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TGDC II- 2º Teste.

Negócios usurarios e defesa do consumidor:

Art.282º a 284º CC = neg. Usurário.

É todo o neg. em que por um lado se verifica um aproveitamento por parte de alguém de uma
situação de debilidade (económica, intelectual, comportamental, de caracter…) e o
aproveitamento dessa situação por parte de outrem é traduzida na obtenção da promessa ou
concretização de benefícios excessivos ou injustificados.

Parte de 2 premissas:

1.Uma das partes desse negócio não se encontrar na plenitude das suas faculdades
intelectuais/psicológicas/formação de caracter ou se encontrar numa situação de necessidade
económica.

2. A parte que contrata com alguém, com necessidade ou diminuição das faculdades, se
aproveita do facto para retirar do negócio vantagens ou benefícios excessivos ou injustificados.

Como se afere a situação de debilidade?

A situação de debilidade tem de ser demonstrável como fazendo parte da estrutura individual
da pessoa em causa e não ser apenas por uma questão de ocorrência esporádica.

Ex. Drogas/ Álcool (individuo conhecido por estar sempre dependente)

Ex. Quem decidiu ir jantar e beber muito já não se aplica (em situações pontuais/esporádicas
não se aplica).

Ex. Estado de necessidade: Alguém que fique desempregado e tem um conjunto de


compromissos que passa a não poder cumprir pontualmente. Aproveitando esta situação um
terceiro sugere ao desempregado a aquisição de um bem dele por metade do valor que em
condições normais seria o valor de venda. Existe um desequilíbrio entre o benéfico que o
comprador obteve e esse benefício excessivo tem como única motivação o estado de
necessidade em que o vendedor se encontra.

Os neg. Usurarios são anuláveis: submetem-se ao regime do art.287º CC. Não fica
necessariamente morto, porque a lei permite a modificação dos negócios usurários e nos
termos do artigo 283º (negócio justo) pode ser requerida a anulação.

Modalidade da usura criminosa (art.284º CC ou 226º C Penal) = desde que satisfaça os


requisitos 282º não existe distinção entre usura normal ou criminosa.

Defesa do consumidor:

Proteção de quem aceda a um neg. jurídico cujo clausulado é pré-determinado por uma das
partes. E o clausulado que a outra parte se limita a aderir ou não. Decreto de lei nº446-85.

Constitui uma matéria de relevo constitucional:

 Art. 60º CRP = Por um lado que a defesa do consumidor é um princípio programático,
ou seja, uma norma programática (norma incompleta, em que uma violação desta
norma não leva a sanções). Por outro lado, constitui um vetor sistemático. Constitui
uma área fundamental das vivencias das sociedades que esta delimitada em termos
do objetivo que constitui a sua razão de ser (definir e estruturar mecanismos de
defesa do consumidor). Lei nº 29/81 de 21 de agosto revogada no nº24/96 de 31 de
julho.

O que é um consumidor? Art. 2º do decreto. Engloba apenas as pessoas singulares. O núcleo


essencial reside no facto de alguém adquirir um bem/serviço adquirindo numa qualidade não
profissional a uma entidade que faz da sua profissão o fornecimento daqueles produtos/bens
daqueles serviços. Temos em confronto:

 Quem fornece um bem/serviço sendo que o fornecimento disso constitui para a sua
própria atividade profissional;

Ex. um técnico para o exercício da sua profissão adquirir um PC.

 Pessoa singular que ao adquirir aquele bem/serviço, esta a fazer numa utilização não
profissional

Ex. alguém adquire um PC da Apple e vai à worten para comprar o seu PC. Quando a pessoa
adquire o Pc não o esta a adquirir na qualidade de atividade profissional.

