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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE

FAMÍLIA DO FORO YYYY

NOME E SOBRENOME, nacionalidade, estado civil, profissão, portador


da cédula de identidade n.º, inscrito no CPF/MF sob o n.º, residente e domiciliado à, CEP,
representada por sua procuradora devidamente constituída, nos termos do Instrumento de
Procuração em anexo (Doc.01), com endereço profissional estabelecido na Rua ZZZZ e
endereço eletrônico YYYY, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a
presente

AÇÃO DE ALIMENTOS
COM PEDIDO LIMINAR DE FIXAÇÃO DE ALIMENTOS PROVISÓRIOS E COMPENSATÓRIOS

em face de NOME E SOBRENOME, nacionalidade, estado civil,


profissão, portador da cédula de identidade n.º, inscrito no CPF/MF sob o n.º, residente e
domiciliado à, CEP,, com fundamento no artigo 1.694 do Código Civil, c/c os artigos 4, 13 e
15 da Lei n.º 5.478/68 e o artigo 319 e seguintes do Código de Processo Civil, ante os fatos e
argumentos jurídicos que passa a aduzir.
I. DO PEDIDO DE PUBLICAÇÕES

1. Requer inicialmente que todas as intimações e publicações sejam feitas


exclusivamente em nome da advogada da Autora, NOME E
SOBRENOME DO ADVOGADO, inscrita na OAB/ZZ sob o nº.
YYYYY, com endereço profissional estabelecido na Rua e endereço
eletrônico XXXX sob pena de nulidade dos atos processuais praticados sem
a observância do presente requerimento em consonância com o disposto no
Art. 272, §§ 2º e 5º, do Código de Processo Civil.

II. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

2. A Autora pugna pela concessão do benefício da assistência judiciária


gratuita, nos termos do artigo 98 do Código de Processo Civil c/c artigo 4º da Lei n.º
1.060/50, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 7.510/86 e nos termos do artigo 5º,
inciso LXXIV da Constituição Federal, eis que não possui condição financeira para arcar com
as despesas e custas processuais, sem prejuízo do seu próprio sustento e de seus familiares,
em conformidade com a declaração de hipossuficiência em anexo (Doc.02).

III. DOS FATOS

3. As partes contraíram matrimônio em DATA, sob o regime de comunhão


parcial de bens.

4. Da união, sobrevieram X filhos, ...

5. Evidencia-se, desde já, que o Réu sempre proveu pelo sustento de toda a
família, .....
6. No entanto, para fins de fundamentação da causa de pedir referente ao
arbitramento dos alimentos definitivos e compensatórios, faz-se necessário adentrar ao
contexto que ensejou na separação do ex-casal, cujo Divórcio foi decretado na DATA, nos
autos do processo YYYYYY, em trâmite perante o Juízo da Vara ZZZ (Doc.04). Pois bem:
IV. DO MÉRITO

A. DA CAPACIDADE FINANCEIRA DAS PARTES

7. Primeiramente, o Réu é PROFISSÃO e responsável pelos pagamentos...

8. A impossibilidade da Autora de promover o seu sustento é ratificada


inclusive pelos problemas de saúde apontados...

9. Posto isso, traz-se ao caso concreto a necessidade de aplicação do


Princípio da Solidariedade Familiar, que prevê o dever de mútua assistência entre os ex-
cônjuges, nos termos do artigo 1.566, inciso III; e artigo 1.696, caput e §1º, ambos do
Código Civil:
Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges:
III - mútua assistência;

Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns


aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível
com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua
educação.
§ 1 o Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do
reclamante e dos recursos da pessoa obrigada. (grifos postos)

10. Nesse sentido, manifesta-se o Egrégio Tribunal do Estado do Rio de Janeiro,


que prevê a fixação de alimentos provisórios em favor de ex-cônjuge dependente financeiro,
que comprove a impossibilidade de garantir o próprio sustento:

DIREITO DE FAMÍLIA. AÇÃO COM PRETENSÃO DE ALIMENTOS.


