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Direito Civil – Pessoa Natural 1

PESSOA NATURAL • Nascimento com vida: funcionamento do


aparelho cardiorrespiratório (respiração) do
- PERSONALIDADE recém-nascido, ainda que por um breve instante.
*Sujeito de Direito • Docimasia Hidrostática de Galeno:
procedimento realizado para saber se houve a
entrada de ar no pulmão do bebê.
• Para natimorto, será feito registro em livro
próprio (livro auxiliar “C” – artigo 53, § 1º, da
LRP); se nascer com vida e morrer em seguida,
serão feitos dois registros: de nascimento e de
óbito (artigo 53, § 2º, da LRP).
• Sobrevida (estar vivo por um lapso temporal
fora do ventre materno, no Brasil isso não existe
porque é automático, respirou – tem
personalidade), forma humana (não possui
deformidades físicas) e viabilidade (formação
interna dos órgãos precisa estar perfeita e apta a
- A capacidade de ser parte é para qualquer garantir a vida extra uterina): no Brasil não são
sujeito de direito, mesmo que não tenha exigidas.
personalidade jurídica. Trata-se da personalidade
judiciária.

* Pessoa natural
• Pessoa é o núcleo do direito civil.
• Relações jurídicas são vínculos entre pessoas.
• Pessoa natural é o ser humano.
• Personalidade é uma criação social moldada
pela ordem jurídica: é a aptidão genérica para se
titularizar direitos e deveres enquanto pessoa
natural. • “…Mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os
• Atributo necessário para ser sujeito de direitos direitos do nascituro.”
e obrigações, no campo da pessoa natural. • Indagação: se o nascituro (está no ventre
• Pessoa natural e sujeito de direito não são materno) tem direitos, não seria ele uma pessoa,
sinônimos. Pessoa natural é uma espécie de não teria personalidade jurídica? Temos 3 teorias
sujeito de direito, o qual é um gênero. sobre esse assunto:
• “Sujeito de direitos” – entes sem 1- Teoria Natalista: Tem personalidade jurídica
personalidade – não existe aptidão genérica a partir do nascimento. Nascituro não é pessoa,
para adquirir direitos e obrigações, mas aptidão mas goza de expectativa de direitos. O nascituro
específica para contrair certos direitos e certas é uma coisa e não pessoa.
obrigações. 2- Teoria da personalidade formal ou
• Sujeito de direito personificado pode tudo que condicional: Nascituro é quase pessoa, para
a lei não proíbe (artigo 5º, II, CF), um sujeito de direitos meramente existenciais ele teria essa
direito não personificado pode somente o que a personalidade; mas para direitos materiais
lei autoriza. dependeria do nascimento com vida. Então seria
• Teixeira de Freitas – “ente de existência uma teoria mista, uma personalidade meramente
visível”. formal. Essa teoria não é utilizada para a defesa
• Em que momento a pessoa física adquire do nascituro, é uma teoria intermediária.
personalidade jurídica? 3- Teoria Concepcionista: Diz que o nascituro é
Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa pessoa desde a concepção. Duas vertentes:
do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, Desde a fecundação ou desde a nidação.
desde a concepção, os direitos do nascituro.
# A teoria adotada pelo CC é a natalista.
• Beviláqua, em seus comentários ao CC (1975),
ensina que o legislador teria pretendido abraçar a
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teoria natalista, “por parecer mais prática”, • O nascituro é titular de direitos de


