Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PRINCÍPIOS GERAIS:
Princípio do personalismo ético: Princípio do respeito e dimensão humana de cada ser
humano. Ex: Ana aceita ser torturada por Bruno (ainda que Ana consinta estes maus tratos, o
respeito pela dignidade humana está a ser violado e isso nunca pode ser tolerado).
Princípio da autonomia: No Direito Privado vigora a autonomia das partes, a liberdade e a
independência, para que estas possam celebrar os contratos que quiserem, em conformidade
com a lei.
Princípio da responsabilidade: Os atos ilícitos desencadeiam responsabilidade civil.
Princípio da boa fé: Este princípio tem raiz moral. Existe a obrigação moral de agir de
forma honesta e de acordo com a lei.
Princípio da paridade jurídica: Igualdade relativa. O direito não aceita injustiças sem causa
(portanto, protege-se a parte mais fraca).
Princípio da equivalência: Balança equilibrada. No âmbito daquilo que é exigido pelo
direito, tem que existir um equilíbrio entre as prestações efetuadas e as contraprestações
cumpridas.
Princípio do respeito pela propriedade: Sempre que alguém é titular de um direito de
propriedade, esse direito tem que ser respeitado. Mas atenção que, a aquisição da referida
propriedade tem que ser sempre licita.
Princípio do respeito pela família e pela sucessão por morte: Este princípio beneficia o
núcleo de familiares mais próximos.
.1
Nascituros – Foram concebidos, mas ainda se encontram no ventre da mãe (são 1 feto).
Divergências Doutrinais:
Pais Vasconcelos considera que a vida tem inicio na concepção, isto é, a partir do momento
em que se dá a concepção esse ser já é considerado “ser humano”, é uma pessoa jurídica e
tem capacidade jurídica. Pais Vasconcelos considera que estes seres, apesar de ainda não
terem nascido, já têm os direitos mais relevantes (aqueles direitos que são exigidos pela
moral e que estão consagrados na lei). Neste sentido, para este autor, o art. 66 deve ser
interpretado como “capacidade de gozo” e não como “personalidade jurídica”.
Oliveira Ascensão e Menezes Cordeiro consideram que os nascituros têm personalidade
jurídica. Inclusivamente, consideram que quando uma doação é feita a um nascituro, essa
doação entra na titularidade do nascituro a partir do momento em que a mesma é efetuada.
Por sua vez, quando uma doação é feita a favor de um concepturo, o bem/direito doado
mantém-se na sua esfera jurídica até que o concepturo seja concebido.
Pires de Lima e Antunes Varela defendem que os nascituros e concepturos não têm
personalidade jurídica.
Mota Pito e Carvalho Fernandes defendem que os nascituros e concepturos não têm
personalidade jurídica. Para além disso, consideram que existem “direitos sem sujeito”
aqueles direitos que são atribuídos por herança ou doação. Portanto os referidos direitos só se
consideram “com sujeito” a partir do momento em que ocorre o nascimento com vida. Mota
Pinto e Carvalho Fernandes admitem que os filhos possam pedir indeminizações por danos
físicos ou psíquicos sofridos no ventre da mãe.
CAPACIDADE JURÍDICA: A Capacidade Jurídica divide-se na: “Capacidade de gozo” (ser titular
do direito) e na “Capacidade de exercício” (possibilidade de forma pessoal e livre exercer esse
direito de que se é titular).
MAS ATENÇÃO QUE, ter capacidade de gozo não implica que tenhamos capacidade de exercício,
devido a situações de ordem natural e/ou jurídica. Ex: A filha não pode pegar no dinheiro da mãe e
comprar um carro (tem capacidade de gozo, mas não tem capacidade de exercício).
.2
Ressalve-se que, a personalidade jurídica cessa com a morte (art. 68 CC) não obstante, por vezes,
essa personalidade jurídica acaba por se projetar para o futuro. (art. 71 CC).