DECISÃO QUE ARBITROU OS ALIMENTOS PROVISÓRIOS EM
FAVOR DA PARTE AUTORA. AGRAVO DE INSTRUMENTO
INTERPOSTO PELO RÉU. 1) Obrigação alimentar que decorre dos
princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana e solidariedade
social e familiar, bem assim do dever de mútua assistência atribuído aos
cônjuges, devendo a fixação da verba alimentícia obedecer aos parâmetros
da proporcionalidade e da razoabilidade, ponderando-se a necessidade
daquele que recebe e os recursos de quem presta, conforme disposto nos
artigos 1.566, 1.694, § 1º, e 1.695, do Código Civil. 2) No caso concreto,
não resta comprovado, em cognição sumária, que o valor arbitrado a título
de alimentos provisórios está, atualmente, além da capacidade contributiva
do Agravante, sendo certo que, em razão do nascimento de filho menor de
idade, decorrente de seu novo relacionamento, houve a redução dos
alimentos provisórios de 20 para 15% (quinze por cento) dos ganhos brutos
do réu, excluídos apenas os descontos legais obrigatórios (INSS, IRPF e
contribuição sindical), acrescido das cotas de salário família, férias,
décimo terceiro, gratificações, adicionais, horas extras e verbas rescisórias.
Redução que abarca, ainda, o percentual fixado em caso de ausência de
vínculo empregatício, de 25% também para 15% do salário-mínimo. 3) Não
restara demonstrado, ainda, que a necessidade da Autora em receber os
alimentos inexiste, sendo certo que, ainda que se trate de pessoa jovem, em
idade laborativa, tem-se que trabalhava há bastante tempo com o
Recorrente, nos aviários de sua propriedade, devendo ser destacado que a
sua família é de outro Estado e que inexiste prova da alegação de que a
mesma vive em união estável com terceiro, sob seu sustento. 4) Tratando-se
de alimentos provisórios (artigo 4º, da Lei nº 5.478/68), os mesmos são
fixados em cognição perfunctória, podendo ser revistos a qualquer tempo,
após a melhor apuração dos fatos e provas no decorrer da lide. 5) Destarte,
em apreciação sumária, entendo que o percentual arbitrado para os
alimentos provisórios se mostrou razoável e proporcional, devendo ser
mantida a decisão recorrida. 6) RECURSO CONHECIDO E NÃO
PROVIDO. (0092191- 93.2022.8.19.0000 - AGRAVO DE
INSTRUMENTO. Des(a). WERSON
FRANCO PEREIRA RÊGO - Julgamento: 09/03/2023 - VIGÉSIMA
QUINTA CÂMARA CÍVEL). (grifos postos)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO DE FAMÍLIA. ALIMENTOS


PROVISÓRIOS. TRINÔMIO NECESSIDADE. POSSIBILIDADE.
RAZOABILIDADE. Decisão agravada fixou alimentos provisórios para a
ex-companheira em dez salários-mínimos por um ano. Destacou o
magistrado que os documentos juntados permitem presumir que as partes
viviam em união estável, sendo o suplicado o único responsável pela
manutenção da família, que tinha elevado padrão de vida, sendo que a ex-
companheira, atualmente com 40 anos, se dedicava exclusivamente aos
cuidados do lar e da filha comum de quatro anos de idade. Os alimentos
entre os ex-cônjuges devem ter caráter excepcional e transitório. A
obrigação de alimentar é recíproca entre cônjuges, companheiros e
parentes conforme preconizam os arts. 1.694 e 1.696 do Código Civil
brasileiro. O dever de assistir é mútuo, a depender das necessidades de um
e das possibilidades do outro, de modo que a reciprocidade tem claro
fundamento no dever de solidariedade. Os documentos que instruem a
inicial revelam a vida de luxo que o Agravante proporcionava às
Agravadas, sendo certo que a dissolução da união estável não tem o condão
de afastar o dever de assistência decorrente do Princípio da Solidariedade.
Embora a Agravante seja jovem e com formação, sua reinserção no
mercado de trabalho não é de um dia para o outro; assim, acertada a
decisão que fixou alimentos para a ex- companheira apenas pelo período de
um ano. Em relação aos alimentos da filha, são notórios os gastos
relacionados à manutenção de uma criança e não pode o agravante impor
injustificada e drástica redução de padrão de vida à filha. Os alimentos
provisórios foram fixados em patamar dentro das possibilidades do
Agravante, pessoa de muitos recursos, que sempre proporcionou vida de
elevado padrão para as agravadas. Decisão mantida. DESPROVIMENTO
DO RECURSO. (0033941-67.2022.8.19.0000 - AGRAVO DE
INSTRUMENTO. Des(a). TERESA DE ANDRADE CASTRO NEVES -
Julgamento: 07/03/2023 - VIGÉSIMA SEGUNDA CÂMARA
CÍVEL) (grifos postos)

