Você está na página 1de 12

P

ERSONALIDADE JURÍDICA
1. CONCEITO
 Conceito técnico-jurídico clássico: personalidade jurídica é a aptidão genérica para se titularizar direitos e
contrair obrigações na órbita do Direito, ou seja, é a qualidade para ser sujeito de direitos.
 Conceito moderno: ter personalidade jurídica é ter uma proteção fundamental, ou seja, possuir direitos
da personalidade.

Personalidade Jurídica na classificação de Hans Kelsen do Código Civil


Hans Kelsen trazia a idéia de que a Parte Geral do Código Civil trazia conceitos estáticos, enquanto a especial
trazia conceitos dinâmicos. Personalidade jurídica é conceito estático fundamental.

2. PESSOA FÍSICA OU NATURAL


 Teixeira de Freitas: “ente de existência visível”.

2.1. MOMENTO EM QUE A PESSOA FÍSICA ADQUIRE PERSONALIDADE JURÍDICA


Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a
concepção, os direitos do nascituro.

 Aparentemente, a resposta encontra-se na primeira parte do art. 2º do Código Civil brasileiro: “a


personalidade da pessoa começa do nascimento com vida. Todavia, a própria concepção de “nascimento
com vida” já inspira cuidados, devendo ser entendida como o funcionamento do aparelho cárdio-
respiratório do recém-nascido, independentemente da sua aparência física, em respeito ao princípio da
dignidade da pessoa humana. Em sentido contrário o art. 30 do Código da Espanha exige forma humana e
tempo mínimo de sobrevivência.
 Caio Mário: “se o nascituro tem direitos, não seria sujeito de direitos?”

2.2. NATUREZA JURÍDICA DO NASCITURO


 Limongi França: o nascituro é aquele ente já concebido, com vida intra-uterina, mas ainda não nascido.
 Não deixa também de traduzir um embrião, porém nascituro é mais do que embrião, tendo em vista
haver embriões sem vida intra-uterina, como os embriões excedentários.

2.2.1. Nascituro X Natimorto X Concepturo


 Nascituro: ente já concebido, com vida intra-uterina
 Natimorto: aquele nascido morto e que, nos termos do enunciado I da Jornada de Direito civil goza de
proteção somente quanto ao (a) nome, (b) imagem e (c) sepultura.
 Concepturo: também chamado de “prole eventual”. Trata-se daquele que nem ainda foi concebido. No
direito sucessório pode ser chamado a suceder na sucessão testamentária. (CC, art. 1799, I).
o Art. 1.799. Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder: I - os filhos, ainda não
concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrir-se a sucessão;
o Art. 1.800. § 4o Se, decorridos dois anos após a abertura da sucessão, não for concebido o herdeiro
esperado, os bens reservados, salvo disposição em contrário do testador, caberão aos herdeiros legítimos.

2.3. TEORIAS EXPLICATIVAS DO NASCITURO


 A questão atinente à personalidade jurídica do nascituro é altamente controvertida na doutrina, havendo
três teorias explicativas fundamentais.

2.3.1. Teoria natalista – majoritária


 Grande parte da doutrina brasileira: Eduardo Espínola, Sílvio Rodrigues, Vicente Ráo
 Defendem que a personalidade jurídica somente é adquirida a partir do nascimento com vida de maneira
que o nascituro não deve tecnicamente ser considerado pessoa, gozando de mera expectativa de direito.
 Nega a personalidade do nascituro. Direitos da personalidade e patrimoniais somente com o nascimento
com vida. Não explica os direitos que têm o nascituro, como assistência pré-natal, direito à herança.
 ADI 3510 (lei de biossegurança): utilizou a teoria natalista para defender a pesquisa com células-tronco.
Não quer dizer que a questão esteja pacificada, porém é mais um argumento a favor dos natalistas.

2.3.2. Teoria da personalidade condicional - Serpa Lopes


 Também chamada de “teoria da personalidade formal”
 Para esta teoria, o nascituro gozaria de direitos personalíssimos desde a concepção, mas, somente
consolidaria a sua personalidade para efeitos patrimoniais sob a condição de nascer com vida.
 Direitos patrimoniais condicionados ao nascimento com vida e direitos de personalidade desde a
concepção (p. ex. direito à vida, à proteção pré-natal).
 Assim, nascituro é pessoa para alguns efeitos, porém para outros não. Teoria extremamente “em cima do
muro”, ou seja, oportunista.

