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Capacidade Civil

 Capacidade de direito ou de gozo: tem por exigência apenas


que exista a figura da pessoa, o ser humano, independentemente de
quaisquer documentos ou formalidades.
 Capacidade de fato, exercício ou plena: é a aptidão para
exercer pessoalmente os atos que a capacidade de direito lhe
confere.
Capacidade relativa: prevalecerá a vontade do relativamente incapaz,
mas a sua vontade deverá ser validada por seu representante legal,
curador ou apoiador:
São relativamente incapazes:
 Maiores de 16 e menores de 18 anos.

 Ébrios habituais ou viciados em tóxicos.

 Aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem


exprimir sua vontade, a exemplo do indivíduo em coma.

 Pródigos.
Exceções:
 Fazer um testamento.

 Aceitar mandato para praticar negócios.

 Ser testemunha a partir de 16 anos.


Incapacidade absoluta: impossibilidade de se realizar, pessoal e
diretamente, os atos da vida civil. Somente são incapazes absolutamente
para a prática dos atos da vida civil os menores de 16 anos, que devem
ser representados pelos genitores ou representante legal.
4. Aquisição da personalidade jurídica
Teoria Natalista: o nascituro não adquire personalidade jurídica, já
que o Código Civil determina que para tal é necessário o nascimento com
vida, de acordo com uma interpretação literal da lei. A crítica acerca da
referida teoria é que ela nega ao nascituro até os direitos fundamentais
relacionados a sua personalidade, quais sejam, o direito à vida, à
investigação de paternidade, aos alimentos, ao nome e até à imagem.
Toda a negativa vai contra vários dispositivos que garantem tais direitos
aos ainda não nascidos, presentes no Código Civil, sendo este mais um
motivo para que a corrente não seja aplicada.
Teoria Concepcionista: defende que o nascituro adquire
personalidade jurídica, possuindo seus direitos resguardados em lei,
sendo essa a teoria que prevalece entre os doutrinadores
contemporâneos do Direito Civil Brasileiro. O Código Penal Brasileiro,
em seu título de crimes contra a pessoa, ao tipificar a conduta de aborto
como criminosa, está se fundamentando nessa linha teórica. A CLT, ao
garantir direitos a funcionária gestante, ainda que indiretamente, visa a
proteção da criança no ventre materno. Mesmo que para a corrente
concepcionista o nascituro tenha personalidade e seja considerado um
sujeito de direitos, há de se observar que este não possui capacidade de
fato, ou seja, não possui aptidão para exercer pessoalmente os atos da
vida civil, o que enseja que este seja devidamente representado.
Teoria Condicional: a condição suspensiva é o elemento que
subordina a sua eficácia, e neste caso, a condição é o nascimento com
vida. Em virtude disso, a teoria está admitindo que existe apenas uma
mera expectativa de direitos, assim como na corrente natalista. O que
era para ser uma teoria mista, acaba se esbarrando, quiçá confundindo
com a teoria retro mencionada.
Docimasia Hidrostática de Galeno: medida pericial para
determinar se o natimorto chegou a respirar em algum momento antes
vir a falecer durante o trabalho de parto. Após a respiração, o feto tem os
pulmões cheios de ar e quando colocados numa vasilha com água,
flutuam. Se afundarem, é por que nasceu sem vida.
5. Extinção da personalidade jurídica
Morte real: é constatada para todos os fins pela certidão de óbito feito
no cartório de registro de pessoas naturais, e para tal, faz-se necessário
que a morte seja atestada por um profissional da área médica. A
cessação da vida se dá com a morte encefálica. Existem direitos que
excepcionalmente perduram após a morte, diante da possibilidade de os
lesados indiretos pleitearem indenização por lesão à honra ou imagem
do falecido, bem como seus direitos autorais.
Efeitos:
 Abertura da sucessão e a transmissão dos bens aos herdeiros e
legatários.

 Põe fim ao usufruto.

 Dissolve o vínculo conjugal.

 Extingue o poder familiar.

 Termo inicial para o pagamento de pensão aos dependentes do


segurado da previdência social.

 Extinção de obrigações personalíssimas.

 Extinção da punibilidade na esfera penal.


Morte civil: exclusão na herança por indignidade da pessoa, que
embora viva, é ignorada “como se morta fosse”.
Motivos:
 Que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio
doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se
tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente.

 Que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança


ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou
companheiro.

 Que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o


autor da herança de dispor livremente de seus bens por ato de
última vontade.
Outros motivos:
 Ofensa física.

 Injúria grave.

 Relações ilícitas com a madrasta ou com o padrasto.

 Desamparo do ascendente em alienação mental ou grave


enfermidade.
Morte presumida:
 Sem declaração de ausência: decretada a quem estava em
perigo de vida ou se alguém, desaparecido em campanha ou feito
prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da
guerra. Confere segurança jurídica a situações em que a
probabilidade de sobrevivência é quase desprezível, oferecendo uma
maior celeridade na abertura da sucessão definitiva. O
reconhecimento de morte presumida reclama que antes se proceda
e se esgote todas as averiguações. Na sentença virá fixada a data
provável do falecimento, demarcando o dies a quo em que a
declaração judicial da morte presumida irradiará efeitos jurídicos e
determinará a lei que irá reger sua sucessão.
 Com declaração de ausência: se a pessoa desaparece de seu
domicilio sem dar notícia de seu paradeiro e sem deixar um
representante ou administrador para tratar de seu patrimônio ou, se
por acaso houver nomeado alguém para proteger os seus interesses,
o responsável indicado não queira, não possa exercer, ou seus
poderes sejam insuficientes para tanto.
 Curadoria: proposta a ação declaratória de ausência e nomeando o
curador provisório, ele apresentará a arrecadação dos bens,
publicando-se os editais de chamamento do suposto ausente para,
ao final, não sendo ele localizado, malgrado todas as tentativas
nesse sentido, o juiz proferirá a sentença. A sentença judicial terá
por arrecadados os bens e poderá, em sendo o caso, declarar
ausente o titular deles, o que viabilizará a abertura de da sucessão
provisória.

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