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DELEGADO CIVIL

Bárbara Brasil
Direito Civil
Aula 1

ROTEIRO DE AULA

Parte Geral
1- Das Pessoas:
O Código Civil classifica os DIREITOS SUBJETIVOS em duas espécies:
- Direitos Patrimoniais: têm conteúdo econômico, patrimonial.
São Direitos Obrigacionais e Direitos Reais.
- Direitos Extrapatrimoniais: não tem conteúdo econômico, nem patrimonial.
São Direitos da Personalidade.

Titulares de Direito: Pessoas


Pessoa é o ser dotado de personalidade.
Com o advento do Código Civil de 2002, personalidade passa a ter dois sentidos técnicos diferentes:

- Personalidade:
1- Aptidão genérica para titularizar direitos patrimoniais:
Personalidade jurídica/Personalidade civil (personalidade em sentido subjetivo).

2- Aptidão genérica para titularizar os direitos da personalidade.


Personalidade (personalidade em sentido objetivo).

*O Código Civil de 1916 regulava somente os Direitos Patrimoniais – direitos obrigacionais e reais; não havia
regulamentação referente a direitos da personalidade, que somente vieram a tona com o CC/2002.

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*A aptidão genérica para titularizar direitos patrimoniais é chamada de Personalidade jurídica ou civil ou personalidade
em sentido subjetivo.

*Personalidade enquanto aptidão para adquirir direitos da personalidade é chamada somente de Personalidade ou
Personalidade em sentido objetivo.

◦ O Código Civil regula duas espécies de Pessoa: pessoa humana e pessoa jurídica.
Pessoa Humana: Art. 1º, CC
Conceito: é o ser humano, em si mesmo, independente de cor, raça, sexo ou nacionalidade; ser humano enquanto ente
dotado de dignidade.
- Art. 1º; CC: “Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.”

Pessoa Jurídica: Art. 40, CC


Conceito: é o ente formado por uma coletividade de pessoas ou de bens, dotado de personalidade jurídica própria
servindo de instrumento a serviço da pessoa humana.
- Art. 40; CC: “As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.”

1 – Pessoa Humana:
◦ Quando que a pessoa humana adquire seus direitos patrimoniais?
R: Art. 2º, 1ª, parte; CC – a partir do nascimento com vida.
Essa condição é suspensiva: o sujeito só adquire esses direitos patrimoniais a partir do seu nascimento com vida.
Assim, resta definido que a Teoria adotada pelo Código Civil Brasileiro para a aquisição de direitos patrimoniais é a
Teoria Natalista.

- Art. 2o: “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os
direitos do nascituro.”

◦ Quando a pessoa humana adquire seus direitos da personalidade?


R: Art. 2º, 2ª, parte, CC. – desde o momento da concepção.
Para os direitos da personalidade, o Código Civil adotou a Teoria Concepcionista; onde a pessoa é sujeito de direitos da
personalidade desde a sua concepção.

◦ Nascer com vida significa que o feto se desprendeu do corpo da mãe e respirou autonomamente, independente da
vida ser viável.

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◦ Nascituro
Nascituro é o ser que foi concebido, mas ainda não nasceu. Ele tem todos os direitos da personalidade resguardados,
mas ainda não possui resguardo de direitos patrimoniais.

◦ LEI 11.804/08 (Alimentos Gravídicos)


ART.2º:
Art. 2o : Os alimentos de que trata esta Lei compreenderão os valores suficientes para cobrir as despesas adicionais do
período de gravidez e que sejam dela decorrentes, da concepção ao parto, inclusive as referentes a alimentação
especial, assistência médica e psicológica, exames complementares, internações, parto, medicamentos e demais
prescrições preventivas e terapêuticas indispensáveis, a juízo do médico, além de outras que o juiz considere
pertinentes.
Parágrafo único. Os alimentos de que trata este artigo referem-se à parte das despesas que deverá ser custeada pelo
futuro pai, considerando-se a contribuição que também deverá ser dada pela mulher grávida, na proporção dos
recursos de ambos.