Diplomas setoriais:

Decreto de lei nº 253/86

Decreto de lei nº 70/2007 republicado pelo nº 109/2019 = regula as práticas comerciais

Decreto de lei nº 383/89 = produtos defeituosos

Decreto de lei nº 370/93

Decreto de lei nº 371/93 revogado pela lei nº 18/2003 de 11 de junho e mais tarde viu artigos
alterados pelo Decreto de lei nº 46/2011 = define o regime da concorrência e do tribunal da
propriedade intelectual

Decreto de lei nº 23/96 e completada pelo Decreto de lei nº 230/96= lei dos serviços públicos

Atividade bancaria e financeira:

Decreto de lei nº 359/91 = estabelece normas relativas ao crédito ao consumo (atividade


bancaria)

Decreto de lei nº 176/95 = (atividade seguradora)

Decreto de lei nº 72/2008 = (atividade seguradora)

Através do decreto de lei 24/96 foram publicados outros diplomas visaram criar uma estrutura
própria:

Decreto de lei nº 234/99 revogado pelo decreto regulamentar nº 57/2007 e este substituído
pelo decreto nº 38/2012= criou o instituto do consumidor

Decreto de lei nº 195/99


Contratos pre-formulados = são aqueles que contêm um conjunto de clausulas que são pre-
determinadas pela entidade competente.

Publicidade:

Possui um código da publicidade, decreto de lei nº 330/90 de 23 de outubro.

Proteção de um conjunto de valores na sociedade em geral e no legislador em especial,


acontece porque a publicidade é um instrumento de promoção e tem um alcance indiscutíveis.
Da nos a conhecer o que existe como criar necessidades que de outra forma o individuo na
sentiria.

Capacidade de induzir a vontade dos destinatários dessa possibilidade, influenciar que cada
um do destinatário formule a sua vontade no sentido concordante com o teor da publicidade.

 Transparente = Tem de ser clara e audível.


 Subliminar = proibida, são estratagemas.

Ex.

 Objetiva = publicidade pura. são as campanhas promocionais, patrocínios, etc…


 Não pode haver publicidade disfarçada.
 Oculta e dissimulada = art. 9º
 Enganosa = art. 11º

Art. 3 do código da publicidade = definição de publicidade

Princípios que regem a publicidade:

 Licitude -art. 7º
 Identificabilidade – art.8º
 Veracidade- art. 10º
 Respeito pelos direitos do consumidor

Restrições ao conteúdo da publicidade = art. 14 até ao 16º:

Proteção de uma categoria especial dos consumidores.

 Dirigida a menores
 Publicidade Testemunhal
 Publicidade comparativa

Restrições ao objeto da publicidade = art. 17º até ao 22º:

Estão em causa os bens ou serviços que estão a ser alvo de publicidade.

 Bebidas alcoólicas
 Tabaco
 Estabelecimentos de ensino ou destinada a menores
 Produtos que tenham o alto teor de sal, açúcar ácidos gordos etc…
 Tratamentos e medicamentos
 Jogos e apostas
 Cursos
 Veículos automóveis
 Produtos e serviços milagroso
O conteúdo do negócio jurídico:

Distinção entre o conteúdo do neg. jurídico e o objeto do negócio jurídico:

Objeto = tem haver com a realidade sobre a qual incide o negócio jurídico (ex. o imóvel ao qual
incide o negócio).

São utilizadas em simultâneo = art. 280º CC

Conteúdo = é o conjunto de regras a que os participantes nesse negócio decidem submeter a


realização daquele negócio propriamente dito. É uma matéria que tem haver com a regulação
que as pessoas decidem utilizar para firmar um determinado negócio jurídico.

 Composição do conteúdo:
 Elementos normativos = são todos aqueles cuja presença no negócio jurídico é
imposta pela lei. Subdividem-se em:
 Injuntivos = que atuam por intervenção direta da lei.
 Supletivos = só intervêm quando as partes, sobre a matéria em causa,
nada regularam ou a sua regulação foi deficiente.
 Elementos voluntários = são os que integram um negócio jurídico, mas por
vontade expressa das partes contratantes. Subdivide-se em:
 Necessários = apesar de resultarem da vontade das partes, se não
existirem o negócio não fica perfeito
Ex. negócio de compra e venda sem que seja fixado um preço
 Eventuais = as partes têm liberdade para incluir ou não, porque
mesmo que não o façam não afeta a validade do negócio.
Ex. o estabelecimento de uma condição = eu arrendo esta casa se tu
vieres trabalhar para lisboa.

O negócio jurídico não se decompõe em cada um destes elementos. É analisar na sua


globalidade que comporta alguns ou todos os elementos. Tipologia do negócio jurídico Art.
874º até 1250º CC.

