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AO DOUTO JUIZO DA ...

VARA DE FAMILIA DA COMARCA DE PORTO


ALEGRE, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.

Elisvania, nacionalidade..., casada, profissão... RG... e CPF... residente e


domiciliada na rua ..., n... bairro..., Porto Alegre/RS, por seu Advogado que este
subscreve, com escritório endereço... onde recebe intimações, e-mail... vem
perante Vossa Excelência propor a presente ação:

AÇÃO DIVÓRCIO LITIGIOSO C/C, ALIMENTOS PROVISÓRIOS, GUARDA


DE
FILHOS E PARTILHA DE BENS

Observando-se o procedimento comum, com as alterações previstas nos artigos 1658 e


seguintes do Código Civil, 693 a 699 do Código de Processo Civil, com pedido de tutela
antecipada em face de Argemiro nacionalidade..., casado, profissão..., RG... e CPF...,
residente e domiciliado na rua..., n°..., Bairro..., Manaus/AM.

I- DA JUSTIÇA GRATUITA

Inicialmente, a requerente afirma que não possui condições de arcar com custas
processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento, bem como o
de sua família, razão pela qual faz jus ao benefício da gratuidade da justiça, forte nos
artigos 2º, parágrafo único, e 4º da Lei 1.060/50 e no art. 5º, LXXIV, da Constituição
Federal.

II- DOS FATOS

A requerente constituiu casamento civil com o requerido em 13 de julho de 2000,sob o


regime de comunhão parcial de bens. Desta união se configurou um filho chamado
Henrique, atualmente com 5 anos de idade.

Nesse sentido, a requerente encontra-se separada de fato do requerido desde 05 de


setembro de 2018. Contudo, durante todo período as partes mantiveram constando nos
registros públicos como casados.

Em virtude disso, à requerente entrou em contato com o requerido com intuito de se


divorciarem de forma consensual, tentativa esta que restou frustrada com negativa do
mesmo, não cabendo outra alternativa à ela, se não, optar pelo divórcio litigioso.
III- DO DIREITO

A.1. Ao Divórcio

Verifica-se no contexto acima apresentado, que a convivência não existia mais e após
pedido sem litígio que exarou negativa, a requerente optou por requerer o divórcio
litigioso.

Art. 1573 - Podem caracterizar a impossibilidade da comunhão de vida a ocorrência


de algum dos seguintes motivos: Parágrafo único. O juiz poderá considerar outros
fatos que tornem evidente a impossibilidade da vida em comum.

O vínculo conjugal deve ser extinto, com a decretação do divórcio, tendo em vista a
impossibilidade da vida em comum.

A Emenda Constitucional nº. 66/2010 torna desnecessário o ajuizamento prévio da


ação de separação para o fim da dissolução do casamento civil, autorizando a
Requerente, desde logo, a promover esta Ação de Divórcio.

A.2. Da Guarda e Regulamentação de Visitas

Durante a união, o casal teve 01 filho, HENRIQUE, menor, nascido em 00/00/0000,


atualmente com 05 anos de idade, conforme faz prova certidão de nascimento anexa.

Desde a separação de fato do casal a guarda fática do menino é exercida


unilateralmente pela genitora. Quanto a isso, o caput do Art. 1.583 do Código
Civil prevê a perfeita possibilidade que assim seja mantido:

Desta forma, a Requerente pleiteia a guarda unilateral do menor com base na


fundamentação jurídica aqui tratada. Diante do conteúdo explicitado acima, a
Requerente julga conveniente regulamentar as visitas, para evitar desprazer.

A.3. Dos Alimentos

A Constituição Federal , em seu artigo 229, dispõe que:


Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores
têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.

Já o artigo 1.634, inciso I, do Código Civil fala que “a criação e a educação dos filhos
menores compete aos pais”.
Como verificado compete também ao Requerido, promover a subsistência do menor,
algo que não vem ocorrendo no caso citado, pois apenas a Requerente é quem vem
mantendo o sustento da criança.
A ação de alimentos é disciplinada pela Lei nº. 5.478/68 em seu artigo 2º, e diz que:
O credor de alimentos, exporá suas necessidades, provando apenas, o parentesco ou a
obrigação de alimentar ao devedor.

Pelos fatos em questão, se faz necessário que Vossa Excelência fixe alimentos no
percentual de 30% do salário do requerido.

