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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

CURSO PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL/ PROCESSO CIVIL

ARTIGO CIENTÍFICO

SUCESSÃO NA UNIÃO ESTÁVEL

INGRID DA CONCEIÇÃO BELGUES

Mat. 2019.2.1403

ADERLAN CRESPO

Prof. Mestre Orientador

Rio de Janeiro

2021
SUCESSÃO NA UNIÃO

ESTÁVEL

Ingrid da Conceição Belgues

RESUMO: O presente trabalho consiste em uma reflexão sobre a evolução histórica do


concubinato puro no Direito Brasileiro, do seu reconhecimento constitucional como entidade
familiar que até então somente as relações monogâmicas seriam protegidas pelo sistema
jurídico. Embora o concubinato sempre tenha existido no mundo e com toda evolução social
este assunto ainda causa muita discussão na seara do Direito de Família em especial no direito
sucessório.

PALAVRAS-CHAVES: Casamento. União Estável. Direitos Sucessórios do Companheiro.


Direitos Sucessórios do Cônjuge.

ABSTRCT: The present work consists of a reflection on the historical evolution of pure
concubinage in Brazilian Law, from its constitutional recognition as a family entity that
until then only monogamous relations would be protected by the legal system. Although
concubinage has always existed in the world and with all social evolution, this issue still
causes a lot of discussion in the area of Family Law, especially in succession law.

KEYWORDS: Marriage. Stable union. Partner's Inheritance Rights. Spouse's Inheritance


Rights.

SUMÁRIO: I – INTRODUÇÃO; II- BREVE RELATO SOBRE O CONCUBINATO/UNIÃO


ESTÁVEL; II.1. Conceito de Entidade Familiar II.2.a Do casamento II.1.b Da união Estável
II.1.d enquadramento da União Homoafetiva como União Estável – III – SUCESSÃO NA
UNIÃO ESTÁVEL; – III.1 Ausência de Escritura Declaratória de União Estável III.1.a
Inconstitucionalidade do art. 1.790 do Código Civil de 2002 (Questão da falácia) – IV –
JULGADOS – V - CONCLUSÃO; VI – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

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I – INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo trazer aos leitores os aspectos gerais do Direito
de Família, com ênfase no Direito Sucessório – Casamento e a União Estável à luz do Código
Civil de 2002.

Bem como, abordar de forma sucinta a evolução histórica do concubinato no Brasil, o


percurso do processo de regulamentação por meio da Constituição Federal de 1998, a
regulamentação para o reconhecimento da união estável via leis ordinárias de nº 8.971/94 que
dispõe sobre o direito do companheiro a alimentos e a sucessão e a Lei 9.278/96 no campo
previdenciário, e suas inovações no Código Civil 2002.

E ainda, a forma diferenciada que o Codificador trouxe o companheiro e cônjuge em


matéria sucessória, as críticas doutrinária e jurisprudencial quanto á inconstitucionalidade do
art. 1.970 do CC, sob o argumento de violação ao fundamento da dignidade humana.

E para finalizar os estudos pretende demonstrar por meio de julgados os entendimentos


dos aplicadores do direito em matéria sucessória da união estável entre pessoas de sexos
diferentes e pessoas do mesmo sexo (união homoafetiva) quanto a evolução da sociedade.

II – BREVE RELATO SOBRE O CONCUBINATO/UNIÃO ESTÁVEL

Este tipo de união sem qualquer formalidade sempre existiu, tais relacionamentos
receberam críticas e preconceitos, o nome concubina era ligado à prostituta, ou mulher devassa,
ou adjetivos pejorativos.

No século XVI, na idade média, antes da criação do casamento civil o concubinato era
visto como um casamento inferior que acabava gerando alguns direitos em favor da mulher.
Portanto, a partir da idade contemporânea no séc. XIX os tribunais franceses foram os primeiros
a julgar pretensões de concubinas como obrigação natural com caráter nitidamente econômico.

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Em 1912, na França foi estabelecida que o concubinato notório fosse fato gerador de
reconhecimento de paternidade ilegítima, influenciando a regulamentação do concubinato em
outros países.

No Brasil, o concubinato não era proibido, embora no CC de 1916 houvesse proibição


de doações feitas às concubinas, essa proibição era para defesa do patrimônio familiar e
valorizar a família legalmente constituída.

Para a doutrina a caracterização do concubinato era feito por meio de comprovação de


vida more uxório, modernamente este entendimento doutrinário foi evoluindo de que não
constituía elementar etiológica do concubinato a convivência sob o mesmo teto e a dependência
econômica da mulher, conforme a Súmula 382 do STF, “A vida em comum sob o mesmo teto,
more uxório, não é indispensável à caracterização do concubinato”.

