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12/10
- Correlatividade:
Direito corresponde a um dever
Dever corresponde a um direito
Pessoas
Solidariedade social
- É um critério quantitativo porque aos 18 anos os direitos aumentam, passa a agir por
si mesmo os seus direitos.
Poder-dever ou Poder-funcional
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Pessoas Singulares
Coletivas
Genoma
Em sentido amplo, abrange o nascituro (Art.º 66, n.º 2) concebido e nascituro não
concebido. Art.º 952
Nascimento não concebido é conhecido por concepturo (não nasceu nem sequer está e
concebido, mas presume-se que venha a nascer de pessoa determinada). Art.º 1855
do CC
No direito civil português permite chamar à sucessão (art.º 2033 do CC) uma pessoa
nascida ou concebida.
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3 – Boa-fé
4 – Responsabilidade civil
6 – Propriedade privada
Parentesco:
1. Por exemplo, o João tem dois filhos – fonte de relação é parentesco.
2. Art.º 1578 do C.C.
3. Pai e filho – linha reta.
4. Irmãos – linha colateral (não descendem um do outro, mas descendem ambos
de um progenitor comum).
8 – Fenómeno sucessório
- O fenómeno sucessório em Portugal é definido nos termos do art.º 2024 do C.C pela
entrega de bens.
- Requisitos para ser sucessório:
1. Estar vivo ao tempo da abertura da sucessão.
2. B morre em 2020 e A morre em 2021 (B é filho de A). C, como neto, vai herdar
os bens, porque como já não tem pai, é herdeiro com prioridade. Uma vez que
é descendente, é chamado à sucessão, e B não reúne os requisitos (estar vivo
ao tempo da abertura da sucessão) então C ocupa a posição jurídica de autor
da sucessão.
21/10
Princípio da boa-fé
- Pode ter um sentido objetivo e subjetivo. Quando falamos em sentido objetivo,
estamos a falar como critério normativo (art.º 227, 236, 239 e 334 do C.C).
- Sentido subjetivo – tem em consideração a situação de quem julga e se está a atuar
em conformidade com o direito (art.º 243, nº 2; 291, 612, 1260 do C.C).
Texto de José de Oliveira Ascensão, Direito Civil, Teoria Geral, Volume I, as pessoas,
os bens, Coimbra Editora Edição 2000, página 34.
‘’Qual o âmbito desta disciplina?
A resposta parece simples. É o âmbito do Direito Civil como se refere na própria
designação. Far-se-ia uma teoria geral de um ramo do direito...
Mas não é assim tão fácil. O Direito Civil não é só um ramo ao lado de outros ramos,
continua a ser o núcleo de todo o direito...
O Direito Civil dá a ossatura básica de todo o ramo do direito privado.
Os princípios do Direito Civil são os princípios disponíveis para todos esses ramos, que
se aplicam enquanto não forem afastados.
As grandes noções comuns são generalizadas a todo o direito privado...
Mas não cabe ao Direito Civil analisar os institutos próprios de cada ramo, mesmo
quando eles apresentam desvios ao regime geral.’’
(Caso prático)
Neste texto, o autor realça o facto de o Direito Civil servir de base a todos os
ramos do Direito, integrando os princípios necessários ao estudo do Direito Privado.
O Direito Civil estuda as relações jurídicas (nelas estão sempre presentes o
direito e o dever de algo) que são constituídas por quatros elementos essenciais: o
sujeito, o objeto, o facto e a garantia.
Os princípios gerais do Direito Civil devem ter valor imperativo para que um
melhor e correto funcionamento de todas as relações jurídicas seja possível.
De entre os princípios que são essenciais para o direito privado, temos a
autonomia privada, boa-fé, responsabilidade civil e conceção da personalidade jurídica
às pessoas coletivas (está interligada com o 1º princípio do direito civil).
26/10
Nascituro – abrange o nascituro concebido e não concebido (art.º 66, n.º 2 do C.C).
Conseturo – não nasceu nem está concebido. Não tem personalidade jurídica.
Outros autores falam de estados de vinculação de certos bens, outros dizem que o
sujeito está obnubilado (escondido), isto é, obnubilação do sujeito.