11. Portanto, perpassados YYY TEMPO de casamento, a constituição de


família e dedicação da Autora ao lar, é inafastável a solidariedade do Réu à ex-esposa nesse
momento de fragilidade, visando a garantia da sua subsistência por meio da prestação de
alimentos, face a idade da Autora e total dependência econômica.
B. DAS NECESSIDADES DA AUTORA

12. As despesas atuais da Autora remontam em valor mensal de R$ YYYYY,


conforme abaixo:

DESPESA VALOR
Condomínio R$
IPTU
Energia
Gás
Compras de Supermercado
Diarista
TV + Internet
Plano Celular
Plano de Saúde
Cozinheira
Plano/Ração/Pet Shop Animal de
Estimação
Academia
Lazer
Gasolina
IPVA Veículos
Seguro Veículos
Seguro de Vida
TOTAL
13. Para fins de demonstração das suas necessidades, a Autora acosta aos autos
alguns comprovantes das despesas acima e gastos cotidianos (Doc.14). No entanto, ressalva
que, por ter sido o Réu quem sempre administrou o patrimônio comum, a Autora não
tem acesso a todas as documentações indicadas.

14. Nesse ínterim, considerando a completa e inequívoca dependência


financeira da Autora ao Réu, é certo o seu desamparo com o súbito fim do vínculo
matrimonial, considerando especialmente o tempo de duração do casamento.

15. Desse modo, deve-se ater ao fato de que a Autora já conta com YYYY
anos de idade, e não mais possui condições de retomar a vida laborativa.

16. Diante dessas circunstâncias, é notória a necessidade de que os Alimentos


Definitivos sejam fixados por prazo indeterminado, em vias de preservar a dignidade da
Autora. Essa medida se impõe com o fim de assegurar a subsistência da autora nos mesmos
contornos do seu atual estilo de vida, proporcionado pelo Réu durante todo o casamento.

17. O arbitramento de alimentos vitalícios em situações excepcionais - idade


avançada e saúde fragilizada -, como é o caso concreto, está pacificado pela E. Corte do
Superior Tribunal de Justiça, nos termos dos julgados a seguir colacionados:

AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. DIREITO DE


FAMÍLIA. AÇÃO DE ALIMENTOS. EX-CÔNJUGES. REGRA DA
TEMPORALIDADE DO PENSIONAMENTO. EXCEPCIONALIDADE.
NECESSIDADE DA ALIMENTANDA. MERCADO DE TRABALHO.
INSERÇÃO. IMPOSSIBILIDADE PRÁTICA. 1. Recurso especial
interposto contra acórdão publicado na vigência do Código de Processo
Civil de 2015 (Enunciados Administrativos nºs 2 e 3/STJ). 2. O
entendimento do Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que os
alimentos devidos entre ex-cônjuges têm caráter excepcional e transitório,
salvo se houver particularidades que justifiquem a prorrogação da
obrigação, tais como a incapacidade laborativa ou a impossibilidade de se
inserir no mercado de trabalho ou de adquirir autonomia financeira.
Precedentes. 3. A jurisprudência desta Corte Superior tem admitido a
perenidade da obrigação de prestar alimentos entre cônjuges quando a
situação fática demonstrar a impossibilidade de um dos cônjuges suprir
sua subsistência, sobretudo nos casos em que idade do ex-cônjuge e o
longo período dedicado exclusivamente à família e ao lar configure a
impossibilidade prática de sua inclusão no mercado de trabalho.
Precedentes. 4. No caso, em virtude da excepcionalidade delineada no
acórdão recorrido, deve ser determinada a obrigação de prestar alimentos
sem limitação de prazo. 5. Agravo interno não provido. (STJ - AgInt no
REsp: 1951351 MG 2021/0236668-4, Data de Julgamento: 27/06/2022,
T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 30/06/2022 RSDF
vol. 133 p. 90) (grifos nossos)