Então, existem assim duas correntes doutrinárias:
Há quem defenda que a personalidade Por outro lado, há quem defenda que a personalidade
jurídica se projeta após a morte, jurídica não se projeta para tutelar o direito do falecido,
nomeadamente para efeitos de respeito pela mas sim para tutelar os direitos dos familiares (ou seja,
memória do falecido. defendem que a memória do falecido deve ser
respeitada, não para proteger qualquer direito do
Autores que defendem esta posição: falecido, mas sim o direito que os familiares têm em que
Leite Campos; e a memória do seu falecido familiar seja respeitada).
.3
NÃO PATRIMONIAIS (os direitos de personalidade não são avaliáveis em termos
pecuniários);
INDISPONÍVEIS (o seu titular não pode dispor deles livremente como bem entender).
Porém, o art. 81 CC consagra algumas situações excecionais em que o titular poderá dispor
de alguns direitos de personalidade, mas há diversos limites. O art.81 n.º2 CC prevê que a
limitação voluntária aos direitos de personalidade é sempre revogável (sem justa causa) mas
tem que indemnizar a outra parte (pelos prejuízos eventualmente causados), no âmbito da
responsabilidade civil.
AUSÊNCIA: Consiste na falta de uma pessoa no local onde era expectável que esta se encontrasse.
Quando uma pessoa desaparece e deixa bens, eles têm que ser administrados.
Neste sentido, temos que distinguir as 3 FASES DE AUSÊNCIA:
Curadoria Provisória: Neste caso há mais probabilidade e expectativa de que a pessoa
regresse, do que não regresse.
Curadoria Definitiva: Neste caso há mais probabilidade e expectativa de que a pessoa não
regresse, do que regresse.
Morte Presumida: Neste caso existe, não só a expectativa de que a pessoa não vai regressar
como ainda se tem a expectativa de que ela já faleceu.
Estas fases da ausência não são uma sequência de acontecimentos e são independentes entre si.
Em cada uma das referidas fases, existe uma expectativa diferente.
Curadoria Provisória:
Requisitos:
Desconhecimento total sobre o paredeiro da pessoa desaparecida;
Existência de bens que careçam de administração;
A pessoa desaparecida não ter deixado nenhum representante legal ou procurador;
Alguém tem que requerer a Curadoria Provisória (o art. 91 CC consagra quem tem
legitimidade para o efeito).
Ex: O Sr. José desaparece e deixa galinhas na capoeira. Ora, essas galinhas necessitam de ser
alimentadas e necessitam que alguém cuide delas. Assim, não tendo o Sr. José deixado ninguém
encarregue de cuidar das galinhas, a sua filha poderia requerer a curadoria provisória.
.4
Por outro lado, se antes de desaparecer o Sr. José já tivesse falado com um vizinho para que este
cuidasse das galinhas, já não se podia requerer a curadoria provisória.
O art. 90 CC consagra as “Providências Cautelares” na medida em que, quando há urgência
em tomar determinadas atitudes e medidas, é necessário tomar as referidas medidas antes da
decisão definitiva para evitar males maiores. Ex: O juiz demora a decidir se vai deferir o
requerimento relativo à Curadoria Provisória, se as galinhas não receberem alimentos e não
forem cuidadas durante esse tempo, as galinhas vão morrer. Então, para evitar que as galinhas
morram por falta de celebridade na tomada de decisão, podem e devem ser adotadas providencias
cautelares.
Curador Provisório: É quem vai ficar encarregue de administrar e gerir os bens e património da
pessoa desaparecida (art. 92 CC). Então, este curador faz o levantamento dos bens que tem que
administrar.
Caução: Quantia recebida para assegurar a boa administração dos bens (art. 93 n.º2 CC).
Competências e Deveres do Curador Provisório:
Administrar e gerir os bens/património do desaparecido;
Atuar com responsabilidade e de forma honesta perante os bens do ausente, fazendo uma
gestão comedida do património (sem excessos e de forma racional). Portanto, tudo o que for
discricionário, o curador não deve fazer.
