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Direito civil VII – sucessões

A sucessão pode ser:

uma relação subjetiva decorrente do falecimento, que gera o direito hereditário.

Uma relação subjetiva inter vivos, relacionado com a transmissão de obrigações

A sucessão pode ser objetiva, quando ocorre uma sub-rogação formal

A sucessão ocorre após a morte, destinada para pessoas físicas ou jurídicas – em caso de
testamento - legitimadas ao recebimento da herança

Nesse sentido, após a morte já se inicia a habilitação dos herdeiros, para rateio dos custos da
manutenção dos bens e levantamento para uma possível venda

É possível que o herdeiro abra mão de sua herança, para não arcar com os custos, mas não irá
receber a sua parte que renunciou.

Ainda é possível aos herdeiros realizar a cessão de direitos

Fundamentos da sucessão:

Direito de propriedade

Dignidade humana do de cujus – respeito a sua ultima vontade

Aspectos constitucionais – proteção à família

Art. 5° XXX – garante o direito de herança

Natureza jurídica da herança

Bens que só podem ser transmitidos se devidamente registrados e divididos mediante


procedimento formal

Se aplica o regime de condomínio indivisível, pois todos os herdeiros possuem a proporção de


sua herança sobre cada bem

É expressamente vedado pelo art. 426 do CC a herança em vida


No entanto, é expressamente permitido a partilha realizada por ascendente em vida, desde
que não impeça o direito dos herdeiros

PRINCÍPIOS DO DIREITO SUCESSÓRIO

Princípio saisine –

Art. 1784 após o falecimento de pessoa sem testamento, os bens se transmitem aos herdeiros
legítimos

Princípio da intangibilidade da legitima

Uma parte da herança – 50% - não pode ser posta em testamento, nem em doação, pois é
devida aos herdeiros legítimos

Tempo rege o ato –

A lei vigente no evento da morte deve incidir para fins sucessórios

A disposição se aplica para fins de alíquota de recolhimento do ITCMD e outras


disposições legais

Classificação quanto a fonte e seus efeitos

Testamentária – disposição de ultima vontade – testamento em que o de cujus indicou os bens


a serem deixados para cada herdeiro

Legítima – decorre da lei – deve ser destinado uma parte de 50% dos bens aos herdeiros
necessários

O direito brasileiro permite a cumulação da testamentária e da legítima

A legislação garante a possibilidade de transmissão dos bens até herdeiros de 4° grau (irmãos e
sobrinhos)

Herdeiros necessários – filhos, ascendentes e cônjuges

Herdeiros em substituição - netos substituem o filho, avós substituem os pais

No caso de falecimento de um cônjuge sem herdeiros, o cônjuge vivo tem direito a meação e a
divisão da parte com os ascendentes – se houve.

O herdeiro natimorto não possui direitos sucessórios por não possuir personalidade jurídica
Se o herdeiro faleceu – os pais possuem direito a herança

Efeitos da sucessão

Título universal – somam-se todo os bens e divide pelos herdeiros

Título singular – cada herdeiro recebe os bens indicados

Procedimento do inventário

Procedimento obrigatório que deve ser realizado em até 60 dias após a morte, sob pena de
aplicação de multa

Súmula 542 – não é inconstitucional a multa instituída em decorrência do


retardamento para abertura de inventário

Tipos de testamentos

Testamento cerrado – testamento realizado perante duas testemunhas, em que o de cujus em


vida divide os bens, deixando para ser conhecido por todos após o falecimento

Testamento público – testamento realizado em cartório, em que o de cujus em vida declara a


divisão dos bens

Testamento particular – testamento realizado juntamente aos herdeiros, para que em vida já
tenham ciência

inventariante

O inventariante em processos consensuais costuma ser indicado pelos herdeiros

Cônjuge, herdeiro, legatário ou autor da herança, síndico da falência do herdeiro, MP


(caso exista incapaz), Fazenda Pública

No caso de processos litigiosos, o inventariante é indicado pelo juiz

Procedimento

Tanto no processo judicial e no extrajudicial, é necessário advogado


No inventário extrajudicial:

os sucessores devem ser maiores e capazes

não deve haver divergência sobre a partilha

o falecido não pode ter deixado testamento, salvo se tenha sido revogado ou for caduco

local

último domicílio do falecido

foro da situação dos bens

obs.: caso o inventário a ser aberto em outro país por ter bens em outro território seja mais
benéfico que pela legislação brasileira, pode ser aberto o inventário pelas leis do país externos

CAPACIDADE CIVIL – Responde pelos atos da vida civil

CAPACIDADE PARA SUCEDER – pessoas nascidas e concebidas

Art. 1798 CC

Art. 2° CC

No curso do inventário, o bebê ainda na barriga já possui os direitos sucessórios, que serão
concretizados apenas se vier a nascer com vida

Enunciado 27 do CC – os embriões formados por métodos de técnicas de reprodução assistida


é resguardado pelo art. 1798

Incapaz para suceder – deserdados e indignos

Legitimidade para suceder no inventário

Impedimentos – art 1801

Pessoa que escreveu o testamento a rogo e seus parentes próximos

Testemunhas do testamento

Concubino de testador casado

Tabelião, comandante ou escrivão que fizer ou aprovar o testamento


A súmula 447 garante o direito testamentário de filho adulterino do testador com sua
concubina

Art. 1803 – é lícito deixar ao filho do concubino quando também o for do testador

São nulas as disposições de pessoas inclusas no testamento inclusas no art 1802

Excluídos da sucessão

Art. 1814 –

Quem matou ou tentou o autor da herança

Quem caluniou o autor da herança ou seus herdeiros e cônjuge

Que usa da violência ou de meios fraudulentos para o autor da herança não usufruir dos seus
bens

Caso o excluído deixe herdeiros, estes receberão a herança do herdeiros excluído

Efeitos da herança para os excluídos

Não pode usufruir nem herdar os bens deixados pelo autor da herança

Reabilitação do indigno

Art. 1818

Pode ser admitido a suceder se o ofendido tiver reabilitado em testamento ou em outro ato
autêntico

A reabilitação não expressa se baseará na convivência entre o indigno e o autor da


herança

Aceitação de herança

Declaração escrita

Tácita: aceitação a partir do uso da coisa

Presumida:

Renúncia
Ato unilateral e abdicativo

Efeito ex-tunc

Desistência é diferente de renúncia

A renúncia não gera obrigatoriamente a doação dos bens

A desistência pode ser em prol de outro herdeiro ou sucessor

O Estado analisa se os efeitos da renúncia são de fato voltados ao monte mor (quando se
desiste em favor dos outros herdeiros)

Requisitos:

Capacidade jurídica

Forma prescrita na lei

Não admite renúncia condicional (só renunciarei se tal coisa acontecer)

Não pode aceitar a herança

Objeto deve ser lícito

A sucessão deve ser aberta

Não há direito de representação pelos descendentes de quem renunciou

Prova – art. 1784 a 1818

Capacidade de testar 1860 e 1861

Disposições testamentárias 1897 e 1899

Deserção 1961 a 1965

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