RECURSO ESPECIAL - DIREITO CIVIL - FAMÍLIA - AÇÃO DE


EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS - PENSIONAMENTO ENTRE EX-
CÔNJUGES - EXCEPCIONALIDADE - CARÁTER TEMPORÁRIO -
CAPACIDADE LABORATIVA E INSERÇÃO NO MERCADO DE
TRABALHO DA EX-CONSORTE - EXONERAÇÃO - POSSIBILIDADE
- PROVIMENTO DO APELO EXTREMO. Hipótese: Trata-se de ação de
exoneração de alimentos julgada parcialmente procedente pelas instâncias
ordinárias para exonerar o autor de prestar alimentos aos filhos, mantendo
o dever em relação à ex-esposa. 1. Esta Corte firmou a orientação no
sentido de que a pensão entre ex-cônjuges não está limitada somente à
prova da alteração do binômio necessidade-possibilidade, devendo ser
consideradas outras circunstâncias, como a capacidade do alimentando
para o trabalho e o tempo decorrido entre o início da prestação alimentícia
e a data do pedido de exoneração. Precedentes. 2. A pensão entre ex-
cônjuges deve ser fixada, em regra, com termo certo, assegurando ao
beneficiário tempo hábil para que seja inserido no mercado de trabalho,
possibilitando-lhe a manutenção pelos próprios meios. A perpetuidade do
pensionamento só se justifica em excepcionais situações, como a
incapacidade laboral permanente, saúde fragilizada ou impossibilidade
prática de inserção no mercado de trabalho, que evidentemente não é o
caso dos autos. Precedentes. 3. A ausência de alteração nas condições
financeiras dos envolvidos, por si só, não afasta a
possibilidade de desoneração dos alimentos prestados à ex-cônjuge.
Precedentes. 4. No caso em apreço, não se evidencia hipótese a justificar a
perenidade da prestação alimentícia e excetuar a regra da temporalidade
do pensionamento devido aos ex-cônjuges, merecendo procedência o
recurso, em razão do lapso de tempo decorrido desde o início da prestação
alimentar até o pedido de exoneração. 5. Recurso especial conhecido e
provido. (STJ - REsp: 1370778 MG 2013/0053120-0, Relator: Ministro
MARCO BUZZI,
Data de Julgamento: 10/03/2016, T4 - QUARTA TURMA, Data de
Publicação: DJe 04/04/2016) (grifos nossos)

18. Face aos argumentos acima expostos, conclui-se que a Autora não tem a
menor condição de arcar com as despesas mencionadas, como o valor que recebe da
aposentadoria, ainda que contribua, é agravado pelo estado da sua saúde, sendo medida que se
impõe a fixação dos alimentos definitivos por prazo indeterminado para a sua
subsistência.

C. DOS ALIMENTOS COMPENSATÓRIOS E DO DESEQUILÍBRIO


ECONÔMICO-FINANCEIRO EVIDENTE

19. Por conseguinte, cumpre ressaltar que, além dos alimentos definitivos
requeridos nessa oportunidade para garantir a subsistência da Autora, o cenário fático
evidencia o cabimento também do arbitramento de alimentos compensatórios.

20. A pensão compensatória permite que o cônjuge alimentando possa transitar


com certa segurança pelo inevitável percurso que fará para atingir a sua nova padronagem
social. Essa pensão, que corrige o desequilíbrio confrontado pelo cônjuge destituído de
recursos materiais, deve ser fixada em quantidade suficiente para atender aos gastos e ao
padrão a que o consorte destinatário foi acostumado a vivenciar.

21. Assim, ainda que sejam fixados os alimentos definitivos exatamente no


valor pleiteado e segundo a tabela de despesas, eles, por si sós, não terão o condão de garantir
à Autora viver no mesmo padrão, que, em conjunto com seu ex-esposo, construiu ao longo da
vida comum.