A constituição de 1988 trouxe um avanço para o concubinato, que até então era tratado
dentro da seara do direito civil, estabelecendo como entidade familiar à união estável, devendo
o Estado facilitar a conversão em casamento ampliando a ideia de família tradicional. Em 1994,
por lei ordinária editou a Lei nº 8.971 que tratou de direito dos companheiros a alimentos e a
sucessão. Em 1996, a Lei 9.278 para regulamentação do art. 226 da CF/88, a o próprio Código
Civil atual.

No campo previdenciário o reconhecimento das uniões estáveis no Plano de Benefícios


da Previdência Social (Lei 8.213, de 24.07.1971) em seu art. 16, I, com redação dada pela Lei
9.032 de 28.04.1995.

Apesar de toda esta proteção jurídica da união estável não pode devemos confundi-la
com o casamento.

II.1. Conceito de Entidade Familiar

A família é a base da sociedade e possui especial proteção do Estado. A partir da


Constituição Federal de 1988, o conceito de família foi ampliado, tendo reconhecido que a
entidade familiar pode ser decorrente dos seguintes institutos: Casamento civil (art. 226 § § 1º
e 2º), União estável (art. 226, § 3º) e a Família monoparental (art. 226, §).

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Com base no entendimento da doutrina este rol constitucional não é taxativo, e sim,
exemplificativo, admitindo-se, portanto, outras manifestações familiares como: família
monoparental, criada por Sérgio Resende de Barros, que quer dizer família sem pais; família
homoafetiva, constituída por pessoas do mesmo sexo, criada por Maria Berenice Dias; e Família
mosaico ou pluriparental, aquela decorrente de vários casamentos ou de várias uniões estáveis.

Antes deste período a sociedade familiar biparental era a única reconhecida, as mães
solteiras eram extremamente marginalizadas, a partir deste aprimoramento. Entende-se também
como entidade familiar, a comunidade formada por um dos pais e seus descendentes.

Estas novas categorias valorizam o afeto, tendo como base o princípio da dignidade da
pessoa humana, com destaque da família socioafetiva, a função social da família ficou
consagrada pela igualdade absoluta entre os cônjuges.

Até recentemente o entendimento era de que a união estável só poderia decorrer de


relacionamentos entre pessoas de sexos diferentes, contudo, os doutrinadores com absoluta
correção começaram a atribuir o estatuto de cidadania às uniões estáveis homoafetivas, que até
então era classificada como ato nulo, sendo excluída do âmbito do direito de família.

“impositivo reconhecer a existência de um gênero de união estável que comporta mais


de uma espécie: união estável heteroafetiva e união estável homoafetiva. Ambas
merecem ser reconhecidas como entidade familiar. Havendo convivência duradoura,
pública e contínua entre duas pessoas, estabelecida com o objetivo de constituição de
família, mister reconhecer a existência de uma união estável. Independente do sexo
dos parceiros, fazem jus a mesma proteção” ( BERENICE, 2006).

O Direito Existencial de Família contemporânea é a pessoa humana, de normas


correlatadas de ordem públicas ou cogentes, não podendo ser contrariadas por convenção entre
as partes, conforme dispõe o art. 166, VI do CC.

II.1.a. Casamento versus União Estável

O codificador de 2002 em matéria que trata sobre Direito de Família encontra-se no


Título sobre o Direito Patrimonial, que foi a parte com maior inovação, onde enalteceu o

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cônjuge sobrevivente, uma vez que no Código Civil de 1916 os herdeiros necessários eram
apenas os descendentes e os ascendentes, os cônjuges e os colaterais eram considerados
herdeiros legítimos, podendo ser excluídos da sucessão por arbítrio do testador.

Permitiu alteração do regime de bens mediante pedido motivado de ambos os cônjuges;


definiu o regime de comunhão de bens parcial como regime principal, estabelecendo com
clareza a comunhão dos bens que sobrevierem ao casal na constância do casamento; permitiu
doações sem o consentimento do outro cônjuge, contudo, o cônjuge prejudicado pode
reivindicar; previu a incorporação ao monte do valor dos bens alienados em detrimento, se não
houver preferência do cônjuge lesado, ou de seus herdeiros de reivindicá-los.

Outra inovação foi igualar o cônjuge sobrevivente a herdeiro necessário aos


descendentes e ascendentes, por força do art. 1.845. Por força do art. 1.846, pertence aos
herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da herança, constituindo a legítima.

