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Wilmara Falcão

Direito Civil– aula 2


Direitos Civil
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Eficácia horizontal dos direitos fundamentais

Conceitos de pessoa, personalidade jurídica, capacidade jurídica e capacidade


civil plena.
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Relação jurídica

Relação jurídica é a relação regulada pelo Direito. Ela é formada por pessoas,
que são o objeto do nosso estudo.

Sujeitos da relação jurídica são:


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Pessoa natural e personalidade jurídica ou civil

Quando começa a personalidade civil? Ou seja, a partir de que momento o


ordenamento jurídico brasileiro considera o ser humano como detentor de direitos
e obrigações?
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Teoria da capacidade civil

A capacidade civil plena envolve a capacidade de direito e a capacidade de fato. A capacidade de direito
é a capacidade genérica, que toda pessoa tem. Se há pessoa, está presente essa capacidade de adquirir
direitos e obrigações em geral. Isso somente será perdido com a morte. Já a capacidade de fato é a
aptidão para, pessoalmente, praticar/exercer os atos da vida civil. A ausência da capacidade de fato gera
a incapacidade civil, que pode ser absoluta ou relativa. Concluímos, assim, que toda pessoa tem a
capacidade de direito, mas não necessariamente a capacidade de fato. Quem possui as duas espécies
de capacidade terá a capacidade civil plena.
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Registro civil

Nosso Código Civil (BRASIL, 2002) determina que, para dar publicidade e
garantir efetividade, certos estados da pessoa precisam de registro civil ou
averbação, conforme se verifica:
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Direitos da personalidade

Os direitos da personalidade são aqueles que se referem à pessoa humana e à


sua dignidade. Eles possuem as seguintes características:

• Intransmissíveis.

• Irrenunciáveis.

• Absolutos.

• Extrapatrimoniais.

• Impenhoráveis.

• Inatos.

• Imprescritíveis.
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Tutela dos direitos da personalidade

Os direitos da personalidade podem ser defendidos de forma preventiva


(buscando evitar a ocorrência do dano) ou de forma reparatória (todos os danos
devem ser reparados). Os direitos da personalidade são divididos em:
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Tutela dos direitos da personalidade

Continua...

Existe a possibilidade das pessoas jurídicas


sofrerem ou não danos morais?
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Tutela dos direitos da personalidade

https://www.tjdft.jus.br/consultas/jurisprudencia/jurisprudencia-em-temas/dano-
moral-no-tjdft/legitimidade/indenizacao-por-danos-morais-a-pessoa-juridica
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Domicílio da pessoa natural

A pessoa natural é individualizada pelo nome, estado e domicílio. O


domicílio da pessoa natural pode ser definido como o local onde ela
estabelece sua residência com ânimo definitivo. Já a residência é o local
em que a pessoa física é encontrada com habitualidade. Diferente da
morada, que é o lugar onde ela se estabelece temporariamente.
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Tipos de domicílio

Veremos a seguir, os tipos de domicílio que a pessoa natural pode ter.


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Domicílio da pessoa jurídica

As pessoas jurídicas têm domicílio no lugar onde funcionarem as suas diretorias


e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos
constitutivos. Se a pessoa jurídica tem estabelecimento em vários locais
diferentes, cada local será considerado domicílio para os atos neles praticados.
E, ainda, se a administração ou diretoria da pessoa jurídica for no estrangeiro, o
domicílio será em cada agência para seus respectivos atos.
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Extinção da personalidade

A extinção da personalidade se dá com a morte real ou morte presumida.

Morte real: morte encefálica.

Morte presumida:

• Com decretação da ausência (art. 6º, 2ª parte, CC).

• Sem decretação de ausência: hipóteses em que se presume a morte,


devido à situação que a pessoa se encontrava (art. 7º do CC).

Comoriência: Art. 8º do Código Civil: “Se dois ou mais indivíduos falecerem na

mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu

aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.” (BRASIL, 2002, [s.p.]).


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Extinção da personalidade

A extinção da personalidade se dá com a morte real ou morte presumida.

Morte real: morte encefálica.

Morte presumida:

• Com decretação da ausência (art. 6º, 2ª parte, CC).

• Sem decretação de ausência: hipóteses em que se presume a morte,


devido à situação que a pessoa se encontrava (art. 7º do CC).

PARA A PROVA:

Após decretação da morte presumida, a viúva casa novamente e usa os


bens econômicos para abrir uma empresa com seu novo marido. Se o
ausente retornar, como será o retorno do seu patrimônio e de seus direitos
de personalidade?
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Curadoria dos bens do ausente

O ausente está em local incerto e não sabido. O ausente é considerado morto,


desde que respeitados os requisitos e o procedimento legal. Dentro desse
contexto, há três fases do procedimento legal que são:

1ª fase: curadoria dos bens do ausente.


2ª fase: sucessão provisória.
3ª fase: sucessão definitiva (declaração da morte).
Se desaparecido sem deixar curador para bens, ou com poderes
insuficientes, o juiz nomeará curador para os bens do ausente.

Será curador dos bens (nessa ordem):


1. O cônjuge (se não for separado).
2. Os pais.
3. Os descendentes (os mais próximos têm preferência).
4. Na falta destes, o juiz escolhe.
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Sucessões

Tratam da transmissão ou transferência do patrimônio de alguém que


morreu aos sucessores, seja por força da lei ou por testamento.

“a morte dissolve tudo” herdeiro assumirá os direitos e


obrigações de seu antigo titular ?