Artigo 405º CC = principio da liberdade contratual, as partes podem celebrar os negócios que
quiserem.

Quando falamos num tipo negocial, esse tipo deverá integrar elementos normativos e
necessários que permitam identificar qual o tipo negocial.

Clausulas típicas = elas apresentam-se como instrumentos que as partes podem recorrer ou
não consoante assim o entendam e desejam. Não são elementos obrigatórios e traduzem
apenas faculdades a que a lei atribui às partes de um negócio jurídico para serem inseridas no
conteúdo do negócio jurídico. Não constituem no seu conjunto um sistema integrado , mas sim
elementos cuja conclusão dos negócios fica dependente das partes.

Ex. a condição- artigo 270º e seguintes

Ex. Termo- 278 e seguinte

Ex. 440 e seguintes

Tipos de clausulas típicas:


1. Condição = (artigo 270º e seguintes) é o enunciado de um facto futuro e incerto que
influencie a produção de efeitos do negócio jurídico. Todo o facto futuro e incerto de
cuja verificação as partes atribuem influencia na produção dos efeitos do negócio
jurídico. Esta interferência pode ser verificada a dois níveis:

Verificação do facto liberta a produção de efeitos jurídico do negócio, ou seja, o neg só produz
efeitos jurídico a partir do momento da verificação do fato futuro e incerto que as partes
atribuem influencia na produção do efeito. Só são possíveis condições licitas e possíveis.

Modalidades:

Condição suspensiva = aquele negócio só poderia produzir efeitos se se verificar a condição. A


verificação da condição suspende os efeitos desse negócio.

Ex. quando B se licenciar ofereço-lhe um carro.

Condição resolutiva = a verificação do facto futuro e incerto enunciado determinará a


cessação de produção de efeitos daquele negócio jurídico

Ex. Assumo compromisso de pagar a B as suas propinas mensais até à data que ele faça 22
anos.

275º CC = verificação e não verificação de condição.

Ex. negócio fica sujeito à condição de ele obter aproveitamento na 1 tentativa no exame de
condução. Apesar de não estar preparado, recorro a suborno para obter ilicitamente a licença
de condução.

Resposta = A condição não verificada.

2. Termo = (art.278 e seguintes) evento futuro e certo cuja verificação subordinam a


eficácia do negócio jurídico. Pode ser:
 Inicial, Suspensivo ou Dilatório = quando o termo determine que a eficácia do
negócio apenas se inicia após a verificação desse efeito.
 Final, resolutivo, ou peremptório = acontece sempre que a eficácia do negócio
termina com a verificação do evento
 Certo = (pode abranger o inicial ou final) aquele a que se define objetivamente a
duração- início e fim
 Incerto = quando não se define objetivamente a duração.

Não há termo, mas há condição = ex. quando fizer X anos (termo futuro, mas incerto)

= quando casar (evento futuro e incerto)

Como se calcula o prazo para identificar o termo (computo do termo)? Artigo 279º CC

Implica sempre o decurso de um determinado prazo.

Ex. ofereço um automóvel no dia em que tu fizeres 21 anos

Resposta = Acontecimento futuro, mas não se sabe se a pessoa fara ou não os 21 anos (caso
morra etc.) = negócio sujeito a condição e não a termo.

Ex. dou te uma pintura no dia em que tu te casares


Resposta = Acontecimento futuro e duplamente incerto (não se sabe o dia do casamento
nem se virá a casar ou não) = negócio sujeito a condição e não a termo.

Requisitos dos negócios jurídicos:

 Determinabilidade = embora venham referidas em locais diferentes do nº1 d 280,


tem uma conexão especial. O ng. Jurídico ser determinável é ainda uma forma de o
negócio apresentar um objeto possível. O seu requisito não exige que o objeto esteja
previamente determinado, pode estar pendente de determinação, mas existirem
condições objetivas para existirem essa determinabilidade. É a Apreensão da
realidade efetiva que constituiu o negócio jurídico. Concretização do efetivo objeto do
negócio jurídico. Não significa que esse objeto seja absoluta e definitivamente
definido no momento que o negócio é realizado. Cujo objeto esteja no momento da
celebração do negócio indeterminado, mas se existem as condições objetivas para
proceder à sua realização integral, insere-se neste requisito.

