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UFCG

EXCELENTISSIMO SR. DR JUIZ DE DIREITO da Vara de Família e Sucessões da


Comarca de Sousa, Paraíba.

Das Partes

ANA MIRELY E ANA ARIELY, MENORES ABSOLUTAMENTES INZAPAZES, ATUALMENTE COM as


idades de, RESPECTIVAMENTE, CINCO e dOIS ANOS , NESTES ATOS LEGALMENTE
REPRESENTADOS POR MARIANA DA SILVA, BRASILEIRA, SOLTEIRA, diarista, PORTADORA DA
CEDULA DE IDENTIDADE N° 35888774 SSP-PB , INSCRITa NO CPF N° 064.840.034-82, TODAS
RESIDENTES NA RUA BARBOSA CORDEIRO, N°10, BAIRRO DAS QUEIMADAS, NA CIDADE DE
MARIZOPOLIS- PARAÍBA, CEP 58819-000,, VEM RESPEITOSAMENTE POR MEIO DE SUA
ADVOGADA, INFRA ASSINADO, AJUIZAR.

AÇÃO DE ALIMENTOS C/C ALIMENTOS PROVISÓRIOS

EM FACE DE JÚLIO COSTA, BRASILEIRO, SOLTEIRO, PEDREIRO, PORTADOR DA CEDULADE


IDENTIDADE N° 56788774 SSP-PB , INSCRITO NO CPF N° 028.840.034-28. RESIDENTE NA RUA
BARBOSA CORDEIRO, N° 20, BAIRRO DAS QUEIMADAS, NA CIDADE DE MARIZOPOLIS- PARAIBA,
CEP 58819-000, PELOS FATOS E MOTIVOS QUE PASSA A EXPOR.

DA JUSTIÇA GRATUITA

Declara ser pobre no sentido legal, requerendo, portanto o


benefício da JUSTIÇA GRATUITA, conforme lhe faculta a lei, porque não está
em condições de pagar as custas do processo e honorários advocatícios, sem
prejuízo próprio ou se sua família (Art. 4º, Lei 1.060, de 5.2.60, com as
modificações da Lei 7.510, de 04.07.86) e ainda nos termos do Art. 5º, LXXIV,
da Carta Magna “O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos
que comprovarem insuficiência de recursos”.
Dessa forma, requer o benefício da assistência judiciária com fulcro no
artigo 98 do Código de Processo Civil .

DA COMPETÊNCIA
É competente o foro da autora para propositura da ação, conforme
artigo Art. 53, II do Código de Processo Civil.
Artigo 53. É competente o foro: II - de domicílio ou residência do
alimentando, para a ação em que se pedem alimentos;
DOS FATOS
AS PARTES CONSTITUIRAM UM RELACIONAMENTO POR APROXIMADAMENTE SEIS ANOS,
chegando a casar apenas no religioso, conforme declaração de matrimonio expedida pela
paróquia de Santo Antônio, município de Marizópolis/PB, desta referida união nasceram as
menores requerentes. É de suma importância informar que o senhor Júlio costa não convive
mais com a representante das impúberes, TENDO inclusive DEIXADO A RESIDENCIA NA QUAL
VIVIA também COM AS AUTORAS.

Ademais É VALIDO RESSALTAR QUE O REQUERIDO DESDE O NASCIMENTO DAS REQUERENTES


NUNCA AJUDOU com o SUSTENTO DAS FILHAS, sendo a representante A ÚNICA RESPONSÁVEL
PELO MANTIMENTO DAS MENORES, arcando com todas as despesas apenas com seu trabalho
de diarista, tendo a situação se perpetuado após a separação do casal, todavia é indubitável
que a criação das requerentes não deve recair somente sobre a responsabilidade de sua genitora, que
são muitas e notórias, como por exemplo: alimentação, vestuário, moradia, assistência médica e
odontológica, educação, dentre outras.

A situação financeira do alimentante é estável, podendo fornecer os alimentos de os que os alimentados


reclamam sem prejuízo do seu sustento próprio, uma vez que exerce a função de pedreiro na cidade de
Recife/PE, recebendo aproximadamente, em média, dois salários mínimos, o que seria referente a R$
2.200( dois mil e duzentos reais) , portanto possui condições de colaborar para o sustento de suas filhas,
além de ser de conhecimento de todos na cidade de Marizópolis/PB que o mesmo frequenta, todos os
finais de semana, bons bares e restaurantes com sua nova companheira, ademais, o requerido possui um
veículo (moto) usado apenas para passeio. Nesse diapasão, apesar de todos os fatos apresentados,
continua o requerido se omitindo quanto ao seu dever de prestar auxílio, não restando outra alternativa se
não a propositura da presente ação.

