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DIREITO CIVIL

Pessoa Natural
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PESSOA NATURAL

O PULO DO GATO
Todas as questões de direito civil são contextualizadas. Raramente a banca pergunta dire-
tamente sobre o tema. Ela coloca situações e pede a solução.
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Pessoa Natural

Arts. 1º a 39 do Código Civil.

Discernimento
Pessoa natual → Personalidade civil / Capacidades Autonomia da
“Sozinho” vontade
Teoria Aptidão genérica para
Natalista titularizar direitos e deveres
(Gozo) 18 anos (Exercício)
Pers. Civil + Capac. Direito Capac. Fato
Art. 2º Art. 1º
Respiração
Nascituro
# N + R + PC + CD Certidão de N + R + PC + CD + CF = Plenamente Capaz
• Alimentos
nascimento N + R + PC + CD + CF = Incapaz
• Doação
# N + R + PC + CD + M Certidão de Art. 3º: ABS INC.
• Herdeiro #Lei 13.146/15#
nascimento e Art. 4º: REL INC.
• Dano moral
Estatuto da pessoa
óbito
Certidão de com deficiência
• DPVAT # N + R + PC + CD
... nascido morto
Natimorto
+ liberdade - deficiência
FIV Forma humana
Embrião No Brasil
Viabilidade
não se exige Pessoa com deficiência
Congelado
Sobrevida é capaz!
ADI3510

Pessoa natural: personalidade jurídica ou civil e capacidades.


Quando se fala em pessoa natural, o primeiro que se tem que lembrar é da Maria Seve-
rina, gestante. O que está dentro do ventre materno é denominado nascituro, portanto, é
aquele que tem vida intrauterina. Pelo Código Civil, tudo começa pelo nascimento com vida.
Ocorrendo o nascimento com vida, pensa-se no art. 2º.
Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a
salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
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Obs.: não há como estudar pessoa natural sem fazer a abordagem da personalidade ju-
rídica. O art. 2º adota a lei natalista, ou seja, a personalidade começa a partir do
nascimento com vida. Nascer com vida significa o funcionamento do aparelho car-
diorrespiratório, ou seja, a entrada de ar no pulmão.
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De acordo com a doutrina a personalidade civil consiste em uma aptidão completamente


genérica para titularizar direitos e deveres. Ex.: a criança de 10 anos de idade pode ter
conta no Banco do Brasil, porque tem aptidão genérica para titularizar direitos e deveres.
No entanto, não pode ser responsável pelos atos que pratica. Ele tem personalidade civil
ou jurídica.
Quando se adquire a personalidade civil, também se adquire a capacidade de direito.
Art. 1º Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.

Obs.: personalidade civil está muito ligada à capacidade de direitos. Alguns doutrinado-
res mencionam que os conceitos de capacidade direitos e personalidade civil são
sinônimos.

