QUESTÕES – PROFESSORA FLAVIA EMILIA SILVA DE OLIVEIRA – DIREITO CIVIL:

SUCESSÕES – 18/05/2023
1. Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - Sobre a situação narrada, assinale a afirmativa
2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXV - correta.
Primeira Fase
Mário, cego, viúvo, faleceu em 1º de junho de 2017, A) O testamento de Aldo deverá ser integralmente
deixando 2 filhos: Clara, casada com Paulo, e Júlio, cumprido, e, por tal razão, todos os bens do autor da
solteiro. Em seu testamento público, feito de acordo herança serão transmitidos a Maurílio.
com as formalidades legais, em 02 de janeiro de B) A disposição de última vontade é completamente
2017, Mário gravou a legítima de Clara com cláusula nula, porque Mariana é herdeira necessária, devendo
de incomunicabilidade; além disso, deixou toda a sua os bens ser divididos igualmente entre os dois
parte disponível para Júlio. irmãos.
Sobre a situação narrada, assinale a afirmativa C) Deverá haver redução da disposição
correta. testamentária, respeitando-se, assim, a legítima de
A) O testamento é inválido, pois, como Mário é cego, Mariana, herdeira necessária, que corresponde a um
deveria estar regularmente assistido para celebrar o quinhão de 50% da totalidade herança.
testamento validamente D) Deverá haver redução da disposição
B) A cláusula de incomunicabilidade é inválida, pois testamentária, respeitando a legítima de Mariana,
Mário não declarou a justa causa no testamento, herdeira necessária, que corresponde a um quinhão
como exigido pela legislação civil. de 25% da totalidade da herança.
C) A cláusula que confere a Júlio toda a parte
disponível é inválida, pois Mário não pode tratar seus 4. Carlos Maximiliano justifica as raízes da sucessão
filhos de forma diferente. legítima como sendo uma preocupação social com a
D) O testamento é inválido, pois, como Mário é cego, unidade e com a solidariedade familiar, assegurando
a legislação apenas lhe permite celebrar testamento a lei uma quota hereditária aos parentes de grau
cerrado. mais próximo dos vínculos de sangue e de família.
Portanto, subsistem duas espécies de sucessão,
2. Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - uma da lei e outra que decorre do testamento, cuja
2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVI - sucessão é fundada exclusivamente na vontade do
Primeira Fase testador, consoante solene disposição que faz
Lúcio, viúvo, tendo como únicos parentes um através de um testamento, público, cerrado ou
sobrinho, Paulo, e um tio, Fernando, fez testamento particular e, em cujo instrumento, como ato de última
de acordo com todas as formalidades legais e deixou vontade, o disponente dá destino a seus bens, sem
toda a sua herança ao seu amigo Carlos, que tinha ficar impedido de utilizar a cédula testamentária para
uma filha, Juliana. O herdeiro instituído no ato de consignar decisões de caráter extrapatrimonial.
última vontade morreu antes do testador. Morto Indaga-se: São requisitos essenciais do testamento
Lúcio, foi aberta a sucessão. cerrado:
Assinale a opção que indica como será feita a a) ser escrito por tabelião ou por seu substituto legal
partilha. em seu livro de notas, de acordo com as declarações
a) Juliana receberá todos os bens de Lúcio. do testador, podendo este servir-se de minuta, notas
b) Juliana receberá a parte disponível e Paulo, a ou apontamentos;
legítima . b) que o testador declare que aquele é o seu
c) Paulo e Fernando receberão, cada um, metade testamento e quer que seja aprovado e que o
dos bens de Lúcio. tabelião lavre, desde logo, o auto de aprovação, na
d) Paulo receberá todos os bens de Lúcio. presença de duas testemunhas, e o leia, em seguida,
ao testador e testemunhas;
c) ser o instrumento, em seguida à leitura, assinado
3. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - pelo testador, pelas testemunhas e pelo tabelião.
2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX - d) ser escrito manualmente ou mecanicamente, bem
Primeira Fase como ser feito pela inserção da declaração de
Mariana e Maurílio são filhos biológicos de Aldo. vontade em partes impressas de livro de notas,
Este, por sua vez, nunca escondeu ser mais próximo desde que rubricadas todas as páginas pelo testador,
de seu filho Maurílio, com quem diariamente se mais de uma.
trabalhava. Quando do falecimento de Aldo,
divorciado na época, seus filhos constataram a 5. A nulidade do testamento atualmente está muito
existência de testamento, que destinou todos os bens mais relacionada com a demonstração de vício de
do falecido exclusivamente para Maurílio. vontade – anulabilidade – do que propriamente com
o cumprimento das formalidades e solenidades
legais. É CORRETO dizer que é nula a disposição:
a) em remuneração de serviços prestados ao
testador, por ocasião da moléstia de que faleceu,
ainda que fique ao arbítrio do herdeiro ou de outrem
determinar o valor do legado.
b) A disposição geral em favor dos pobres, dos
estabelecimentos particulares de caridade, ou dos de
assistência pública, entender-se-á relativa aos
pobres do lugar do domicílio do testador ao tempo de
sua morte, ou dos estabelecimentos aí sitos, salvo se
manifestamente constar que tinha em mente
beneficiar os de outra localidade.
c) que se refira a pessoa incerta, cuja identidade não
se possa averiguar.
d) em favor de pessoa incerta que deva ser
determinada por terceiro, dentre duas ou mais
pessoas mencionadas pelo testador, ou pertencentes
a uma família, ou a um corpo coletivo, ou a um
estabelecimento por ele designado.
