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ENUNCIADO 1 - VALOR 10,00

Maria e Mario são casados pelo regime da separação convencional de bens, desde o ano de 2007, fixando
sua residência na cidade de São Paulo. O casal não possui filhos e na constância do casamento. São os
seguintes bens amealhados na constância do casamento:

 - Um imóvel em nome exclusivo de Mario, no valor de R$ 800.000,00, adquirido à título oneroso na


constância do casamento.

- Um imóvel com alienação fiduciária ao Banco XPTO, no valor de R$ 900.000,00, sendo adquirido pelo
marido, antes do casamento. Parcelas no valor de R$ 500 mil foram pagas na constância do casamento

- Um automóvel no valor de R$ 75.000,00, adquirido por Maria à título oneroso na constância do casamento

 - Um automóvel no valor de R$ 150.000,00, adquirido por Mario à título oneroso na constância do


casamento

- Um imóvel adquirido pelo marido na constância do casamento, no valor de R$ 500.000,00, por intermédio
de herança deixada pelo seu falecido pai

- Mario é médico, trabalha 16 horas por dia e tem um rendimento mensal de R$ 40.000,00

 - Maria está desempregada , não consegue arrumar emprego.

O casal pretende se separar. Não foi possível obter um acordo extrajudicial.

Ingresse com a medida judicial pertinente, com vistas a proteger os interesses de MARIA, considerando
que existe farta prova documental de que sua cliente ajudou (financeiramente e emocionalmente ) o
marido adquirir, em próprio nome, os bens acima descritos.

Preliminar Competência – Endereçamento: 1,0


Fatos: 1,0
Fundamentos jurídicos: 2,0
Pedido: 1,0 (inclusão de todos os pedidos/ pedidos incorretos o aluno perde nota)
Valor da Causa: 1,0
Demais requisitos do artigo 319, CPC: 2,0 (qualificação, provas, conciliação, etc).
Redação: Clareza, objetividade, erros grosseiros de port.: 1,0
Indicação dos documentos essenciais (doc.): 1,0
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA DA FAMILIA E
SUCESSÕES DA COMARCA DE SÃO PAULO

MARIA, casada, desempregada, inscrita no CPF n.... , e-mail. (qualificação


completa), residente e domiciliada (endereço completo), vem respeitosamente à presença
de Vossa Exa. por seu advogado que esta subscreve (procuração – doc.) propor a
presente AÇAO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO com fundamento no art. 226, § 6º da CF, art.
1571, IV, Código Civil , art. 319, CPC em face de MARIO, (qualificação completa), pelas
razões de fato a seguir expostos:

DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

A parte Autora não tem condições de arcar com as despesas do processo, uma vez
que são insuficientes seus recursos financeiros para pagar todas as despesas processuais,
inclusive o recolhimento das custas iniciais.

Desta forma conforme dispõe o art. 98 do CPC e art. 5º, LXXIV, da CF. Pleiteia a
gratuidade da justiça, o que faz jus, pois se encontra presente todos os requisitos da
concessão dos benefícios da gratuidade.

DOS FATOS

A Autora é casada com o réu desde o ano de 2007, sendo que o casal fixou
residência na cidade de São Paulo. O casal não possui filhos na constância do casamento

Ao longo do casamento, foram amealhados os seguintes bens :

(A)- Um imóvel em nome exclusivo de Mario, no valor de R$ 800.000,00, adquirido à


título oneroso na constância do casamento.
(B)- Um imóvel com alienação fiduciária ao Banco XPTO, no valor de R$ 900.000,00,
sendo adquirido pelo marido, antes do casamento. Parcelas no valor de R$ 500 mil foram
pagas na constância do casamento.

(C)- Um automóvel no valor de R$ 150.000,00, adquirido por Mario à título oneroso


na constância do casamento

Apesar do regime escolhido ser o da separação convencional de bens, fato é que


autora colaborou financeiramente com o patrimônio constituído pelo seu marido, ora
requerido.

Em relação ao imóvel “A”, a Autora contribuiu (financeiramente e emocionalmente) o


marido adquirir, em próprio nome este imóvel como farta prova documental.

