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SÃO PAULO
2020
ALANNA JÚLIA E SILVEIRA NASCIMENTO
São Paulo
2020
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ………………………………………………………………………...
CAPITULO 1 CASAMENTO…………………………………………………………
1.1 Introdução……………………………………………………………….…………...
CONCLUSÃO……………………………………………………………………………
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA…………………………………………………...
CAPITULO I – CASAMENTO
1.2 Introdução
1
MONTEIRO, Washington; SILVA, Regina. Curso de Direito Civil: Direito de Família, 2012, p. 31.
2
TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil: Volume Único, 2017, 7ª ed., p. 792.
espiritual, de modo que haja uma integração fisiopsíquica, e a
constituição de uma família.
Em relação a distinção de sexo para constituir o casamento, atualmente o Brasil
admite o casamento entre pessoas do mesmo sexo, assim especifica a VII Jornada de
Direito Civil, enunciado nº 601, frisa-se que não houve mudança na legislação sobre o
tema, apenas alteração na doutrina e na jurisprudência. Destaca-se que todos os efeitos
pessoais e patrimoniais recaem para união homoafetiva.
A doutrinadora Maria Helena Diniz é defensora dessa teoria, a qual explica, por
ser o matrimônio a mais importante das transações humanas, uma das bases de toda
constituição da sociedade civilizada, filiamo-nos à teoria institucionalista, que o
considera uma instituição social.4
A teoria contratualista foi acolhida pelo Código de Napoleão que surgiu no séc.
XIX, no direito canônico, e defendia que o casamento é um negócio júridico,
formalizado pelo contrato civil, regido pelas normas comuns de um contrato e
estabelicido pelos consentimento dos contraentes, isso como elemento fundamental
para constituição do vínculo matrimonial.
3
“Tudo no casamento resiste à ideia de um contrato, exceto o consentimento dos futuros cônjuges, que o
originam”.
4
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro; Direito de Família, 26. ed., São Paulo, Saraiva,
2011, v. 5, p. 56.
5
MONTEIRO, Washington; SILVA, Regina. Curso de Direito Civil: Direito de Família, 2012, p. 33.
Carlos Roberto Gonçalves explica que tal concepção representava uma reação à
ideia de caráter religioso que vislumbrava no casamento um sacramento. Segundo os
seus adeptos, aplicavam-se aos casamentos as regras comuns a todos os contratos.6
6
GONÇALVES, Carlos. Direito Civil brasileiro: Direito de Família, 2018, p. 26
1.3 Casamento nulo
A partir dessa revogação, podem casar pessoas com enfermidade mental, não
sendo consideradas mais absolutamente incapazes, ou seja, afastando a nulidade desse
ato. Sob o mesmo ponto de vista, o doutrinador Flávio Tartuce comenta que a
possibilidade atual de casamento dessas pessoas parece tender a alcançar tais objetivos,
nos termos do que consta do art. 6.º da mesma Lei 13.146/2015.7
Já o inciso II expressa de forma geral que será nulo o casamento por infringência
de impedimento, encontra-se previstos os impedimentos no artigo 1.521 do Código
Código Civil.:
7
TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil: Volume Único, 2017, 7ª ed., p. 805.
V - o adotado com o filho do adotante;
VI - as pessoas casadas;
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou
tentativa de homicídio contra o seu consorte.
Dito isso, sogro e nora, genro e sogra, madrasta e enteado não podem conceder
uma relação matrimônial, mesmo que o vínculo entre eles estejam dissolvido, de acordo
com o artigo 1.595 §2 do Código Civil 8. O motivo de estarem proibidos de constituirem
o casamento, ressalta alguns doutrinadores que o parentesco continua por questões
morais e éticas, como também a sucessórias.
Ocorre com maior frequência casos de pessoas casadas (VI) formarem um novo
casamento, caracterizando-se a bigamia e ocorrendo a nulidade do ato praticado.
8
Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade.
§ 2º Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável.
9
Art. 1.522. Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da celebração do casamento, por
qualquer pessoa capaz.
Além do mais, frisa-se o iluste autor Carlos Roberto Gonçalves que a declaração
de nulidade proclama, retroativamente, jamais ter existido casamento válido. Por isso
diz-se que, em princípio, a nulidade produz efeitos ex tunc.10 Significa dizer que, os
efeitos de uma determinada lei ou sentença serão aplicados de forma retroativa, ou seja,
seus efeitos atingem também em uma decisão formada no passado.
10
GONÇALVES, Carlos. Direito Civil brasileiro: Direito de Família, 2018, p. 77.
Em relação ao inciso I, a idade mínima para casar é dezesseis (16) anos,
conforme lista o artigo 1.517 do Código Civil. Entretanto, para casar-se aos dezesseis
(16) anos é necessário que os representantes legais dos nubentes autorizem, tendo em
vista que, não atingiram a idade núbil para contrair o matrimônio. Para melhor
argumentação, o artigo 1.250 do Código Civil, menciona:
Não obstante o artigo 1.558 diz a respeito quanto a coação, o ilustre autor
Arnaldo Rizzardo (2019, p. 117), aduz:
Define-se a coação como a pressão física ou moral, ou o
constrangimento que sofre uma pessoa, com o fim de ser obrigada a
realizar um ato ou negócio. Quem emite a declaração
compulsivamente, sob coação, age em desacordo com a vontade, ou
não procede livremente. Portanto, é este o vício de consentimento que
diz com a liberdade da vontade.
Diante do que foi dito, pode se dizer que coação para realização do casamento, é
qualquer ato que vá contra a vontade de um dos consortes, seja por grave ameaça
fundando em um dano iminente à vida, saúde ou honra que atinge sua pessoa e as dos
seus familiares. Devido a isso, caberá a ação de anulação de casamento, só não aplicará
a ação em caso de casamento celebrado por simples temor referencial.
O prazo para propor a ação de anulação é de quatro anos e poderá ser postulada
pelos consortes, como também por seus representantes legais ou por seus ascendentes.
Cabe ressaltar que, a sentença que decreta a anulação do casamento tem efeito ex tunc,
quer dizer, retroage à data da celebração, sem prejudicar a aquisição de direitos, a título
oneroso, por terceiros de boa-fé, nem a resultante de sentença transitada em
julgado.
1.5 Casamento inexistente
O casamento entre pessoas do mesmo, não era reconhecido, pois era como
requisito a diversidade de sexo dos nubentes para sua constituição, conforme expressa
os artigos do Código Civil 1.514 e 1.517 e artigo 226 §5 da Constituição Federal. Porém
com o advento da decisão do STF face à ADI 4.277/2009 e à ADPF 132/2008, e antes
do REsp. n. 1.183.378-RS 75, reconheceu-se que a união homoafetiva deve ser
equiparada à união estável com todos os efeitos, inclusive com possível modificação
para casamento.