2.3.3.1. Personalidade jurídica formal


 Adquirida com a concepção
 Confere ao nascituro os direitos extrapatrimoniais absolutos (direitos de personalidade)
 Pode sofrer danos morais

2.3.2.2. Personalidade jurídica material


 Adquirida com o nascimento com vida
 Confere direitos patrimoniais àquele que nasceu com vida.
 Pode sofrer danos materiais

2.3.3. Teoria concepcionista


 Bevilacqua, Teixeira de Freitas e doutrina mais moderna de Silmara Chinelato
 Defendem que o nascituro possui personalidade jurídica desde a concepção, inclusive para efeitos
patrimoniais. O nascimento com vida faz retroagir a eficácia jurídica.
 Jurisprudência: não reconhece todos esses efeitos, tal qual a linha concepcionista pura

2.4. CONCLUSÃO SOBRE AS TEORIAS EXPLICATIVAS DO NASCITURO


 Em conclusão, observamos que a temática pertinente à natureza jurídica do nascituro é altamente
controvertida, parecendo-nos ser ainda muito atual o pensamento de Clóvis Bevilácqua nos “Comentários
ao Código Civil dos Estados Unidos do Brasil, editora Rio, 1975, p. 178”, segundo o qual aparentemente o
codificador adota a teoria natalista por ser mais prática, mas, em diversos pontos, experimenta a
influência concepcionista reconhecendo ao nascituro direitos como se fosse uma pessoa (ver material de
apoio quadro esquemático de direitos do nascituro)
 O nascituro, segundo alguns julgados no Brasil, que reforçaram a lei 11.804/08 teria direito aos alimentos
gravídicos.
 Vale ainda observar que o STJ admitiu indenização por dano moral sofrido pelo nascituro (REsp
399.028/SP). Caso: pessoa maior de idade entrou com ação de indenização contra o Estado, tendo em
visto que na época quando era nascituro, sua mãe foi forçada a ouvir seu pai sendo torturado. Fato que
lhe prejudicou o desenvolvimento. Como dano moral é lesão a direito de personalidade, o STJ defende ter
o nascituro direito de personalidade.

Cristiano chaves: momento aquisitivo dos direitos da personalidade


É com a concepção, vez que ambas as teorias majoritárias (concepcionista e condicionalista) atribuem direitos de
personalidade ao nascituro: (a) Lei dos alimentos gravídicos, (b) crime de aborto está no título de crimes contra a
vida, (c) pode receber doação, (d) pode ser beneficiado por legado ou herança (art. 1799), (e) ter-lhe nomeado
curador para seus interesses.

2.5. DIREITO À VIDA NA CONVENÇÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS


Artigo 4º - Direito à vida 1. Toda pessoa tem direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido pela
lei e, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente.

 Recomenda a convenção interamericana de direitos humanos que o direito à vida deve ser garantido
desde o momento da concepção.

Início da vida
Nenhum dos diplomas normativos ou das teorias sobre a aquisição da personalidade jurídica preza-se a
estabelecer um momento exato de início da vida. Todas elas tangenciam o assunto, mas acabam mesmo por focar
no estudo da aquisição da personalidade jurídica e da capacidade jurídica.

1. Convenção interamericana: consegue ainda incidentalmente dizer que o início da vida é com a concepção, vez
que a interpretação do art. 4º leva a crer que qualquer fenômeno biológico anterior à concepção não tem o
direito à vida protegido, portanto direito à vida somente a quem tem vida, que é com a concepção;

2. Código Civil: é totalmente omisso quanto ao início da vida. Pois fala sobre personalidade jurídica daquele que
nasceu com vida e direitos do nascituro. Levando em conta que na ordem jurídica nacional, até mesmo o meio
ambiente possui direitos, não é de se falar que necessariamente o art.1º estabeleceu que a vida começa com a
concepção. Exemplo: se o ordenamento nacional retirasse a personalidade de quem é incapaz, não seria o
mesmo que dizer que retirou sua vida. Personalidade é do mundo jurídico, vida é do mundo dos fatos.

3. Tribunal constitucional alemão


Assim como não cabe ao direito dizer quando a vida se inicia, não cabe às outras ciências dizer quando se inicia a
proteção jurídica da vida.