Os herdeiros necessários não podem ser afastados por vontade do autor da sucessão. É
defeso ao testador limitar, diminuir, onerar, gravar ou muito menos suprimir a legítima dos
herdeiros necessários, salvo caso de deserdação (art. 1.961 e ss).

A união estável possui como conceito como sendo a união entre homem e mulher com
convivência pública, contínua, duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de
família, ponderando as causas de impedimento do art. 1.521, salvo separação de fato ou judicial,
não a impedindo as causas suspensivas do art. 2º 1.523 e prazo de cinco anos de convivência
para o reconhecimento da união estável pelo juiz.

O regime patrimonial estabelecido foi o regime parcial de comunhão de bens, adquiridos


onerosamente por qualquer dos companheiros na constância da união estável, (art. 1.725). Salvo
pacto escrito que poderá haver outro tipo de regime. As doações feitas por um ao outro se
presume como adiantamento da meação.

II.1.b - Do casamento (Arts. 1.511 A 1.590 do CC)

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“O casamento é o vínculo jurídico entre o homem e a mulher, livres, que se unem,
segundo as formalidades legais, para obter o auxílio mútuo e espiritual, de modo que haja uma
integração fisiopsíquica, e a constituição de uma família”. (DINIZ, 2010).

“O casamento é ato jurídico negocial, solene, público e complexo, mediante o qual um


homem e uma mulher constituem família por livre manifestação de vontade e pelo
reconhecimento do Estado” (LÔBO, 2008).

Assim, podemos conceituar o Casamento como a união de duas pessoas, reconhecidas


e reguladas pelo Estado, apesar do conceito clássico mencionar “sexos distintos” deve-se
atentar para o casamento homoafetivo.

Quanto a Natureza Jurídica do Casamento podemos dizer que existem três correntes.
Teoria Institucionalista, Teoria Contratualista e a terceira corrente é a Teoria Mista ou Eclética.

A terceira corrente é a mais pertinente, podendo afirmar ser o casamento constitui um


negócio jurídico especial, com regras próprias de constituição e princípios específicos, não
existentes no campo contratual.

O Casamento é regido pelos princípios da monogamia, (art. 1521, VI, do CC), constitui
impedimento, pode gerar nulidade absoluta do casamento. (art. 1.548, II, do CC); Princípio da
Liberdade de escolha – livre escolha da pessoa de outro cônjuge. (art. 1513 do CC) e pelo
Princípio da igualdade entre os cônjuges – igualdade de direitos e deveres dos cônjuges. (art.
1511 c/c 1.565 do CC).

O processo de habilitação será feita pelo Oficial do Registro Civil com audiência do
Ministério Público. (Art. 1.526 do CC)

II.1.c - Da união estável: (Art. 1.723 a 1.727)

O conceito de concubinato é derivado latim: cum (com) e cubare (dormir):


concubinatus, o seu significado etimológico é comunhão de leito. Como já dito este tipo de
união era tido como relacionamentos adulterinos (concubinato impuro), porém, nem toda
uniões havia impedimentos, alguns o casal simplesmente optava em viver sem a formalidade
legal (concubinato puro).

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Nas palavras de Pereira (2003 p. 430), o vocábulo concubinato, “embora amplamente
utilizada entre nós, profissionais do Direito, é sempre evitado pelos leigos e, principalmente, e
principalmente entre aqueles que têm essa forma de vida”.

Com a evolução social passou a usar outra terminologia para o caso de concubinato puro
a doutrina passou a chamar de União Estável sendo reconhecida como aquela entre homem e
mulher, a partir da CF/88 passou a ser reconhecida como entidade familiar, devendo a lei
facilitar a sua conversão em casamento.

O capítulo que trata sobre a união estável pode ser feito a partir do art. 1.723 a 1.727, o
art. 1.694 trata sobre o direito da assistência da prestação de alimentos entre companheiros e o
art. 1.790 dispõe sobre direitos sucessórios do CC.

O atual CC incorporou as Leis 8.971/94 e a Lei 9.278/96, remodelando o direito


sucessório. A competência da Vara da Família permaneceu para tratar sobre união estável e o
direito real de habitação sobre o imóvel do casal, como direito sucessório, que conforme
entendimento majoritário permanece o art. 7º, § único da Lei 9.278/1996.

