segredo de justiça;
- Ação declaratória e imprescritível.

- Foro competente - se cumulada com alimentos, do domicílio do alimentando

Defesa: por qualquer pessoa que tenha justo interesse (mulher do requerido, seus
filhos ou parentes sucessíveis) – 1615 CC

- efeitos: os mesmos do reconhecimento(ex tunc), mas a sentença poderá


determinar que o filho se crie e eduque fora da companhia dos pais ou daquele que
lhe contestou a qualidade.
- alimentos, nome, sucessão , dependência previdenciária e fiscal...
- sentença que julga, averbada no Registro Civil, à margem do assento
(LRP - art. 29, § 1º, ‘d ‘)

- prova: dada a dificuldade são admitidos indícios , presunção, prova


circunstancial, conjectural, posse do estado de filho, exame de sangue, exame
prosopográfico (ampliação de fotos) exame odontológico, pesquisa genética
HLA, DNA e testemunhal.

38
AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE MATERNIDADE
- rara, devido a maternidade ser uma fato (mater semper certa est );
- contra a mãe ou seus herdeiros;
- de menores abandonados;
- art.356 - quando constar do termo de nascimento a maternidade, só se poderá
contestar provando a falsidade do termo ou das declarações nele contidas.

14

ADOÇÃO

- CF/88 art. 227, § 5° e 6° - ECA arts. 39 a 52 e 148-III


- CC arts. 1618 a 1629 (revogação)

DEFINIÇÂO –

MHD -ato jurídico solene, pelo qual, observados os requisitos legais, alguém
estabelece, independentemente de qualquer relação de parentesco
consangüíneo ou afim, um vínculo fictício de filiação, trazendo para a sua
família, na condição de filho, pessoa que geralmente lhe é estranha.

RAÍZES -

- origem das mais remotas (de quando predominava o patriarcado)


- primeiras notícias entre hebreus e atenienses.
- no Direito Romano 2 formas: ‘dactio in adoptionem’e ‘arrogatio’ (adoção plena)
influência do patriarcado.
- na Idade Média caiu pois contrariava os interesses dos senhores feudais.
- Direito Canônico, na Idade Média, considerava um obstáculo ao casamento,
eliminando-a por algum tempo, só voltando a ser o instituto de hoje com a revolução
Francesa, regulada pelo Código de Napoleão.

EVOLUÇÃO -

Por escritura pública:

a) – CC - 1916 : arts. 368 a 378 - sérias limitações - 1917 - só para maiores de 50


anos e 18 anos mais velhos que o adotando; objetivo individualista.
b) - Lei 3133 de 08/05/57 - objetivo-fim = assistência ao adotado;

arts. 368/369 - para maiores de 30 anos, após 5 anos de casamento (presunção


de que não terá mais filhos)
- 16 anos de diferença entre adotante e adotado (intervalo de 1 geração)
- duas pessoas para adotar, só se marido e mulher (art. 370)

39
Judicial:

c) - Lei 4655 de 02/06/65 -


- (Legitimação adotiva) - deu maior elasticidade - JUDICIAL -
- para o menor sem lar com menos de 5 anos ou para casos de guarda iniciada
antes;
- exigia estágio de convivência;
- idade para os adotantes: 30 anos.

d) - Lei 6697 de 10/10/79 - (Código de Menores) - estágio de convivência de 1 ano.


- adoção simples e plena: adoção plena = legitimação
adotiva;
adoção simples = CC.
e) - ECA - Lei 8069 de 13/07/90
- criança = 0 a 12 anos de idade;
- adolescente = 12 a 18 anos de idade;
- até 21 anos (art. 2°. § único ECA);
Podem adotar os maiores de 21 anos(art.42);

f)– CC 2002 - Podem adotar os maiores de 18 anos (art. 1618).

g) Lei de Adoção – 12010/09 modificou dispositivos no ECA e CC/2002 e da CLT

h) LEI DE ADOÇÃO. A adoção no Brasil foi reformulada pela nova Lei de Adoção
(Lei n.º 12.010/2009).

