Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ARTIGO CIENTÍFICO
Mat. 2019.2.1403
ADERLAN CRESPO
Rio de Janeiro
2021
SUCESSÃO NA UNIÃO
ESTÁVEL
ABSTRCT: The present work consists of a reflection on the historical evolution of pure
concubinage in Brazilian Law, from its constitutional recognition as a family entity that
until then only monogamous relations would be protected by the legal system. Although
concubinage has always existed in the world and with all social evolution, this issue still
causes a lot of discussion in the area of Family Law, especially in succession law.
2
I – INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo trazer aos leitores os aspectos gerais do Direito
de Família, com ênfase no Direito Sucessório – Casamento e a União Estável à luz do Código
Civil de 2002.
Este tipo de união sem qualquer formalidade sempre existiu, tais relacionamentos
receberam críticas e preconceitos, o nome concubina era ligado à prostituta, ou mulher devassa,
ou adjetivos pejorativos.
No século XVI, na idade média, antes da criação do casamento civil o concubinato era
visto como um casamento inferior que acabava gerando alguns direitos em favor da mulher.
Portanto, a partir da idade contemporânea no séc. XIX os tribunais franceses foram os primeiros
a julgar pretensões de concubinas como obrigação natural com caráter nitidamente econômico.
3
Em 1912, na França foi estabelecida que o concubinato notório fosse fato gerador de
reconhecimento de paternidade ilegítima, influenciando a regulamentação do concubinato em
outros países.
A constituição de 1988 trouxe um avanço para o concubinato, que até então era tratado
dentro da seara do direito civil, estabelecendo como entidade familiar à união estável, devendo
o Estado facilitar a conversão em casamento ampliando a ideia de família tradicional. Em 1994,
por lei ordinária editou a Lei nº 8.971 que tratou de direito dos companheiros a alimentos e a
sucessão. Em 1996, a Lei 9.278 para regulamentação do art. 226 da CF/88, a o próprio Código
Civil atual.
Apesar de toda esta proteção jurídica da união estável não pode devemos confundi-la
com o casamento.
4
Com base no entendimento da doutrina este rol constitucional não é taxativo, e sim,
exemplificativo, admitindo-se, portanto, outras manifestações familiares como: família
monoparental, criada por Sérgio Resende de Barros, que quer dizer família sem pais; família
homoafetiva, constituída por pessoas do mesmo sexo, criada por Maria Berenice Dias; e Família
mosaico ou pluriparental, aquela decorrente de vários casamentos ou de várias uniões estáveis.
Antes deste período a sociedade familiar biparental era a única reconhecida, as mães
solteiras eram extremamente marginalizadas, a partir deste aprimoramento. Entende-se também
como entidade familiar, a comunidade formada por um dos pais e seus descendentes.
Estas novas categorias valorizam o afeto, tendo como base o princípio da dignidade da
pessoa humana, com destaque da família socioafetiva, a função social da família ficou
consagrada pela igualdade absoluta entre os cônjuges.
5
cônjuge sobrevivente, uma vez que no Código Civil de 1916 os herdeiros necessários eram
apenas os descendentes e os ascendentes, os cônjuges e os colaterais eram considerados
herdeiros legítimos, podendo ser excluídos da sucessão por arbítrio do testador.
Os herdeiros necessários não podem ser afastados por vontade do autor da sucessão. É
defeso ao testador limitar, diminuir, onerar, gravar ou muito menos suprimir a legítima dos
herdeiros necessários, salvo caso de deserdação (art. 1.961 e ss).
A união estável possui como conceito como sendo a união entre homem e mulher com
convivência pública, contínua, duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de
família, ponderando as causas de impedimento do art. 1.521, salvo separação de fato ou judicial,
não a impedindo as causas suspensivas do art. 2º 1.523 e prazo de cinco anos de convivência
para o reconhecimento da união estável pelo juiz.
6
“O casamento é o vínculo jurídico entre o homem e a mulher, livres, que se unem,
segundo as formalidades legais, para obter o auxílio mútuo e espiritual, de modo que haja uma
integração fisiopsíquica, e a constituição de uma família”. (DINIZ, 2010).
