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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DE FAMÍLIA

DA CIDADE.

MARIA DAS QUANTAS, casada, comerciária, inscrita no

CPF (MF) sob o nº. 111.222.333-44, residente e domiciliada na Rua Y, nº. 0000, nesta
Capital – CEP 11222-44, inscrita no CPF(MF) sob o nº. 333.222.111-44 , representando
(CPC, art. 71) KAROLINE DAS QUANTAS, menor impúbere, com endereço eletrônico
ficto@ficticio.com.br, ora intermediado por seu procurador ao final firmado – instrumento
procuratório acostado –, esse com endereço eletrônico e profissional inserto na referida
procuração, o qual, em obediência à diretriz fixada no art. 106, inc. I c/c art. 287, ambos
do CPC, indica-o para as intimações que se fizerem necessárias, vem, com o devido
respeito à presença de Vossa Excelência, com suporte no art. 1.568 e art. 1.634, um e
2º e 4º, da Lei de Alimentos, assim como do art. 22, do
outro do Código Civil c/c art. 2º
ECA, ajuizar a presente

AÇÃO DE ALIMENTOS
C/C
pedido de alimentos provisórios
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em face de JOÃO DAS QUANTAS, casado, empresário, residente e domiciliado na Rua
X, nº. 0000, nesta Capital – CEP 11222-44, inscrito no CPF(MF) sob o nº. 444.333.222-
11, endereço eletrônico desconhecido, em face das seguintes razões de fato e de
direito.

INTROITO

( a ) Benefícios da justiça gratuita (CPC, art. 98, caput c/c LA, art. 1º
1º, § 2º
2º)

A Autora não tem condições de arcar com as despesas do


processo, uma vez que são insuficientes seus recursos financeiros para pagar todas as
despesas processuais, inclusive o recolhimento das custas iniciais.

Destarte, a Demandante ora formula pleito de gratuidade da


justiça, o que faz por declaração de seu patrono, sob a égide do art. 99, § 4º c/c 105, in
fine, ambos do CPC c/c art. 1º, § 2º
2º, da Lei de Alimentos, quando tal prerrogativa se
encontra inserta no instrumento procuratório acostado.

( 1 ) SUMÁRIO DOS FATOS

A genitora da Promovente, desde 00/22/333, é casada com


o Réu, sob o regime de comunhão parcial de bens. ( doc. 01) Desse enlace matrimonial
nasceu, 00/11/2222, Karoline das Quantas, ora Autora. (doc. 02) Essa possui sete (7)
anos e 3 (três) meses de idade. Assim, menor impúbere.
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No dia 00 de janeiro do corrente ano, o Réu, após um
desentendimento verbal com a mãe da Autora, deixou a residência. A partir de então
passou a morar na casa de seus pais.

Nesse passo, já se passaram 3 (três) meses e o Promovido ,


irresponsavelmente, como meio de vindita, não fornece qualquer auxílio financeiro para
o sustento da infante.

Diante desse quadro, urge asseverar que, por conta desse


episódio, a mãe da Promovente não detém recursos suficientes para, sozinha, cumprir a
responsabilidade alimentar para com sua filha.

Nesse diapasão, outra alternativa não restou senão ajuizar a


presente Ação de Alimentos.

( 2 ) MÉRITO
A obrigação alimentar perseguida é indispensável à
subsistência da menor, a qual, como na hipótese, não pode esperar meses para serem
satisfeitas suas necessidades básicas.

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O Promovido, pois, deve prover alimentos provisórios de
sorte a assegurar à Autora o necessário à sua manutenção. Com isso garantindo-a
meios de subsistência.

Como afirmado nas linhas iniciais, na data da propositura


desta querela, a Autora conta com a tenra idade de sete (7) anos e 3(três) meses, donde
se presume necessidades especiais.

De outro norte, é consabido que aos pais cabe o dever de


sustentar os filhos menores, fornecendo-lhe, sobretudo, alimentação, vestuário, moradia,
educação, medicamentos, etc.

E essa é a dicção contida na Legislação Substantiva Civil,


ad litteram:

Art. 1.568 - Os cônjuges são obrigados a concorrer, na proporção de seus bens


e dos rendimentos do trabalho, para o sustento da família e a educação dos
filhos, qualquer que seja o regime patrimonial.

Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação
conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos
filhos:
I - dirigir-lhes a criação e a educação;

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Art. 1.701. A pessoa obrigada a suprir alimentos poderá pensionar o
alimentando, ou dar-lhe hospedagem e sustento, sem prejuízo do dever de
prestar o necessário à sua educação, quando menor.

Do mesmo modo o Estatuto da Criança e do Adolescente,


verbo ad verbum:

Art. 22 - Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos
menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e
fazer cumprir as determinações judiciais.

Além disso, no plano da Constituição Federal:

Art. 229 - Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os
filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou
enfermidade.

É altamente ilustrativo trazer à colação o magistério de Maria


Berenice Dias:

“O encargo de prestação de alimentos é obrigação de dar,


dar, representada pela
prestação de certo valor em dinheiro. Os alimentos estão submetidos a

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controle de extensão, conteúdo e forma de prestação. Fundamentalmente,
acham-se condicionados pelas necessidades de quem os recebe e pelas
possibilidades de quem os presta (CC 1.694, § 1º). Enquanto os filhos são
menores, a presunção de necessidade é absoluta, ou seja, juris et de jure.
Tanto é assim que, mesmo não requeridos alimentos provisórios, deve o juiz
fixá-los (LA 4º). “
(sublinhamos)

Nesse trilhar, urge revelar notas de jurisprudência com esse


enfoque, verbis:

AGRAVO REGIMENTAL.
Interposição de agravo regimental contra o r. Despacho que indeferiu o
pretendido efeito modificativo ao agravo de instrumento. Julgamento do agravo
de instrumento. Recurso prejudicado. AGRAVO DE INSTRUMENTO. Ação de
alimentos. Insurgência contra decisão de primeiro grau que deferiu o pedido
efetivado em sede de tutela antecipada. Arbitramento dos alimentos
provisórios em 30% dos rendimentos líquidos do alimentante. Manutenção da r.
Decisão. Necessidades presumidas do menor. Binômio necessidade-
possibilidade. Porcentagem fixada de acordo com entendimento jurisprudencial
desta Corte que, ao menos em sede de cognição sumária, se mostra suficiente
para atender às necessidades vitais do menor sem comprometimento das
possibilidades do alimentante. Recurso desprovido. (TJSP; AI 2148685-

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90.2015.8.26.0000; Ac. 9235081; São Paulo; Sexta Câmara de Direito Privado;
Rel. Des. José Roberto Furquim Cabella; Julg. 04/03/2016; DJESP 03/05/2016)

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO


DE UNIÃO ESTÁVEL C/C REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS E PARTILHA DE BENS.
Alimentos provisórios arbitrados no percentual de 70% de um salário mínimo,
em favor do filho adolescente do alimentante. Pedido de redução.
Impossibilidade. Quantum consentâneo com o contexto fáticoprobatório.
Inexistência de provas da falta de condições financeiras do genitor do menor.
Observância do binômio necessidade/possibilidade. Recurso conhecido e
desprovido. (TJRN; AI 2016.001314-7; Terceira Câmara Cível; Rel. Des. Amílcar
Maia; DJRN 28/04/2016)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. FAMÍLIA. AÇÃO DE ALIMENTOS. MAJORAÇÃO


DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS. BINÔMIO NECESSIDADE. POSSIBILIDADE.
INDÍCIOS DE POSSIBILIDADE DE MAJORAÇÃO DOS ALIMENTOS.
1. A necessidade do filho menor de idade é presumida, competindo aos
genitores lhe prestar assistência. Havendo causa hábil a indicar, em princípio, a
possibilidade de majoração dos alimentos deferidos, provisoriamente, pelo
magistrado de primeiro grau, a pretensão recursal deve ser acolhida. 2. Recurso
conhecido e parcialmente provido. (TJPR; Ag Instr 1426094-1; Cascavel; Décima
Segunda Câmara Cível; Rel. Juiz Conv. Luciano Carrasco Falavinha Souza; Julg.
16/03/2016; DJPR 27/04/2016; Pág. 330)

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Feitas essas colocações quanto à possibilidade financeira
recíproca dos pais de sustentar os filhos, vejamos as condições financeiras da genitora
e do Réu, além das necessidades da Autora.

2.1. Quanto às condições financeiras da mãe

Urge comprovar que, de fato, a genitora não tem condições


de, sozinha, arcar com todas as despesas referentes aos alimentos da menor.

