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2012
DIREITO DA PERSONALIDADE
Personalidade Jurídica
Conceito: é a aptidão para se titularizar direitos e contrair obrigações na órbita
jurídica, vale dizer é um atributo do sujeito de direito. Pessoa física ou natural é titular
de direitos e obrigações
# Qual das três teorias afinal teria sido adotada pelo CC Brasileiro?
Segundo Clovis Bevilaqua, em seus comentários ao Código Civil dos Estados Unidos
do Brasil, editora Rio, 1975, em posição ainda atual o CC aparentemente pretendeu
adotar a teoria natalista “por parecer mais prática” embora em diversos momentos
sofra influencia concepcionista, quando conhece ao nascituro o direito a vida, e a
alimentos gravídicos.
O julgamento da ADI 3510-0, referente à lei de biosegurança não pacificou a
controvérsia, pois não teve o objetivo de discutir especificamente qual a teria adotada.
CAPACIDADE
A capacidade se divide em capacidade de direito e de fato.
A capacidade de direito, é uma capacidade geral, genérica, que qualquer pessoa
tem. Segundo Horlando Gomes, a capacidade de direito é noção que se confunde com
o próprio conceito de personalidade.
A capacidade de fato ou de exercício nem toda pessoa tem, pois traduz uma aptidão
para pessoalmente praticar atos na vida civil. A junção da capacidade de direito com a
capacidade de fato é chamada de capacidade civil plena.
Obs. Vale lembrar que o conceito de capacidade não se confunde com a chamada
legitimidade, a qual, lembrando Calmoni Passos, consiste na pertinência subjetiva
para a prática de determinados atos jurídicos. Vale dizer, mesmo sendo capaz, a
pessoa pode estar impedida de praticar determinado ato jurídico por falta de
legitimidade (art. 1.521, inc. IV CC). Ex. irmãos não podem se casar, não porque não
possuem capacidade, mas por falta de legitimidade.
ABSOLUTAMENTE INCAPAZES
Menores de 16 anos de idade (menores impúberes); os que por enfermidade ou
deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a pratica desses atos.
Obs. No que tange ao artigo 3° inc. II, vale lembrar que o reconhecimento da
incapacidade absoluta (ou até mesmo relativa) por enfermidade ou deficiência mental,
opera-se por meio do procedimento de interdição, regulado a partir do artigo 1.177
CPC. Proferida, pública e registrada a sentença de interdição, qualquer ato que o
incapaz pratique sem o seu curador, mesmo em período de lucidez, é invalido.
# É valido o ato praticado por incapaz antes da interdição?
Horlando Gomes, seguindo doutrina italiana, na mesma esteira da redação original do
artigo 503 do Código Civil Frances (antes da Lei 05/03/2007), observa o ato praticado
pelo incapaz ainda não interditado poderá ser invalidado se concorrerem três
requisitos:
1°: A incapacidade de entendimento;
2°: O prejuízo ao incapaz;
3°: A má-fé da parte contrária (por obvio pode ser circunstancialmente auferida);
III- As pessoas que mesmo por causa transitória não podem exprimir a sua vontade.
Ex. pessoa em estado de coma, intoxicação fortuita.
Obs. a teoria do actio libera in causa desenvolvida pelo direito penal (ler o texto de
Claus Roxin – ciências penales – net) também se aplica ao direito civil segundo
observa o grande Alvino Lima na obra “Da Culpa ao Risco” pois é justo que se
responsabilize aquele que voluntariamente se coloca em estado de incapacidade.
O surdo-mudo que não se comunica com o mundo é considerado absolutamente
incapaz por interpretação do artigo 3°, inc. III.
RELATIVAMENTE INCAPAZES
Artigo 4°
Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos, ou à
maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por
deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental
completo;
IV - os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por
legislação especial.