Para a relação jurídica ser perfeita tem de ter dois sujeitos, então alguns autores
afirmam que são casos excecionais, relações jurídicas imperfeitas.
Art.º 122 do C.C – Menores. Ex: Anacleto tem 14 anos, ele não tem capacidade jurídica
nos termos do art.º 122 do C.C, porque para ter capacidade, ele tem de ter 18 anos. Se
é menor, de acordo com o art.º 123 do C.C, ‘’carece de capacidade jurídica para o
exercício de direito’’. Se temos uma incapacidade, tem de ser suprida ou suprimida
pelo poder paternal, nos termos do art.º 124 do C.C e art.º 1877 do C.C,
respetivamente. Um menor está obrigatoriamente sujeito a tutela se os pais tiverem
falecido – art.º 124, 1921 e 1927 do C.C.
Ex: um menor pratica um ato que não tinha capacidade para tal, esse ato pode ser
anulado, de acordo com o art.º 125 do C.C (Anulabilidade dos atos dos menores).
Contudo, existem exceções – art.º 127 do C.C (Exceções à incapacidade dos menores).
28/10
Legitimidade
Anulabilidade e
Prazos
- Menoridade
- Interdição Maior
- Emancipação Acompanhado
- Incapacidade/ilegitimidade conjugal
04/11
Pedro Pais de Vasconcelos, Manual de Teoria do Direito Civil, 5ª ed, página 10:
‘’O direito civil constitui o cerne fundamental do direito privado. Constituem o
conteúdo fundamental do direito civil, desde logo, as realidades extrajurídicas e pré-
jurídicas sem as quais o próprio direito não existiria... são elas as pessoas, os bens e as
ações... são os pontos de partida do direito.
As pessoas, desde logo, com prioridade sobre tudo o mais, porque todo o direito existe
em função e por causa das pessoas, e não tem se quer razão de ser fora delas e sem
elas porque todo o direito é criado pelas pessoas e para as pessoas... também as ações
constituem pontos de partida para o direito. As pessoas não são inertes e atuam na
sociedade. As ações são as atuações humanas que se dirigem a alcançar uma
finalidade. Se as pessoas fossem inertes, não haveria contacto social e, portanto, não
haveria direito. Finalmente, os bens são o terceiro ponto de partida do direito... as
pessoas raramente se satisfazem com o que têm e criam sempre novas necessidades...
uma sociedade duradouramente saciada é uma utopia, por isso, os bens aptos a
satisfazer as necessidades e a apetência das pessoas são causa de contacto social e
fonte de conflitos.
Para além das pessoas, das ações e dos bens como pontos de partida do direito, o
direito civil enquadra ainda no seu âmbito institutos, figuras e processos de exercício
jurídico que são comuns a todos os seus sub-ramos especiais’’.
Numa primeira fase, o autor refere que o direito civil é de extrema importância para o
direito privado. O direito civil trata maioritariamente de realidades extrajurídicas e pré-
jurídicas – pessoas, bens e ações.
Em seguida, é dito que todo o direito existe em função e por causa das pessoas
(pessoa é uma pessoa jurídica com nascimento completo e com vida), visto que o
direito é criado pelas pessoas e para as mesmas. O direito só existe porque as pessoas
atuam na sociedade, as suas ações têm uma finalidade. Existe um problema, visto que
os bens – que são o terceiro ponto de partido do direito – são limitados, face às
necessidades ilimitadas das pessoas. A procura de bens para satisfazer as necessidades
insaciáveis das pessoas resulta em contacto social e conflitos.
09/11
Na falta de regime especial, vamos aplicar as regras que são comuns à generalidade.
Não posso vender um certo bem sem consentimento (matéria de Direito da Família,
ter em conta na mesma).
Carvalho Fernandes, Manual Teoria Geral do Direito Civil I, edição 2001, pág. 197:
‘’A tutela jurídica do nascituro enquanto ser vivo não pode ser questionada, além de se
dever ter como consagrada no sistema jurídico português.
Aponta, desde logo, nesse sentido o art.º 24 da CRP, ao afirmar sem distinções a
inviolabilidade da vida humana...