Quanto a Natureza Jurídica do Casamento podemos dizer que existem três correntes.
Teoria Institucionalista, Teoria Contratualista e a terceira corrente é a Teoria Mista ou Eclética.
O Casamento é regido pelos princípios da monogamia, (art. 1521, VI, do CC), constitui
impedimento, pode gerar nulidade absoluta do casamento. (art. 1.548, II, do CC); Princípio da
Liberdade de escolha – livre escolha da pessoa de outro cônjuge. (art. 1513 do CC) e pelo
Princípio da igualdade entre os cônjuges – igualdade de direitos e deveres dos cônjuges. (art.
1511 c/c 1.565 do CC).
O processo de habilitação será feita pelo Oficial do Registro Civil com audiência do
Ministério Público. (Art. 1.526 do CC)
7
Nas palavras de Pereira (2003 p. 430), o vocábulo concubinato, “embora amplamente
utilizada entre nós, profissionais do Direito, é sempre evitado pelos leigos e, principalmente, e
principalmente entre aqueles que têm essa forma de vida”.
Com a evolução social passou a usar outra terminologia para o caso de concubinato puro
a doutrina passou a chamar de União Estável sendo reconhecida como aquela entre homem e
mulher, a partir da CF/88 passou a ser reconhecida como entidade familiar, devendo a lei
facilitar a sua conversão em casamento.
O capítulo que trata sobre a união estável pode ser feito a partir do art. 1.723 a 1.727, o
art. 1.694 trata sobre o direito da assistência da prestação de alimentos entre companheiros e o
art. 1.790 dispõe sobre direitos sucessórios do CC.
Art. 7 º - Parágrafo único – Dissolvida a união estável por morte de um dos conviventes, o
sobrevivente terá direito real de habitação, enquanto viver ou não constituir nova união ou
casamento, relativamente ao imóvel destinado à residência da família. (SARAIVA, 2020).
Para que haja configuração da união estável devem observar os seguintes aspectos:
A lei não exige prazo mínimo para a sua constituição, devendo ser analisadas as
circunstâncias do caso concreto.
Não exige prole comum;
Não exige convivência sob o mesmo teto, Súmula 382 do STF;
Impedimentos matrimoniais do art. 1.521 do CC também se aplicam na união estável;
8
Não se aplica as causas suspensivas do casamento do art. 1.523 do CC, não impedem a
caracterização da união estável do art. 1.723 do CC.
Embora no passado o termo concubinato fosse utilizado para denotar a união estável,
contudo, não se pode confundir união estável com concubinato, devendo usar o termo
companheira ou convivente. O termo concubina envolve amante de homem casado.
Em relação aos Institutos da União Estável pode-se dizer que baseado no art. 1.727 do
CC ela constitui uma entidade familiar, (art. 226, § 3º da CF/88); pode ser por feita por pessoas
solteiras, viúvas, divorciadas ou separadas de fato, judicialmente e extrajudicial; Denominadas
como companheiros ou conviventes; possui direito à meação patrimonial, (art. 1.725 do CC);
possui direito de cobrar alimentos,(art. 1.694); possui direitos sucessórios, (art. 1.790 do CC) e
a Competência da Vara da Família para propor ações de reconhecimento e dissolução da união
estável.
Quanto aos efeitos pessoais pode destacar o dever de lealdade, dever de respeito mútuo,
em sentido genérico; assistência mútua, moral, afetiva, patrimonial, sexual e espiritual e o dever
de guarda, sustento e educação dos filhos.
Os direitos patrimoniais decorrentes da união estável tem sua previsão no art. 1.725 do
CC que: “Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se as relações
patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens”. (SARAIVA, 2020).
O termo união homoafetiva é atribuído a Maria Berenice Dias, até recentemente a união
homoafetiva era considerada pela doutrina como ato inexistente, pois o entendimento era que a
união estável somente poderia decorrer entre pessoas de sexo diferente, ficando excluído do
direito de família.