Art. 7 º - Parágrafo único – Dissolvida a união estável por morte de um dos conviventes, o
sobrevivente terá direito real de habitação, enquanto viver ou não constituir nova união ou
casamento, relativamente ao imóvel destinado à residência da família. (SARAIVA, 2020).

A União Estável permaneceu assim conceituada no art. 1.723, caput do CC/2002: “é


reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na
convivência pública (no sentido de notória), contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo
de constituição de família (animus familae)”.

De acordo com o Código Civil atual as expressões: pública, contínua e duradoura e


objetivo de constituição de família, são abertas e genéricas, devendo ser analisadas caso a caso,
pode-se dizer que há uma cláusula geral na constituição da união estável.

Para que haja configuração da união estável devem observar os seguintes aspectos:

 A lei não exige prazo mínimo para a sua constituição, devendo ser analisadas as
circunstâncias do caso concreto.
 Não exige prole comum;
 Não exige convivência sob o mesmo teto, Súmula 382 do STF;
 Impedimentos matrimoniais do art. 1.521 do CC também se aplicam na união estável;

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 Não se aplica as causas suspensivas do casamento do art. 1.523 do CC, não impedem a
caracterização da união estável do art. 1.723 do CC.

Embora no passado o termo concubinato fosse utilizado para denotar a união estável,
contudo, não se pode confundir união estável com concubinato, devendo usar o termo
companheira ou convivente. O termo concubina envolve amante de homem casado.
Em relação aos Institutos da União Estável pode-se dizer que baseado no art. 1.727 do
CC ela constitui uma entidade familiar, (art. 226, § 3º da CF/88); pode ser por feita por pessoas
solteiras, viúvas, divorciadas ou separadas de fato, judicialmente e extrajudicial; Denominadas
como companheiros ou conviventes; possui direito à meação patrimonial, (art. 1.725 do CC);
possui direito de cobrar alimentos,(art. 1.694); possui direitos sucessórios, (art. 1.790 do CC) e
a Competência da Vara da Família para propor ações de reconhecimento e dissolução da união
estável.
Quanto aos efeitos pessoais pode destacar o dever de lealdade, dever de respeito mútuo,
em sentido genérico; assistência mútua, moral, afetiva, patrimonial, sexual e espiritual e o dever
de guarda, sustento e educação dos filhos.

Os direitos patrimoniais decorrentes da união estável tem sua previsão no art. 1.725 do
CC que: “Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se as relações
patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens”. (SARAIVA, 2020).

Quantos os procedimentos judiciais, a dissolução de sociedade de fato foi substituída


por Ação de dissolução de União Estável, semelhante ao processo de separação do casamento.

II.1.d - Enquadramento da união homoafetiva como união estável

O termo união homoafetiva é atribuído a Maria Berenice Dias, até recentemente a união
homoafetiva era considerada pela doutrina como ato inexistente, pois o entendimento era que a
união estável somente poderia decorrer entre pessoas de sexo diferente, ficando excluído do
direito de família.

Em decisão do STF no julgamento da ADI 4.277/DF e da ADPF 132/RJ em 05 de maio


de 2011, entendeu pela aplicação por analogia, de todas as regras da união estável heteroafetiva

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para a união estável homoafetiva com efeito vinculante erga omnes, reconheceu como
constitucional a união estável entre pessoas do mesmo sexo, concedendo interpretação de
acordo com a Constituição e excluir qualquer significado do art. 1.723 do CC1.

“Proibição de discriminação das pessoas em razão do sexo, seja no plano da dicotomia


homem/mulher (gênero), seja no plano da orientação sexual de cada qual deles. A
proibição do preconceito como capítulo do constitucionalismo fraternal. Homenagem
ao pluralismo como valor sociopolítico-cultural. Liberdade para dispor da própria
sexualidade, inserida na categoria dos direitos fundamentais do indivíduo, expressão
que é da autonomia de vontade. Direito à intimidade e à vida privada. Cláusula pétrea.
O sexo das pessoas, salvo disposição constitucional expressa ou implícita em sentido
contrário, não se presta como fator de desigualação jurídica. Proibição de preconceito,
à luz do inciso IV do art. 3º da CF, por colidir frontalmente com o objetivo
constitucional de “promover o bem de todos”. Silêncio normativo da Carta Magna a
respeito do concreto uso do sexo dos indivíduos como saque da kelseniana “norma
geral negativa”, segundo a qual “o que não estiver juridicamente proibido ou obrigado,
está juridicamente permitido”. Reconhecimento do direito à preferência sexual como
direta emanação do principio da “dignidade da pessoa humana”: direito a autoestima
no mais elevado ponta da consciência do indivíduo. Direito à busca da felicidade.
Salto normativo da proibição do preconceito para a proclamação do direito à liberdade
sexual. O concreto uso da sexualidade nos planos da intimidade e da privacidade
constitucionalmente tuteladas. Autonomia da vontade. Cláusula pétrea. (...) ante a
possibilidade de interpretação em sentido preconceituoso ou discriminatório do art.
1.723 do CC, não resolúvel à luz dele próprio, faz-se necessária a utilização da técnica
de “interpretação conforme à Constituição”. Isso pode excluir do dispositivo em
qualquer significado que impeça o reconhecimento da união contínua, pública e
duradoura entre pessoas do mesmo sexo como família. Reconhecimento que é de ser
feito segundo as mesmas regras e com as mesmas consequências da união estável
heteroafetiva” (ADI4.277 e ADPF 132, Rel. Min. Ayres Brito, j. 05.05.2011, Plenário,
DJE de 14.10.2011). (LENZA, 2015)