Dentre as novas circunstâncias/exigências que passam a compor o regime


estatutário do instituto, estão as seguintes:

- Criação CNA (Cadastro Nacional de Adoção; também estabelece uma preparação


psicológica;

- Utiliza o conceito de família extensa (ou ampliada).

- Previsão da família substituta.

- Estabelecimento de idade mínima de 18 (dezoito) anos para adotar, independente


do estado civil (casado, solteiro, viúvo, etc).

- A adoção dependerá de concordância, em audiência, do adotado se este possuir


mais de 12 (doze) anos.

- Irmãos não mais poderão ser separados;

- A adoção conjunta por união homoafetiva é vedada pela lei.

40
- Assistência jurídica e psicológica do Estado à gestante que queira entregar seu
filho (nascituro) à adoção;

- Criação da medida jurídica do acolhimento familiar (medida protetiva).

- Reavaliação semestral da situação de crianças que vivam em abrigos (espécies de


acolhimento institucional).

- Possibilidade de adoção internacional, somente se não houver alguém da chamada


família extensa habilitado para adotar ou quando esgotadas as possibilidades de
colocação em família substituta brasileira.

FUNÇÃO SOCIAL - hoje superou a fase individualista.


- paliativo usado por casais estéreis, instituto de solidariedade social, de auxílio
mútuo, um meio de repartir por maior número de famílias os encargos de proles
numerosas.

COMPETÊNCIA – a partir do CC/2002 a adoção é sempre judicial, mesmo de


maiores.

No caso de maiores, deve o judiciário atuar com zelo e cautela extras, diz

EXIGÊNCIAS:

a) - só podem adotar maiores de 18 anos - independente do estado civil.


- se cônjuges ou concubinos basta um.
- por duas pessoas só se casados ou viverem em união estável. Várias
interpretações mais extensivas têm sido dadas à essa regra (adoção por irmãos -
família anaparental, adoção por par homoafetivo, adoção à brasileira,...)
- divorciados e separados judicialmente podem adotar, desde que acordem
guarda e visitas e a convivência iniciadas na constância da sociedade conjugal.

b) - adotante, pelo menos 16 anos mais velho que o adotando;

c) - curador e tutor só podem adotar pupilo após dar contas da sua administração;

d) - consentimento dos pais ou representantes legais;

e) - do adotando, é obrigatória:

f) RETRATABILIDADE
Na adoção de maiores de 18 anos  a citação dos pais é necessária (para
precaver eventual interesse jurídico).
exceção:
- pais desconhecidos ou destituídos do poder familiar ;

41
- de infante exposto, sem nomeação de tutor, ou de órfão não reclamado por
nenhum parente.
OBS. o STJ (REsp 100.294/SP) decidiu, excepcionalmente por outra hipótese de
dispensa de consentimento sem prévia destituição do pátrio poder: “quando
constatada uma situação de fato consolidada no tempo que seja favorável ao
adotando”.

e) A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens ao adotando e fundar-


se me motivos legítimos.

CARACTERÍSTICAS

a) é irrevogável;

b) - atribui condição de filho - sem restrição;


47, § 1º ECA: se um cônjuge ou companheiro adota o filho do outro, mantêm-
se os vínculos com este e seus parentes.
exceção - impedimentos matrimoniais;

c) – confere o sobrenome do adotante, podendo mudar o prenome, se menor, a


pedido;

d) - divorciados e separados judicialmente podem adotar conjuntamente se o estágio


de convivência iniciou antes da separação, acertando direito de guarda e visitas;

g) – efeitos: a partir do trânsito em julgado da sentença

exceção: falecendo adotante no curso da lide, retroagem à data do óbito;

h) – relações de parentesco se estendem a todos os parentes do adotante;

- Por Estrangeiro, de acordo com as condições estabelecidas em lei


Exigências: - comprovar a habilitação para a adoção conforme leis do seu país;
- apresentar estudo psicossocial;
- saída do país só depois de consumada a adoção;
- estágio de convivência cumprido em território nacional.
- prioridade absoluta na tramitação dos processos/procedimentos
previstos pelo ECA.