9
para a união estável homoafetiva com efeito vinculante erga omnes, reconheceu como
constitucional a união estável entre pessoas do mesmo sexo, concedendo interpretação de
acordo com a Constituição e excluir qualquer significado do art. 1.723 do CC1.
1
Art. 1723 do CC: “É reconhecida como entidade familiar a união estável entre homem e mulher,
configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição
de família, ou entre duas pessoas do mesmo sexo.“ cf. Provimento n. 37/2014- CNJ.
10
Comparativo das diferenças sucessórias entre o cônjuge e companheiro:
Direitos do Cônjuge:
Direitos do Companheiro:
I. Se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que
por lei for atribuída ao filho;
11
II. Se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade
do que couber a cada um daqueles;
III. Se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da
herança;
IV. Não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança.
“Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se as relações
patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens”. (SARAIVA, 2020, art.
1.725).
A doutrina denomina o contrato escrito como “contrato de convivência” (CAHALI,
2003), onde pode ser reconhecido a união estável e pactuar o regime de bens, optando por outro
regime diferente do regime da comunhão parcial de bens. Pode ser elaborado por meio de
12
escritura pública, lavrada no Tabelionato de Notas, ou por instrumento particular, registrado ou
não no Cartório de Títulos e Documentos.
Existem situações em que há necessidade de uma das partes ou seus herdeiros de provar
a existência da união estável, podem os interessados buscar com o reconhecimento para efeitos
previdenciários, sucessórios, indenizatórios, alteração de nome etc. Nesta situação, o artigo 4º,
I e II e parágrafo único, do CPC e propor ação declaratória para que a união estável seja
reconhecida.
Poderá também, se basear no artigo 861, CPC propor uma ação de justificação que
constituirá prova da existência da união estável, usada principalmente em questões
previdenciárias.
13
Os meios de provas que podem ser utilizados para comprovação da união estável são: o
casamento religioso, a certidão de nascimento de filho comum, a inscrição do (a) companheiro
(a), como dependente na Declaração de Imposto de Renda entre outras.
O companheiro de acordo com o caput do art. 1.790 somente herdará o conjunto dos
bens adquiridos na vigência da união estável, enquanto a Lei 8.971/94 o companheiro poderia
herdar integralmente o acervo na falta de ascendentes e descendentes, devendo ressaltar que o
companheiro não possui direito real de habitação, nem uso fruto.
Outra questão controvertida ainda neste artigo é o caput e o inciso IV que dispõe o
companheiro não havendo parentes sucessíveis terá direito à totalidade da herança. Por outro
lado, amplia o direito sucessório do companheiro que passa a concorrer em igualdade condições
com filhos comuns.
Destacando ainda, que o Código Civil não ter contemplado ao companheiro o direito
real de habitação, nem do uso fruto, que antes estavam presente na Lei 8.971/94 e 9.278/96,
contudo, conforme o Enunciado 117 CJF/STJ, da Jornada de Direito Civil: O direito real de
habitação deve ser estendido ao companheiro, sendo por não ter sido revogada a previsão da
14
Lei n. 9.278/96 seja por interpretação analógica do art. 1.831, informado pelo art. 6º, caput da
CF/88. Entendimento que tem prevalecido.
III. JULGADOS
STJ, REsp 820475/RJ, Rel. Min. Antonio de Pádua Ribeiro, Rel. p/ Acórdão Min.
Luiz Felipe Salomão, 4ª Turma, j 02.09.2008, DJe 06.02.2008. por maioria dos votos,
o STJ conclui, pela primeira vez, que a união homoafetiva deveria ser reconhecida
como entidade familiar, aplicando-se por analogia, as mesmas regras da união estável.
A situação fática se referia a um pedido de permanência de um estrangeiro no Brasil
baseado na existência de entidade familiar. O pedido foi julgado juridicamente
impossível em primeira e segunda instâncias pelo Tribunal do Rio de Janeiro, pois
propostas a demanda perante a Vara da Família. O Tribunal Superior reverteu o
entendimento anterior, devolvendo o processo para julgado pela inferior instância.