Ex: O curador tem 10.000€, da pessoa desaparecida, para administrar e compra ações numa
sociedade comercial. Este ato não é um ato de administração, porque ainda que a compra destas
ações possa aumentar o património do desaparecido, pode também levar a riscos muito elevados para
o património. Portanto, o ideal é que o curador provisório administre o património do desaparecido
de forma a mante-lo como o mesmo se encontrava antes do desaparecimento.
Curadoria Definitiva:
Requisitos:
Desconhecimento total sobre o paredeiro da pessoa desaparecida;
Existência de bens que careçam de administração;
Alguém tem que requerer a Curadoria Definitiva (o art. 100 CC consagra quem tem
legitimidade para o efeito).
A pessoa ter desaparecido à pelo menos 2 anos, se despareceu sem deixar representante. OU,
a pessoa ter desaparecido à pelo menos 5 anos, se desapareceu mas deixou representante.
Art. 100 CC: Através da análise deste artigo é possível aferir que na curadoria definitiva o leque de
pessoas com legitimidade para a requerer é mais reduzido (ao contrário que se prevê na curadoria
provisória, na curadoria definitiva já não tem legitimidade qualquer interessado direta ou
indiretamente).
.5
Art. 108 CC: “alimentos” – pensão para poder sobreviver e alimentar-se.
Art. 111 CC: “fruto” – Aqui fala-se em “fruto” no sentido de “rendimento”.
Art.112 CC- Quando termina a curadoria definitiva.
Art. 113 CC – Para que os bens sejam restituídos ao ausente, ele tem que o requerer. (na curadoria
provisória esta restituição de bens é automática.
Morte Presumida:
Art. 114 n.º1 CC – 10 anos para um adulto. Se o ausente tiver 80 anos a morte já pode ser presumida
passados 5 anos.
n.º2: Quando o ausente é menor de idade. Ex: Alguém desaparece com 10 anos, a morte
presumida só pode ser declarada após 5 anos de este ter atingido a maioridade (basicamente a morte
presumida nunca pode ser aceite antes dos 23 anos de idade).
Art. 119 – Se o ausente, cuja morte foi presumida, regressar o património vai-lhe ser devolvido no
estado em que o mesmo se encontrar.
INCAPACIDADE
Definição e Porque existe:
A “incapacidade” existe para proteger os interesses do próprio incapaz.
O Direito Civil pressupõe que as pessoas, ao agirem no âmbito do direito, o realizam com total
liberdade e esclarecimento. Contudo, existem pessoas cujo nível de esclarecimento e de liberdade,
são inferiores ao normal e que as diminui e as coloca em situação desfavorável nas relações que se
possam constituir. Portanto, é esta “inferioridade” que o Direito procura regular e proteger.
Tipos de Incapacidades:
1. Menoridade;
2. Acompanhamento de Maiores;
3. Incapacidade Acidental.
1. Menoridade:
É considerado menor todo o sujeito/individuo que tenha uma idade inferior a 18 anos de idade (art.
122 CC).
No que concerne ao art. 126 CC, a doutrina diverge:
Numa interpretação restrita (defendida por Pires de Lima e Antunes Varela), esta limitação
seria aplicável tão só quando a anulação fosse pedida pelo próprio menor, não abrangendo os
casos em que o requerimento partisse do seu representante legal, nos moldes em que tal é
permitido pelo art. 125 CC.
.6
Numa outra interpretação, que parece mais correta aos olhos de Pedro Vasconcelos e Mota
Pinto, o dolo bloqueia a invocação da invalidade, quer pelo próprio menor, quer pelos seus
representantes legais.
A regra é que o menor é incapaz, mas o art. 127 CC consagra algumas exceções porque é
“razoável” que o menor possa ter alguns desses direitos. Ou seja, neste caso, estamos no âmbito
da designada “Capacidade Natural” (de acordo com o critério do homem médio, esta
capacidade natural consiste na capacidade de agir e praticar atos considerados razoáveis para
cada faixa etária).