contudo, em diversos pontos do ordenamento, personalidade (vida digna - como o direito à
experimenta-se a influência concepcionista, vida, o direito à proteção pré-natal etc.) – T.
reconhecendo ao nascituro direitos como se fosse concepcionista.
pessoa. • Poderá receber alimentos gravídicos – Lei n.
• O CC adota a teoria natalista, mas o 11.804/2008; Não existe ação de investigação de
ordenamento jurídico como um todo, paternidade no ventre materno. Se o suposto pai
incluindo outras leis, caminha para uma pagar os alimentos gravídicos e no final da
teoria concepcionista. gestação ficar constatado que ele não é o pai, não
• Nascituro não se confunde com o concepturo, tem direito a devolução dos alimentos
também chamado de prole eventual, é aquele que gravídicos. Os alimentos são indevolvíveis.
nem concebido foi. Excepcionalmente: se ficar comprovada má fé,
• Nascituro não se confunde com o natimorto, pode ser responsabilizada civilmente.
pois este é aquele nascido morto, que deverá ser • Nascituro tem direito a dano moral (Resp
registrado em livro próprio do Cartório de 399.028/SP / Resp 931.556/RS);
Pessoas Naturais. • Tem direito ao pagamento de DPVAT pela
• Enunciado n. 1 da 1ª Jornada de Direito Civil: morte de nascituro;
“A proteção que o Código defere ao nascituro • Pode receber doação, sem prejuízo do
alcança o natimorto no que concerne aos direitos recolhimento do imposto de transmissão
da personalidade, tais como nome, imagem e intervivos;
sepultura”. • Pode ser beneficiado por legado e herança (para
ser herdeiro é necessário ser pelo menos
• Os direitos de personalidade não decorrem concebido na data da morte do autor da herança);
de ter ou não personalidade jurídica. São • Pode ser nomeado curador para a defesa dos
coisas diferentes. A personalidade jurídica é a seus interesses; e
partir do nascimento com vida, os direitos de • O Código Penal tipifica o crime de aborto.
personalidade existem desde a concepção. Por
isso que o nascituro tem direito de personalidade, CAPACIDADE
mas não tem personalidade jurídica. • Aptidão conferida pela ordem jurídica para
• Embrião excedentário: são embriões
congelados, considerados coisas, objetos de
direito.

• Lei de Biossegurança – Autoriza o tratamento


com células tronco embrionárias. São obtidas por
meio de embriões humanos produzidos por
fertilização in vitro e não utilizados no
respectivo procedimento, podendo ser usados em adquirir direitos e contrair obrigações (deveres).
tratamentos desde que:
I – sejam embriões inviáveis; ou • Com o nascimento e a respiração, adquire-se
II – estejam congelados há 3 anos ou mais (ADI personalidade jurídica, contraindo, assim,
n. 3510 e o STF entenderam que não há direitos e deveres. No mesmo momento, adquire-
inconstitucionalidade neste caso e que pode se capacidade de direito.
haver uso desses embriões para tratamentos). • Ao completar 18 anos, adquire-se a capacidade
• Embrião in vitro são tratados como coisa, de fato.
objetos de direito, enquanto não introduzido no • Qual a diferença entre capacidade de direito e
ventre; se introduzido, terá os direitos personalidade? Não há. Toda pessoa tem
reconhecidos desde a fertilização (se tornará capacidade de direito.
nascituro: direito a presunção de paternidade, a • Capacidade e legitimidade se confundem? Não.
reclamar herança...). – Legitimidade é uma capacidade específica
(atos específicos em casos específicos).
QUESTÕES RELEVANTES
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INCAPACIDADE – Curatela compartilha – quando o juiz designar


mais de uma pessoa para o exercício da curatela
(art. 1.775-A, CC);
– Autocuratela – quando o próprio sujeito faz o
requerimento de instituição da curatela (art.
1.767 e 1.768, IV, CC); e
– Tomada de decisão apoiada (art. 1.783-A,
CC).

O que se entende por benefício do restitutio


• Alteração: segundo o Estatuto da Pessoa com in integrum?
Deficiência (Lei n. 13.146/2015), a pessoa com • Benefício de restituição, oriundo do antigo
deficiência é capaz. Direito romano, permitia ao incapaz exigir de
• Segundo o Estatuto do Índio, os atos praticados volta aquilo que ele pagou em negócio jurídico
pelos índios não inseridos em sociedade são celebrado com observância de todas as
nulos. Hoje, os índios inseridos em sociedade formalidades legais, inclusive de representação.
são capazes. Por sua manifesta insegurança jurídica, o Código
• O ausente (pessoa que saiu do domicílio sem de 1916 expressamente o rechaçava em seu
deixar notícia) é capaz. artigo 8º. Embora o novo Código nada diga sobre
• Idosos não são incapazes. o instituto, a vedação permanece extremamente
• A pessoa surda também não é incapaz. razoável.
• A Lei n. 13.248/2016 institui o marco civil da Obs.: Esse benefício não tem assento no
primeira infância, o qual estabeleceu um ordenamento jurídico brasileiro.
conjunto de ações de proteção e de • O CC/02 prevê um instituto similar em seu art.
desenvolvimento para os anos iniciais da vida de 119, que dispõe:
uma pessoa (6 anos completos ou 72 meses). Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo
• A Lei n. 13.363/2016 assegura à advogada que representante em conflito de interesses com o
der a luz ou adotar criança e ao advogado que se representado, se tal fato era ou devia ser do
conhecimento de quem com aquele tratou.
tornar um pai biológico ou afetivo, que
• Prazo decadencial de 180 dias para anular o
patrocinam sozinhos a demanda, o direito à
negócio jurídico, contados da conclusão do
suspensão do processo e dos prazos processuais.
negócio ou da cessação da incapacidade.
• As pessoas consideradas incapazes podem
praticar atos da vida civil? Sim, desde que haja • Pródigo: gastador compulsivo.
suprimento da incapacidade. Esse suprimento - Para se casar, o pródigo precisa da
ocorre por meio da representação. manifestação prévia do seu curador? A
manifestação do curador do pródigo restringe-se
a aspectos de cunho patrimonial: a escolha do
regime de bens.