“Família. Uniões estáveis simultâneas. Pensão. In casu, o de cujos foi casado com a
recorrida e, ao separar-se consensualmente dela, iniciou um relacionamento afetivo
com a recorrente, o qual durou de 1994 até o óbito dele em 2003. Sucede que, com a
decretação do divórcio em 1999, a recorrida voltaram a se relacionar, e esse novo
relacionamento também durou até a sua morte. Diante disso, as duas buscaram,
mediante ação judicial, o reconhecimento de união estável, consequentemente, o
direito à pensão do falecido. O juiz de primeiro grau, entendendo haver elementos
inconfundíveis caracterizadores de união estável existente entre o de cujos e as
demandantes, julgou ambos os pedidos procedentes, reconhecendo as uniões estáveis
simultâneas e, por conseguinte, determinou o pagamento da pensão em favor de
ambas, na proporção de 50% para cada uma. Na apelação interposta pela ora
recorrente, a sentença foi mantida. Assim, a questão em saber sob a perspectiva do
Direito, se há viabilidade jurídica a amparar o reconhecimento de uniões estáveis
simultâneas. Nesta instância especial, ao apreciar o REsp. inicialmente se observou
que a análise dos requisitos ínsitos à união estável deve centrar-se na conjunção de
fatores presentes em cada hipótese, como a affectio societatis familiar, a participação
de esforços, a posse do estado de casado, a continuidade da união, a fidelidade, entre
15
outros. Desse modo, entendeu-se que, no caso, a despeito do reconhecimento, na
dicção do acórdão recorrido, da união estável entre o falecido e sua ex-mulher em
concomitância com união estável preexistente por ele mantida com a recorrente, é
certo que o casamento válido entre os ex-cônjuges já fora dissolvido pelo divórcio nos
termos do art. 1.571 § 1º, do CC 2002, rompendo-se definitivamente, os laços
matrimoniais outrora existentes. Destarte, a continuidade da relação sob a roupagem
de união estável não se enquadra nos moldes da norma civil vigente (art. 1.724 do
CC/2002), porquanto esse relacionamento encontra obstáculo intransponível no dever
de lealdade a ser observado entre os companheiros. Ressaltou-se que uma sociedade
que apresenta como elemento estrutural a monogamia não pode atenuar o dever de
fidelidade, que integra o conceito de lealdade para o fim de inserir, no âmbito do
Direito de Família, relações afetivas paralelas e, por consequência, desleais, sem
descurar do fato de que o núcleo familiar contemporâneo tem como escopo a
realização dos seus integrantes, vale dizer, a busca da felicidade. Assinalou-se que, na
espécie, a relação mantida entre o falecido e a recorrida (ex- esposa), despida dos
requisitos caracterizadores da união estável, poderá ser reconhecida como sociedade
de fato, caso deduzido pedido em processo diverso, para que o poder judiciário não
deite em solo infértil relacionamentos que efetivamente existem no cenário dinâmico
e fluido dessa nossa atual sociedade volátil. Assentou-se também, que ignorar os
desdobramentos familiares em suas infinitas incursões, em que núcleos afetivos
justapõem-se, em relações paralelas, concomitantes e simultâneas, seria o mesmo que
deixar de julgar com base na ausência de lei específica. Dessa forma, na hipótese de
eventual interesse na partilha de bens deixados pelo falecido, deverá a recorrida fazer
prova, em processo diverso, repita-se, de eventual esforço comum. Com estas
considerações, entre outras, a Turma deu provimento ao recurso, para declarar o
reconhecimento da união estável mantida entre o falecido e a recorrente e determinar,
por conseguinte, o pagamento da pensão por morte em favor unicamente dela,
companheira do falecido”. (STJ, REsp 1.157.273-RN, Rel. Min. Nancy Andrighi, j
18.05.2010).