Art. 128 CC – Um menor com uma idade superior a 16 anos pode casar com autorização dos pais
(art. 1609 ou 1612 CC). Se o menor casar sem autorização dos pais o casamento não passa a ser
inválido nem é anulável por esse motivo. Não obstante, os bens do menor vão ser administrados
pelos pais.
Se o menor tiver uma idade inferior a 16 anos esse casamento é anulável, nos termos do art. 287 CC.
3. Incapacidade Acidental:
A incapacidade acidental do autor do ato torna este anulável desde que, para além dos elementos
integradores da situação de incapacidade, a incapacidade do declarante seja conhecida do
declaratário ou, em alternativa, notória. (Art. 257 CC).
O artigo 257.º do Código Civil limita-se a cominar a anulabilidade do ato, não fixando o seu regime,
pelo que se deverá aplicar o regime geral do artigo 287.º do Código Civil – têm legitimidade para
pedir a anulação o próprio incapaz, cessando a situação de incapacidade, ou o seu representante, se o
houver.
.7
A Declaração Negocial pode ser:
Art. 219 CC: A regra é a LIBERDADE DE FORMA. Portanto, o mero acordo entre as partes é
suficiente.
Art. 220 CC: Quando a lei obriga a que o negócio tenha uma forma especifica e a mesma não é
respeitada, tal vicissitude gera a NULIDADE do negócio.
Art. 224 CC: Declaração Eficaz (Perfeita): Quando o destinatário a conhece ou a recebe.
Declaração Negocial:
Não Recipienda: Não tem destinatário
definido/determinado.
Art. 225 CC: Anúncio público da declaração - não é recipienda porque não tem um destinatário em
concreto (é público). Portanto esta declaração torna-se eficaz e perfeita quando é emitida.
Art. 226 CC: Aplica-se à declaração negocial em geral. Não é pelo facto de a pessoa falecer ou se
tornou incapaz, que a declaração perde os seus efeitos (n.º2).
.8
Se faltar algum destes requisitos, estamos perante um mero “Convite a Contratar”. Nos
Convites a contratar já não se vincula o declarante nem se obriga à conclusão do negócio.
A proposta contratual gera no declaratário o direito potestativo de a simples e pura aceitação
desencadear a eficácia do negócio independentemente da vontade do proponente.
Assim sendo, para além dos requisitos da proposta contratual, a Aceitação deve ser ainda:
Conforme (a proposta tem que ir no mesmo sentido que a resposta e vice versa).
Tempestiva (não dura para sempre) – Os prazos estão previstos no art. 228 CC.
COISAS: Consistem em bens que servem para satisfazer as necessidades da vida quotidiana ou
alcançar um determinado fim licito (art. 202 e ss CC).
Costuma-se dizer que:“Os bens são escassos e as necessidades ilimitadas” – Ora este facto gera
conflitos que têm que ser resolvidos com base no Direito.
Para o Direito só são bens, os meios úteis e juridicamente afetos à realização de fins lícitos.
Em sentido jurídico “coisa” ou “rés” consiste num dado extra jurídico que assenta em tudo aquilo
que possa ser objeto de relações jurídicas e que tenha como características principais: a Utilidade;
Individualidade e Suscetibilidade de Apropriação.
Art.203 CC:
As “Coisas Corpóreas” são aquelas que são sensorialmente constatáveis, isto é, são coisas
que conseguimos apreender pelos sentidos. As coisas corpóreas podem ser materiais (ex:
prédios) ou então imateriais (ex: eletricidade).
As “Coisas Incorpóreas” não existem no mundo físico, mas sim no mundo social (ex:
marcas, obras literárias e artísticas, patentes, etc.).
Art. 205 CC: As “Coisas Móveis” não estão ligadas ao solo.
.9
Art. 204 CC: As “Coisas Imóveis” não se conseguem mover, portanto consistem em bens ligados
ao solo, com carácter de permanência.
A distinção entre prédios rústicos e urbanos pode ser feita com base nos seguintes critérios:
1. Destinação Económica e Funcional:
Urbano: Afeto à construção e inserido em zona urbanizada ou urbanizável.
