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Assim, por ser o parentesco o vínculo que une pessoas, sua natureza dependerá
justamente da natureza do próprio vínculo :
- Natural ou biológico : vínculo é a consangüinidade
- Civil ou meramente civil : vínculo é a ficção
- Afinidade : decorrente do casamento ou união estável
1 - o parentesco civil surge entre pessoas quando se procede a adoção, ou seja, é
a adoção que vinculará as pessoas pelo parentesco civil.
ADOÇÃO : o vínculo é uma ficção jurídica porque não existiria se a lei assim
não determinasse (entre os pais e os filhos adotados existe um vínculo ficto, que
determina, por sua vez, o parentesco meramente civil).
DIREITO DE FAMÍLIA
Se o cônjuge não é parente, por que os seus parentes seriam ? Entende a maioria da
doutrina no Rio de Janeiro, principalmente, que a afinidade não é uma espécie de parentesco
(uma coisa é ser afim, outra é ser parente).
- AFINIDADE : vínculo que une o cônjuge aos parentes do outro (e não ao outro cônjuge).
Ex.: o cunhado é afim da cunhada, a sogra do genro etc (cuidado com a frase
!!! brincadeirinha); os sogros são afins de 1º grau do genro/nora; os cunhados são afins
de 2º grau em linha transversal.
DIREITO DE FAMÍLIA
DIREITO DE FAMÍLIA
PROCLAMAS : são editais que devem ser fixados por 15 dias nas
circunscrições de domicílio de ambos os nubentes a fim de conferir
publicidade ao casamento a ser realizado, o que somente ocorre se não for
verificado qualquer impedimento pela documentação apresentada.
Regra : proclamas.
Exceção : casos em que há urgência para celebração do casamento (art.
1527, parágrafo único e art. 1540) » proclamas são dispensados.
Relevância : permitir que a sociedade saiba do casamento a ser realizado e,
assim, possa apresentar impedimentos ou causas suspensivas.
OBS.: a oposição ao casamento é ato solene, que deve ser realizado por
escrito e assinado, devidamente instruído.
» ART. 1530 : Princípio do Contraditório e Ampla Defesa.
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3) MOLÉSTIA GRAVE (art. 1539) : o casamento pode ser celebrado no local onde
estiver o nubente impedido, devendo o ato ser presenciado por duas testemunhas
que saibam ler e escrever.
OBS.: se o casamento for celebrado em lugar particular, as portas de acesso
devem permanecer abertas por todo o período de celebração para que qualquer
pessoa possa comparecer à cerimônia e apresentar oposição.
4) NUNCUPATIVO (= in extremis = in articulo mortis) : o nubente está à beira da
morte. Nesse caso, a lei autoriza a realização do casamento sem prévia
habilitação e ausente a autoridade que deveria presidir o ato, desde que
seja presenciado por 6 testemunhas, as quais não podem ser parentes em linha
reta ou colateral até 2º grau com os nubentes.
VALIDADE : as testemunhas devem procurar o Cartório de Registro de Pessoas
Naturais da circunscrição onde foi celebrado o casamento no prazo de 10 dias para
firmar declaração por termo.
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PROCEDIMENTO : após a autuação, serão realizadas diligências para verificar se realmente se tratava de
casamento nuncupativo, bem como a incidência de impedimentos ou causas de suspensão.
» Após todos os trâmites, sendo definitiva a decisão, será efetuado o registro do casamento, retroagindo
seus efeitos até a data da celebração.
ATENÇÃO : as formalidades, tanto para o casamento nuncupativo quanto para o caso de moléstia grave,
podem ser dispensados se houver ratificação do enfermo convalescido perante o oficial do cartório.
OBS.: art. 76, da Lei 6015/73.
RESUMO : fases do casamento » 1ª fase – HABILITAÇÃO; 2ª fase – CELEBRAÇÃO; 3ª fase – REGISTRO.
PROVAS DO CASAMENTO
REGRA : certificado de registro, expedido pelo cartório competente (vulgo certidão de casamento)
EXCEÇÃO : outros meios de prova.
CASAMENTO EM TERRITÓRIO ESTRANGEIRO : para ser válido como se realizado em território nacional, deve
ser registrado no cartório de domicílio de um dos cônjuges.
Se não retornarem os cônjuges ao local onde mantinham domicílio ? terão de se dirigir à localidade
somente para efetuar o registro ? Não; podem registrá-lo no 1º Ofício de Registro de Pessoas Naturais onde
passaram a ter domicílio.
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PRAZO : 180 dias, a contar da data em que qualquer dos cônjuges retornou ao país.
ESTADO DE CASADO : caso daquelas pessoas que sempre declararam ser casadas e viveram como se realmente
fossem.