Atenção!
• Os tutores e curadores devem prestar contas;
• Curador e Tutor exercem um múnus público;
• Não corre prescrição contra absolutamente
incapaz – 198, I, CC;
• Absolutamente incapaz – Representação. • Mútuo (empréstimo de bens fungíveis) feito a
• Relativamente incapaz – Assistência. menor não pode ser reavido (588, CC), salvo se
• Curador – maiores incapazes. ocorrer o descrito no artigo 589, CC;
• O menor púbere pode, sem o assistente, aceitar • Pode o menor ou interdito cobrar dívida de
mandato, fazer testamento e ser testemunha. jogo paga voluntariamente (814 in fine);
• O Estatuto da Pessoa com Deficiência • Não haverá partilha amigável se houver
estabelece que a curatela é medida incapaz (2015);
excepcional: • Perde a proteção o menor púbere que ocultar
dolosamente a idade ao obrigar-se (180);
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• Os incapazes podem ser responsabilizados mediante menor tenha III – pelo exercício
subsidiariamente pelos atos lesivos praticados a instrumento 16 anos de emprego público
terceiros (928 CPC); e público (direto no completos. efetivo.
• Aos incapazes serão nomeados curadores cartório), IV – pela colação
especiais para atuação em juízo, quando os independentement de grau em ensino
e de homologação superior.
interesses daquele incapaz estiverem colidindo
do juiz, desde que V – pelo
com o interesse do representante (72 NCPC – o menor tenha pelo estabelecimento
processo judicial). menos 16 anos civil ou comercial,
• Curadoria especial (exercida pela Defensoria completos. ou pela existência
Pública): incapaz, réu preso revel e réu revel É uma de relação de
citado por edital ou por hora certa. discricionariedade emprego, desde
•A menoridade, à luz do Código Civil, cessa aos dos pais. que, em função
18 anos completos, quando a pessoa fica deles, o menor com
habilitada à prática de todos os atos da vida civil 16 anos completos
(art.5º). tenha economia
• Súmula n. 358 do STJ - O cancelamento de própria.
pensão alimentícia de filho que atingiu a
maioridade está sujeito à decisão judicial, - A emancipação voluntária é sempre uma
mediante contraditório, ainda que nos próprios conveniência e oportunidade dos pais.
autos. - O poder familiar dos pais termina com a morte
dos pais, dos filhos, com a maioridade ou com a
EMANCIPAÇÃO emancipação, no entanto a emancipação por si só
• É possível antecipar a aquisição da capacidade não é suficiente para a exoneração dos alimentos.
plena? Sim, pelo Instituto da Emancipação. - Existe a possibilidade de anulação da
• A emancipação não exime os pais de pagar emancipação (vício).
alimentos. - Quando o menor não tem sobre ele o poder
• Cabe HC para discutir prisão civil. familiar dos pais, haverá a designação de um
• No âmbito da Previdência Social, a redução da tutor. O tutor não pode emancipar
maioridade civil não implica a negação do voluntariamente os menores. O menor tutelado
direito de percepção assegurado pela lei pode ser emancipado por decisão judicial.
previdenciária, por ser norma especial.
• O Enunciado n. 3 da I Jornada de Direito Civil: Emancipação pelo casamento: Art. 1.511,
Art. 5º A redução do limite etário para a definição da 1.517 e 1.520 CC.
capacidade civil aos 18 anos não altera o disposto no Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos
art. 16, I, da Lei n. 8.213/91, que regula específica podem casar, exigindo-se autorização de ambos os
situação de dependência econômica para fins pais, ou de seus representantes legais, enquanto não
previdenciários e outras situações similares de atingida a maioridade civil. Parágrafo único. Se
proteção, previstas em legislação especial. houver divergência entre os pais, aplica-se o
• A redução de idade no Direito Civil não altera a disposto no parágrafo único do art. 1.631.
questão da idade para fins de previdência. – Mesmo com a referência homem e mulher, é
• O tutor não pode emancipar o menor. Quando o possível o casamento homoafetivo.
menor é tutelado, ele pode ser emancipado pelo – A idade núbil para o casamento é aos 16 anos.
juiz. Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o
casamento de quem não atingiu a idade núbil,
observado o disposto no art. 1.517 deste Código.
• Modalidades de emancipação:
– Não é mais admitido casamento de quem
Voluntária (pais) Judicial Legal (lei) ainda não tenha 16 anos, mesmo em caso de
Art. 5º § único I (juiz) Art. 5º § único II gravidez.
Art. 5º § – A união estável não gera emancipação.
único I – Economia própria é um termo amplo, será
É concedida pelos É concedida A própria lei, analisado casuisticamente.
pais, ou por um pelo juiz, diante de certos – As hipóteses de emancipação legal não são
deles na falta do ouvido MP e casos, emancipa: hipóteses que necessitam da homologação
outro, em caráter o tutor, II – pelo judicial.
irrevogável, desde que o casamento.
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testemunhas que tenha presenciado ou verificado