Rústico: Não afeto à construção e fora das zonas urbanizadas ou urbanizáveis. Servem de
suporte ou de apoio ao solo. A utilidade não está na edificação mas sim no apoio ao solo. Ex:
Barracão.
2. Distinção Económica:
Urbano: Afeto à construção.
Rústico: Afeto à agricultura.
Se não for possível aferir se domina mais a parte urbana ou rústica de um prédio, devemos considerar
que estamos perante um prédio Misto.
.10
Coisas Futuras (Art. 211 CC) – Coisas que ainda não existem mas que se prevê que venham
a existir ou, coisas que já existindo, ainda não estão na disponibilidade daquele que quer
celebrar o negócio jurídico (art. 893 CC).
Coisas Principais (Art. 210 CC) – O que é o objeto do negócio jurídico.
Coisas Acessórias (Art. 210 CC) – Não estão materialmente ligadas à coisa principal e o
vinculo de ligação é permanente.
Partes integrantes – Estão materialmente ligadas à coisa principal e o vínculo de ligação é
permanente. (ex: portas e janelas (integram a casa)).
Frutos: (Art. 212 CC) –Rendimentos normais das coisas frutíferas e que pertencem a quem
for o titular ou proprietário.
Relativamente a BENS temos interesses e poderes:
Interesses: Interligam as pessoas com os meios que sejam hábeis para a realização de
fins. Os interesses têm 2 dimensões:
o Objetiva: Relativa à aptidão que certo bem tem para a realização de fins
desejados por uma determinada pessoa.
o Subjetiva: Relativa à consciência da utilidade ou necessidade de um bem para
uma determinada pessoa.
Poder: Disponibilidade de um meio para atingir um fim ou um conjunto de fins. Existem:
o Poderes de Gozo;
o Poderes Potestativos; e
o Poderes Creditícios.
BENFEITORIAS:
Benfeitorias (Art. 216 CC) – Não são coisas mas sim ações que envolvem despesas destinadas a
melhorar ou a conservar as coisas.
Nos termos do art. 216 n.º 3 CC existem:
Benfeitorias Necessárias: Têm como fim evitar a perda ou deteorização da coisa. São
benfeitorias indispensáveis. Ex: Cai um raio no telhado da casa da vizinha e eu mando
arranjar. Na eventualidade de, neste caso a vizinha, não querer que eu arranjasse o telhado
dela, utilizaríamos o previsto no art. 1273 n.º1 CC.
Benfeitorias Úteis: Não tem como fim evitar a perda ou deteorização da coisa, no entanto
vai-lhe acrescentar significativamente o valor. Ex: Mando colocar telhas com melhor
qualidade.
Benfeitorias Voluptuárias: Não são indispensáveis nem aumentam significativamente o
valor da coisa, porém é uma ação que se leva a cabo sobre uma coisa principal dando um
certo gozo/prazer à pessoa que o fez. Ex: A vizinha pede para eu mandar arranjar e pintar
a casa, e eu decido pintar novamente a casa só porque estava entediada.
.11
Art. 1273 CC: As benfeitorias necessárias e as úteis geram como que um crédito no benfeitor de ser
ressarcido por elas. Se não houver possibilidade de ressarcimento procede-se ao levantamento dessas
benfeitorias (se não causar danos na coisa).
Art. 1275 CC: Não há possibilidade de ressarcimento.
NEGÓCIOS:
Facto Jurídico: Acontecimento com relevância jurídica, a que o direito atribui certos efeitos. Ex:
morrer, nascer, etc.
Ato Jurídico: Comportamento voluntário juridicamente relevante.
Negócio Jurídico: Ato de autonomia privada que põe em vigor uma relação jurídica vinculante
para os seus autores, com o conteúdos por eles determinados, dentro dos limites jurídicos da
autonomia privada. POR REGRA, não vinculam nem têm eficácia contra terceiros.
Liberdade de Celebração: É equivalente à livre decisão por parte do autor em celebrar ou não o
negócio.