 Juiz é quem fixa o estágio de convivência dos adotantes com o adotando e


eventualmente poderá dispensar, salvo na adoção internacional.

42
O ECA determina que a adoção seja precedida de estágio de convivência, por prazo
a ser determinado pelo Juízo em observância à situação particular de cada criança
ou adolescente, sendo dispensado para crianças recém-nascidas ou ainda bebês.  
 
Durante esse estágio de convivência os adotantes, ou a própria criança, podem
manifestar contrária à adoção pelos mais variados motivos. É o período de
adaptação para que sejam estabelecidos contatos e verificada a compatibilidade.
Este é o momento certo da desistência. A partir daí, iniciada a guarda provisória,
toda expectativa é criada pela criança, não havendo mais possibilidade de reversão.

OBS.: art. 50 prevê a criação, em cada Comarca, do registro de crianças e


adolescentes em condição de serem adotadas e de interessados em adoção.

IMPOSSIBILIDADE (Art. 42, § 1º ECA): ...

OBS:  GARANTIA CONSTITUCIONAL DE CONHECIMENTO DA ORIGEM


BIOLÓGICA POR ACESSO AO PROCESSO DE ADOÇÃO – ART. 48 e § ÚNICO
ECA.

43
15

PODER FAMILIAR

CC - arts. 1630 a 1638


ECA - arts. 21 a 24, 148, § único, ‘b’ e ‘d’( competência)
155 a 163 (perda e suspensão)

DEFINIÇÃO - é o complexo de direitos e deveres quanto à pessoa e bens dos filhos,


exercidos pelos pais na mais estreita colaboração.
- Art. 1.634, I a VII do CC.

FUNDAMENTO - necessidade natural que a pessoa tem, enquanto menor, de


alguém que o crie, eduque, ampare, defenda, guarde e cuide de sua pessoa e bens.

INCUMBÊNCIAS - CC art. 1.634, I a VII


CF art.229
ECA art.22 - pátrio poder ‘dever’
Constitui um “munus público”- Estado intervém submetendo o
pátrio poder à sua fiscalização com objetivo de evitar o jugo paterno.

QUEM EXERCE?
Em igualdade de condições pelos pais. Na falta ou impedimento de um, ao
outro, com exclusividade. Discordando, cabe ao Juiz decidir (1631 CC e § único, e
21 do ECA).

Colidindo interesses na administração o Juiz nomeia CURADOR

TRANSFERÊNCIA DO EXERCÍCIO
- em caso de morte ou impedimento competirá ao outro mesmo que venha a
casar de novo.
- separação/divórcio não modifica (art. 1632).
- novo casamento ou união estável não altera, pais continuam exercendo sem
qualquer interferência do novo cônjuge (1636).

EXTINÇÃO do Poder Familiar - (art. 1635)

44
a) - pela morte dos pais ou do filho.
b) - pela emancipação ( art.5º, § único).
c) - pela maioridade.
d) - pela adoção (passa para os adotantes).
e)- por decisão judicial, nos casos do art. 1638 (casos de destituição...)

SUSPENSÃO do Poder Familiar (art. 1.637):

- por sentença judicial - até quando convenha;


ECA : arts. 155 a 163 estabelecem o procedimento;
- iniciativa do MP ou de quem tenha interesse;
- casos:
a) abuso de sua autoridade.
b) falta dos deveres paternos.
c) arruinando os bens dos filhos.
d) condenação por sentença irrecorrível em crime cuja pena exceda dois
anos de prisão ( § único art. 1637)
.
DESTITUIÇÃO do Poder Familiar (art. 1638 = perda por ato judicial)
por sentença judicial - medida extrema
- ECA arts. 155 a 163 estabelecem o procedimento (liminar - incidental);
- contraditório - defesa em 10 dias;
- prova: ampla, com possibilidade de estudo social e oitiva, sempre que possível, do
menor.