22. Acerca do tema, cabe colacionar o instrutivo julgado do Egrégio Tribunal de


Justiça do Rio de Janeiro:
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA.
ALIMENTOS COMPENSATÓRIOS. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO,
CONDENANDO O RÉU AO PAGAMENTO DOS ALIMENTOS À
AUTORA, FIXADOS EM 10 SALÁRIOS-MÍNIMOS, PELO PRAZO DE
03 ANOS, A CONTAR DA DATA DE FIXAÇÃO DOS PROVISÓRIOS.
IRRESIGNAÇÃO DA PARTES. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA
APELADA. Irresignação das partes em face da sentença que convolou em
definitivos os alimentos fixados em 10 salários-mínimos nacionais vigentes,
por 03 anos, considerando-se a data da tutela. É o pedido que traça os
parâmetros cognitivos da lide e, por isso, deve ser certo, sendo defeso ao
julgador reconhecer mais ou menos do que se requer na ação, em respeito
ao Princípio da Adstrição. Artigo 492 do CPC. Pedido certo e determinado
no sentido de que o réu seja condenado ao pagamento dos alimentos
compensatórios pelo período de 03 (três) anos. Eventual divergência entre
a fundamentação e o pedido formulado na petição inicial, consubstancia em
erro material. Inocorrência de julgamento ultra petita. Do mesmo modo, de
acordo com a fundamentação supra, não há possibilidade de se condenar o
réu ao pagamento de pensão alimentícia, bem como estender o período de
pagamento, como deseja a autora, 2ª apelante, haja vista que não fez parte
do pedido inicial. Os alimentos compensatórios - cuja natureza é
indenizatória - têm, por finalidade, atenuar o desequilíbrio econômico nas
condições sociais de um dos cônjuges/companheiros desprovidos de bens
ou rendas, sendo devidos somente em casos excepcionais. Rendimentos e
bens comuns que estão na posse e a administração exclusiva do réu, que
vem dificultando sobremaneira a vida do seu núcleo familiar, além de
criar
diversos óbices a inviabilizar a autonomia laborativa da autora, sócia de
uma das empresas. Depreende-se das declarações de rendimentos do réu,
vultoso patrimônio de sua titularidade, constituído por diversas sociedades
empresárias, inclusive uma que fica em solo internacional (EUA), valores
vultosos recebidos de pessoas jurídicas, imóveis comerciais e residenciais,
contas bancárias, aplicações financeiras e veículo automotor importado de
valor bastante expressivo. Evidente desequilíbrio nas finanças da autora em
decorrência da separação do casal, posto que laborou nas empresas do réu,
ajudou no desenvolvimento e nos lucros dos negócios da família,
contribuindo para o acréscimo do patrimônio de seu ex-companheiro, além
de cuidar do seu núcleo familiar durante anos. Autora que não possui
qualquer fonte de renda comprovada, mas, ao contrário, foi obrigada a
judicializar diversas ações contra o réu visando obter mínima renda para o
seu sustento e dos filhos do casal. Valor dos alimentos fixado na sentença,
bem como o prazo estipulado para recebimento que se revelam razoáveis,
além de ter o Juízo a quo, analisado detidamente o caso em concreto.
Manutenção da sentença que se impõe. DESPROVIMENTO DOS
RECURSOS. (0328265-67.2019.8.19.0001 - APELAÇÃO. Des(a).
MARIA HELENA PINTO MACHADO - Julgamento: 09/11/2022 -
QUARTA CÂMARA CÍVEL)

23. Pelo exposto, a Autora REQUER o pagamento de Alimentos


Compensatórios pelo Réu, no patamar de XXX salários-mínimos por mês, a serem pagos no
5º (quinto) dia útil de todos os meses, até o julgamento e cumprimento da partilha do
patrimônio comum do casal, objeto da Ação de Divórcio Litigioso YYYYY, diretamente na
seguinte conta bancária de titularidade da Autora, qual seja: Banco XXXX