Em relação ao imóvel “B”, fato é que efetivamente o imóvel foi adquirido pelo réu
antes de conhecer a autora, contudo, assim como o imóvel “a”, parte dos pagamentos
foram realizados pela autora na constância do casamento, ou seja, houve a colaboração
financeira da sua aquisição.

Assim, consoante provas anexas, a Autora colaborou com o pagamento de R$ .....


para aquisição do imóvel, maneira pela qual requer seja restituída pelo respectivo valor.

Por fim, em relação ao automóvel, da mesma maneira aconteceu, ou seja, a autora


tem direito à metade do bem, visto que adquirido na constância do casamento, além de ter
contribuído com o pagamento, sendo de rigor, portanto, a partilha deste bem em sua
metade para cada cônjuge.

DO DIREITO

As questões atinentes ao divórcio sofreram expressivas alterações com a Emenda


Constitucional 66/2010, que proporcionou nova redação ao artigo 226 § 6º da Carta Magna,
uma vez que não há mais que se falar em culpa ou declinar os motivos que ensejaram o
rompimento do vínculo conjugal, tampouco pedir a prévia separação judicial do casal. O
mandamento constitucional assim dispõe: “O casamento civil pode ser dissolvido pelo
divórcio”.
Com efeito, por se tratar o pedido de divórcio, de verdadeiro direito potestativo, para
propor a competente demanda é suficiente que um dos cônjuges requeira a dissolução da
sociedade conjugal, nos termos do artigo 1571, IV do CC, sendo certo que ante a
declaração da Autora pela impossibilidade da vida em comum, bem como não existirem
chances para que o casal seja reconciliado, imperativo se faz o decreto do divórcio.

Tal situação vem sendo prestigiada pela doutrina e jurisprudência pátria, tendo por
objetivo principal evitar o locupletamento sem causa, nos termos do art. 884, CC, vejamos:
Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a
restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários.

Desta forma, o entendimento jurisprudencial pátrio vem considerando ser possível a


partilha de bens no regime de separação convencional, caso comprovado esforço comum
para aquisição do patrimônio registrado no nome de somente um deles, de acordo com as
peculiaridades presentes nos casos concretos, evitando-se, assim, enriquecimento sem
causa.

Dessa forma, comprovado o comum esforço do casal, mesmo diante do regime de


separação convencional de bens, requer que os bens adquiridos durante a constância do
matrimônio, sejam partilhados, de forma proporcional, nos seguintes termos

A - METADE DO APARTAMENTO – 400 MIL

B - RESTITIUICAO DO VALOR DE 250 MIL REAIS

C - METADE DO CARRO – 75MIL

TOTAL - 725 MIL REAIS

DOS PEDIDOS

Ante o exposto, vem respeitosamente perante V. Excelência requerer seja deferido o


pedido de concessão da gratuidade da justiça, na conformidade da documentação anexada
aos autos.
A citação do réu para que compareça a Audiência de Conciliação a ser designada,
bem como, caso as partes não se componham amigavelmente, que apresente sua defesa,
sob pena de revelia;
Ao final, deve ser o feito julgado procedente, decretando-se o divórcio, , bem como,
seja partilhado os bens adquiridos pelo esforço comum do casal A - METADE DO
APARTAMENTO – 400 MIL B - RESTITIUICAO DO VALOR DE 250 MIL REAIS C -
METADE DO CARRO – 75MIL TOTAL - TOTAL 725 MIL REAIS
A condenação do requerido ao pagamento das custas processuais e honorários
advocatícios.
Protesta pela produção de todas as provas em direito admitidas, sem exceção, em
especial pelo depoimento pessoal do requerido, oitiva de testemunhas e juntada de novos
documentos.
Todas as intimações e avisos levadas a efeito em nome do subscritor da presente,
advogado OAB n. _____, sob pena de nulidade.

Atribui-se à causa o valor de R$ 725.000,00 (Setecentos e vinte e cinco mil reais).

Nestes termos,

Pede deferimento.

Local e data.

Advogado(a)
OAB nº

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