- casos (1638):
I - que castigar imoderadamente o filho.
II - que deixar em abandono(material ou moral)
III - que praticar atos contrários à moral e aos bons costumes (não só contra o filho)
IV – incidir, reiteradamente, nas faltas que acarretam a suspensão (1637 CC)
OBS. pode ser restabelecido se provada a regeneração do pai ou
desaparecida a causa que o determinou .
iniciativa do MP ou de quem tenha interesse (art.155 ECA).

GUARDA – arts. 1583 a 1590 CC e 33 a 35 do ECA

Objetivo: regularizar a posse de fato do menor.

Regra: deferimento nos casos de tutela e adoção.


Exceção – fora dos casos de tutela e adoção, para atender ’situações
peculiares ou suprir falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido o
direito de representação para a prática de atos determinados.” - § 2º, art. 33 ECA)

Efeitos: confere a condição de dependente previdenciário.

45
Duração: interesse do menor, podendo ser revogada a qualquer tempo

Código Civil: (arts. 1583 a 1590), no capítulo XI, “Da proteção da pessoa dos filhos”

Aplicam-se também nos casos de invalidade do casamento(1587)

GUARDA COMPARTILHADA OBRIGATÓRIA (Lei 11.698/2008 e Lei


13.058/2014)

Diferenças entre GUARDA:

- UNILATERAL;

- ALTERNADA ;

- COMPARTILHADA;
- Se pais residentes em cidades diferentes;
- Liberdade de supervisão da vida do filho do genitor que não oferece a
residência habitual art. 1583, § 5º CC. Penalidade para quem sonegar informações;

- Informações deverão ser prestadas em audiência a ser fixada pelo juiz (art.
1584, § 1º); a guarda compartilhada só não será deferida se um dos genitores
expressamente se recusar (art. 1584, § 2º CC);

- Para estabelecimento das atribuições de cadea umo juiz poderá valer-se de


equipe multidisciplinar (art. 1584, § 3.º);

- o DESCUMPRIMENTO das responsabilidades afetas à guarda poderá


acarretar sanções de ordem civil;

PRINCÍPIOS SUPORTE DA NOVA MODALIDADE DE GUARDA:

46
16

ALIMENTOS
- CF/88 – art. 229
- Arts. 1694 a 1710 = entre parentes (“jus sanguinis”) entre cônjuges e companheiros
- Lei 5478 de 25/07/68 = processamento da ação de alimentos

Fundamento - dever moral e jurídico de assistência mútua, decorrente da relação


parental e do vínculo conjugal.

Regras Gerais

a) 1694 e §§ do CC -
Legitimidade: parentes, cônjuges ou companheiros;
Fixação: binômio necessidade (para viver de modo compatível com a sua condição
social, inclusive educação) x possibilidade (recursos do obrigado).

b) Art. 1700 – obrigação transmite-se aos herdeiros na forma do art. 1694 CC;

c) Art. 1701 – Forma de cumprimento: pensionamento ou dar hospedagem e


sustento, sem prejuízo do necessário à educação;
juiz fixa a forma de cumprimento da prestação.

d) Art.1706 - provisórios ou definitivos, fixados pelo juiz na forma da lei processual.

e) Art. 1707 – irrenunciáveis, insuscetíveis de cessão, incompensáveis,


impenhoráveis, podendo, no entanto, não ser exercido o direito de cobrança.

f) Art. 1710 – atualização das prestações pelo índice oficial.