O nascituro possui vários direitos como alimentos, doação, herdeiro, dano moral, seguro
DPVAT. O fato é que, no campo do direito civil, o nascituro está dentro da barriga da mãe e
ainda não tem personalidade jurídica, porque para a letra fria do art. 2º a teoria natalista é
adotada e somente se tem a pessoa natural a partir do nascimento com vida, considerando o
funcionamento do aparelho cardiorrespiratório, ainda que por um breve instante.
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Se a pessoa nasceu e respirou, ela ganha personalidade civil e capacidade de direito,
inclusive recebe uma certidão de nascimento. Se a pessoa nasce, respira, ganha personali-
dade civil, capacidade de direito e morre, ela terá direito a uma certidão de nascimento e de
óbito. Se a pessoa nasce e não respira, ela não adquire personalidade civil e não adquire
capacidade de direito. A última situação é chamada de natimorto. O natimorto não tem certi-
dão de nascido, ele tem certidão de nascido morto.
No Brasil, adota-se apenas a respiração. Não há outras exigências legais para aquisição
de personalidade jurídica. Portanto, no Brasil, não se exige forma humana, ou seja, pessoas
com deformidades adquirem personalidade; viabilidade, ter a formação interna dos órgãos
apta a proporcionar vida extrauterina; e sobrevida, ou seja, não é preciso um lapso temporal
mínimo fora do ventre materno para adquirir personalidade jurídica.
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O fato de o Brasil adotar uma teoria natalista não impede que o STJ adote uma teoria
concepcionista. Inclusive, o órgão adota ao conceder personalidade ao nascituro. A doutrina
moderna é totalmente concepcionista e há inúmeras decisões nesse sentido. No entanto, o
Código Civil, no art. 2º, adota a teoria natalista. Há uma evolução no Direito Civil moderno
para cada vez mais conceder e reconhecer direitos ao nascituro.
Nascituro não pode ser confundido com o embrião congelado, decorrente da fertilização
in vitro. O STF entende que os embriões são coisas, não nascituro, conforme a AD1 3510,
que discutiu o art. 5º da Lei de Biossegurança, que permite o tratamento com células tronco
embrionária, obtida a partir de embriões congelados a 3 anos ou mais ou que sejam inviáveis
para inseminação no ventre materno. Na época da Lei de Biossegurança, em 2005, houve
uma série de questionamentos sobre a morte de pessoas que estariam congeladas para
que pudesse haver o tratamento com células tronco obtidas a partir desses embriões. Nesse
caso, o Supremo decidiu pela constitucionalidade do art. 5º e afirmou que os embriões são
objetos de direito.
A capacidade de direito é a capacidade para titularizar os direitos e deveres. Essa capa-
cidade também é chamada de gozo, a capacidade de gozar direitos e deveres. Ex.: um
menino de 10 anos pode ter conta no Banco do Brasil, mas não vai conseguir abrir a conta
sozinho, alguém terá que ir com ele. Esses atos só podem ser praticados sozinhos quando
se completa 18 anos de idade, a maioridade para exercer sozinho os direitos e deveres que
se adquiriu atrás, já que há capacidade de fato.
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Se a pessoa nasce, respirou, adquiriu personalidade civil ou jurídica, tem capacidade de
direito e capacidade de fato, a pessoa é denominada plenamente capaz. Porém, pode acon-
tecer de a pessoa nascer, respirar adquirir personalidade civil e capacidade de direito, mas
não ter capacidade de fato por não ter 18 anos, ou perdê-la. Quando a pessoa perde essa
capacidade ou nunca teve, ela é denominada incapaz. A pessoa precisa ter discernimento
para exercer sozinho a capacidade de direito, para manifestar a sua vontade, para exercer a
sua autonomia da vontade. Se algo acontece que leva a pessoa a não ter discernimento, ela
não tem capacidade de fato.
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A Lei 13.146/15, o Estatuto da Pessoa com Deficiência, alterou o conceito de quem é
incapaz, mudando o art. 3º e 4º, do Código Civil, que estabelecem quem são os incapazes:
absolutamente incapaz e relativamente incapaz. O Estatuto veio para trazer mais liberdade
para quem tem deficiência. Pessoa com deficiência é capaz. Não se pode presumir que pela
deficiência a pessoa é incapaz.
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Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da


Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade,
o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando
à sua inclusão social e cidadania.
Parágrafo único. Esta Lei tem como base a Convenção sobre os Direitos das Pessoas
com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, ratificados pelo Congresso Nacional por meio
do Decreto Legislativo n. 186, de 9 de julho de 2008, em conformidade com o procedimento
previsto no § 3º do art. 5º da Constituição da República Federativa do Brasil, em vigor para o
Brasil, no plano jurídico externo, desde 31 de agosto de 2008, e promulgados pelo Decreto n.
6.949, de 25 de agosto de 2009, data de início de sua vigência no plano interno.
Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para:
I – casar-se e constituir união estável;
II – exercer direitos sexuais e reprodutivos;
III – exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações
adequadas sobre reprodução e planejamento familiar;
IV – conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória;
V – exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e
VI – exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou ado-
tando, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.

Obs.: se a pessoa não tiver o discernimento, há outra situação, não tem a ver com a de-
ficiência.
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�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Roberta Queiroz.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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