III. SUCESSÃO NA UNIÃO ESTÁVEL

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Art. 1723 do CC: “É reconhecida como entidade familiar a união estável entre homem e mulher,
configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição
de família, ou entre duas pessoas do mesmo sexo.“ cf. Provimento n. 37/2014- CNJ.

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Comparativo das diferenças sucessórias entre o cônjuge e companheiro:

Direitos do Cônjuge:

Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:

I – aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado


este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória
de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor
da herança não houver deixado bens particulares.

II. aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;

III. ao cônjuge sobrevivente;

IV. aos colaterais.

 O cônjuge é um dos herdeiros necessários;


 O cônjuge sempre será herdeiro ou meeiro;
 Limitação à herança somente em determinados regimes de bens e quando estiver
concorrendo com os descendentes;
 Não sofre qualquer diferença em concorrência com os descendes;
 Previsão no Código Civil da concorrência do cônjuge com os descendentes, sem
qualquer diferenciação entre os descendentes (se comuns ou exclusivos);
 Não existindo descendentes ou ascendentes, herdará a herança, sem concorrer com os
demais parentes sucessíveis;
 Herdará todos os bens particulares, se não houver descendentes e nem ascendentes e;
 Possui direito real de habitação.

Direitos do Companheiro:

Art. 1.790. A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto


aos bens adquiridos, onerosamente na vigência da união estável, nas condições
seguintes:

I. Se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que
por lei for atribuída ao filho;

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II. Se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade
do que couber a cada um daqueles;
III. Se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da
herança;
IV. Não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança.

 O companheiro não está como herdeiros necessários;


 Poderá não ser herdeiro e nem meeiro;
 Pouco importa o regime de bens que eventualmente os conviventes tenham
convencionado, pois só haverá sucessão sobre os bens adquiridos onerosamente durante
a união estável. (HIRONAKA, 2010)
 O companheiro sobrevivo não possui um mínimo resguardado a título de herança;
 Herdará uma quota equivalente à do descendente, quando em concorrência com os
descendentes comuns;
 Quando concorrer com os descendentes exclusivos do autor da herança, terá direito
apenas metade do que couber a cada um deles;
 Não existe previsão no Código Civil a maneira como o companheiro concorrerá caso
exista concomitantemente tantos os descendentes comuns quanto exclusivos;
 Concorrerá com parentes sucessíveis, com direito a um terço da herança;
 Existindo bens particulares do autor da herança e caso não haja herdeiro sucessível, os
bens por força do caput do art. 1.790 deverão ir para o Poder Público, uma vez que o
companheiro só participará dos bens adquiridos onerosamente durante a união estável;
 Não possui direito real de habitação. (correção por decisões judiciais).

III.1 Ausência de Escritura Declaratória de União Estável

“Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se as relações
patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens”. (SARAIVA, 2020, art.
1.725).
A doutrina denomina o contrato escrito como “contrato de convivência” (CAHALI,
2003), onde pode ser reconhecido a união estável e pactuar o regime de bens, optando por outro
regime diferente do regime da comunhão parcial de bens. Pode ser elaborado por meio de

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escritura pública, lavrada no Tabelionato de Notas, ou por instrumento particular, registrado ou
não no Cartório de Títulos e Documentos.

“O CC/2002 encerra polêmica anterior prevendo expressamente que o regime legal


da união estável é o da comunhão parcial de bens. Assim, não se cogita mais a prova
de esforço comum para a comunicação de bens. Nesse sentido, o Enunciado n. 115 do
CJF/STJ, da Jornada de Direito Civil, pelo qual há presunção de comunhão de
aquestos na constância da união mantida entre os companheiros, sendo desnecessária
a prova de esforço comum para se comunicarem os bens adquiridos a título oneroso
durante esse período.” (TARTUCE, 2015).

