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NOTA DE AULA 3
VOCAÇÃO HEREDITÁRIA
Todo ser humano tem capacidade de direito, pelo fato de que a personalidade jurídica é
um atributo inerente à sua condição.
Quando podem atuar pessoalmente para a prática dos atos da vida civil, possuem,
também, capacidade de fato ou exercício.
Ocorre que nem toda pessoa capaz possui legitimidade para a prática de determinado ato
jurídico.
O artigo 1798 do CC traz a regra geral: aplicável tanto para a sucessão legítima como
testamentária. Quem tem legitimidade para suceder? As pessoas nascidas ou já
concebidas na abertura da sucessão – ao tempo da morte do autor da herança, para receber
parte ou todo o patrimônio deixado pelo falecido.
O autor da herança, no testamento, pode beneficiar filho ainda não concebido de pessoa
indicada pelo testador.
O nascituro pode se beneficiar da herança, mas é ente já concebido, mas não nascido e
com vida ultrauterina.
Nesse caso, poderão ter especial legitimidade sucessória, se, por meio de testamento, o
autor da herança indica-los como beneficiários e desde que seu genitor esteja vivo ao
tempo da morte do autor da herança.
Se decorridos dois anos após a abertura da sucessão, não for concebido o herdeiro
esperado, os bens reservados, salvo disposição contrária do testador, caberão aos
herdeiros legítimos.
O herdeiro esperado não precisa ter nascido no prazo de dois anos, mas sim, apenas, ter
sido concebido.
Após o seu nascimento com vida, consolidará o seu direito, herdando os bens reservados.
Não vindo a nascer vivo (natimorto), a hipótese é de entrega dos bens ao monte
partilhável.
Diferente também é o caso de nascer com vida e depois falecer, nesse caso, consolidará
os direitos sucessórios, transmitindo-os aos seus próprios sucessores.
A prole eventual pode derivar de outro vínculo que não seja o biológico? Por exemplo
adoção ou socioafetividade?
Ou seja, o testador deve expressamente querer excluir os filhos que não forem biológicos.
Se for no prazo de dois anos, não há dúvida de que o embrião concebido em laboratório
e posteriormente implantado no útero materno terá o direito sucessório.
Mas caso seja após o prazo de dois anos, a criança será filha do falecido, que autorizou
previamente a fecundação, mas não poderá ser considerada herdeira, pois a concepção se
deu fora do prazo.
Duas correntes:
2. Pessoas jurídicas
Obs: sociedades irregulares ou de fato não tem atributo para figurarem na sucessão
testamentária, assim também como os entes despersonalizados, mas que possuem
capacidade processual.
Fundações:
Resultam da afetação de um patrimônio por testamento ou escritura pública, que faz o seu
instituidor, especificando o fim para o qual se destina.
A fundação nada mais é do que uma massa patrimonial a que se outorga personalidade
jurídica.
Escolhidos os bens para a formação da fundação, já pode ser instituída por testamento ou
escritura pública.
Existem duas formas de instituir uma fundação: direta (quando o próprio instituidor o faz,
pessoalmente, inclusive cuidando da elaboração do estatuto) ou fiduciária (quando
terceiro é responsável pela organização da entidade).
Se o estatuto não for elaborado no prazo pelo instituidor, ou não havendo prazo, em 180
dias, caberá ao MP.
Quem aprova os estatutos das fundações é o órgão do MP com recurso ao juiz competente
caso haja divergência.
A fundação só será constituída com a inscrição dos seus atos constitutivos no Cartório de
Registro Civil das Pessoas Jurídicas.
O artigo 1801 trata das hipóteses de algumas pessoas que estão impedidas de serem
nomeadas herdeiras ou legatárias, ou seja, não possuem legitimidade sucessória passiva.
Semoventes e coisas não tem personalidade jurídica, muito menos, vocação hereditária.