Trata se de ação que visa resguardar a dignidade e subsistência das autoras.

A fixação de alimentos é medida urgente e indispensável à garantia de condições mínimas de


sobrevivência, razão pela qual busca a intervenção estatal.

DO DIREITO

A Constituição Federal prevê no art. 227 que é dever da família


assegurar à criança, com absoluta prioridade, o direito à vida, à
saúde, à educação, à alimentação, ao lazer, etc.

Tais direitos devem ser garantidos pela família, sendo


recíproco entre os pais, nos termos do art. 229 da Constituição
Federal.

Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos
maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.
O pedido dos autores encontra fundamento no art. 1.694,
do Código Civil, prevendo este que os parentes podem pedir
alimentos de que necessitam uns aos outros para viver de
modo compatível com sua condição social, inclusive para
atender as necessidades de sua educação. Ainda, nos moldes do
art. 1.695 do referido diploma normativo, ficou demonstrado o
binômio (necessidade x possibilidade) neste caso, inclusive por
meio de provas que instruem esta inicial.

Já é pacificado na jurisprudência do Egrégio Tribunal de


Justiça do Distrito Federal que a fixação da pensão alimentícia
deve ajustar-se à possibilidade do alimentaste e à necessidade
do alimentando, conforme Acórdão transcrito abaixo (in
verbis):

AGRAVO DE INSTRUMENTO. ALIMENTOS. FIXAÇÃO.


BINÔMIO NECESSIDADE-POSSIBILIDADE. DILAÇÃO
PROBATÓRIA. NECESSIDADE. 1. De acordo com o Código
Civil, alimentos são aqueles destinados não só à subsistência
do alimentado, mas também à manutenção da condição
social deste, de modo que o alimentado deve usufruir do
mesmo "status" social da família a que pertença. 2. A
fixação da pensão alimentícia a que se refere o
art.  1.694  e seguintes do  Código Civil  deve se ajustar
à possibilidade do alimentante e à necessidade do
alimentado.  3. Em caso de dúvida quanto à realidade dos
fatos e ausente a situação de hipossuficiência do cônjuge
virago, a fim de respaldar o devido processo legal, deve-se
promover a completa instrução processual para melhor
esclarecimento da possibilidade do alimentante e à
necessidade do alimentado. 4. Negou-se
provimento ao agravo de instrumento. (Acórdão n.1148909,
07186704920188070000, Relator: FLAVIO ROSTIROLA 3ª
Turma Cível, Data de Julgamento: 06/02/2019, Publicado no
DJE: 08/03/2019. Pág.: Sem Página Cadastrada.) (grifos
nossos).
Nessa mesma linha de raciocínio, consoante a precisa definição de Carlos Roberto
Gonçalves os alimentos não se limitam apenas ao necessário para o sustento de uma
pessoa. Não só inclui a obrigação de prestá-lo como também explica o conteúdo
dessa obrigação a ser prestada. Ou seja, abrange não só o indispensável ao sustento
como, além disso, o necessário ao custeio da condição social e moral do alimentando.
DO PEDIDO
Por derradeiro, restando infrutíferas todas as tentativas para uma saída suasória, não restou à requerente
outra alternativa se não a propositura da presente ação de alimento, para que seu genitor, ora requerido,
seja compelido a contribuir com o necessário para que as requerentes sobrevivam com, um mínimo de
dignidade , e para tanto requer:

a) a citação do requerido, acima descrito, para que compareça em audiência a ser designada por Vossa
Excelência, sob pena de confissão quanto a matéria de fato, podendo contestar dentro do prazo legal sob
pena de sujeitar-se aos efeitos da revelia.

b) O deferimento dos benefícios da justiça gratuita por ser pobre na acepção jurídica da palavra, não
podendo arcar com as despesas processuais sem privar-se do seu próprio sustento e de sua família.

c) O arbitramento de alimentos provisórios, na proporção de 40% do salário do requerido.

d) A intimação do representante do Ministério Público para intervir no feito

e) a procedência da presente ação, condenando-se o requerido na prestação de alimentos definitivos, na


proporção de 40% de seu salário, sendo estes depositados em conta bancária da representante legal do
requerente.

f) Seja condenado o requerido ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios.

DAS PROVAS
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admissíveis em direito,
em especial a documental e a testemunhal.

DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$ 10.560. (dez mil quinhentos e sessenta)

Termos em que,
Pede deferimento.

Sousa-PB, 26 de Fevereiro de 2021.

Raíla Lira Pedrosa


OAB-PB nº 9.222

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