ART. 6º:
Art. 6o: Convencido da existência de indícios da paternidade, o juiz fixará alimentos gravídicos que perdurarão até o
nascimento da criança, sopesando as necessidades da parte autora e as possibilidades da parte ré.
Parágrafo único. Após o nascimento com vida, os alimentos gravídicos ficam convertidos em pensão alimentícia em
favor do menor até que uma das partes solicite a sua revisão.

- Art. 1.609; CC: “O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito:
I - no registro do nascimento;
II - por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório;
III - por testamento, ainda que incidentalmente manifestado;
IV - por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja sido o objeto único e
principal do ato que o contém.
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou ser posterior ao seu falecimento, se ele
deixar descendentes”.

◦ OBS.1: Proteção ao nascituro em relação a alguns direitos patrimoniais:


- Art. 542, CC:
- Art. 542; CC: “A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante legal.”

- Art. 1798, 1799, I, CC e Art.1800, §3º, CC:


- Art. 1.798;CC: “Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura da sucessão.”

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- Art. 1.799; CC: “Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder:
I - os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrir-se a sucessão;(...)”

*O nascituro tem legitimidade para receber doação, legitimidade para sucessão patrimonial, mas esses direitos
patrimoniais estão condicionados ao seu nascimento com vida.

◦ Natimorto:
Natimorto é aquele que nasceu e nasceu morto. Ele faz jus aos direitos de personalidade, mas não os patrimoniais.
Ele também tem direito à sepultura, pois é a sepultura que irá garantir a integridade física daquele que nasceu morto,
como já definido no Enunciado 01 CJF.

◦ ENUNCIADO 01 CJF: Ao natimorto são garantidos os mesmos direitos da personalidade do nascituro, sendo
assegurada a proteção ao nome, imagem e sepultura.

◦ Nascituro ≠ Concepturo:
Concepturo é a prole eventual, é o ente que ainda não foi sequer concebido. Ele não é titular nem de direitos da
personalidade, nem de direitos patrimoniais.
A doutrina entende que o concepturo não é considerado pessoa, não podendo ter direitos inerentes àqueles que têm
personalidade.
Contudo, o concepturo pode ser beneficiado por testamento, havendo prazo decadencial para sua concepção.

- Art. 1800, §4º; CC: “Se, decorridos dois anos após a abertura da sucessão, não for concebido o herdeiro esperado, os
bens reservados, salvo disposição em contrário do testador, caberão aos herdeiros legítimos.

◦ Pessoa Jurídica:
Ela passa a ser titular de personalidade com o registro do ato constitutivo no órgão competente.
- Associação ou Fundação – Estatuto – Cartório de Registro das Pessoas Jurídicas
- Sociedade – Contrato Social – Junta comercial

- Art. 45; CC: “Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no
respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no
registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo”.

◦ Desconsideração da Personalidade Jurídica – Art. 50; CC:


Ocorre nos casos em que há abuso da personalidade jurídica (desvio de finalidade) ou confusão patrimonial.

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- Art. 50; CC: “Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão
patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no
processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos
administradores ou sócios da pessoa jurídica.

◦ PJ é titular de Direitos da Personalidade?


Os direitos da personalidade são prerrogativas essenciais para que o ser humano tenha uma vida humana digna; é um
instrumento jurídico outorgado a favor do indivíduo para assegurar, promover, proteger a sua dignidade.
Assim, a PJ não é titular de direitos da personalidade por não possuir dignidade, que está atrelada diretamente à pessoa
humana.