Problema diverso é o de saber se o nascituro é pessoa jurídica. Contrapõem-se aqui
várias respostas doutrinais, havendo quem sustente não existir personalidade antes do
nascimento (nota de rodapé: Manuel de Andrade, Teoria Geral Vol. I, pág. 35). Quem
identifique um fenómeno de retroação da personalidade ao momento da constituição
do direito (nota de rodapé: Dias Marques, Código Civil anotado, pág. 23). Existe quem
defenda uma personalidade parcial (nota de rodapé: Capelo de Sousa, Direito geral de
personalidade, pág. 362). E quem afirma haver personalidade desde a conceção (nota
de rodapé: Oliveira Ascensão, Teoria Geral Vol. I, pág. 43 e seguintes; Leite de Campos,
Lições de direito de personalidade, Coimbra, 1992; Stella Neves Barbas, Direito ao
património genético, Almedina, Coimbra, 1998, pág. 71 e seguintes)’’.
De acordo com Carvalho Fernandes, a tutela jurídica do nascituro enquanto ser vivo
não pode ser questionada. Contudo, existem questões relativamente ao nascituro, se é
ou não pessoa jurídica e, segundo o art.º 66, n.º 2 do Código Civil, ‘’a personalidade
jurídica adquire-se no momento do nascimento completo e com vida’’. Manual de
Andrade identifica um fenómeno de retroação da personalidade ao momento da
constituição do direito; Dias Marques afirma que não existe personalidade antes do
nascimento; Capelo de Sousa defende a existência de uma personalidade parcial;
Tanto Leite de Campos como Stella Neves Barbas defendem a ideia de existir
personalidade desde a conceção. Verificamos a uma divergência doutrinal, sendo a
última resposta acompanhada pelo C.C.
11/11
Relevância jurídica da família – um dos principais princípios fundamentais.
O art.º 948 do Código Civil dispõe que têm capacidade para fazer doações todos os que
podem contratar e dispor dos seus bens. Tendo em conta o art.º 127, n.º 1, a) do
Código Civil, são excecionalmente válidos os atos de administração ou disposição de
bens que o maior de dezasseis anos haja adquirido por seu trabalho, deste modo,
Edilma pode doar os seus livros de banda desenhada se tiver adquirido os mesmos por
seu trabalho, contudo não pode doar o relógio de ouro que lhe foi dado pelo seu avô.
Edilma tem 16 anos, deste modo e de acordo com o art.º 122 do Código Civil, ela é
menor de idade. De acordo com o art.º 66 do Código Civil, Edilma tem personalidade
jurídica, contudo, carece de capacidade para o exercício de direitos por ser menor de
idade – art.º 123 do Código Civil. A mãe de Edilma tomou conhecimento dos atos que a
filha andava a praticar dentro dos prazos impostos pelo art.º 125 do Código Civil, pelo
que é possível exigir a restituição do relógio, mas da banda desenhada não (se tiver
sido adquirida pelo trabalho da menor). Quem pode fazê-lo é ‘’progenitor que exerça o
poder paternal, do tutor ou do administrador de bens, desde que a ação seja proposta
no prazo de um ano a contar do conhecimento que o requerente haja tido do negócio
impugnado, mas nunca depois de o menor atingir a maioridade’’, segundo o art.º 125,
n.º 1 do Código Civil.
16/11
18/11 – Revisões.
23/11
Direitos subjetivos? É problemático a nível da doutrina saber se este direito pode ser
objeto de outro direito.
Há soluções morais que configuram os direitos sobre direitos (art.º 1463 do Código
Civil – usufruto de rendas vitalícias; art.º 1464 do Código Civil – usufruto de capitais
postos a juro; art.º 688, n.º 1, alínea c) – direito de superfície).
Modos de ser ou bens da própria personalidade
O legislador constitucional dirige na CRP o direito à identidade pessoal e à identidade
genética. A identidade pessoal é mais ampla e genética é parte integrante da nossa
identidade pessoal (art.º 26 da CRP).
O ser humano é um misto de carga genética e de sociabilidade.
O ser humano é único, indivisível e irrepetível.
Características da coisa (art.º 202 do Código Civil):
Existência autónoma ou separada;
Possibilidade de apropriação exclusiva por alguém;
Aptidão para satisfazer interesses ou necessidades humanas.