• O emancipado passa a ter responsabilidade o evento morte.
de seus atos, tecnicamente, em virtude da – Para fins de transplantes de órgão pós mortem,
extinção do poder familiar. Todavia a doutrina, de acordo com a Lei n. 9.434, no caso de morte
baseando-se em julgados antigos do STF, encefálica, esta deve ser verificada por dois
visando a evitar fraudes, manobras dos pais para médicos que não sejam os médicos participantes
se desobrigarem às condutas dos filhos, no caso da equipe de retirada de órgãos.
de emancipação voluntária, os pais
permanecem responsáveis pelos ilícitos que • Morte presumida: não há corpo; sem ou com
eles causarem até que alcancem a maioridade. declaração de ausência.
Esse entendimento é dado, com propriedade, por – não notícia
Silvio Venosa. Veja que a emancipação – não presença
voluntária, para se evitar que a vítima fique
irressarcida, em respeito ao princípio neminem Morte
laedere (a ninguém é dado causar prejuízo a • Real
outrem), a responsabilidade dos pais é solidária – corpo morto
e até que completem 18 anos de idade. – morte encefálica
• A guarda de um dos pais não retira do outro o – atestado de óbito → certidão de óbito (natureza
poder familiar. declaratória)
• Para a emancipação legal não há necessidade – Art. 6º CC
de declaração judicial.
• Presumida
EXTINÇÃO DA PESSOA NATURAL – sem corpo morto
Extinção ocorre pela MORTE (estudada pela – processo judicial → declarada por sentença
tanatologia) a. Sem declaração de ausência – Art. 7º
– real: tem o corpo morto. b. Com declaração de ausência – Art. 22 a 39 CC
– presumida, com ou sem declaração de + 744 e ss CPC
ausência: sem corpo morto.
– Arts. 6º, 7º, 8º e 22 a 39 CC. Morte presumida sem declaração de ausência
- O artigo 7º reconhece a situação de morte a ser
Consequências da morte auferida em PROCEDIMENTO DE
– abertura da sucessão (Art. 1.784 CC) princípio JUSTIFICAÇÃO. É aquela postulada em caso de
da saisine. indícios concretos da morte, como catástrofes,
– fim do casamento (Art. 1.571,I CC) acidentes, etc.
– fim do poder familiar (Art. 1.635, I CC) - Sem declaração de ausência, ocorre em caso
– fim do dever de alimentos (Art. 1.700 CC) de:
– fim dos contratos personalíssimos I – se for extremamente provável a morte de
– extinção da punibilidade (Art. 107, I CP) quem estava em perigo de vida;
– processo civil: extinção da ação ou substituição II – se alguém, desaparecido em campanha ou
de parte. feito prisioneiro, não for encontrado até dois
anos após o término da guerra.
• Morte real: Artigo 6º do Código Civil, nos - A sentença declaratória da morte presumida e o
termos das resoluções 1.480/97 e 1.826/2007 do mandado decorrente do processo de justificação
CFM, tem como critério científico a parada da do óbito devem ser registrados no Registro Civil
função encefálica, conhecida como morte das Pessoas Naturais.
cerebral. Parágrafo único. A declaração da morte presumida,
– Morte atestada por um médio que emite o nesses casos, somente poderá ser requerida depois
atestado de óbito, este é apresentado junto ao de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a
cartório de registro de pessoa natural e emite-se sentença fixar a data provável do falecimento.
uma certidão de óbito. - Lei n. 9.140/1995: consideram-se como mortos
– A certidão de óbito tem natureza declaratória. presumidos os desaparecidos que participavam
– Se não há o médico para dar o atestado de de atividades políticas no regime militar entre
óbito, a morte pode ser atestada por duas 02/09/1961 e 05/10/1988.
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Morte presumida com declaração de ausência Art. 25. O cônjuge do ausente (ou companheiro),
- Ausente é a pessoa com não notícia e não sempre que não esteja separado judicialmente, ou de
presença. Ao ser constatado esse fato, inicia-se fato por mais de dois anos antes da declaração da
um processo longo, composto de três fases: ausência, será o seu legítimo curador.
§ 1º Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do
I – dinâmica protetiva: inicialmente patrimônio,
ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta
posteriormente sucessores. ordem, não havendo impedimento que os iniba de
a) curadoria dos bens do ausente exercer o cargo.
b) sucessão provisória – partilha dos bens aos § 2º Entre os descendentes, os mais próximos
herdeiros precedem os mais remotos.
c) sucessão definitiva § 3º Na falta das pessoas mencionadas, compete ao
– em qualquer dessas fases, é devido o imposto juiz a escolha do curador.
de transmissão. Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens
Enunciado 156 JDC – Desde o termo inicial do do ausente, ou, se ele deixou representante ou
desaparecimento, declarado em sentença, não procurador, em se passando três anos, poderão os
corre a prescrição contra o ausente. interessados requerer que se declare a ausência e se
abra provisoriamente a sucessão.
II – tratamento do ausente: CC/2016 era abs.
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior,
incapaz – CC/2002 é capaz somente se consideram interessados:
• O CC prevê medidas acautelatórias para I – o cônjuge não separado judicialmente;
proteger os bens se ele estiver vivo (22-25), mas, II – os herdeiros presumidos, legítimos ou
com o tempo, aumentando-se a chance de morte, testamentários;
a proteção acaba sendo passada aos herdeiros III – os que tiverem sobre os bens do ausente direito
(25-38) (744 e ss do NCPC). dependente de sua morte;
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu IV – os credores de obrigações vencidas e não pagas.
domicílio sem dela haver notícia, se não houver Art. 28. A sentença que determinar a abertura da
deixado representante ou procurador a quem caiba sucessão provisória só produzirá efeito cento e
administrar- -lhe os bens, o juiz, a requerimento de oitenta dias depois de publicada pela imprensa; mas,
qualquer interessado ou do Ministério Público, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura
declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador. do testamento, se houver, e ao inventário e partilha
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se dos bens, como se o ausente fosse falecido.
nomeará curador, quando o ausente deixar Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a
mandatário que não queira ou não possa exercer ou sentença que concede a abertura da sucessão
continuar o mandato, ou se os seus poderes forem provisória, poderão os interessados requerer a
insuficientes. sucessão definitiva e o levantamento das cauções
Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os prestadas.
poderes e obrigações, conforme as circunstâncias, Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva,
observando-se, no que for aplicável, o disposto a também, provando-se que o ausente conta oitenta
respeito dos tutores e curadores. anos de idade, e que de cinco datam as últimas
notícias dele.

Declaração de morte

Transforma a posse provisória em


propriedade resolúvel – se em até 10 anos
depois dessa sentença definitiva o ausente
voltar, ele tem direito a pegar o bem no
estado em que se encontram.
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Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos


seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum
de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes
haverão só os bens existentes no estado em que se
acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço
que os herdeiros e demais interessados houverem
recebido pelos bens alienados depois daquele tempo.
Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere
este artigo, o ausente não regressar, e nenhum
interessado promover a sucessão definitiva, os bens
arrecadados passarão ao domínio do Município ou
do Distrito Federal, se localizados nas respectivas
circunscrições, incorporando-se ao domínio da
União, quando situados em território federal.
Posse provisória

• Comoriência Art. 8º
– Morte simultânea: é relevante apenas no direito
sucessório.
– Não é necessário que as mortes sejam no
mesmo local, mas no mesmo momento.

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