Ex. Apetece-me tomar um banho de mar = tem uma base nada determinada e muito pouco
determinável (Não me diz em que mar quero).

Ex. se disser apetece-me tomar um banho de mar numa ilha oceânica = aí já reduzo a
possibilidade de determinabilidade de o meu desejo.

Ex. quero comprar 20 kilos de laranjas = o objeto está determinado, mas o preço não.

Ex. quero comprar laranjas ao X produtor e pago a 60 por kilo = O objeto deste negócio não
está completamente determinado, porque os produtos ainda não existem. Não sei quantas
laranjas vou comprar e só saberei no momento.

 Possibilidade = embora venham referidas em locais diferentes do nº1 d 280, tem uma
conexão especial. O negocio não pode incidir sobre uma realidade que não seja
material e juridicamente possível. Necessidade de ser uma realidade que seja
juridicamente possível e material. Tem haver com uma situação jurídica também.

Ex. alguém pode comprar ou vender um lote da superfície de marte? Não. Porque é uma
realidade corpórea que não esta sobre o domínio material de ninguém.

Ex. alguém pode vender o mosteiro dos jerónimos? Não, porque apesar de materialmente
existir, não pode vender porque não é juridicamente possível. Isto acontece porque de acordo
com o artigo 202º CC é do domínio publico e é insuscetível de apropriação individual.

 Licitude =o neg. não pode ser contrário à lei, e em sentido estrito o negocio diz se
lícito quando se é celebrado dentro de uma área que o próprio direito deixa à atuação
da autonomia privada das partes. Em sentido restrito, o negócio será lícito sempre
que implique o desenvolvimento de atuações conforme a norma jurídica, ou seja, se
conformar com disposições ligais imperativas. Se se violar é ilícito, podendo emergir
do resultado ou dos meios que conduzam a um dado resultado.

Com a realização de um neg jurídico as partes pretendem alcançar um resultado que a lei
proíbe = Ilícito pelo resultado

Para alcançar um objetivo em si mesmo possível, se utilizam meios que não são permitidos =
ilícito pelo meio
 Fraude à lei = será sempre aquela que apresente como resultado o contorno das
disposições legais evitando o seu comportamento para retirar para si benefício ou
para terceiros.

Ex. eu e A celebramos um contrato de compra e venda de um imóvel sem ser pela forma
expressa da lei.

Ex. alguém manipula os sensores de um veículo automóvel para que o mesmo seja aprovado
na inspeção.

 Bons costumes = comportamentos de civilidade pessoal, não existe nenhuma norma


expressa, ou seja, a norma não pode responsabilizar. É um conceito dinâmico, pode
variar de acordo com o enquadramento social e evoluir. Sensibilidade que incide
sobre áreas relevantes para o direito.
 Ordem publica = contrário a ordem é o negócio que se recrutem ex. agitadores para
fazerem confusão junto a uma festa popular.

Estes requisitos estão no artigo 280º CC.

Vícios da vontade e da declaração (página 779):

O neg jurídico assenta na formação de uma vontade (vontade de fazer aquele negócio) e
assenta na transmissão dessa vontade pessoal à outra pessoa que pretendemos fazer o
negócio.

A partir dos artigos 240 e seguintes = Situações que podem afetar a formação da vontade e
por outro lado podem assumir uma divergência relativamente à vontade formada, ou seja,
podem existir situações que afetem a formação da própria vontade e podem existir outras
situações em que a vontade formada não corresponde aquilo que é declarado. Temos,
portanto, Erro na formação de vontade e Erro ou divergência entre a vontade formada e a
vontade declarada.

 Vícios na formação da vontade:

Situações que influenciam negativamente a formação da vontade negocial, ou seja, são


situações poem uma vontade onde ela não existe ou que tornam a formação da vontade
deficiente. Existência de vontade negocial.