V. DA TUTELA DE URGÊNCIA - FIXAÇÃO DE ALIMENTOS


PROVISÓRIOS JÁ EM CARÁTER LIMINAR

24. A necessidade de suprimento das necessidades da Autora é imediata, pois,


considerando o abandono material promovido pelo Réu, ela simplesmente não tem condição
de custear todas as suas necessidades, nem ao menos as de saúde e moradia!
25. Por essa razão, impõe-se, de plano, ao Réu o dever de pagar a prestação
alimentícia, sendo imperioso que, liminarmente, o MM. Juízo fixe os alimentos provisórios,
initio litis e inaudita altera pars. Neste sentido, Yussef Said Cahali (Dos Alimentos. São
Paulo. Editora Revista dos Tribunais) assevera:

“(...) Assim, não há dúvida de que o pedido de alimentos provisórios não


exige, se é posta em Juízo desde logo a ação de alimentos, medida cautelar
em separado. Ao ajuizar a ação de alimentos, o autor pede lhe sejam
concedidos, desde logo, meios necessários à sua manutenção no curso da
lide. Ao despachar a inicial da ação de alimentos, portanto, havendo pedido
e prova pré-constituída do direito a alimentos, o Juiz fixará desde logo os
alimentos provisórios, como manda o art. 4º da Lei nº 5.478/68. A prova do
parentesco ou do vínculo matrimonial é suficiente para justificar a
concessão dos alimentos adito da demanda.”

26. Dessa maneira, conforme citado pelo doutrinador acima, a Lei nº 5.478/68
é clara ao preconizar que, no rito especial da Ação de Alimentos, o Juízo deverá fixar desde
logo os alimentos provisórios a serem pagos pelo Alimentante, até a decisão final, conforme
os dispositivos abaixo transcritos:

Art. 4º As despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos


provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente
declarar que deles não necessita.

Art. 13 O disposto nesta lei aplica-se igualmente, no que couber, às ações


ordinárias de desquite, nulidade e anulação de casamento, à revisão de
sentenças proferidas em pedidos de alimentos e respectivas execuções.

§ 3º. Os alimentos provisórios serão devidos até a decisão final,


inclusive o julgamento do recurso extraordinário.

AGRAVO DE INSTRUMENTO E AGRAVO INTERNO. DIREITO DE


FAMÍLIA. ALIMENTOS PROVISÓRIOS EM FAVOR DE EX
COMPANHEIRA. DECISÃO RECORRIDA QUE FIXOU OS
ALIMENTOS PROVISÓRIOS EM FAVOR DA AUTORA NO VALOR
EQUIVALENTE A 15 (QUINZE) SALÁRIOS-MÍNIMOS NACIONAIS,
SEM PREJUÍZO DO CUSTEIO DAS DESPESAS DA MORADIA, NA
QUAL A AUTORA RESIDE COM A FILHA DO EX-CASAL, CUJOS
ALIMENTOS, CONFORME INFORMAÇÕES DA INICIAL, SÃO OBJETO
DE AÇÃO ESPECÍFICA. O RÉU INTERPÕE RECURSO AFIRMANDO
QUE NÃO CABE A FIXAÇÃO DE ALIMENTOS PARA EX-
COMPANHEIRA E QUE O VALOR ARBITRADO TAMBÉM É
EXCESSIVO. RECURSO QUE NÃO MERECE PROSPERAR. O PEDIDO
DE ALIMENTOS FORMULADO PELA AUTORA, ORA AGRAVADA, TEM
FUNDAMENTO NO DEVER DE MÚTUA
ASSISTÊNCIA ENTRE OS
CÔNJUGES/COMPANHEIROS, NOS TERMOS DO ART. 1.566, III DO
CÓDIGO CIVIL. CONFORME ENTENDIMENTO DO E.STJ, ENTRE
EX-CÔNJUGES OU EXCOMPANHEIROS, DESFEITOS OS LAÇOS
AFETIVOS E FAMILIARES, A OBRIGAÇÃO DE PAGAR
ALIMENTOS É EXCEPCIONAL, DE MODO QUE, QUANDO
DEVIDOS, OSTENTAM, ORDINARIAMENTE, CARÁTER
ASSISTENCIAL E TRANSITÓRIO. NO CASO EM EXAME, VERIFICA-
SE A VEROSSILHANÇA NAS AFIRMAÇÕES DA AGRAVADA QUANTO À
NECESSIDADE E DEPENDÊNCIA ECONÔMICA EM RELAÇÃO AO
AGRAVANTE DURANTE A CONSTÂNCIA DA UNIÃO, BEM ASSIM O
ALTO PADRÃO DE VIDA DA FAMÍLIA CUSTEADO PELO AGRAVANTE.
(...) O VALOR DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS FIXADO NA DECISÃO,
EM (DEZ) SALÁRIOS-MÍNIMOS, NÃO DESTOA DA ATUAL
CAPACIDADE FINANCEIRA DO AGRAVANTE, QUE É EMPRESÁRIO.
ASSIM, PELO MENOS ATÉ ESTE MOMENTO, EM SEDE DE COGNIÇÃO
SUMÁRIA, NÃO DEMONSTROU QUE NÃO TENHA COMO ARCAR, 8
PROVISORIAMENTE, COM A REFERIDA VERBA ALIMENTAR.
MANUTENÇÃO DA DECISÃO. RECURSO DE AGRAVO DE
INSTRUMENTO A QUE NEGA PROVIMENTO. PREJUDICADO O
AGRAVO INTERNO INTEPOSTO NO INDEXADOR 000028. (0012827-
72.2022.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. Des(a). CINTIA
SANTAREM CARDINALI - Julgamento: 03/08/2022 - VIGÉSIMA
TERCEIRA CÂMARA CÍVEL)