Liberdade de Estipulação: Possibilidade de determinar o conteúdo do negócio jurídico.
Vicio: Alguma circunstancia num contrato que impede que o negocio produza plenamente os
seus efeitos.
.12
Esclarecimento: Estar ciente de todas as características que possam influenciar a decisão de
contratar ou não.
1. Negócio inter vivos – Negócios jurídicos que se celebram entre pessoas vivas.
2. Negócio mortis causa – Negócio que só ocorre com a morte de uma parte.
1. Negócios Consensuais – A regra é que estes negócios não dependem de forma especial (art.
219 CC). Ex: Comprar 1 café.
2. Negócios Formais – Dependem obrigatoriamente de uma forma especial sob pena de serem
considerados nulos (art. 220 CC).
1. Negócios Familiares
2. Negócios Sucessórios
1. Negócios Sinalagmáticos – Existe uma ligação entre aquilo que dou e aquilo que recebo.
2. Negócios Não Sinalagmáticos – Não existe ligação entre as prestações e as contraprestações.
.13
1. Negócios Gratuitos – À prestação inicial não corresponde uma contrapartida.
2. Negócios Onerosos – Implicam um gasto.
1. Negócios Causais – A causa é relevante para o respetivo regime. Ex: Comprei um carro
barato a outra pessoa só por ela estava mesmo a precisar de dinheiro.
2. Negócios Abstratos – A causa é irrelevante.
.14
Que essa ameaça cause medo e que esse medo seja determinante para a
conclusão do negócio.
Simulação: Quando as duas partes tentam criar uma aparência no negócio. Ou seja,
celebram um acordo para induzir os terceiros em erro. (Art. 240 cc).
n.º2 – A simulação gera NULIDADE.
Ex: Ana quer doar a Bruno mas não podem, então celebram uma compra e venda. (Aqui
tempos uma simulação do tipo negocial).
Ex: Colocam no contrato 1 preço diferente da realidade. – Simulação de preço.
Requisitos para apurar se existe simulação:
Acordo (Pacto de Simulação); e
Divergência entre a Simulação e a Realidade.
Art. 241 CC – Quando, por trás da simulação, existe um negócio real, estamos perante
uma Simulação Relativa.
Quando não existe nenhum negócio real e só existe o negócio simulado/aparente,
estamos perante uma Simulação Absoluta. Ex: Combino com 1 amigo fingir que eu lhe
vendi o meu carro, só para ninguém me vir chatear para eu o vender a outra pessoa.
Erro da declaração: É um vicio na vontade (art. 247 CC). Quando celebramos um negocio
temos que presumir ou, pelo menos, não ignorar as características do objeto que estou a
adquirir e conhece-las verdadeiramente. Ex: Tenho que provar que eu pensava mesmo que o
carro era vermelho. Se soubesse que na realidade o carro era amarelo eu não tinha celebrado
o negócio.
Temos que atender a um duplo requisito:
o Objetivo;
o Subjetivo;
o Finalista;
o Dupla Causalidade:
1. O dolo tem que causar o erro; e
2. O erro tem que levar à construção do negócio.
“Dolus Malus” – A conduta dolosa leva a outra pessoa a assumir um contrato que não
corresponde a um negócio pautado pelas regras de boa fé.
.15
“Dolus Bonus” – Não prejudica diretamente ninguém nem vai contra as regras da boa fé.
Ex: Vendo um carro porque ele dava algumas “chatices” mas nada de significativo. (Se quem
me comprou o carro não perguntou como é que estava a qualidade do carro, é razoável que eu
não lhe tenha dito nada).
Usura/Negócios Usuários: (art. 282 CC) – Negócio em que se percebe que alguém explora
outra pessoa de forma excessiva e que perturba a justiça interna do contrato. Ora, tal situação
é censurável não tendo um fundamento, por isso, também neste caso estamos perante um
vício da vontade. Ex: Pedir juros exagerados, só porque emprestei 10€ peço 30€ de juros.
A consequência do negocio usuário é a anulabilidade.
Requisitos da Usura:
.16