A.4. Da partilha dos Bens

Ao contrair a união as partes elegeram o regime de comunhão parcial de bens,


conforme preceitua o art. 1.658 do Código Civil

Definido o regime de comunhão, o art. 1.660 do Código Civil, assim dispõe sobre os
bens a serem partilhados:
I - os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em
nome de um dos cônjuge.

-Apartamento no valor de R$: 500.000,00

Seguindo o preceito legal, a Autora requer que o imóvel acima indicado seja
partilhado na proporção de 50% (cinquenta por cento) para cada um.

A.5. Do Nome

Quanto ao nome, a Requerente pretende voltar a usar seu nome de solteira, conforme
consta na certidão de casamento anexa, qual seja, ... .

A.6. Dos Alimentos Provisórios

Para evitar qualquer discussão sobre a possibilidade ou não de concessão de alimentos


provisórios no rito ordinário, far-se-á o pedido de antecipação dos efeitos da tutela
(art. 300, caput, CPC) para fins de sustento do filho dos ex-consortes, em analogia ao
que dispõe o artigo 20 da Lei 6.515/77.

Neste contexto temos que o artigo 300, caput, CPC, permite ao magistrado antecipar
os efeitos da tutela “quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo”
IV- DA ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL

Vejamos a jurisprudência pátria acerca de casos semelhantes:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE


DIVÓRCIO LITIGIOSO C/C ALIMENTOS E
GUARDA. 1. RECURSO SECUNDUM EVENTUS
LITIS. 2. ALIMENTOS PROVISÓRIOS.
MAJORAÇÃO PARA QUANTIA PROPORCIONAL
E RAZOÁVEL (ART. 1.694, § 1º, DO CÓDIGO
CIVIL). 3. FORTES INDÍCIOS DE MAIOR
CAPACIDADE FINANCEIRA DO ALIMENTANTE.
5. POSSIBILIDADE DE REVISÃO (ART. 1.699, DO
CÓDIGO CIVIL).

1. Em sede de agravo de instrumento, por se tratar de


recurso secundum eventum litis, mostra-se pertinente ao
órgão ad quem averiguar, tão somente, a legalidade da
decisão agravada, sob pena de suprimir-se
inexoravelmente um grau de jurisdição.2. Tem-se que o
valor arbitrado na decisão recursada, a título de alimentos
provisórios, carece de proporcionalidade, quando
observados os meandros fáticos e probatórios que, por
ora, constam dos autos, pelo que devem ser majorados
para o patamar proporcional e razoável, a teor do art.
1.694, § 1º, CC.3. Havendo fortes indícios de maior
capacidade financeira do alimentante, resta demonstrada
a necessidade de majoração do encargo alimentar
provisório fixado pelo juízo singular, a fim de
salvaguardar os interesses do alimentado, de modo que
fique mais razoável e proporcional à situação dos autos.
4. De se pontuar que nada impede que os alimentos
possam ser revistos a qualquer tempo, por iniciativa de
quaisquer das partes, mediante prova inequívoca do
direito alegado, nos termos do artigo 1.699, do Código
Civil.AGRAVO DE INSTRUMENTO CONHECIDO E
PARCIALMENTE PROVIDO.

(TJ-GO - AI: 06693911820198090000, Relator: Des(a).


SANDRA REGINA TEODORO REIS, Data de
Julgamento: 30/03/2020, 6ª Câmara Cível, Data de
Publicação: DJ de 30/03/2020)

V- DOS PEDIDOS

a) a concessão da tutela antecipada, para fim de condenar o requerido a pagar a pensão


alimentícia no montante de 30% do salário.

b) a citação do requerido para apresentar resposta no prazo legal

c) seja a presente ação julgada totalmente procedente


d) declarar a extinção do vinculo conjugal entre as partes, mediante divórcio, expedindo
ofício de averbação no cartório de registro civil

e) expedir ao cartório averbação para mudança de nome de solteira da requerente

f) regulamentar a guardo do menor, sendo esse a guarda mantida com a requerente

g) que seja determinada a meação em 50% dos bens adquiridos e listados em


matrimonio

h) o deferimento do pedido de pensão alimentícia definitiva na proporção de 30% do


salário

i) o benefício de justiça gratuita pelo sentido de hipossuficiência alegado

j) a condenação do requerido nas custas processuais e honorários.

protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitido, documental
e testemunhal.

Dar-se a causa o valor de R$ 500.000,00

LOCAL
DATA
ADVOGADO/OAB

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