- pessoas que não portam registro de casamento, por uma razão qualquer, mas sempre foram casadas perante a
sociedade
- não pode ser contestado em prejuízo da prole comum, salvo se restar provado ser um dos pais já casado quando
contraiu o casamento impugnado
- quando provado judicialmente, havendo declaração judicial em sentneça, os efeitos retroagem à data do
casamento para todos os fins.
OBS.: muito comum nos sertões do Brasil; caso das pessoas que surgem do nada em determinada localidade etc.
IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS
São fatos que causam a invalidade do casamento, os quais podem ser opostos a fim de impedir sua
realização.
OBS.: como qualquer pessoa capaz pode opô-los até a conclusão da celebração, o casamento tem de ser realizado
em local público ou, se particular, às portas abertas.
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IMPEDIMENTO # INCAPACIDADE
» Impedimento : tem caráter especial, atingindo apenas determinadas pessoas.
Há autores que usam o termo "ilegitimidade", outros "inaptidão" e, ainda,
"incapacidade especial".
» Incapacidade : tem caráter geral, atingindo toda a sociedade.
Ex.: pessoa menor de 16 anos.
ART. 1521 : apresenta rol exaustivo de causa de NULIDADE do casamento » eis a
razão de poderem ser opostos por qualquer pessoa - ofensa ao interesse público.
I - ASCENDENTES : parentes os quais são ancestrais (pais, avós, bisavós etc.) - art.
1591.
- NATURAL : consangüíneos
PARENTESCO
- CIVIL : por força de lei (adoção)
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CAUSAS SUSPENSIVAS
Não são causas de impedimento porque as pessoas relacionadas no art. 1523 podem se casar
livremente, desde que ultrapassada a situação temporária que lhe gera embaraços.
IMPORTANTE : ao contrário das causas impeditivas, não podem ser argüidas por qualquer pessoa, e sim
somente pelos parentes em linha reta ou colaterais até o 2º grau.
SANÇÃO : o regime de bens será, obrigatoriamente, separação de bens (art. 1641, I). NESTE CASO, o novo
cônjuge não será seu herdeiro em 1ª vocação (regime da separação obrigatória de bens) - art. 1829, I.
I - a razão é evitar que ocorram prejuízos dos bens dos filhos em decorrência do novo
patrimônio » cônjuge é herdeiro concorrente com os descendentes.
II - o fim é evitar a confusão quanto à filiação, haja vista a presunção do art. 1597, I e II » impede-se que
o filho do casamento anterior seja reconhecido pelo cônjuge atual
OBS.: se a mulher provar que não está grávida ou que já nascera o filho da relação anterior, poderá ser
pleiteado ao juiz que o afastamento da causa suspensiva.
III - o casamento somente é extinto pela morte ou pelo divórcio : como o morto não pode casar, enquanto
não for decretado o divórcio, não se pode casar, sob pena de bigamia.
ART. 1523, III, parte final : impedir a confusão de bens de sociedades conjugais distintos, ou seja,
confusão patrimonial do casamento anterior com o atual.
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IV : enquanto não...
- encerrada a tutela : o tutelado é menor ! Ainda que púbere, somente
os pais poderiam autorizar o casamento e estes não mais existem ou foram
destituídos do poder familiar.
- encerrada a curatela : até então, o curatelado é interdito por ser incapaz.
OBS.: a lei determina que tenha sido encerrada a prestação de contas para que
não exista qualquer prejuízo patrimonial ao tutelado ou curatelado » sua
proteção é de interesse público.
INVALIDADE DO CASAMENTO
- ABSOLUTA : nulidade (art. 1548)
INVALIDADE
- RELATIVA : anulabilidade (art. 1550)
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INEXISTÊNCIA : o casamento sequer existe perante o Direito, o que, inclusive, dispensa a propositura
de ação juducial.
Ex. : pessoas do mesmo sexo; ausência de celebração, o que impede o registro (casamento de
novela).
NULIDADE : além dos casos de impedimento, estendem-se as causas para os incapazes do art.
3º, II e III.
BS.: erro técnico do art. 1549, pois o ato nulo JAMAIS gera efeitos jurídicos !!! Logo, a nulidade não
é decretada, mas declarada, pois não é a sentença que tem o condão de tornar o ato válido em
nulo.
ANULABILIDADE
São fatos que podem convalescer se não forem impugnados judicialmente nos prazos
legalmente fixados. Nesses casos, a sentença é que terá o condão de desconstituir o casamento.
I - menores impúberes (aqueles que ainda não completaram 16 anos), salvo se a menor estiver
grávida do seu nubente » legislador entende ser melhor que o recém-nascido tenha uma família
constituída.
ATENÇÃO : como o sujeito sequer tem capacidade para casar porque não atingiu a idade núbil, o
casamento é anulável ainda...