A mãe, representando a infante nesta querela, trabalha junto


ao Supermercado dos Amores Ltda. (doc. 03) Percebe uma remuneração mensal bruta
de R$ 1.300,00 (mil e trezentos reais). (doc. 04/07) Não detém qualquer outra fonte de
renda.

2.2. Despesas mensais com a obrigação alimentar

No tocante às despesas mensais atinentes da filha, de


pronto colaciona-se as seguintes dispêndios (docs. 08/27):

( a ) Escola ............................................................ R$ 000,00


( b ) Lazer ............................................................... R$ 000,00
( c ) Natação ........................................................... R$ 000,00
( d ) Reforço escolar ............................................... R$ 000,00
( e ) Aluguel ............................................................ R$ 000,00
( f ) Saúde .............................................................. R$ 000,00
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( g ) Alimentação ................................................... R$ 000,00
( h ) Energia .......................................................... R$ 000,00
_______________
Total mensal R$ 0.000,00 ( .x.x.x. )

2.3. Capacidade financeira do alimentante/Réu

É inarredável, máxime ostensiva, a capacidade financeira do


Promovido.

O Réu é proprietário majoritário da sociedade empresária


Lojão dos Construtores Ltda. (doc. 28). Possui também diversos imóveis alugados em
seu nome. (docs. 29/36) Além do mais, o mesmo ostenta alto padrão de vida, como se
depreende das fotos anexas. (docs. 37/44)

Assim, inequivocamente foram demonstrados sinais


exteriores de riqueza e, maiormente, capacidade financeira do Promovido contribuir com
os alimentos devidos à filha, aqui Promovente.

4º)
2.4. Valor dos alimentos provisórios (LA, art. 4º

Reconhecido que os alimentos, in casu, são divisíveis,


possibilitando seu fracionamento, a obrigação alimentar em testilha deve ser diluída
entre os avós chamados à lide.

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Diante do quadro demonstrativo de despesas antes
evidenciado, tomando-se em conta igualmente a participação da genitora, necessário se
faz que:

( i ) o Réu seja instado a pagar, a título de alimentos provisórios,


provisórios, obrigação
alimentícia complementar à filha no importe equivalente a 5(cinco) salários mínimos
(CPC, art. 693, parágrafo único c/c art. 4º, da LA);
LA);

( ii ) requer, mais, que o valor da pensão seja depositado até o dia 05 na conta corrente
da Autora (conta nº. 11222, Ag. 3344, do Banzo Beta S/A).

( 3 ) PEDIDOS e REQUERIMENTOS

Pelo que fora exposto, a Autora requer que Vossa


Excelência tome as seguintes providências:
3.1. REQUERIMENTOS

( i ) Requer seja acolhido o pleito dos benefícios da gratuidade da justiça;

( ii ) instar a manifestação do Ministério Público (CPC, art. 178, inc. II);

(iii)Obedecidoso trinômio necessidade/possibilidade/proporcionalidade (CC, art.


1.694, § 1º), pede-se sejam deferidos alimentos provisórios no montante de cinco (5)
salários mínimos;

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( iv ) seja designada audiência de conciliação e julgamento (LA, art. 5 º, caput),
citando-se o Réu pela via postal, com aviso de recebimento.

3.2. PEDIDOS

( i ) julgar procedentes os pedidos formulados na presente Ação de Alimentos, de sorte


a estabelecer-se, por definitivo, os alimentos pleiteados nesta, retroativos à data da
citação (LA, art. 13, § 2º
2º);

( ii ) pede-se a condenação no ônus de sucumbência (CPC, art. 85, § 2º);

Protesta-se, ademais, comprovar os fatos alegados nesta


inicial por todos os meios de provas admissíveis em direito, nomeadamente pelo
depoimento pessoal do Réu, oitiva das testemunhas abaixo arroladas ( LA, art. 8º), onde
de já pede a intimações das mesmas para comparecerem à audiência de instrução,
juntada posterior de documentos como contraprova, tudo de logo requerido. (CPC, art.
319, inc. VI)

Dá-se à causa o valor de R$ 000,00( .x.x.x.x. ),


correspondentes à pretensão dos alimentos mensais multiplicados por doze. ( CPC, art.
292, inc. III)

Respeitosamente, pede deferimento.

Cidade, 00 de maio de 0000.

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Beltrano de Tal
Advogado – OAB/CE 22222

ROL DE TESTEMUNHAS

a) Fulano de tal, ......

b) Beltrano de tal,....

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