APACIDADE JURÍDICA
1. CONCEITO
 Quando se fala em capacidade, dois conceitos devem ser devidamente enfrentados, a capacidade de
direito e a capacidade de fato.
 Capacidade de direito: é a aptidão genérica que qualquer pessoa possui
 Capacidade de fato: traduz a aptidão para pessoalmente praticar atos da vida civil, o que nem toda
pessoa tem, diante das situações de incapacidade absoluta ou relativa.
 Capacidade plena: é inerente a pessoa que possua das duas capacidades.
 Orlando Gomes: a capacidade de direito é uma noção que, hoje, confunde-se com a noção de
personalidade (adquirir direitos e contrair obrigações).

1. Personalidade jurídica
a) Teoria moderna: é a aptidão de titularizar relações existenciais, que são os direitos da personalidade.
b) Teoria clássica: é a capacidade de ser sujeito de direito. Crítica: condomínio, e entes despersonalizados podem
titularizar direitos; mas jamais podem ser indenizados por uso indevido do nome.

2. Capacidade jurídica
É a aptidão para titularizar relações patrimoniais pessoalmente.
Assim, mesmo quem não possui personalidade pode ter capacidade jurídica

3. Capacidade de ser parte X capacidade processual


Tais conceitos de direito processual civil têm relação parecida com os institutos da capacidade jurídica e a
capacidade de fato, tendo em vista que um é a medida do outro. Capacidade jurídica e capacidade de ser parte
são aptidões genéricas; capacidade de fato e capacidade processual são aptidões para atuar pessoalmente.

2. LEGITIMIDADE
 Calmon de Passos: legitimidade é a pertinência subjetiva para a prática de determinado ato, ou seja, uma
pessoa pode ser plenamente capaz, mas faltar-lhe legitimidade para a prática de um ato específico.
 Ex: outorga do cônjuge para alienar ou onerar bens imóveis
 Ex2: autorização do juiz para o tutor dispor de bens do tutelado.
 Ex3: dois irmãos, gozando de plena capacidade, não podem se casar entre eles.

EORIA DAS INCAPACIDADES


 A teoria das incapacidades submete-se à interpretação restritiva. Só há incapacidade nos casos previstos
em Lei.

1. INCAPACIDADE ABSOLUTA – ART. 3º


Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:
I - os menores de dezesseis anos;
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses
atos;
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.

 Os absolutamente incapazes são representados


 Art. 166, I: é nulo o negócio jurídico celebrado por absolutamente incapaz

1.1. INCISO I: MENORES DE 16 ANOS


 Critério etário
 São os menores impúberes
 ECA: pelo critério etário são incapazes todas as crianças e alguns adolescentes (12 anos completos)

1.2. INCISO II: OS QUE, POR ENFERMIDADE OU DEFICIÊNCIA MENTAL, NÃO TIVEREM O NECESSÁRIO
DISCERNIMENTO PARA A PRÁTICA DESSES ATOS;
 Critério subjetivo: psicológico
 Ainda que advenha de alcoolismo, ou toxicomania a pessoa se enquadrará neste inciso caso perca o
discernimento para praticar os atos.
 Em processo civil, estuda-se o procedimento de interdição (art. 1177 a 1186, CPC), por meio do qual é
aferida a incapacidade, nomeando-se ao incapaz um curador.
 Sentença de interdição: (a) constitutiva – processualistas; (b) declaratória – civilistas.

1.2.1. Validade dos atos praticados nos intervalos lúcidos do incapaz interditado
 Uma vez interditado o incapaz, qualquer ato que venha a praticar sem seu representante, mesmo que em
momento de lucidez é inválido.

1.2.2. Validade dos atos praticados nos intervalos lúcidos do incapaz não interditado
 A despeito da omissão legislativa (o que não havia na redação original do art. 503 do Código da França) a
nossa doutrina, por inspiração italiana (Orlando Gomes) afirma que o ato praticado pelo incapaz, ainda
que não interditado, poderá ser impugnado, em havendo a concorrência de 3 elementos:
a) Incapacidade
b) Prejuízo ao Incapaz
c) Má-fé da outra parte. (má-fé que pode ser circunstancialmente detectada)

1.3. INCISO III: OS QUE, MESMO POR CAUSA TRANSITÓRIA, NÃO PUDEREM EXPRIMIR SUA VONTADE
 Critério subjetivo: psicológico
 O que importa é a incapacidade de exprimir vontade, não a reversibilidade do estado
 Ainda que advenha de alcoolismo, ou toxicomania a pessoa se enquadrará neste inciso caso não possa
exprimir sua vontade.
 Exemplo: incluem-se nessas os surdos-mudos incapazes de se comunicarem com o exterior.
 Exemplo2: determinada pessoa é induzida à embriaguez absoluta e assina contrato.