Existem situações em que há necessidade de uma das partes ou seus herdeiros de provar
a existência da união estável, podem os interessados buscar com o reconhecimento para efeitos
previdenciários, sucessórios, indenizatórios, alteração de nome etc. Nesta situação, o artigo 4º,
I e II e parágrafo único, do CPC e propor ação declaratória para que a união estável seja
reconhecida.

Poderá também, se basear no artigo 861, CPC propor uma ação de justificação que
constituirá prova da existência da união estável, usada principalmente em questões
previdenciárias.

Inicialmente deverá comprovar a convivência, cunho declaratório, para depois se obter


a extinção da união estável. “Haverá dessa forma uma cumulatividade de pedidos principais,
pois se requer: seja declarada a existência da união, e reconhecida esta, seja a mesma declarada
dissolvida. Existindo, uma relação de prejudicialidade entre os pedidos, pois para o segundo ser
apreciado é preciso que o primeiro seja acolhido”. Para Alexandre Lazzarini o entendimento é
que:

[...] importante observar que nada impede a discussão da convivência em caráter


incidental, como simples questão prejudicial ao pedido de dissolução de concubinato,
Ocorrerá então uma hipótese de admissibilidade da ação declaratória incidental (art.
325 do Código de Processo Civil), já que se trata de uma relação jurídica e não de
uma relação de fato. (LAZZARINI).

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Os meios de provas que podem ser utilizados para comprovação da união estável são: o
casamento religioso, a certidão de nascimento de filho comum, a inscrição do (a) companheiro
(a), como dependente na Declaração de Imposto de Renda entre outras.

III .1.a. Inconstitucionalidade do art. 1.790 CC 2002 – (questão da falácia)

Em atenção ao artigo 1.790 do CC no que se refere a vocação hereditária do


companheiro de início atenta ao fato está deslocado nas disposições gerais, onde devia estar
alocado no art. 1.829. Enquanto o cônjuge passa de herdeiro especial para herdeiro necessário
(art.1.845) tendo sua legítima assegurada o companheiro passa a igual status, onde o autor da
herança poderá testar à integridade do patrimônio, resguardado a meação.

O companheiro de acordo com o caput do art. 1.790 somente herdará o conjunto dos
bens adquiridos na vigência da união estável, enquanto a Lei 8.971/94 o companheiro poderia
herdar integralmente o acervo na falta de ascendentes e descendentes, devendo ressaltar que o
companheiro não possui direito real de habitação, nem uso fruto.

Outra questão controvertida ainda neste artigo é o caput e o inciso IV que dispõe o
companheiro não havendo parentes sucessíveis terá direito à totalidade da herança. Por outro
lado, amplia o direito sucessório do companheiro que passa a concorrer em igualdade condições
com filhos comuns.

Outra manifestação de discriminação em relação ao companheiro, onde o cônjuge em


concorrência com os filhos comuns possui assegurado no mínimo uma quarta parte da herança.

Concorrendo com parentes colaterais, o companheiro terá direito a receber um terço da


herança, destacando que este um terço é dos bens adquiridos durante a relação, quanto ao
demais tocarão ao colateral.

Destacando ainda, que o Código Civil não ter contemplado ao companheiro o direito
real de habitação, nem do uso fruto, que antes estavam presente na Lei 8.971/94 e 9.278/96,
contudo, conforme o Enunciado 117 CJF/STJ, da Jornada de Direito Civil: O direito real de
habitação deve ser estendido ao companheiro, sendo por não ter sido revogada a previsão da

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Lei n. 9.278/96 seja por interpretação analógica do art. 1.831, informado pelo art. 6º, caput da
CF/88. Entendimento que tem prevalecido.

Concluindo, em reconhecimento aos equívocos enumerados, o relator do Código Civil


na Câmara dos Deputados, Deputado Ricardo Fiúza, para reparar os equívocos encaminhou
proposta de alteração do art. 1.790, através da PL 6960/02 que acabou arquivada.