 Ausência de vontade = não existe qualquer vontade negocial. Divide-


se em:
 Coação física = (art.246º) Não tem qualquer efeito, uma vez
que a vontade manifestada não existe. Individuo obrigado a
demonstrar uma vontade que não existe.
 Falta de consciência da declaração = (art.246º) não existe
vontade, mas já não está em causa uma intervenção de
terceiros. É o próprio que demonstra uma vontade que não
existe, mas porque lhe faltou a noção de que ao comportar-se
daquele modo estava a manifestar uma vontade negocial.
 Incapacidade acidental = (art.257º) situações em que não
existe vontade porque as capacidades intelectuais do sujeito
jurídico se encontram momentaneamente fragilizadas ou
debilitadas (ex. A num jantar bebe demasiado). Não se pode
confundir aos negócios usurários porque nos mesmos são as
condições normais dos indivíduos. Neste caso esta em causa
uma situação esporádica/momentânea. A declaração pode ser
anulada, caso se apresenta como facto notório.

 Vontade deficiente = essa vontade negocial é formada em erro ou sob


uma influência externa ilegítima. Situações que tornam deficiente a
vontade formada. Divide-se em:
 Coação moral (falta de liberdade) = art. 255º, forma-se uma
vontade, mas essa formação é induzida por uma pressão
ilegítima sobre a pessoa, honra do declarante ou terceiros ou
sobre o património. Alguém só forma aquela vontade porque
tem um justo receio de ver concretizada essa ameaça. Não
pode ser um receio infantil, exagerado ou uma situação de
brincadeira percetível.

Ex. Se não me venderes a peça que eu quero, um dia destes bato-te.

Ex.Se contactar quem me deve e ameaçar que vou remeter o


problema para tribunal = não é coação (art. 255º nº3)

Ex. Temor referencial = posição de respeito/veneração perante uma


determinada pessoa/individualidade. Ex. Nas cidades as pessoas têm respeito pelo juiz/pelo
presidente da junta, etc…

 Erro-vicio (falta de conhecimento) = Art.251 a 254º, o erro


afeta a própria formação da vontade. Pode ser:
o Sobre a pessoa = celebro um contrato com X
porque estou convencido que ela é alguém que
não é. A pessoa com quem celebro o negócio
jurídico não é ou física ou intelectualmente quem
eu penso que seja.
Ex. Celebro um negócio com X porque estou convencido que
ela é filha de um colega. Vindo a verificar que não é.
o Sobre o Objeto = compro uma travessa de
porcelana, convencido que é das índias, mas final
venho a perceber que a travessa não vem da índia
o Sobre os motivos =
EX. arrendo um apartamento no Porto, porque estou
convencido de que vou ser transferido para o Porto. Se eu não
der a conhecer esse facto ao senhorio, então não há motivo de
anulação = não havendo o reconhecimento mútuo da
essencialidade do negócio, o mesmo não pode ser anulável.
(art.252º nº1)
Ex. Prometo comprar uma tonelada de laranjas pelo preço de
X. Entretanto, ocorre algo que determina que as laranjas
fiquem mais caras. = situação que justifique uma notificação
do contrato devido à alteração das circunstâncias vigentes
(art.252º nº2)
o Dolo = art.253º, existe sempre uma intenção
enganatoria/vigarista/enganar alguém, levando-a
a emitir uma declaração induzida em erro.
Ex. Feirante que vende meias de senhora. Tem uma peça para
demonstrar que as meias são boas. Faz sugerir que as meias
são melhores do que na realidade.
Ex. Eu tenho um relógio de uma marca famosa, mas é
imitação. Tento vender o relógio a B, fazendo-o crer que é
verdadeiro.
Ex. alguém ao vender um carro, faz crer que o automóvel tem
mais potencia do que na realidade.
Dolo não ilícito = art.253º nº2
Efeitos = art.254º
 Situações onde ocorre a Falta de liberdade e erro (faltarem
ambas as situações)

 Vícios/divergências da declaração:

Existe uma vontade mas a declaração que é feita não corresponde ao real conteúdo dessa
vontade. Podem ter uma origem intencional ou podem derivar de situações não intencionais.

 Divergências com base em intenção própria:


 Simulação = art. 240º, engano, trocar as voltas ao nosso
oponente. Atuação em conjunto. Temos de verificar a
presença de 3 elementos.
i. Divergência entre a vontade real e declarada;
ii. Essa divergência não tem origem única e
exclusivamente no declarante. É uma divergência
acordada entre o declarante e o declaratório;
iii. A finalidade desse acordo é a de enganar terceiros.