Dada a taxatividade, como classificar as seguintes pessoas: analfabeto, preso, falido, senil, deficiente, ausente?
1. Ausente, analfabeto, preso, falido, senil, deficiente não são por si só incapazes, nem absoluta, nem
relativamente, exceto se a condição (a) afetar o discernimento absoluta ou relativamente, ou (b) impedir a
expressão da vontade.
2. Ausência: é causa de morte presumida; não há que se analisar tal fato sob a égide da teoria das incapacidades.

2. INCAPACIDADE RELATIVA – ART. 4º


Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;
IV - os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial.

 Os relativamente incapazes são assistidos.


 Art. 171, I: são anuláveis os negócios jurídicos celebrados por relativamente incapazes.

2.1. OS MAIORES DE DEZESSEIS E MENORES DE DEZOITO ANOS


 Critério etário
 Menores púberes
 ECA: pelo critério etário são relativamente incapazes alguns adolescentes (somente os >16 e <18)
 Coincide com a idade núbil: podem se casar com autorização dos pais.
 Momento em que encerra a incapacidade por critério etário: no primeiro instante do dia em que a
pessoa completa 18 anos, desde que possua higidez e sanidade mental. Pois é um critério objetivo.

Casamento de menores sem idade núbil – art. 1.520, CC


a) ocorrência de gravidez ou
b) para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal.

Interdição de menor púbere


Em regra não deve ser interditado, vez que os pais são seus representantes legais, porém o menor que tenha
doença mental, que o prive totalmente de consentimento, em sendo relativamente capaz (16 a 18 anos) deve ser
interditado, para que os pais passem a exercer sobre ele plena representação em vez de simples assistência.
2.2. INCISO II – OS ÉBRIOS HABITUAIS, OS VICIADOS EM TÓXICOS, E OS QUE, POR DEFICIÊNCIA MENTAL,
TENHAM O DISCERNIMENTO REDUZIDO;
 No inciso II do art. 4º, o discernimento é reduzido e não perdido.

2.3. INCIISO III – OS EXCEPCIONAIS, SEM DESENVOLVIMENTO MENTAL COMPLETO;


 Ex: portadores de síndrome de Down.

2.4. INCISO IV – OS PRÓDIGOS.


 Padece de grave desvio comportamental por gastar imoderadamente seu patrimônio, podendo reduzir-se
à miséria.
 Ex: vício de jogo é grande fator que desperta a prodigalidade.
 É assistido somente nos atos de cunho patrimonial.
 Estatuto Jurídico do patrimônio mínimo: componente essencial da dignidade da pessoa humana, que é
um bem indisponível. Além do que, existe interesse social na proteção
 Casamento do pródigo: o curador do pródigo não deve se manifestar quanto ao aspecto pessoal do
casamento, mas sim quanto ao aspecto patrimonial, como no regime de bens.

2.4.1. Fundamentação lógico-jurídica da proteção ao pródigo: proteção jurídica do patrimônio mínimo


 A proteção jurídica do pródigo que é considerado relativamente incapaz, razão pela qual o seu curador
deverá assisti-lo em atos de conteúdo patrimonial (APENAS) (art. 1.782) busca inspiração na teoria da
proteção jurídica do patrimônio mínimo, desenvolvida por Luiz Edson Fachin. Segundo tal doutrina, na
perspectiva da dignidade da pessoa humana, as normas civis devem sempre resguardar um mínimo de
patrimônio para que cada indivíduo tenha vida digna.
 Conteúdo da dignidade da pessoa humana: (a) integridade física e psíquica, (b) liberdade e igualdade, (c)
mínimo existencial – direito ao patrimônio mínimo
 Origem da proteção do pródigo: a origem dessa capitis deminutio radica-se no Direito Romano, que,
considerando o patrimônio individual uma co-propriedade da família, capitulava como prejudicial ao
interesse do grupo familiar a dilapidação da fortuna.

3. CAPACIDADE DOS ÍNDIOS – PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 4º


Lei 6.001/73 (estatuto do índio)
Art. 8º. São nulos os atos praticados entre o índio não integrado e qualquer pessoa estranha à comunidade
indígena quando não tenha havido assistência do órgão tutelar competente.  
Parágrafo único. Não se aplica a regra deste artigo no caso em que o índio revele consciência e
conhecimento do ato praticado, desde que não lhe seja prejudicial, e da extensão dos seus efeitos.