ALIMENTOS ENTRE PARENTES – (arts. 1694 - 1701 e 1703)

definição - é o dever mútuo e recíproco entre descendentes e ascendentes, e entre


irmãos, em virtude do qual os que têm recursos devem fornecer alimentos, em
natureza ou em moeda, para sustento dos parentes que não tenham bens, não
podendo prover, pelo seu trabalho, a própria mantença

Fundamento da Obrigação

47
existência de vínculo de parentesco entre o alimentando e o alimentante -

Extensão do dever:

** Art. 1697 CC é elucidativo;

** recíproco entre pais e filhos, extensivo a todos os ascendentes, mais


próximos em grau, uns em falta de outros, de grau imediato - sendo vários
obrigados, todos, na proporção dos seus recursos – intentada a ação contra
um, pode chamar os demais a integrar a lide;
** cônjuges separados - alimentos aos filhos, na proporção de seus
recursos(1703)
- na falta dos ascendentes, obrigação cabe aos descendentes, conforme ordem de
sucessão, faltando estes, aos irmãos, germanos ou unilaterais.

- obrigação divisível entre co-obrigados de mesmo grau (art. 1698).

- quando terceiro prestar alimentos poderá reavê-los do devedor - art. 871 CC

b) - necessidade do alimentando - não possuir bens, estar impossibilitado de


prover sua subsistência - § 1º, 1694 - 1695

c) - possibilidade econômica do alimentante: § 1º, 1694 - 1695

ALIMENTOS ASSISTENCIAIS – (entre cônjuges/companheiros) -

Fundamento: dever de mútua assistência (não confundir com alimentos entre


parentes)  CC arts. 1702, 1704, 1708 e 1709

cessação – com o casamento, união estável ou concubinato do credor(1708);


procedimento indigno do credor em relação ao devedor (§ único);
* novo casamento do devedor não extingue a obrigação do divórcio (art.
1709).

O Novo Código de Processo Civil , traz, em seu artigo 531,


somente a expressão de alimentos definitivos ou provisórios:

ALIMENTOS RESSARCITÓRIOS - também chamados ‘indenizatórios’ - destinados


a indenizar prejuízo ou dano causado por homicídio.

CARACTERÍSTICAS DOS ALIMENTOS:

48
a) - Direito Personalíssimo - sua titularidade não passa a outrem.
b) – Transmissível – art. 1700 – exceção ao caráter personalíssimo dos alimentos -
transmite-se aos herdeiros do devedor, na forma do art. 1694, passando a serem
considerados dívida do falecido, cabendo aos herdeiros até o limite das forças da
herança(art. 1792);
b) - Não pode ser cedido -1707 art. 286 CC .
c) - Irrenunciável - art. 1707 - pode deixar de exercer o direito (Súmula 379);
d)- Imprescritível - o direito;
a) - incompensável – art. 373 -II;
e) - impenhorável - art. 1707 ( RTJRGS 167/258);
f) - intransacionável - art. 841;
g) - atual – devido ao seu caráter assistencial, no direito de família, visa atender
necessidades atuais ou futuras. Tal característica se manifesta no rito
executivo dos alimentos.

Possibilidade de revisão – 1699 CC - a qualquer tempo, sobrevindo mudança no


binômio(necessidade/possibilidade): exoneração, redução ou majoração.

49
AÇÃO DE ALIMENTOS
Lei 5478 de 25/07/68 (art. 13) – CC: Art. 1705/1706

- aplicável para alimentos de separação, anulação, nulidade, revisão, execução


- legislador se valeu do êxito, na época, do rito da CLT (Justiça do Trabalho)

Foro competente: - domicílio do alimentando - CPC - art. 53, II CPC;

Propositura:
- pessoal ou por intermédio de advogado (art. 2°, lei 5.478)
- AJG.- Por simples afirmação da falta de recursos no próprio pedido (art.1º e 2º).

Citação: art. 5°. –


a) - por carta com AR (§ 2°.);
b) - por Oficial de Justiça quando o Réu criar embaraço ( § 3°);
c) - por edital (3X Diário da Justiça) (§ 4°).