27. Por fim, em atenção aos requisitos previstos no artigo 300 do Código de
Processo Civil, acerca da antecipação de tutela, temos o seguinte:

FUMAÇA DO BOM DIREITO: os litigantes foram casados sob o regime de


comunhão parcial de bens. O Réu comprovadamente possui capacidade
financeira infinitamente superior à da Autora (impostos de renda foram
anexados). O vínculo matrimonial presume a solidariedade familiar. A
Autora não possui condição de prover por conta própria as suas
necessidades subitamente, após 34 (trinta e quatro) anos sendo sustentada
pelo esposo.
PERIGO DA DEMORA: o Réu bloqueou todos os cartões de crédito da Autora,
assim que saiu de casa, de maneira totalmente desproporcional e sem avisar,
o que a impede de acessar as contas comuns do casal enquanto ele vem
usufruindo exclusivamente do patrimônio líquido. Dessa forma,
sobrevivendo apenas com a aposentadoria municipal, a Autora não possui
condições de suportar os encargos da sua vida no padrão ainda provido no
matrimônio, pois permanece residindo com os dois filhos no imóvel, não
tem como pagar condomínio, energia plano de saúde, nada!

28. Registre-se a precisa lição da atual doutrina de Maria Berenice Dias, que,
citando Silvio Rodrigues e Carlos Alberto Bittar, assim preconiza:

“Talvez se possa dizer que o primeiro direito fundamental do ser humano é


o de sobreviver. E este, com certeza, é o maior compromisso do Estado:
garantir a vida dos cidadãos. Assim, é o Estado o primeiro a ter obrigação
de prestar alimentos aos seus cidadãos e aos entes da família, na pessoa de
cada um que integra. (…) Mas infelizmente o Estado não tem condições de
socorrer a todos, por isso transforma a solidariedade familiar em dever
alimentar. Este é um dos efeitos que decorrem da relação de parentesco.”

29. Isto posto, com o objetivo de propiciar a Autora, proteção jurisdicional aos
meios à sua mantença digna durante o curso do processo, requer-se pela fixação dos alimentos
provisórios, nos termos da pensão alimentícia requerida alhures.

30. Por fim, vem a Autora REQUERER a concessão de TUTELA DE


URGÊNCIA, inaudita altera pars, para que sejam fixados Alimentos Provisórios no patamar
de YYYY salários-mínimos, que atualmente correspondem à quantia de R$ ZZZ reais, a
serem pagos pelo Réu no 5º (quinto) dia útil de todos os meses, diretamente na seguinte conta
bancária de titularidade da Autora, qual seja: Banco

VI. DAS PROVAS A PRODUZIR

31. Para o fim de produção de provas documentais aptas a ratificar a excelente


possibilidade financeira do Réu, a Autora REQUER que sejam tomadas as seguintes
providências por este Juízo:
(i) Consulta ao Infojud, para que seja obtida a Declaração de Imposto Renda do
Réu