III. JULGADOS

STJ, REsp 820475/RJ, Rel. Min. Antonio de Pádua Ribeiro, Rel. p/ Acórdão Min.
Luiz Felipe Salomão, 4ª Turma, j 02.09.2008, DJe 06.02.2008. por maioria dos votos,
o STJ conclui, pela primeira vez, que a união homoafetiva deveria ser reconhecida
como entidade familiar, aplicando-se por analogia, as mesmas regras da união estável.
A situação fática se referia a um pedido de permanência de um estrangeiro no Brasil
baseado na existência de entidade familiar. O pedido foi julgado juridicamente
impossível em primeira e segunda instâncias pelo Tribunal do Rio de Janeiro, pois
propostas a demanda perante a Vara da Família. O Tribunal Superior reverteu o
entendimento anterior, devolvendo o processo para julgado pela inferior instância.

“Família. Uniões estáveis simultâneas. Pensão. In casu, o de cujos foi casado com a
recorrida e, ao separar-se consensualmente dela, iniciou um relacionamento afetivo
com a recorrente, o qual durou de 1994 até o óbito dele em 2003. Sucede que, com a
decretação do divórcio em 1999, a recorrida voltaram a se relacionar, e esse novo
relacionamento também durou até a sua morte. Diante disso, as duas buscaram,
mediante ação judicial, o reconhecimento de união estável, consequentemente, o
direito à pensão do falecido. O juiz de primeiro grau, entendendo haver elementos
inconfundíveis caracterizadores de união estável existente entre o de cujos e as
demandantes, julgou ambos os pedidos procedentes, reconhecendo as uniões estáveis
simultâneas e, por conseguinte, determinou o pagamento da pensão em favor de
ambas, na proporção de 50% para cada uma. Na apelação interposta pela ora
recorrente, a sentença foi mantida. Assim, a questão em saber sob a perspectiva do
Direito, se há viabilidade jurídica a amparar o reconhecimento de uniões estáveis
simultâneas. Nesta instância especial, ao apreciar o REsp. inicialmente se observou
que a análise dos requisitos ínsitos à união estável deve centrar-se na conjunção de
fatores presentes em cada hipótese, como a affectio societatis familiar, a participação
de esforços, a posse do estado de casado, a continuidade da união, a fidelidade, entre

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outros. Desse modo, entendeu-se que, no caso, a despeito do reconhecimento, na
dicção do acórdão recorrido, da união estável entre o falecido e sua ex-mulher em
concomitância com união estável preexistente por ele mantida com a recorrente, é
certo que o casamento válido entre os ex-cônjuges já fora dissolvido pelo divórcio nos
termos do art. 1.571 § 1º, do CC 2002, rompendo-se definitivamente, os laços
matrimoniais outrora existentes. Destarte, a continuidade da relação sob a roupagem
de união estável não se enquadra nos moldes da norma civil vigente (art. 1.724 do
CC/2002), porquanto esse relacionamento encontra obstáculo intransponível no dever
de lealdade a ser observado entre os companheiros. Ressaltou-se que uma sociedade
que apresenta como elemento estrutural a monogamia não pode atenuar o dever de
fidelidade, que integra o conceito de lealdade para o fim de inserir, no âmbito do
Direito de Família, relações afetivas paralelas e, por consequência, desleais, sem
descurar do fato de que o núcleo familiar contemporâneo tem como escopo a
realização dos seus integrantes, vale dizer, a busca da felicidade. Assinalou-se que, na
espécie, a relação mantida entre o falecido e a recorrida (ex- esposa), despida dos
requisitos caracterizadores da união estável, poderá ser reconhecida como sociedade
de fato, caso deduzido pedido em processo diverso, para que o poder judiciário não
deite em solo infértil relacionamentos que efetivamente existem no cenário dinâmico
e fluido dessa nossa atual sociedade volátil. Assentou-se também, que ignorar os
desdobramentos familiares em suas infinitas incursões, em que núcleos afetivos
justapõem-se, em relações paralelas, concomitantes e simultâneas, seria o mesmo que
deixar de julgar com base na ausência de lei específica. Dessa forma, na hipótese de
eventual interesse na partilha de bens deixados pelo falecido, deverá a recorrida fazer
prova, em processo diverso, repita-se, de eventual esforço comum. Com estas
considerações, entre outras, a Turma deu provimento ao recurso, para declarar o
reconhecimento da união estável mantida entre o falecido e a recorrente e determinar,
por conseguinte, o pagamento da pensão por morte em favor unicamente dela,
companheira do falecido”. (STJ, REsp 1.157.273-RN, Rel. Min. Nancy Andrighi, j
18.05.2010).