3.1. ÍNDIO ACULTURADO (DA SELVA)


 Totalmente incapaz
 Submete-se a regime tutelar a cargo da FUNAI.

3.2. ÍNDIO CULTURADO


 Não se aplica o disposto, desde que tenha conhecimento do ato, seus efeitos e ainda não lhe seja
prejudicial.

3.3. OPÇÃO PELO REGIME DO CÓDIGO CIVIL EM DETRIMENTO DO ESTATUTO DO ÍNDIO


Art. 9º Qualquer índio poderá requerer ao Juiz competente a sua liberação do regime tutelar previsto nesta
Lei, investindo-se na plenitude da capacidade civil, desde que preencha os requisitos seguintes:
I - idade mínima de 21 anos;
II - conhecimento da língua portuguesa;
III - habilitação para o exercício de atividade útil, na comunhão nacional;
IV - razoável compreensão dos usos e costumes da comunhão nacional.
Parágrafo único. O Juiz decidirá após instrução sumária, ouvidos o órgão de assistência ao índio e o
Ministério Público, transcrita a sentença concessiva no registro civil.  

 Caso deseje, o índio poderá ser isento do regime tutelar.

FUNAI, MPF E ÍNDIO


FUNAI: cuida dos interesses indígenas individualmente considerados
MPF: cuida dos interesses indígenas coletivamente considerados

4. SENILIDADE
 Não é por si só causa de incapacidade.
 A lei 12.344/09.12.10 aumentou para 70 anos a idade a partir da qual se torna obrigatório o regime de
separação de bens. (Antes era 65 anos).

5. EFEITOS DA REDUÇÃO DA MAIORIDADE CIVIL PELO CÓDIGO DE 2002


 Sabendo-se que a maioridade civil fora reduzida dos 21 para os 18 anos, houve impacto no direito de
família e previdenciário

5.1. ALIMENTOS EM DIREITO DE FAMÍLIA


SÚMULA 358: A EXONERAÇÃO DA PENSÃO ALIMENTÍCIA DE FILHO QUE ATINGE A MAIORIDADE DEPENDE
DE CONTRADITÓRIO

 O STJ firmou entendimento no sentido de que o alcance da maioridade civil não implica cancelamento
automático da pensão alimentícia (REsp 442.502/SP), que deverá ser paga, em regra, até a conclusão dos
estudos (em torno de 24 anos). Assim, para que haja o cancelamento da pensão exige-se a observância do
contraditório em favor do alimentando (súmula 358 STJ)

Enunciado 341: Filho sócio-afetivo também tem direito a alimentos.


- Se o pai não puder prestá-lo, existe a excepcional possibilidade de requisição de alimentos ao genitor.

5.2. MAIORIDADE NO CAMPO PREVIDENCIÁIRIO


 No campo previdenciário, é forte o entendimento (Enunciado 3, 1º JDC, Nota SAJ 42/03) segundo o qual a
redução da maioridade civil não implica a negação do direito assegurado por lei previdenciária, por ser
norma especial.
 REsp 1.074.181/PB: não se mostra viável prorrogação de benefício previdenciário sob a alegação de
necessidade de conclusão dos estudos.

6. BENEFÍCIO DE RESTITUIÇÃO (RESTITUTIO IN INTEGRUM)


 O chamado benefício de restituição segundo Clóvis Bevilacqua consistia em um verdadeiro privilégio
conferido ao incapaz para permitir que pudesse invalidar um negócio realizado por seu representante
devidamente autorizado pelo menor, formalmente perfeito, simplesmente alegando prejuízo. Tal
instituto dada a insegurança (o menor sequer necessitava provar a lesão) que gera fora banido do antigo
Código explicitamente, entendendo-se que esta vedação ainda persiste

7. AUTO-PROVOCAÇÃO DE INCAPACIDADE PARA A PRÁTICA DE ILÍCITOS CIVIS


 A defesa da impossibilidade de expressão da vontade por causa transitória somente é válida se a
incapacidade for causada por fortuito. Exemplo: estrangeiro enganado a tomar remédio que, na verdade,
é droga.
 Aplicando-se a teoria da actio libera in causa, a pessoa que lançando mão de substâncias estupefacientes
ou congêneres voluntariamente, coloca-se em estado de incapacidade não pode alegar isenção de
responsabilidade. Esta teoria, segundo o grande Alvino Lima, em sua tese da culpa ao risco também se
aplica ao direito civil. (WWW.cienciaspenales.net)

8. ANULABILIDADE DE ATO PRATICADO POR MENOR PÚBERE


Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente;
Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade se
dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.