6. CAHALI FRANCISCO JOSÉ conclui que o direito
de acrescer consiste no direito de o herdeiro ou
legatário também receber, respeitada a proporção do
número de contemplados no testamento, a parte que
caberia a um outro herdeiro ou legatário que não
pôde ou não quis receber sua herança ou legado?
(Francisco José Cahali, Giselda Maria Fernandes
Novaes Hironaka. Direito das sucessões. 3 ed. rev.,
atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2007, p. 335).. Na sucessão testamentária,
está correto o que se afirma em:
a) Quando não se efetua o direito de acrescer, não
se transmite aos herdeiros legítimos a quota vaga do
nomeado. Não existindo o direito de acrescer entre
os colegatários, a quota do que faltar acresce ao
herdeiro ou ao legatário incumbido de satisfazer esse
legado, ou a todos os herdeiros, na proporção dos
seus quinhões, se o legado se deduziu da herança.
b) Quando consistir em prédio divisível o legado
sujeito a redução, far-se-á esta dividindo-o
proporcionalmente. Se for possível a divisão, e o
excesso do legado montar a mais de um quarto do
valor do prédio, o legatário deixará inteiro na herança
o imóvel legado, ficando com o direito de pedir aos
herdeiros o valor que couber na parte disponível; se
o excesso não for de mais de um quarto, aos
herdeiros fará tornar em dinheiro o legatário, que
ficará com o prédio.
c) O testamenteiro nomeado, ou qualquer parte
interessada, não pode requerer, assim como o juiz
não pode ordenar, de ofício, ao detentor do
testamento, que o leve a registro.
d) Se o herdeiro for devedor ao espólio, sua dívida
será partilhada igualmente entre todos, salvo se a
maioria consentir que o débito seja imputado
inteiramente no quinhão do devedor.
7. Desde a assinatura do compromisso até a
homologação da partilha, a administração da herança
será exercida pelo inventariante. De acordo com o
Código Civil, o herdeiro que sonegar bens da
herança, não os descrevendo no inventário quando
estejam em seu poder, ou, com o seu conhecimento,
no de outrem, ou que os omitir na colação, a que os
deva levar, ou que deixar de restituí-los, perderá o
direito que sobre eles lhe cabia. Sobre os sonegados
na herança, assinale a alternativa incorreta de acordo
com o Código Civil:
a) Se não se restituírem os bens sonegados, por já
não os ter o sonegador em seu poder, não haverá o
pagamento da importância dos valores que ocultou.
b) O herdeiro que sonegar bens da herança, não os
descrevendo no inventário quando estejam em seu
poder, ou, com o seu conhecimento, no de outrem,
ou que os omitir na colação, a que os deva levar, ou
que deixar de restituí-los, perderá o direito que sobre
eles lhe cabia.
c) Além da pena cominada no artigo antecedente, se
o sonegador for o próprio inventariante,
remover-se-á, em se provando a sonegação, ou
negando ele a existência dos bens, quando
indicados.
d) A pena de sonegados só se pode requerer e impor
em ação movida pelos herdeiros ou pelos credores
da herança.
e) A sentença que se proferir na ação de sonegados,
movida por qualquer dos herdeiros ou credores,
aproveita aos demais interessados
8. Nos termos do art. 1° da Lei nº 6.858/1980, “os
valores devidos pelos empregadores aos
empregados e os montantes das contas individuais
do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e do
Fundo de Participação PIS-PASEP, não recebidos em
vida pelos respectivos titulares, serão pagos, em
quotas iguais, aos dependentes habilitados perante a
Previdência Social ou na forma da legislação
específica dos servidores civis e militares, e, na sua
falta, aos sucessores previstos na lei civil, indicados
em alvará judicial, independentemente de inventário
ou arrolamento”. No tocante a inventário e partilha é
INCORRETO afirmar que:
a) Se os herdeiros forem capazes, poderão fazer
partilha amigável, por escritura pública, termo nos
autos do inventário, ou escrito particular, homologado
pelo juiz.
b) Será sempre judicial a partilha, se os herdeiros
divergirem, assim como se algum deles for incapaz.
c) No partilhar os bens, observar-se-á, quanto ao seu
valor, natureza e qualidade, a maior igualdade
possível.
d) válida a partilha feita por ascendente, por ato entre
vivos ou de última vontade, contanto que não
prejudique a legítima dos herdeiros necessários.
e) Dependerá de inventário ou de arrolamento o
pagamento dos valores previstos na Lei nº 6.858, de
24 de novembro de 1980 .