Como podemos perceber, no que diz respeito à união estável é uma questão de uma
verdadeira “caçada de direitos” desde o primeiro julgado em 2008 sobre o reconhecimento da
união estável homoafetiva o tema já evolui bastante, tendo sido a questão resolvida pela ADPF
132/RJ e da ADI 4.277/DF em 2011 pelo STF, sendo assim considerada a união homoafetiva
como família, por meio de escritura pública, sendo possível converte em casamento. Entendeu
o STF que não poderia de deixa de julgar procedente o pedido, por merecer a proteção integral
do estado. Com efeito vinculante erga omnes, o seu enquadramento resultou a ampliação da
interpretação sobre união estável alterando os dispositivos legais dos arts. 1.723, 1.724, 1.725,
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1726, 1.727, 1.694 a 1.710 e 1.790 do CC/2002. Assim, tentou o STF vencer as barreiras do
preconceito e da discriminação reconhecendo o direito da minoria em reconhecimento de um
país democrático de direitos.

No segundo julgado, o STJ, deixou claro o seu repúdio contra a ideia de relações
plúrimas ou paralelas, em virtude da monogamia à união estável. Contudo a questão de
discussão é a má fé, já que não é isolado o relacionamento paralelo, atualmente, inclusive já se
fala em poliamor, onde as pessoas possui um relacionamento aberto e de conhecimento dos
envolvidos. Como afirmar que as pessoas envolvidas neste tipo de relacionamento não agiam
com fidelidade, uma vez que as famílias não são semelhantes. É certo que o direito que trata
das questões familiares ainda será objeto de várias polêmicas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Até alcançar o reconhecimento da união estável como instituto familiar este tipo de
formação de família foi alvo de muitas polêmicas, a Carta Maior trouxe uma nova roupagem
para a palavra “concubinato puro” que embora sempre tenha existido, deixou de ser visto como
atividade extraconjugal, ao reconhecê-la como uma entidade constitucional, confirmando a
Vara da Família para apreciar as ações a ela relacionadas, ante o fundamento da dignidade da
pessoa humana, ampliando o conceito de família.

Portanto podemos afirmar que as Leis ordinárias de nº 8.971/94 e 9.278/96 criadas para
regulamentar questões de direitos materiais que não foram tratados no art. 226 § 3º da
Constituição Federal/88, que dispõe que a Lei deverá facilitar a conversão da união estável em
casamento. Onde podemos dizer que originou três correntes de interpretação: a) o casamento é
superior à união estável, b) casamento é diferente de união estável e c) casamento é igual à
união estável.

As Leis 8.971/94 e 8.971/96 foram editadas para estipularem os requisitos de


reconhecimento de união estável, estabeleceram direitos e deveres dos companheiros a
alimento, sucessão, meação e conversão da união estável em casamento. A edição do Código
Civil de 2002, não trouxe grandes novidades para o direito concubinário, contudo, podemos
destacar mudanças para caracterizar a união estável sendo desnecessário o decurso de tempo

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mínimo, carência de impedimentos legais ou matrimonio civil válido, possibilitou a união
estável entre pessoas casadas e separadas de fato.

No caso da sucessão na união estável, nas regras do direito sucessório, finalmente está
normatizada no CC, as críticas ficaram a cargo de o Codificador ter colocado o companheiro
em situação inferior ao do cônjuge, salientado no art. 1.970 do CC que são: o direito sucessório
apenas aos bens adquiridos onerosamente na constância da união, condição de herdeiro não
necessário, a ordem da vocação hereditária do companheiro e sãs cotas da herança
gradativamente e injustamente diminuídas, a falta de direito real de habitação.

Assim, podemos concluir que embora sejam os mesmos institutos familiares, casamento
e a união estável, a sua equiparação quanto aos direito sucessórios ainda será questão de muita
polêmica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ABATTI, Heloísa Chaves, Tratamento Equiparado entre o Direito Sucessório do Companheiro


e do Cônjuge em Face da Isonomia Constitucional: Análise Jurisprudencial dos Tribunais de
Justiça da Região Sul acerca do artigo 1.790 do Código Civil de 2002. Pesquisado em

CAHALI, Francisco José. Contrato de Convivência. São Paulo: Saraiva, 2003.

DIAS, Maria Berenice. Manual de Direitos das Famílias. 5. Ed. São Paulo; RT, 2009, p. 47.

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LENZA, Pedro, Direito constitucional esquematizado/ Pedro Lenza. 19 ed. Ver. Atual e ampl.

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VADE, Mecum tradicional / obra coletiva com a colaboração de Livia Céspedes e Fabiana Dias

da Rocha – 29 ed – São Paulo: Saraiva Educação, 2020.

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