Não implica necessariamente a provocação de prejuízos, mas sim basta o intuito de enganar
para se verificar a simulação do negócio e que tenha presente os seguintes elementos.

Apesar de um dos elementos da simulação ser o da existência de um acordo entre ambos, não
significa que não possa existir simulação nos negócios unilaterais. Existindo um acordo com o
beneficiário do negócio.

Ex. Testamento (art. 2200º)

Modalidades da simulação (ART. 242º):

 Simulação fraudulenta = aquela cujo intuito é de prejudicas terceiros


 Simulação inocente = intuito de enganar alguém ainda que não se pretenda causar
prejuízo

Ambas estas simulações estão sujeitas ao mesmo regime = NULIDADE

No caso dos testamentos simulados acontece a anulabilidade

 Simulação absoluta = tem haver com o artigo 240º, as partes não querem celebrar
qualquer negócio jurídico, contudo emitem uma declaração negocial, mas que na
realidade não querem celebrar. Colocarem sob proteção determinados bens de um
deles que ficaram protegidos.

Ex. eu tenho um património e dentro desse património tenho passivos e ativos. Os meus ativos
sobem e eu tenho de simular que os vendo para outra pessoa. = o vendedor não quer vender
os bens e o comprador também não quer comprá-los.

 Simulação relativa= refere-se o art. 241º, as partes querem celebrar o negócio,


contudo, o negócio que celebram não é aquele que na sua vontade querem celebrar.
Existe o negócio efetivamente celebrado (negócio simulado) por trás do qual existe um
outro negócio que as partes querem (negócio dissimulado ou oculto)

Ex. Alguém dizer que vende a outrem quando na realidade não cobrou qualquer preço pela
transmissão da propriedade. As partes celebram um negócio de compra e venda, mas na
realidade quiserem realizar um negócio de doação.

 Objetiva = quando se pretende dissimular um objeto do negócio ou a


natureza jurídica do negócio.

Ex. A vende a B uma peça de porcelana, dizendo no contrato que seria só uma porcelana sem
valor, não dizendo a realidade.

 Subjetiva = dissimulação da parte verdadeira do negócio. Ocultar o


verdadeiro destinatário do objeto do negócio jurídico celebrado.

Ex. Vendo um imóvel a B, mas esta acordado entre ambos que o imóvel será vendido a C (que
é a pessoa que efetivamente pretendo vender o imóvel)

Regime da Nulidade = art. 242 nº2, a simulação absoluta é nula. Pode ser tutelada a favor dos
herdeiros legitimários do autor. São titulares de meras expectativas em vida do autor da
sucessão.

Art. 242 Nº 1 = permite que a nulidade seja arguida por qualquer um ou pelos próprios
simuladores, ainda que a simulação seja fraudulenta.

Nulidade do negócio simulado = regra que não é absoluta. Existem exemplos que situações
de que apesar de simulação a lei culmina uma invalidade de mera anulabilidade

Ex. art. 2200º

Ex. art 1635 d)

Ex. art. 394º nº 2

Art. 243º = inoponibilidade da simulação

Ex. A vende a B, para que o mesmo venda a C, porque é C o destinatário pretendido. Se c


estiver de má-fé, a nulidade de A e B afetara C. Se C estiver de boa fe não prejudica o mesmo.

Regime de nulidade = simulação relativa temos 2 situações:

1) Situação que diz respeito ao negócio simulado = SEMPRE NULO


2) Quando ao negócio dissimulado = pode o mesmo ser validade, desde que a
dissimilação não implique a participação de um terceiro de má-fé.

Difere de outro tipo de situaçoes:

Ex. alguém negoceia em nome próprio o interesse de outrem e os efeitos jurídicos do neg. vem
se a produzir na esfera de outrem = não à nulidade = art. 1182º

Ex. instituto da representação = o representante age por conta e em nome do representado

 Reserva mental = art. 244º, a vontade declarada diverge da


vontade real, mas neste caso não existe qualquer pacto. O
declarante decide emitir uma declaração de vontade que não
corresponde à sua vontade real para enganar terceiros. Uma
atuação do declarante só. Pode ser conhecida ou
desconhecida do declaratário.
*Se a reserva mental não era conhecida pelo declaratário = a
validade da declaração não é prejudicada
*Se essa reserva era conhecida pelo declaratário= aplica-se o
mesmo regime da simulação = NULIDADE.