- Enunciado 286, CJF: “Os direitos da personalidade são direitos inerentes e essenciais à pessoa humana, decorrentes de
sua dignidade, não sendo as pessoas jurídicas titulares de tais direitos”

Contudo, a PJ possui nome, reputação e credibilidade no mercado (é a honra objetiva) que não podem ser atingidas por
atos lesivos praticados por terceiros. Assim, para garantir à PJ a reparação ao seu nome ou sua honra objetiva, o STJ
sumulou que a PJ pode sofrer dano moral.
Assim, o CC outorgou à PJ somente a proteção aos direitos da personalidade, mas não a titularidade dos mesmos.

- Sumula 227; STJ: “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.”

- Art. 52; CC: “Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.”

◦ A doutrina moderna estabeleceu como Identidade Institucional o objeto de proteção recebido pela PJ, passando
assim a PJ a sofrer dano institucional quando sua honra objetiva/identidade institucional é ofendida e não dano moral.
O dano moral/dano institucional deve ser comprovado, não pode ser presumido. Assim, a PJ tem que comprovar que
houve um prejuízo financeiro para comprovar esse dano.

◦ Capacidade:
É a aptidão para o indivíduo titularizar direitos patrimoniais. É estática, todos possuem. São duas espécies de
capacidade:

1-Capacidade de Direito/Gozo/Aquisição:
É a aptidão para o indivíduo adquirir direitos patrimoniais. Essa capacidade toda pessoa humana tem, desde que nasça
com vida (Art. 1°; CC).

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- Art. 1º; CC: “Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.”

2- Capacidade de Fato/Exercício/Ação:
É a aptidão para o indivíduo exercer sozinho os seus direitos patrimoniais. Para isso, não basta nascer com vida é
necessário preencher dois requisitos simultâneos:
A- Sanidade (ter saúde mental perfeita)
B- Maioridade
Ela é uma capacidade dinâmica, nem todos a possuem e podem possuí-la e virem a perde-la em algum momento da
vida.
◦ Capacidade civil plena é o indivíduo que possui a capacidade de gozo e de fato.

◦ Incapacidade:
É a falta da capacidade de fato pelo indivíduo não possuir ou a sanidade, ou a maioridade.

- Art. 3º; CC: “São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis)
anos.”

◦ Rol dos Incapazes:


Foi alterado pela Lei 13.146/15 – Estatuto da Pessoa com Deficiência

- Art. 4º; CC: “São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; (Redação dada pela Lei nº
13.146, de 2015) (Vigência)
IV - os pródigos.

A priori, todos os deficientes são dotados de capacidade civil plena. Só não o serão depois de submeter esse indivíduo
ao exame de suas deficiências, com a nomeação de curador/tutor.

◦ Tomada de Decisão Apoiada: é o instituto intermediário entre a plena capacidade e o procedimento de interdição
com a nomeação de um curador. Assim, o portador de deficiência pode, em determinados atos da vida civil, ser
orientado, auxiliado por um terceiro, de modo que o ato por ele praticado seja válido, ao ponto de retirar qualquer
situação de vulnerabilidade que o condicionava àquela relação jurídica.

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*Absolutamente Incapazes: menores de dezesseis anos
*Relativamente Incapazes: maior de dezesseis e menor de dezoito anos
Incapazes pela falta da sanidade: pródigos, ébrios habituais e viciados em tóxicos e aqueles que por causa transitória e
permanente não puderem exprimir sua vontade.

➔PONTOS IMPORTANTES:
1- Estatuto da Pessoa Portadora de Deficiência:
- Art. 2º: “Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva
na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.”

- Art. 6º: “A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para:
I - casar-se e constituir união estável;
II - exercer direitos sexuais e reprodutivos;
III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações adequadas sobre reprodução e
planejamento familiar;
IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória;
V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e
VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em igualdade de
oportunidades com as demais pessoas.”

- Art. 84: “A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua capacidade legal em igualdade de
condições com as demais pessoas.”

◦ O incapaz somente o é para exercer direitos patrimoniais, os direitos da personalidade podem ser plenamente
exercidos pelos mesmos, como pode ser visto no Enunciado 138; CJF.