 Ainda que o art. 171 do CC preveja a plena anulabilidade dos atos praticados pelo menor púbere
desassistido, o art. 180 do mesmo diploma legal impõe uma limitação visando tanto a proteger os
terceiros de boa-fé como repelir o dolo.
 Nega o legislador proteção ao menor capaz de distinguir o bem do mal e escolher o mal agindo
dolosamente.

MANCIPAÇÃO
Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos
da vida civil. Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I – pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de
homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o
menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.

 Emancipação: É um instituto internacionalmente conhecido, no Brasil, é possível a antecipação da


capacidade plena em três hipóteses: [a] Emancipação voluntária (art. 5º, parágrafo único, I, primeira
parte); [b] Emancipação judicial (art. 5º, parágrafo único, I, segunda parte); [c] Emancipação legal (art. 5º,
parágrafo único, incisos II a V)

1. EMANCIPAÇÃO VOLUNTÁRIA
1.1. CONCEITO
 É aquela concedida por ato dos pais (ou por um deles na falta do outro), mediante instrumento público,
independentemente da homologação do juiz, em caráter irrevogável, e desde que o menor tenha pelo
menos 16 anos completos.
 Guarda exclusiva de algum dos pais: ainda que a guarda seja atribuída exclusivamente a um dos pais, em
havendo o outro, o Poder Familiar somente será destituído por vontade de ambos. Guarda é distinta de
Poder Familiar, e a emancipação extingue exatamente este segundo.
 Emancipação de má-fé: observa Sílvio Venosa, com base na Jurisprudência do próprio STF (RTJ 62/108, RT
494/92) que a responsabilidade civil dos pais, na emancipação voluntária, persiste até que o menor
complete 18 anos de idade.
 Consentimento do menor: desnecessário seu consentimento, vez que o ato é potestativo dos pais.
Sempre aconselhável, entretanto, que ele seja comunicado e participe do ato.

Havendo discordância entre os pais


O juiz supre a vontade dos pais. Seria uma hipótese atípica de emancipação, não é nem voluntária, nem judicial

2. EMANCIPAÇÃO JUDICIAL
2.1. CONCEITO
 É aquela concedida por ato do juiz em face de menores sob tutela, ouvido o tutor, desde que o menor
tenha, pelo menos, 16 anos completos.
 Papel do tutor: o tutor somente é ouvido. Tutor não emancipa ninguém. Competente para tanto é o juiz.

3. EMANCIPAÇÃO LEGAL
 O Código Civil enumera um rol de atos da vida civil que em realizados pelo menor têm a força de
emancipá-lo.

3.1. HIPÓTESES DE EMANCIPAÇÃO LEGAL


3.1.1. Casamento
 Capacidade núbil: 16 anos (com autorização dos pais). Ressalvada a hipóteses em que se permite o
casamento de menores de 16 anos desde que (a) em caso de gravidez e (b) para evitar a imposição ou
cumprimento de sentença penal. (art. 1.520)
 Divórcio posterior: a emancipação decorrente do casamento permanece.
 Invalidade do casamento: em caso de invalidade do casamento, todavia, considerando-se que, segundo
respeitável doutrina (Zeno Veloso, José Fernando Simão, Flávio Tartuce), a eficácia da sentença de
invalidação é retroativa, cancelando o próprio registro de casamento, é razoável concluir-se que, em tal
hipótese, salvo putatividade, o efeito emancipatório desaparecerá.

3.1.2. Exercício de emprego público efetivo


 Cargo público: se o emprego público emancipa, é lógico dizer que o cargo público também.
 Crítica: para ingresso na carreira pública exige-se como regra, no mínimo, 18 anos de idade.
 Militares: a lei própria da carreira permite que menores de 18 ingressem na carreira pública

3.1.3. Colação de grau em curso de ensino superior


 Pegadinha CESPE: não é a aprovação, mas sim a colação.

