Você está na página 1de 5

EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE

FAMILIA DA COMARCA DE DUQUE DE CAXIAS – RJ

Edneia, brasileira, solteira, profissional de enfermagem, RG de n°, CPF de


n° ,residente e domiciliada na cidade de Duque de Caxias, na Rua, no Bairro e
cep, não possui endereço eletrônico, genitora de João, vem por intermédio de
se advogado infra- assinado, com endereço eletrônico, endereço profissional,
propor

Ação de investigação de paternidade C/C Alimentos

Em face de

Marco Antônio, solteiro, brasileiro, médico no hospital boa saúde, residente e


domiciliado na cidade de nova Iguaçu, endereço desconhecido, não possui
endereço eletrônico, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:

I - Da audiência previa de conciliação

Nos termos do art. 319 do inciso VII, do CPC, a requerente informa que não há
interesse de haver audiência de conciliação pelo fato do pai ser ausente e ter
endereço não conhecido.

II - Dos Fatos
A autora da presente exordial é genitora do menor impúbere (João), ocorre que
a genitora engravidou de João após 2 anos de relacionamento afetivo com o
genitor.
Em 5.01.2018, João nasceu, o Genitor manteve o relacionamento com a
Genitora até o 5º mês da gestação, custeou despesas da criança, além de ter
proporcionado ajuda financeira eventual também nas festas de aniversário de
João, tendo sido inclusive fotografado nessas ocasiões com o João.
No entanto Marco Antônio (genitor de João), se nega a reconhecer a
paternidade ao argumento de que tem dúvidas acerca da fidelidade da
genitora, afirmando que esta trabalhava como plantonista em outro hospital,
situado na cidade de Niterói.
Sabe-se, ainda, acerca de Marco Antônio, que seu o salário bruto, com as
comissões recebidas, chega a R$ 18.000,00 (dezoito mil reais) mensais, bem
como que arca com o sustento de uma filha, estudante de 22 anos, e que não
tem ciência do atual domicílio de Marco Antônio, sabendo, apenas, que o
mesmo se mudou a pouco tempo para a cidade de Nova Iguaçu.

III - Do direito

Com Fulcro nos artigos 1 da CF, inciso III


Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático
de Direito e tem como fundamentos:
III - a dignidade da pessoa humana;

Art. 227
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao
adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação,
à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de
toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão.

Art. 3 e 27, ECA, Lei Nº 8069/90


Art. 3º A criança e ao adolescente gozam de todos os direitos fundamentais
inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata
esta Lei, assegurando-se lhes, por lei ou por outros meios, todas as
oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico,
mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.
Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo,
indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus
herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de Justiça.

Fundamentação – investigação de paternidade

Art. 2 parágrafo 5 e 6, Lei 8560/92


Art. 2° Em registro de nascimento de menor apenas com a maternidade
estabelecida, o oficial remeterá ao juiz certidão integral do registro e o nome e
prenome, profissão, identidade e residência do suposto pai, a fim de ser
averiguada oficiosamente a procedência da alegação.
§ 5o Nas hipóteses previstas no § 4 o deste artigo, é dispensável o ajuizamento
de ação de investigação de paternidade pelo Ministério Público se, após o não
comparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir a paternidade a ele
atribuída, a criança for encaminhada para adoção.

§ 6o A iniciativa conferida ao Ministério Público não impede a quem tenha


legítimo interesse de intentar investigação, visando a obter o pretendido
reconhecimento da paternidade.

Art. 1.606. A ação de prova de filiação compete ao filho, enquanto viver,


passando aos herdeiros, se ele morrer menor ou incapaz.

Parágrafo único. Se iniciada a ação pelo filho, os herdeiros poderão continuá-


la, salvo se julgado extinto o processo.

Art. 1.607. O filho havido fora do casamento pode ser reconhecido pelos pais,
conjunta ou separadamente.

Exame de DNA

Lei 8.560

Art. 2o-A. Na ação de investigação de paternidade, todos os meios legais, bem


como os moralmente legítimos, serão hábeis para provar a verdade dos
fatos.

§ 1º. A recusa do réu em se submeter ao exame de código genético - DNA


gerará a presunção da paternidade, a ser apreciada em conjunto com o
contexto probatório.

Fundamentação alimentos

Art. 229 CF

Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos


maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou
enfermidade.

Art. 1.694. CC

Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os


alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua
condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.

§ 1 o Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do


reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.

§ 2 o Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a


situação de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia.
Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens
suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele,
de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu
sustento.

Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e


extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em
grau, uns em falta de outros.

Síntese

Nesse caminho, a convivência e a responsabilidade do sustento praticado


desde o nascimento do menor pelo seu genitor, já é razão suficiente para
demonstrar na prevalência dos interesses do menor.
O Estatuto da criança e do adolescente por meio do art. 33 vaticina que a
guarda obriga a assistência material moral e educacional a criança conferindo
ao detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais, conforme
observa “in literais”, art. 33 ECA.

Face ao exposto, requer

IV - Dos Pedidos

a) A Fixação de alimentos provisionais, na forma de tutela de Urgência no


valor de 15% dos ganhos mensais do réu
b) Tramitação em segredo de justiça
c) A prioridade no trâmite
d) Citação do réu para responder em 15 dias, sob pena de revelia e
confesso
e) Intimação do MP, para acompanhar o presente feito, conforme
determina o art 178, inciso II do CPC
f) A designação de hora e data para a realização do exame de DNA, em
laboratório conveniado com este tribunal.
g) Intimação do réu para comparecimento em exame de DNA, sob pena de
aplicação de presunção de paternidade
h) Procedência dos pedidos para declarar a paternidade do réu e sua
condenação no pagamento dos alimentos definitivos no valor de 15% de
seus ganhos que em caso de indeferimento de liminar, serão devidos
desde a citação, conforme súm. 227 STJ
i) Expedição de ofício ao CRCPN para o registro dos nomes do pai e avós
paternos, bem como acrescentar ao nome do autor os apelidos da
família paterna, passando a se chamar...
j) Condenação do réu no pagamento do ônus de sucumbência.

Você também pode gostar