EX. O declaratario depois exigir que todas as suas dividas sejam pagas. Podera constituir um
abuso de direito.

 Declarações não serias = art. 245º, divergência entre a


vontade rela e a declarada, mas a declaração não é feita com o
intuito de provocar engano. Feita na expectativa de que a falta
de seriedade não seja desconhecida = fica sem efeito.
Casos de que o declaratario toma a declaração como seria = o
mesmo tem o direito a ser indemnizado pelos prejuízos que
sofrer.

Ex. situações reproduzidas num filme/peça de teatro = situações de espetáculos em que as


pessoas celebram contratos de casamento.

Ex. A, a título de declaração não seria, diz para um amigo que pretende vender o carro e o seu
amigo diz que se tivesse pintura comprava-o. A vai pintar o carro na crença que o B o
comprasse, mas era tudo falta de seriedade.
Caso1:

A vende um imóvel a B com o objetivo do qual não recebe qualquer preço, embora na
escritura declara qual é o preço e que recebeu esse preço (não recebeu 1 centimo).

A combinou com B que lhe venderia um imóvel, para que 6 meses depois B entregue esse
imóvel em doação a C. Aparece D que diz a B, que lhe compra por 200 euros e B vende. D não
sabia do que se tinha passado anteriormente à venda do imóvel.

A quer invalidar a venda que B fez a D, alegando que fez com o mesmo um negócio simulado
nulo e o neg. deveria ser declarado nulo.

Resposta = Existe uma vontade, mas a declaração que é feita não corresponde ao real
conteúdo dessa vontade. Estamos perante uma simulação (art.240º), uma vez que existe o
engano, trocar as voltas ao nosso oponente. Atuação em conjunto. Para tal Temos de verificar
a presença de 3 elementos.

iv. Divergência entre a vontade real e declarada;

v. Essa divergência não tem origem única e


exclusivamente no declarante. É uma divergência
acordada entre o declarante e o declaratório;

vi. A finalidade desse acordo é a de enganar terceiros.

Mas neste caso não existe a finalidade de enganar terceiros, teremos de abrir sub hipóteses:

Podemos realçar que se trata de uma simulação relativa subjetiva, uma vez que (o art. 241º) as
partes querem celebrar o negócio, contudo, o negócio que celebram não é aquele que na sua
vontade querem celebrar. Existe o negócio efetivamente celebrado (negócio simulado) por
trás do qual existe um outro negócio que as partes querem (negócio dissimulado ou oculto).

É Subjetiva = dissimulação da parte verdadeira do negócio. Ocultar o verdadeiro destinatário


do objeto do negócio jurídico celebrado. Relação B-C

E também é objetiva porque foi declarada uma compra-venda mas ocorreu uma doação.

Art. 242 Nº 1 = permite que a nulidade seja arguida por qualquer um ou pelos próprios
simuladores, ainda que a simulação seja fraudulenta.

Art. 243º = inoponibilidade da simulação =

Ex. A vende a B, para que o mesmo venda a C, porque é C o destinatário pretendido. Se c


estiver de má-fé, a nulidade de A e B afetara C. Se C estiver de boa fe não prejudica o mesmo.

Regime de nulidade = simulação relativa temos 2 situações:

1) Situação que diz respeito ao negócio simulado = SEMPRE NULO


2) Quando ao negócio dissimulado = pode o mesmo ser validade, desde que a
dissimilação não implique a participação de um terceiro de má-fé.

Contudo se não existisse o intuito de enganar terceiros, não teríamos uma simulação e entao
o negócio seria valido.
Art-291 =

A vende a B e B não resgista.

1 semana depois, A vende o mesmo imóvel a C que sabia do negócio anterior e regista a
aquisição.

C vende o imóvel a D de boa fe.

B descobre a venda de A-C passado 1 ano.

Resposta = dupla venda do mesmo bem.

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