3.1.4. Estabelecimento civil, comercial ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função de
qualquer deles, o menor, com 16 anos completos, tenha economia própria.
 Requisitos obrigatórios: (a) 16 anos completos e (b) economia própria
 Requisitos alternativos: (a) estabelecimento civil, (b) estabelecimento comercial, (c) existência de relação
de emprego.
 “Estabelecimento civil”: exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística (ex:
professor de música em domicílio)
 “Economia própria”: Podemos afirmar que o moderno direito civil adotou um sistema aberto de normas,
permeado por conceitos indeterminados e cláusulas gerais, os quais, à luz do princípio da operabilidade
(ver referência a texto de Miguel Reale no material de apoio), que deverão ser preenchidos pelo juiz à luz
do caso concreto.
 Capacidade para emprego: 16 anos (14 a 16 somente aprendiz)

3.1.4.1. Salário-mínimo é suficiente para estabelecer economia própria?


 Sendo “economia própria” um conceito aberto, a suficiência do salário-mínimo deverá ser analisada de
acordo com as circunstâncias do caso concreto. Para um rapaz rico, um salário-mínimo é complemento de
mesada; para um paupérrimo, é “economia própria”.

Conceito aberto e cláusula geral


Na linha de pensamento de Judith Martins-Costa, a cláusula geral compreenderia um conceito indeterminado,
mas, teria uma força normativa ainda maior, na medida em que vincularia a própria atividade do juiz. Muita vez é
tão forte que possui conotação principiológica, tal qual a cláusula geral da boa-fé objetiva.

3.1.4.2. Modo de formalização da maioridade


 Incidentalmente em processo de conhecimento: A lei em momento algum menciona sentença judicial.
Assim, sua prova deve ocorrer de maneira incidental em processo de conhecimento. Caso o menor seja
demitido, prevalece o entendimento que não voltará a ser incapaz
 Ação declaratória: sempre assiste ao menor a possibilidade de entrar com ação declaratória

Dezesseis anos completos Forma Requisito específico


Voluntária Sim Instrumento público,
independentemente de
homologação
Judicial Sim Sentença Tutor é ouvido. (tutor
não emancipa ninguém)
Casamento Não, deve ser respeitada a idade Art. 9º, I – casamento é
núbil de 16 ou as hipóteses de menor registrado.
de 16 que pode se casar.
Exercício de emprego Não ????
público efetivo
Colação de grau em curso Não ???
de ensino superior
Estabelecimento civil ou 16 anos capacidade laboral, 14 a 16 (1) Incidentalmente em Economia própria
comercial, ou relação de menor aprendiz processo e (2) ação
emprego declaratória

4. QUESTÕES ESPECIAIS SOBRE EMANCIPAÇÃO


4.1. RESPONSABILIDADE CRIMINAL NO MENOR EMANCIPADO
 O menor emancipado não pode ser criminalmente processado e preso, uma vez que a emancipação não
antecipa a imputabilidade penal, que só advém com os 18 anos.
 Crime de falência de menor: menor emancipado por estabelecimento civil se sujeita à falência, porém
não pode ser responsabilizado por crimes falimentares. Cometerá somente ato infracional falimentar.

4.1. MENOR PODE SER PRESO?


 LFG: o menor emancipado pode ser civilmente preso, pois a prisão civil não é decorrente de infração
penal. Assim, caso menor emancipado deixe de prestar alimentos legais a seus filhos poderá ser preso.

4.2. POR QUE MENOR ANTECIPADO NÃO PODE DIRIGIR?


Código de Trânsito Brasileiro Art. 140. A habilitação para conduzir veículo automotor e elétrico será apurada por meio de exames
que deverão ser realizados junto ao órgão ou entidade executivos do Estado ou do Distrito Federal, do domicílio ou residência do
candidato, ou na sede estadual ou distrital do próprio órgão, devendo o condutor preencher os seguintes requisitos:
I - ser penalmente imputável;

 Para dirigir é necessário que o condutor seja penalmente imputável (art. 140, I, CTB), razão pela qual o
menor emancipado não pode ter Carteira Nacional de Habilitação.

XTINÇÃO DA PESSOA FÍSICA OU NATURAL


 A tanatologia, ramo da medicina legal, estuda o processo da morte. A comunidade científica mundial,
hodiernamente, considera a morte encefálica, dada a sua irreversibilidade, o critério mais seguro e
adequado, inclusive para fins de transplante, para a identificação do óbito (Resolução 1.480/97 e
Resolução 1.826/07 do CFM)

1. DECLARAÇÃO DE MORTE NATURAL


 O art. 6º do Código Civil traz a regra segundo a qual a morte marca o fim da existência da pessoa natural,
devendo ser aferida, à vista do corpo morto, por médico, salvo, na sua falta, duas pessoas declararem
óbito (art. 77 e seguintes da LRP).