(ii) Consulta ao SisBajud, para que sejam localizadas contas correntes e/ou
aplicações financeiras de qualquer espécie, assim como suas respectivas movimentações em
nome do Réu

32. Por oportuno, a Autora também REQUER pela produção de todas as


PROVAS em direito admitidas, a exemplo de, mas não a tanto se limitando: depoimento
pessoal do Réu, sob pena de confesso, prova documental suplementar e superveniente - e
inquirição de testemunhas, a serem arroladas em prazo estipulado pelo Juízo para instrução.

VII. DOS PEDIDOS

33. Diante de toda situação fática gravíssima acima aduzida, assim como de
acordo com os fundamentos jurídicos apresentados, vem a Autora REQUERER:

a. A concessão da benesse da gratuidade de justiça, nos termos do artigo 98 do


Código de Processo Civil c/c artigo 4º da Lei n.º 1.060/50, com as alterações introduzidas pela
Lei n.º 7.510/86 e nos termos do artigo 5º, inciso LXXIV da Constituição Federal.

b. O deferimento de TUTELA DE URGÊNCIA liminarmente, inaudita


altera pars, para que sejam fixados Alimentos Provisórios no patamar de no patamar de
XXXX salários-mínimos, que atualmente correspondem à quantia de YYYY reais, a serem
pagos pelo Réu no 5º (quinto) dia útil de todos os meses, diretamente na seguinte conta
bancária de titularidade da Autora, qual seja: Banco
c. O deferimento pagamento de Alimentos Compensatórios pelo Réu
liminarmente, inaudita altera pars, patamar de 10 (dez) salários-mínimos por mês, a serem
pagos pelo Réu no 5º (quinto) dia útil de todos os meses, até o julgamento e cumprimento da
partilha do patrimônio comum do casal, objeto da Ação de Divórcio Litigioso XXXX
diretamente na seguinte conta bancária de titularidade da Autora, qual seja: Banco

d. A citação do Réu no endereço indicado no preâmbulo desta peça para que,


querendo, apresente contestação sob pena de revelia.

e. A produção das provas requeridas no tópico VI, item 69 acima, em especial:

e.1) Consulta ao Infojud, para que seja obtida a Declaração de Imposto


Renda do Réu

e.2) Consulta ao SisBajud, para que sejam localizadas contas correntes e/ou
aplicações financeiras de qualquer espécie, assim como suas respectivas
movimentações em nome do Réu

f. A TOTAL PROCEDÊNCIA da presente ação, condenando-se o Réu e


convertendo a obrigação no pagamento de Alimentos Definitivos por prazo indeterminado
(pensão vitalícia) ou, alternativamente, até o julgamento e cumprimento da partilha do
patrimônio comum do casal, objeto da Ação de Divórcio Litigioso nº, no patamar de ZZZZ
salários-mínimos, que atualmente correspondem à quantia de YYYYYY, a serem pagos pelo
Réu no 5º (quinto) dia útil de todos os meses, diretamente na seguinte conta bancária de
titularidade da Autora, qual seja: Banco
g. A TOTAL PROCEDÊNCIA da presente ação, condenando-se o Réu ao
pagamento de Alimentos Compensatórios pelo Réu liminarmente, inaudita altera pars,
patamar de 10 (dez) salários-mínimos por mês, a serem pagos pelo Réu no 5º (quinto) dia
útil de todos os meses, até o julgamento e cumprimento da partilha do patrimônio comum do
casal, objeto da Ação de Divórcio Litigioso nº XXXXX, diretamente na seguinte conta
bancária de titularidade da Autora, qual seja: Banco

h. Por fim, a condenação do Réu ao ônus da sucumbência, mediante


pagamento de honorários advocatícios ex lege, em 20% (vinte por cento) sobre o valor da
condenação, nos termos do Art. 85 do Código de Processo Civil.

Dá-se à causa o valor de R$ XXXX reais.

Nesses termos,
Pede e espera deferimento.

Local e Data.

NOME DO ADVOGADO
OAB/XX Nº YYY

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