Pedro Pais de Vasconcelos, Teoria Geral de Direito Civil, ed. 2005, pág. 213:
‘’Ao direito cabe um papel importante na regulação e na disciplina da atribuição e da
circulação dos bens... No subtítulo das coisas, o Código Civil... logo no n.º 1 do art.º 202
enuncia uma definição de coisa que é tradicional, mas cujo valor percetivo e qualidade
teórica são acentuadamente pobres... por outro lado, esta definição só acentua o
caráter objetivo das coisas, o que alarga excessivamente o seu conceito. Ao definir as
coisas como tudo aquilo que pode ser objeto de relações jurídicas faz coincidir o
conceito de coisa com o objeto de relações jurídicas...’’.
30/11
Mota Pinto, Teoria Geral de Direito Civil, ed. 2005, p. 227-228. Comente o seguinte
texto:
‘’As enumerações das incapacidades de exercício estabelecidas pelo novo Código Civil
resultam:
a) Da menoridade;
b) Da interdição;
c) Das inabilitações;
d) Do casamento (incapacidades conjugais);
e) Da incapacidade natural acidental, consistindo no não entendimento, por
qualquer causa, do sentido da declaração negociada ou na falta de livre
exercício da vontade (art.º 257).
O interesse determinante das incapacidades é o interesse do próprio incapaz...
É comum afirmar-se que uma certa espécie de incapacidade – as incapacidades
conjugais – visa tutelar os interesses de outras pessoas. Têm elas em vista salvaguardar
os interesses do outro cônjuge e os interesses gerais da família’’.
02/12
A pessoa humana não pode ser discriminada em função das suas características
genéticas.
Genoma foi considerado património comum da Humanidade.
14/12
Mota Pinto, Teoria Geral de direito civil, p.96 e 97:
‘’O Direito civil vigente, modelado segundo determinados princípios, não está dotado
de uma validade eterna e universal, à semelhança do direito natural. Nem sequer os
seus princípios fundamentais se podem pretender com segurança válidos para todos
os ordenamentos jurídicos e em todas as épocas... Tratando-se de princípios básicos
do direito civil, aceites e desenvolvidos pelas normas, dando-lhes um sentido e
assimulando-lhes uma função naturalmente que encontraram guarida na
Constituição... podemos considerar – e este elenco pretende apenas pôr em relevo os
princípios fundamentais – oito ideias, princípios ou instituições...
Cada um destes oitos princípios ou ideias que apresentamos numa proposta (não a
única possível, obviamente) de caracterização substancial do nosso direito civil
exprime uma realidade jurídica específica’’.
15/12
Manual Teoria Geral de Direito Civil, Pedro Pais Vasconcelos, 2005, Almedina, p.68:
‘’No seu art.º 26, a Constituição da República prevê, como direito fundamental, um
direito à identidade pessoal. É um direito de personalidade, porque orientar
funcionalmente à tutela da dignidade humana, através da defesa daquilo que garante
a infugibilidade, a indivisibilidade e a irrepetibilidade de cada uma das pessoas
humanas.
Toda a pessoa tem o direito à sua individuação, como pessoa única com uma dignidade
própria...
A identidade pessoal inclui também a identidade genética, e o património genético,
que assumem recentemente uma imensa importância perante os riscos nascentes de
manipulação genética1. O direito à identidade, ao património genético, e mesmo à
integridade genética, proscrevem a duplicação da pessoa pela clonagem integral, a
ocultação da paternidade biológica e ofensas possíveis que incidam sobre o genoma
humano’’.
1
Paulo Otero, Personalidade e identidade pessoal e genética do ser humano, Almedina, Coimbra, 1999;
Cláudia Martins Alves, Direito à identidade genética, Relatório de mestrado, FDL, 2002, p. 7; Stela Neves
Barbas, Direito ao património genético, Almedina, Coimbra, 1998.
utilização das tecnologias e na experimentação científica’’. O direito à identidade, ao
património genética e à integridade genética não podem existir em simultâneo com a
duplicação da pessoa pela clonagem integral, a ocultação da paternidade biológica e
ofensas possíveis que incidam sobre o genoma humano (conjunto de genes nucleares
responsáveis pela nossa identidade genética).