2. MORTE PRESUMIDA
 Existem na lei ainda hipóteses de morte presumida: [a] por ausência, quando aberta a sucessão definitiva
(art. 22 e segs. CC) ou [b] sem decretação de ausência, nas situações do art. 7º do CC. (para quem estava
em perigo de vida ou desaparecido em campanha ou prisioneiro, não encontrado até dois anos após o
término da guerra).

2.1. Morte presumida por ausência


 A ausência caracteriza-se quando o sujeito desaparece de seu domicílio, sem deixar notícia ou
representante, de maneira que, para que o seu patrimônio não fique sem titular, estabeleceu a lei um
procedimento de transmissibilidade dos bens, regulado a partir do art. 22 e detalhadamente descrito no
texto complementar do material de apoio.

Requisição de sucessão definitiva sem procedimento de ausência (80 de idade e 5 desaparecido)


Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de
cinco datam as últimas notícias dele.

2.2. Morte presumida sem decretação de ausência


Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da
guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas
as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.

Volta do morto
O presumido morto deverá ingressar com ação de anulação da averbação em registro público de sua morte.

3. COMORIÊNCIA
Art. 8o Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes
precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.

 Traduz a situação em que duas ou mais pessoas falecem na mesma ocasião sem que se possa indicar a
ordem cronológica dos óbitos, razão pela qual, segundo o nosso sistema abrem-se cadeias sucessórias
autônomas e distintas. Em outras palavras, em caso de comoriência, um comoriente nada transmite para
o outro. (TJ/RS AI 598569952)
 “Mesma ocasião”: 99% das vezes os comorientes estão na mesma localidade, porém não é necessário.
 Premoriência: não é o mesmo que comoriência, que consiste na situação de pré-morte, com importantes
efeitos sucessórios.

EGISTROS E AVERBAÇÕES EM REGISTROS PÚBLICOS


Art. 9o Serão registrados em registro público:
I - os nascimentos, casamentos e óbitos;
II - a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz;
III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa;
IV - a sentença declaratória de ausência e de morte presumida.
Art. 10. Far-se-á averbação em registro público:
I - das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o divórcio, a separação judicial e o
restabelecimento da sociedade conjugal;
II - dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação;
III - dos atos judiciais ou extrajudiciais de adoção. (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009)

 Lembrete: fora o casamento, os atos de registro são da parte geral do CC; já os atos de averbação são
todos da parte especial.
 Lembrete3: averbar é modificar.

USÊNCIA
 Conceito: a ausência é um estado de fato em que uma pessoa desaparece de seu domicílio, sem deixar
qualquer notícia

1. FASES DA AUSÊNCIA
1.1. CURADORIA DOS BENS DO AUSENTE
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou
procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério
Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.

 Nessa primeira fase da ausência, o juiz nomeará curador, que passará a gerir os negócios do ausente até
seu eventual retorno.
 Quem será o curador? O CC estabelece uma regra sucessiva para a nomeação do curador: em regra será
o cônjuge, caso não estiver separado judicialmente ou de fato por mais de 2 anos; pais do ausente;
descendentes, preferindo os mais próximos aos mais remotos; qualquer pessoa a escolha do Magistrado

1.2. SUCESSÃO PROVISÓRIA


 Quando começa? (a) decorrido 1 ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, (b) se ele deixou
representante ou procurador, em se passando 3 anos.
 No que consiste? É uma fase em que se antevê o provável falecimento do ausente, mas ao mesmo tempo
toma-se a cautela de não tê-lo como morto, pela falta de efetiva certeza
 O que ocorre durante ela? Abre-se o inventário e realiza-se a partilha (inclusive testamentária, se
houver), porém os herdeiros e legatários só podem levantar os bens deixados mediante apresentação de
garantia. Salvo o cônjuge, descendentes e ascendentes a quem a lei dispensa a garantia.

1.3. SUCESSÃO DEFINITIVA


 Passados 10 anos to trânsito em julgado da sentença de abertura da sucessão provisória, converter-se-á
em definitiva

1.3.1. Regresso do ausente


Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus
descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-
rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados
depois daquele tempo.

 Além de requerer a anulação do registro, terá direito ainda sobre o patrimônio deixado.

Você também pode gostar