Os bens se transmitem de forma instantânea para os herdeiros aberta a


sucessão, é formado um condomínio forçado, desfeito apenas com a
sentença de partilha podendo ser móveis, imóveis, direitos e ações,
dinheiro, jóias etc

As dívidas também são transmissíveis, porém os herdeiros só serão


obrigados a arcar com as dívidas até o limite da herança.
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Sucessão provisória

Após um ano da arrecadação de bens do ausente, ou se ele deixou procurador que será
após três anos, os interessados poderão requerer que se declare a ausência e se abra
provisoriamente a sucessão. Serão considerados interessados:

• O cônjuge não separado judicialmente.

• Os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários.

• Os que tiverem, sobre os bens do ausente, direito dependente de sua morte.

• Os credores de obrigações vencidas e não pagas.

• A sentença que determina a abertura da sucessão provisória só produz efeito após 180
dias de sua publicação na imprensa
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Sucessão definitiva

A sucessão provisória será convertida em definitiva se houver a certeza da morte


do ausente, se ele não retornar em 10 anos, ou se o ausente tiver mais de 80
anos e não houver notícias dele por cinco anos. Dessa forma, os interessados
podem requerer a sucessão definitiva, assim como o levantamento das cauções
prestadas, após dez anos do trânsito em julgado da sentença que concede a
abertura da sucessão provisória, ou após cinco anos, se o ausente tiver 80 anos
de idade e não tiver notícias dele há cinco anos.
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Algumas terminologias referentes ao Direito de Sucessões

• Herança: é o total do patrimônio transmitido, também chamado de


acervo, massa ou monte hereditário;
• Autor da Herança: é o falecido.
• Sucessor: são aqueles que dão continuidade às relações jurídicas.
• Herança e Legado: A diferença é que o legado consiste na
individualização de bens pelo falecido conferidos a determinada
pessoa, e na herança não há tal individualização
• Legítima e Porção Disponível: O herdeiro legítimo é contemplado na
ordem hereditária, ou seja, legítima é a parte do patrimônio que será
transferida aos ascendentes e descendentes referidos na lei, mesmo
que esta não fosse a vontade do falecido. Porção Disponível é a
parcela do acervo em que o indivíduo poderá dispor de forma livre,
como por exemplo, contemplando parentes, estranhos, instituições
etc. Na porção disponível domina a liberdade de acordo com a
vontade própria; na legítima, impera a vontade da lei;
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Algumas terminologias referentes ao Direito de Sucessões

• Inventário: é o processo judicial que divide o patrimônio entre os


sucessores, podendo ser substituído por arrolamento sumário, que é
uma processo mais simplificado e quando os herdeiros são maior de
idade, capazes e estão de acordo com a partilha de bens;

• Herança Jacente e Herança Vacante: herança jacente ocorre


quando uma pessoa falece e deixa um patrimônio sem herdeiros ou
há uma expectativa de herdeiros de existência ignorada. Quando isso
acontece, o Estado arrecada os bens e realiza um inventário. Após um
ano da conclusão do inventário e sem aparecer nenhum herdeiro, a
herança é declarada vacante. Cinco dias após a abertura da
sucessão, a herança vacante é revertida ao domínio público.
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Determinados institutos fogem à regra do Direito de Sucessões,
pois possuem suas próprias regras sucessórias.

Alguns deles são:

Direito Autoral: o patrimônio 'transmitido por meio de um sistema


sucessório próprio, não segue a regra do Código Civil. Após aberta a
sucessão, é transmitido aos herdeiros no prazo de 70 anos a contar do
primeiro dia da morte do autor. Ao final deste prazo, a obra cai em
domínio público;
Bens do Estrangeiro: quando situados no Brasil, a sucessão dá-se de
acordo com a lei mais favorável aos herdeiros brasileiros;
Enfiteuse: este bem possui uma sucessão diferenciada e é transmitido
de forma livre.
Alvará Judicial: segundo a lei 6.858/80 e o Decreto 85845/81, a
sucessão de pequenos valores monetários é isenta de inventário e
independe de recolhimento tributário..
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Ordem de Vocação Hereditária

1º Descendentes;

2º Ascendentes;

3º Cônjuge Sobrevivente;

4º Colaterais;

5º Estados, Distrito Federal, União.


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Ordem de Vocação Hereditária

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Existem três situações em que o sucessor é privado de assumir a
transferência do patrimônio

Incapacidade de suceder - não se encontrarem na ordem de vocação


hereditária ou disposição testamentária; ou quando o indivíduo escreve o
testamento a pedido do testador;

Indignidade - apesar de o sucessor possuir as qualidades hereditária ou


testamentária, ele será privado, por meio da lei, de tais direitos por cometer atos
ofensivos ao falecido ou aos interesses do mesmo. Por exemplo, os autores ou
cúmplices em crime de homicídio voluntário.

Deserdação - Ocorre exclusivamente por vontade do testador na sucessão


testamentária. Para ser validada, é necessário que seja ordenada em testamento
com declaração da causa e consiste na perda legítima da sucessão. Podem ser
deserdados os indivíduos nos casos de indignidade, ofensas físicas, injúria,
desamparo etc.
Indignidade e deserdação - Ambas funcionam como punição, pois são
impostas àqueles que apresentarem comportamento indecoroso
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Casamento do ausente

Por fim, o casamento se dissolve pela presunção de morte


do ausente, ou seja, quando há a abertura da sucessão
definitiva. O cônjuge, porém, pode antes disso requerer o
divórcio em decorrência da ausência do seu cônjuge
ausente, citando-o por edital. Se o ausente retornar após a
morte presumida e o cônjuge requerente já tiver contraído
novo matrimônio, este continua válido.

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