Como podemos perceber, no que diz respeito à união estável é uma questão de uma
verdadeira “caçada de direitos” desde o primeiro julgado em 2008 sobre o reconhecimento da
união estável homoafetiva o tema já evolui bastante, tendo sido a questão resolvida pela ADPF
132/RJ e da ADI 4.277/DF em 2011 pelo STF, sendo assim considerada a união homoafetiva
como família, por meio de escritura pública, sendo possível converte em casamento. Entendeu
o STF que não poderia de deixa de julgar procedente o pedido, por merecer a proteção integral
do estado. Com efeito vinculante erga omnes, o seu enquadramento resultou a ampliação da
interpretação sobre união estável alterando os dispositivos legais dos arts. 1.723, 1.724, 1.725,
16
1726, 1.727, 1.694 a 1.710 e 1.790 do CC/2002. Assim, tentou o STF vencer as barreiras do
preconceito e da discriminação reconhecendo o direito da minoria em reconhecimento de um
país democrático de direitos.
No segundo julgado, o STJ, deixou claro o seu repúdio contra a ideia de relações
plúrimas ou paralelas, em virtude da monogamia à união estável. Contudo a questão de
discussão é a má fé, já que não é isolado o relacionamento paralelo, atualmente, inclusive já se
fala em poliamor, onde as pessoas possui um relacionamento aberto e de conhecimento dos
envolvidos. Como afirmar que as pessoas envolvidas neste tipo de relacionamento não agiam
com fidelidade, uma vez que as famílias não são semelhantes. É certo que o direito que trata
das questões familiares ainda será objeto de várias polêmicas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Até alcançar o reconhecimento da união estável como instituto familiar este tipo de
formação de família foi alvo de muitas polêmicas, a Carta Maior trouxe uma nova roupagem
para a palavra “concubinato puro” que embora sempre tenha existido, deixou de ser visto como
atividade extraconjugal, ao reconhecê-la como uma entidade constitucional, confirmando a
Vara da Família para apreciar as ações a ela relacionadas, ante o fundamento da dignidade da
pessoa humana, ampliando o conceito de família.
Portanto podemos afirmar que as Leis ordinárias de nº 8.971/94 e 9.278/96 criadas para
regulamentar questões de direitos materiais que não foram tratados no art. 226 § 3º da
Constituição Federal/88, que dispõe que a Lei deverá facilitar a conversão da união estável em
casamento. Onde podemos dizer que originou três correntes de interpretação: a) o casamento é
superior à união estável, b) casamento é diferente de união estável e c) casamento é igual à
união estável.
17
mínimo, carência de impedimentos legais ou matrimonio civil válido, possibilitou a união
estável entre pessoas casadas e separadas de fato.
No caso da sucessão na união estável, nas regras do direito sucessório, finalmente está
normatizada no CC, as críticas ficaram a cargo de o Codificador ter colocado o companheiro
em situação inferior ao do cônjuge, salientado no art. 1.970 do CC que são: o direito sucessório
apenas aos bens adquiridos onerosamente na constância da união, condição de herdeiro não
necessário, a ordem da vocação hereditária do companheiro e sãs cotas da herança
gradativamente e injustamente diminuídas, a falta de direito real de habitação.
Assim, podemos concluir que embora sejam os mesmos institutos familiares, casamento
e a união estável, a sua equiparação quanto aos direito sucessórios ainda será questão de muita
polêmica.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direitos das Famílias. 5. Ed. São Paulo; RT, 2009, p. 47.
DINIZ , Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Direito de Família. São Paulo:
Saraiva, 2005. V. 5, p.44.
DINIZ , Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Direito de Família. São Paulo:
Saraiva, 2009. V. 5, p.355.
FRANÇA, Rubens Limongi. Instituições de Direito Civil. 4. Ed. São Paulo: Saraiva, 1996, p.
225.
18
HIRONAKA, Giselda Maria Fernandes Novaes. Da Ordem da Vocação Hereditária nos
Direitos Brasileiro e Italiano, p. 207.
LENZA, Pedro, Direito constitucional esquematizado/ Pedro Lenza. 19 ed. Ver. Atual e ampl.
LÔBO, Paulo Luiz Netto. Famílias. São Paulo: Ed. Saraiva 2008. P. 76.
SANTOS, Luiz Felipe Brasil, A sucessão dos companheiros no novo código civil.
VADE, Mecum tradicional / obra coletiva com a colaboração de Livia Céspedes e Fabiana Dias
19