- Enunciado 138, CJF: “a vontade dos absolutamente incapazes, na hipótese do inciso I do art. 3º é juridicamente
relevante na concretização de situações existenciais a ele concernentes, desde que demonstre discernimento para
tanto.”

◦ Sistema Protetivo do Incapaz:


O Código Civil estabelece um sistema legal de proteção ao incapaz.

- Art. 198;CC: “Também não corre a prescrição:


I - contra os incapazes de que trata o art. 3o;

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- Art. 208; CC: “Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I.”

- Art. 181; CC: “Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada, pagou a um incapaz, se não provar que
reverteu em proveito dele a importância paga.”

-Art. 196; CC: “A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor.”

- Art. 588;CC: O mútuo feito a pessoa menor, sem prévia autorização daquele sob cuja guarda estiver, não pode ser
reavido nem do mutuário, nem de seus fiadores.

- Art. 589;CC: “Cessa a disposição do artigo antecedente:


I - se a pessoa, de cuja autorização necessitava o mutuário para contrair o empréstimo, o ratificar posteriormente;
II - se o menor, estando ausente essa pessoa, se viu obrigado a contrair o empréstimo para os seus alimentos habituais;
III - se o menor tiver bens ganhos com o seu trabalho. Mas, em tal caso, a execução do credor não lhes poderá
ultrapassar as forças;
IV - se o empréstimo reverteu em benefício do menor;
V - se o menor obteve o empréstimo maliciosamente.”

- Art. 1.691;CC: Não podem os pais alienar, ou gravar de ônus real os imóveis dos filhos, nem contrair, em nome deles,
obrigações que ultrapassem os limites da simples administração, salvo por necessidade ou evidente interesse da prole,
mediante prévia autorização do juiz.

◦ Representante x Assistente:
O absolutamente incapaz precisa de alguém que o represente, que substitua sua vontade, para fins patrimoniais. O
negócio jurídico praticado pelo incapaz sem seu representante é nulo, pois sua vontade é irrelevante para o
ordenamento jurídico. Tutor é o representante do absolutamente incapaz.
O relativamente incapaz somente necessita de alguém que o assista nos negócios jurídicos, por isso Assistente, sua
vontade é relevante para o ordenamento jurídico, ela só não basta por si. Essa junção de vontade é que faz o ato
jurídico ser válido. Se o relativamente incapaz não estiver assistido, o negócio jurídico por ele realizado será anulável,
pois sua vontade é relevante, mas não basta. Curador é o assistente do relativamente incapaz.

- Art. 1.690;CC: Compete aos pais, e na falta de um deles ao outro, com exclusividade, representar os filhos menores de
dezesseis anos, bem como assisti-los até completarem a maioridade ou serem emancipados.
Parágrafo único. Os pais devem decidir em comum as questões relativas aos filhos e a seus bens; havendo divergência,
poderá qualquer deles recorrer ao juiz para a solução necessária.

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- Art. 1.728; CC: Os filhos menores são postos em tutela:
I - com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes;
II - em caso de os pais decaírem do poder familiar.

- Art. 1.767; CC: Estão sujeitos a curatela:


I - aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para os atos da vida
civil;
II - aqueles que, por outra causa duradoura, não puderem exprimir a sua vontade;
III - os deficientes mentais, os ébrios habituais e os viciados em tóxicos;
IV - os excepcionais sem completo desenvolvimento mental;
I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; (Redação dada pela Lei nº
13.146, de 2015) (Vigência)
II - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
IV - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
V - os pródigos.

◦ Nulo x Anulável:
- Art. 180; CC: O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade
se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.

◦ Validade x Relativamente Incapaz:


- Art. 228; CC: Não podem ser admitidos como testemunhas:
I - os menores de dezesseis anos;

- Art. 666; CC: O maior de dezesseis e menor de dezoito anos não emancipado pode ser mandatário, mas o mandante
não tem ação contra ele senão de conformidade com as regras gerais, aplicáveis às obrigações contraídas por menores.

