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ENUNCIADO 3

Firmino foi casado com Lucileide em 1984 e se divorciaram no ano de 2015, por meio de escritura
pública de divórcio, ocasião pela qual restou consignado a obrigação do Sr. Firmino em arcar com a
pensão alimentícia de sua ex-esposa, de forma vitalícia, em um valor de R$ 1.000,00 por mês. Desde
então, o Sr. Firmino sempre cumpriu sua obrigação de prestação alimentos à ex-mulher.
Na situação em tela, considere que o Sr. Firmino contraiu um novo casamento no ano de 2019, bem
como a Sra. Lucileide vive na mesma residência das duas filhas do ex-casal, que possuem, atualmente
29 e 35 anos, respectivamente.
Considere ainda que Lucileide é pensionista do INSS, além de contar com ajuda das duas filhas que
são professoras da rede municipal de ensino.

Considere ainda que Firmino vive atualmente na cidade de Araçatuba e a Sra. Lucileide vive na cidade
de São Paulo.

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ______ª VARA DA FAMÍLIA E SUCESSÕES


DA COMARCA DE SÃO PAULO

FIRMINO, (qualificação completa), vem mui respeitosamente à presença de


Vossa Excelência propor a presente AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS,
com fundamento no art. 1.699 do CC, art 319, CPC.
Em face de LUCILEIDE (qualificação completa), pelos motivos e direitos que
passa a expor:

Da justiça gratuita

O requerente pleiteia os benefícios da Justiça Gratuita assegurado pela


Constituição Federal, artigo 5°, LXXIV e Art. 98 e ss. do CPC tendo em vista que
momentaneamente, não pode arcar com as despesas processuais, sem prejuízo de
seu sustento próprio.

Da competência
A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será
proposta, em regra, no foro de domicílio do réu, nos termos do art. 46 do CPC. Sendo
assim é competente o foro.

Dos fatos

Firmino foi casado com Lucileide em 1984 e se divorciaram no ano de 2015,


por meio de escritura pública de divórcio, ocasião pela qual restou consignado a
obrigação do Sr. Firmino em arcar com a pensão alimentícia de sua ex-esposa, de
forma vitalícia, em um valor de R$ 1.000,00 por mês.
Desde então, o autor sempre cumpriu sua obrigação de prestação de
alimentos à ex-mulher.
Ocorre que o autor, contraiu um novo casamento no ano de 2019, bem como a
Sra. Lucileide vive na mesma residência das duas filhas do ex-casal, que possuem,
atualmente 29 e 35 anos, respectivamente, sendo que ela é pensionista do INSS,
além de contar com ajuda das duas filhas que são professoras da rede municipal de
ensino.

Do direito

A obrigação decorrente do princípio da solidariedade FAMILIAR!! deve ser


direcionada preferencialmente aos filhos menores e incapazes, não ao ex-cônjuge
cuja relação aos quais rompidos todos os laços e afetividade que poderiam justificar a
continuidade da prestação material.
É importante dizer, que apesar de constar expressamente na respectiva
Escritura que a obrigação do autor seria de natureza vitalícia, a cláusula não pode
persistir, tendo em vista o caráter provisório e a natureza jurídica da referida
obrigação.
Com efeito, o dever de prestar alimentos entre ex-cônjuges é eminentemente
excepcional e temporário, sendo a pensão vitalícia justificável somente em hipóteses
extremas, analisadas caso a caso, notadamente naquelas em que a parte alimentada
não possui outras fontes de renda capazes a manter sua vida, de forma digna, o que
não é o caso, já que a requerida é aposentada, percebendo salário similar ao do
autor, a ensejar a aplicabilidade do art. 1699, CC, quando da mudança da situação
financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe.

Assim, ainda que no instrumento firmado tenha sido pactuada a forma vitalícia,
conforme entendimento jurisprudencial uníssono, tal obrigação não se sustenta, até
porque no caso concreto, a requerida possui fonte de renda e não tem qualquer
incapacidade laboral.

No caso, o divórcio ocorreu em 2015, tendo a ré tempo suficiente para viver


sem auxílio de terceiros.

Ademais, ainda que a demonstração da redução da capacidade do


alimentante, não seja necessária para a propositura da presente demanda, fato é que
o autor contraiu novo matrimônio em 07/03/2020 (doc. 5), aumentando
significativamente seu custo de vida, tendo de fazer verdadeira “mágica” para
continuar cumprindo para com suas obrigações em face da requerida, pontualmente,
sem prejuízo do seu próprio sustento.

Do pedido

Ante o exposto, vem mui respeitosamente perante Vossa Excelência requerer


seja:

- a citação POSTAL da ré nos termos da lei; para que compareça à Audiência


de Conciliação a ser oportunamente designada por este ilustre magistrado, nos
termos do art. 319, VIII, CPC
- Caso não seja realizado acordo na aludida audiência, que apresente sua
defesa, sob pena de revelia.

SEJA JULGADA TOTALMENTE PROCEDENTE A AÇÃO para exonerar o


autor da obrigação de prestar alimentos ao réu, tendo em vista os fatos acima
articulados honorários e custas processuais, se o caso ;

Protesta-se pela produção de todas as provas em direito admitidas, sem


exceção, requerendo-se desde logo o depoimento pessoal da ré, oitiva de
testemunhas, juntada de documentos,

Atribui-se à causa o valor ____________

Termos em que,
Pede deferimento.

Local/ data
Advogado/OAB

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