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Excelentíssimo Senhor Doutor

Juiz de Direito da Vara Única de

XXX, neste ato representado por sua genitora XXX, vem respeitosamente à
presença de Vossa Excelência, por seu advogado xxx, com endereço à Rua xxx,
propor a presente

AÇÃO DE ALIMENTOS

em face de xxx, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:


DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Pleiteia o requerente, de plano, o deferimento dos benefícios da JUSTIÇA
GRATUITA, com fulcro no art. 99 do CPC, em razão de não terem condições de arcar
com ônus financeiros decorrentes do presente processo, sem que isso sacrifique o
seu sustento, conforme atesta a declaração de hipossuficiência financeira anexa.
Sobre este assunto, é importante frisar que o requerente é menor impúbere,
sem qualquer fonte de renda, e o presente processo visa justamente a fixação de
alimentos em seu favor. Decorre do próprio pedido a necessidade de se conceder ao
requerente o benefício da justiça gratuita.

Desta forma, pugna-se pela concessão da gratuidade de justiça.

FATOS
O requerido teve um relacionamento com xxx. Deste relacionamento nasceu
o requerente, xxx, em xxx, conforme certidão de nascimento anexa.

O casal já está separado de fato desde xxx, e a guarda do requerente vem


sendo exercida pela mãe e representante.

Houve ajuizamento de ação de reconhecimento e dissolução de união


estável, mas nada ainda foi tratado acerca de alimentos devidos pelo requerido.
Atualmente, o sustento do autor é custeado pela mãe, pois o requerido renunciou
com suas responsabilidades de pai, deixando o menor desamparado.

Desta forma, é a presente para requerer condenação do requerido em


alimentos, bem como regulação de guarda e visitação.

FUNDAMENTOS
A possibilidade de se exigir alimentos de genitores está prevista no art. 1694
do Código Civil, abaixo transcrito:

Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos


outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a
sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.
§ 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do
reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.
§ 2º Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a
situação de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia. A norma que
rege a proteção dos direitos do consumidor, define, de forma cristalina, que
o consumidor de produtos e serviços deve ser abrigado das condutas
abusivas de todo e qualquer fornecedor.

O art. 229 da Constituição Federal corrobora com o dever dos pais de prover
assistência aos filhos:
 Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e
os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice,
carência ou enfermidade.

No presente caso, o requerente sequer tem idade para ingressar no mercado


de trabalho e prover seu próprio sustento, sobretudo sem prejuízo de suas atividades
escolares. O autor tem apenas 14 anos!

O alimentante, por outro lado, trabalha de carteira assinada como pedreiro,


trabalha também em casa de entretenimento (bar) de sucesso na região e
presumidamente possui poucos gastos (eis que mora no mesmo sítio em que
trabalha).

Desta forma, não é justo que o autor conte apenas com sua mãe para lhe
prover acesso a bens de consumo básicos, como alimentação, saúde, vestuário,
lazer, etc.

É impositiva a fixação em caráter definitivo de alimentos em montante


equivalente a pelo menos dois salários mínimos, mais metade de despesas médicas
e escolares, a serem pagos diretamente em conta-corrente mantida pela detentora
da guarda do menor.

Antes da oitiva do réu, porém, pede-se a aplicação do art. 4º da Lei 5478/68,


para que sejam fixados de plano alimentos provisórios em montante não inferior a
um salário mínimo, a ser depositado na conta abaixo indicada:

Quanto à guarda, pede-se seja mantida guarda unilateral a cargo da genitora


(como já vem sendo feito), com visitas do requerido em finais de semana alternados,
podendo o requerido o autor às 18h da sexta-feira e deixá-lo com a genitora até as
18h no domingo. Nos feriados, o autor passará, alternadamente, um com a mãe e
outro com o pai, que poderá buscá-lo às 9h e deixá-lo até as 18h. As férias escolares
deverão ser divididas, passando o autor metade com cada um dos genitores. Natal e
ano novo de forma alternada. Aniversário do autor, metade do dia com o pai e outra
metade com a mãe. O menor passará o dia das mães com a mãe e o dia dos pais
com o pai.

DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS:


Diante do exposto, requer:
a) A concessão do benefício de gratuidade de justiça ao autor,
reconhecendo-se sua hipossuficiência e incapacidade de arcar com os ônus
processuais.

b) O recebimento da ação, com fixação de alimentos provisórios em um


salário mínimo a serem depositados em conta bancária acima informada.

c) Seja determinada a citação do réu via Carta Precatória no endereço


apontado no preâmbulo, dando-lhe ciência dos termos desta ação, para
comparecimento às audiências a serem designadas e oferta de defesa, sob pena de
revelia;

d) A procedência dos pedidos autorais a fim de condenar o réu no


pagamento alimentos definitivos no importe de dois salários mínimos vigentes à
época do pagamento, mais metade das despesas médicas e escolares.

e) Seja a guarda do autor concedida a sua mãe (conforme situação atual),


com visitas definidas de acordo com o que é exposto no tópico anterior;

f) A intimação do representante do Ministério Público para intervir no feito;

g) A condenação do réu no pagamento de custas processuais e honorários


sucumbenciais;

h) Sejam as futuras intimações feitas em nome de xxx.

i) Seja deferida a tramitação prioritária (art. 152 do ECA).

j) Pugna pela produção de todos os meios de provas aptos a defesa dos


interesses da autora, em especial documental suplementar, depoimento pessoal do
representante da ré, testemunhal e outras mais que se façam necessárias ao bom
deslinde do feito.

Atribui-se à causa do valor de R$ 29.088,00 (vinte e nove mil e oitenta e oito


reais).

Termos em que
Pede deferimento.
Guarapari, 3 de março de 2022.
xxx

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