Audiência de conciliação e julgamento: arts. 6º e 7º


-presença obrigatória autor e réu - não comparecendo: A = arquivamento - R =
revelia;
- prova - até 3 testemunhas cada parte - art. 8°;
- debates - nova proposta de conciliação (art. 11);

Sentença -
- não transita em julgado (determinativa relativa, não faz coisa julgada material,
podendo ser revista a qualquer tempo) - art. 15 Lei Alimentos.
- os alimentos retroagem a data da citação.

Ação inversa - possibilidade regulada pelo art. 24.

EXTINÇÃO - DA OBRIGAÇÃO ALIMENTAR:

a) - pelo desaparecimento dos pressupostos do art. 1695 do CC –


binômio: necessidade/capacidade econômico-financeirta.

b) - pela morte do alimentando - devido o seu caráter personalíssimo.

c) - pelo casamento, união estável ou concubinato do cônjuge credor - art. 1708 CC.

d) – por procedimento indigno do credor contra o devedor – art. 1708, § único.

50
EXTINÇÃO DO CRÉDITO ALIMENTAR:

a) pelo pagamento (art. 304);

b) pela renúncia (art. 1707, 1ª parte - deixar de exercer);

c) pela prescrição (art. 206, § 2º - o pagamento prescreve em 2 anos ).

EXECUÇÃO DE ALIMENTOS CPC 1973 e arts 16-18 Lei de Alimentos


(revogados pelo novo CPC)

- arts. 732 a 735 do CPC - art. 19 da Lei de Alimentos


- execução por quantia certa, com título executivo judicial
- havendo mais de 3 prestações em atraso, execução deve ser cindida:
para as 3 últimas prestações : art. 733 do CPC,
para as demais : art. 646 – 732 do CPC.

- EXECUÇÃO DE ALIMENTOS PELO NOVO CPC – ver gráfico anexo

- Título Executivo judicial  cumprimento sentença (arts. 528 – 531 CPC) com
prisão para os últimos três meses e expropriatórios para os demais retroativos
para até dois anos;

Nesse procedimento o juiz ao despachar já determina o protesto extrajudicial


da decisão (528, §§ 1.º e 3º) com prisão ou penhora;

- Título Executivo extrajudicial  Execução de Alimentos (arts. 911 – 913


CPC);
- Possibilidade desconto em folha (arts. 529 e 912 CPC).

51
17

TUTELA

- CC arts. 1728 A 1766 ( também disposições comuns à curatela)


- ECA arts. 28 a 32 e 36 a 38
- CPC arts. 1187 a 1210

DEFINIÇÃO- É um instituto de caráter assistencial que objetiva substituir o poder


familiar.
- É o complexo de direitos e obrigações conferidos pela lei a um terceiro
para que proteja a pessoa de um menor que não se ache sob o poder familiar.

OBJETIVO -
- proteger o menor não emancipado e seus bens se os seus pais são falecidos ou
tiverem suspenso ou foram destituídos do pátrio poder - art. 1728 CC.

ESPÉCIES -
a) – nomeada pelos pais- art. 1729 = por testamento ou por escritura - arts.1729
art. 1730 = nula se ao tempo da morte pai ou mãe não detinha o
poder parental.
b) - legítima - art. 1731 - ordem de nomeação pode ser alterada em benefício do
menor.

c) - nomeada pelo juiz - art. 1732, I, II, III, na falta de ‘a’ e ‘b’ (condição: idôneo e
que resida no mesmo domicílio do menor)
art. 1734 – de menores abandonados (entidades
assistenciais ou voluntários) – também
chamada dativa

IMPEDIMENTOS - art. 1735 - dos incapazes de exercer tutela e causas de


exoneração -

POSSIBILIDADE DE EXCUSA - arts. 1736, 1737 e 1738 CC.

EXERCÍCIO DA TUTELA –arts. 1740 a 1762 (assume por TERMO DE


COMPROMISSO) ECA art. 32.