- Art. 1.782;CC: A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar,
hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera administração.

- Art. 1.860; CC: Além dos incapazes, não podem testar os que, no ato de fazê-lo, não tiverem pleno discernimento.
Parágrafo único. Podem testar os maiores de dezesseis anos.

◦ Capacidade ≠ Legitimação:

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- Capacidade é uma aptidão genérica para titularizar direitos patrimoniais. A aptidão genérica está atrelada à
capacidade.
- Legitimidade é uma aptidão específica para a prática de certos e determinados negócios jurídicos.
Ex.: Outorga matrimonial

- Art. 1647; CC: Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no
regime da separação absoluta:
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
III - prestar fiança ou aval;
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação.
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia
separada.

◦ Emancipação (art. 5º, p. único, CC):


Emancipação é uma antecipação da capacidade civil plena, mas ela não antecipa a maioridade.

- Art. 5º; CC: A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos
da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de
homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o
menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.

◦ Espécies de Emancipação:
1 – Emancipação Voluntária:
- Concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de
homologação judicial.
- Só depende de ato de manifestação de vontade instrumentalizado por escritura pública registrada no Cartório de
Registro de Pessoas Naturais.
- O menor tem q ter no mínimo 16 anos de idade.

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- O consentimento dado para fins de emancipação é irretratável e irrevogável. A única hipótese de invalidação é se ficar
comprovado que o consentimento foi dado eivado de vício de consentimento.

- Art. 9º; CC: Serão registrados em registro público:


I - os nascimentos, casamentos e óbitos;
II - a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz;
III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa;
IV - a sentença declaratória de ausência e de morte presumida.

- Art. 1.631; CC: Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos pais; na falta ou impedimento de
um deles, o outro o exercerá com exclusividade.
Parágrafo único. Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é assegurado a qualquer deles recorrer ao
juiz para solução do desacordo.

2- Emancipação Judicial:
Por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos.
O menor tem q estar sob tutela
Ter no mínimo 16 anos de idade
Depende de Registro no Cartório de Pessoas Naturais

3- Emancipação Legal:
pelo casamento;
pelo exercício de emprego público efetivo;
pela colação de grau em curso de ensino superior;
pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o
menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.

Preenchendo os requisitos estabelecidos em lei, automaticamente o indivíduo já vai estar emancipado.


Não depende de instrumento público;
Não depende de autorização do juiz;
Não depende de Registro no Cartório de Registro das Pessoas Naturais

◦ Pelo Casamento -
Emancipação para o casamento e não pelo casamento.
Idade núbil: 16 anos – exceção: gravidez associada ao consentimento dos pais
Necessita de autorização dos pais

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Se houver divergência dos genitores para fins de casamento: suprimento judicial de consentimento

- Art. 1.517; CC: O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de
seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.
Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no parágrafo único do art. 1.631.

- Art. 1.518; CC: Até a celebração do casamento podem os pais ou tutores revogar a autorização. (Redação
dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

- Art. 1.519; CC: A denegação do consentimento, quando injusta, pode ser suprida pelo juiz.

- Art. 1.520; CC: Excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda não alcançou a idade núbil (art. 1517),
para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez.
(Foi revogada tacitamente a possibilidade de casamento para evitar a imposição de pena criminal)

➔ O emancipado passa a ter capacidade civil plena, passa a responder sozinho pelos danos que ele causar a terceiros; é
um imputável para o ordenamento jurídico.
Contudo, se a emancipação for voluntária (dada pelos pais), os pais continuam sendo responsabilizados pelos danos
causados pelos seus filhos emancipados em regime de solidariedade.

◦ Exercício de Emprego Público Efetivo:


Não é simplesmente passar em concurso, tem que estar trabalhando, exercendo o emprego.

◦ Colação de Grau em Ensino Superior:


Tem que ser ensino superior, não pode ser ensino técnico.

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