52
Incumbências do tutor:

Independentemente de autorização judicial: art. 1740 (quanto à pessoa do tutelado)


e arts. 1.741 e 1.747 (quanto aos bens do tutelado);

Com autorização judicial: 1748 (§ único:no caso de falta de autorização, a eficácia


do ato depende de autorização posterior)
Nem com autorização judicial: 1749 CC.

*** -1750 = venda de imóveis: só com autorização judicial, com manifesta vantagem
e prévia avaliação judicial.

* PROTUTOR–Juiz pode nomear, como fiscal dos atos do tutor(1742)

prestação de contas: - obrigatória – art. 1755;


- balanço anual – art. 1756;
- prestação de contas a cada dois anos, na extinção ou
quando o juiz determinar - art.1757.

remuneração e responsabilidade do tutor – 1752 CC.

CESSAÇÃO DA TUTELA

a) - em relação ao pupilo (art. 1763):

- maioridade ou emancipação;

- voltando ao pátrio poder em caso de reconhecimento ou adoção;

- por morte do tutelado.

- se se alistar ou for sorteado para o serviço militar (Dec. 20330/31, Lei 4375/64 - art.
73 - cessa a incapacidade do menor de 17 anos para efeito do serviço militar - Maria
Helena Diniz - pg.313)

b) - em relação ao tutor (1764):

- vencendo o prazo (2 anos ou mais - art. 1765);


- sobrevindo escusa legítima (arts. 1736 a 1739);
- remoção - em caso de negligência, prevaricação (art. 319 CP - retardar ou deixar
de praticar ato de ofício);
- por incapacidade.

DESTITUIÇÃO DO TUTOR – 1766 CC.

53
18
18

CURATELA

- Lei 13146/15 – Estatuto da Pessoa com Deficiência - arts. 1767 a 1783 do CC

- arts. 759 a 760 CPC – Disposições comuns à Tutela e Curatela;


- arts. 1177 a 1186 CPC – Processo de Interdição.

DEFINIÇÃO - é o encargo público cometido, por lei, à alguém para reger e


administrar os bens de maiores, que por si sós, não estão em condições de fazê-lo,
em razão do disposto no art. 1767, I, III e V CC.

SUJEITOS À CURATELA - art. 1767: I, III e V....


- art. 1779 e § Único: ao nascituro

DO RECONHECIMENTO IGUAL PERANTE A LEI


Art. 84.  A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de
sua capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas.
§ 1o  Quando necessário, a pessoa com deficiência será submetida à curatela,
conforme a lei.
§ 2o  É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo de
tomada de decisão apoiada.
§ 3o  A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui medida
protetiva extraordinária, proporcional às necessidades e às circunstâncias de
cada caso, e durará o menor tempo possível.
§ 4o  Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, contas de sua
administração ao juiz, apresentando o balanço do respectivo ano.
Art. 85.  A curatela afetará tão somente os atos relacionados aos direitos
de natureza patrimonial e negocial.

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§ 1o  A definição da curatela não alcança o direito ao próprio corpo, à
sexualidade, ao matrimônio, à privacidade, à educação, à saúde, ao trabalho e
ao voto.
§ 2o  A curatela constitui medida extraordinária, devendo constar da
sentença as razões e motivações de sua definição, preservados os interesses do
curatelado.
§ 3o  No caso de pessoa em situação de institucionalização, ao nomear
curador, o juiz deve dar preferência a pessoa que tenha vínculo de natureza familiar,
afetiva ou comunitária com o curatelado.
Art. 86.  Para emissão de documentos oficiais, não será exigida a situação de
curatela da pessoa com deficiência.
Art. 87.  Em casos de relevância e urgência e a fim de proteger os interesses
da pessoa com deficiência em situação de curatela, será lícito ao juiz, ouvido o
Ministério Público, de oficio ou a requerimento do interessado, nomear, desde logo,
curador provisório, o qual estará sujeito, no que couber, às disposições do Código
de Processo Civil.

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