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É todo o neg. em que por um lado se verifica um aproveitamento por parte de alguém de uma
situação de debilidade (económica, intelectual, comportamental, de caracter…) e o
aproveitamento dessa situação por parte de outrem é traduzida na obtenção da promessa ou
concretização de benefícios excessivos ou injustificados.
Parte de 2 premissas:
1.Uma das partes desse negócio não se encontrar na plenitude das suas faculdades
intelectuais/psicológicas/formação de caracter ou se encontrar numa situação de necessidade
económica.
2. A parte que contrata com alguém, com necessidade ou diminuição das faculdades, se
aproveita do facto para retirar do negócio vantagens ou benefícios excessivos ou injustificados.
A situação de debilidade tem de ser demonstrável como fazendo parte da estrutura individual
da pessoa em causa e não ser apenas por uma questão de ocorrência esporádica.
Ex. Quem decidiu ir jantar e beber muito já não se aplica (em situações pontuais/esporádicas
não se aplica).
Os neg. Usurarios são anuláveis: submetem-se ao regime do art.287º CC. Não fica
necessariamente morto, porque a lei permite a modificação dos negócios usurários e nos
termos do artigo 283º (negócio justo) pode ser requerida a anulação.
Defesa do consumidor:
Proteção de quem aceda a um neg. jurídico cujo clausulado é pré-determinado por uma das
partes. E o clausulado que a outra parte se limita a aderir ou não. Decreto de lei nº446-85.
Art. 60º CRP = Por um lado que a defesa do consumidor é um princípio programático,
ou seja, uma norma programática (norma incompleta, em que uma violação desta
norma não leva a sanções). Por outro lado, constitui um vetor sistemático. Constitui
uma área fundamental das vivencias das sociedades que esta delimitada em termos
do objetivo que constitui a sua razão de ser (definir e estruturar mecanismos de
defesa do consumidor). Lei nº 29/81 de 21 de agosto revogada no nº24/96 de 31 de
julho.
Quem fornece um bem/serviço sendo que o fornecimento disso constitui para a sua
própria atividade profissional;
Pessoa singular que ao adquirir aquele bem/serviço, esta a fazer numa utilização não
profissional
Ex. alguém adquire um PC da Apple e vai à worten para comprar o seu PC. Quando a pessoa
adquire o Pc não o esta a adquirir na qualidade de atividade profissional.
Diplomas setoriais:
Decreto de lei nº 371/93 revogado pela lei nº 18/2003 de 11 de junho e mais tarde viu artigos
alterados pelo Decreto de lei nº 46/2011 = define o regime da concorrência e do tribunal da
propriedade intelectual
Decreto de lei nº 23/96 e completada pelo Decreto de lei nº 230/96= lei dos serviços públicos
Através do decreto de lei 24/96 foram publicados outros diplomas visaram criar uma estrutura
própria:
Decreto de lei nº 234/99 revogado pelo decreto regulamentar nº 57/2007 e este substituído
pelo decreto nº 38/2012= criou o instituto do consumidor
Publicidade:
Capacidade de induzir a vontade dos destinatários dessa possibilidade, influenciar que cada
um do destinatário formule a sua vontade no sentido concordante com o teor da publicidade.
Ex.
Licitude -art. 7º
Identificabilidade – art.8º
Veracidade- art. 10º
Respeito pelos direitos do consumidor
Dirigida a menores
Publicidade Testemunhal
Publicidade comparativa
Bebidas alcoólicas
Tabaco
Estabelecimentos de ensino ou destinada a menores
Produtos que tenham o alto teor de sal, açúcar ácidos gordos etc…
Tratamentos e medicamentos
Jogos e apostas
Cursos
Veículos automóveis
Produtos e serviços milagroso
O conteúdo do negócio jurídico:
Objeto = tem haver com a realidade sobre a qual incide o negócio jurídico (ex. o imóvel ao qual
incide o negócio).
Composição do conteúdo:
Elementos normativos = são todos aqueles cuja presença no negócio jurídico é
imposta pela lei. Subdividem-se em:
Injuntivos = que atuam por intervenção direta da lei.
Supletivos = só intervêm quando as partes, sobre a matéria em causa,
nada regularam ou a sua regulação foi deficiente.
Elementos voluntários = são os que integram um negócio jurídico, mas por
vontade expressa das partes contratantes. Subdivide-se em:
Necessários = apesar de resultarem da vontade das partes, se não
existirem o negócio não fica perfeito
Ex. negócio de compra e venda sem que seja fixado um preço
Eventuais = as partes têm liberdade para incluir ou não, porque
mesmo que não o façam não afeta a validade do negócio.
Ex. o estabelecimento de uma condição = eu arrendo esta casa se tu
vieres trabalhar para lisboa.
Artigo 405º CC = principio da liberdade contratual, as partes podem celebrar os negócios que
quiserem.
Quando falamos num tipo negocial, esse tipo deverá integrar elementos normativos e
necessários que permitam identificar qual o tipo negocial.
Clausulas típicas = elas apresentam-se como instrumentos que as partes podem recorrer ou
não consoante assim o entendam e desejam. Não são elementos obrigatórios e traduzem
apenas faculdades a que a lei atribui às partes de um negócio jurídico para serem inseridas no
conteúdo do negócio jurídico. Não constituem no seu conjunto um sistema integrado , mas sim
elementos cuja conclusão dos negócios fica dependente das partes.
Verificação do facto liberta a produção de efeitos jurídico do negócio, ou seja, o neg só produz
efeitos jurídico a partir do momento da verificação do fato futuro e incerto que as partes
atribuem influencia na produção do efeito. Só são possíveis condições licitas e possíveis.
Modalidades:
Ex. Assumo compromisso de pagar a B as suas propinas mensais até à data que ele faça 22
anos.
Ex. negócio fica sujeito à condição de ele obter aproveitamento na 1 tentativa no exame de
condução. Apesar de não estar preparado, recorro a suborno para obter ilicitamente a licença
de condução.
Não há termo, mas há condição = ex. quando fizer X anos (termo futuro, mas incerto)
Como se calcula o prazo para identificar o termo (computo do termo)? Artigo 279º CC
Resposta = Acontecimento futuro, mas não se sabe se a pessoa fara ou não os 21 anos (caso
morra etc.) = negócio sujeito a condição e não a termo.
Ex. Apetece-me tomar um banho de mar = tem uma base nada determinada e muito pouco
determinável (Não me diz em que mar quero).
Ex. se disser apetece-me tomar um banho de mar numa ilha oceânica = aí já reduzo a
possibilidade de determinabilidade de o meu desejo.
Ex. quero comprar 20 kilos de laranjas = o objeto está determinado, mas o preço não.
Ex. quero comprar laranjas ao X produtor e pago a 60 por kilo = O objeto deste negócio não
está completamente determinado, porque os produtos ainda não existem. Não sei quantas
laranjas vou comprar e só saberei no momento.
Possibilidade = embora venham referidas em locais diferentes do nº1 d 280, tem uma
conexão especial. O negocio não pode incidir sobre uma realidade que não seja
material e juridicamente possível. Necessidade de ser uma realidade que seja
juridicamente possível e material. Tem haver com uma situação jurídica também.
Ex. alguém pode comprar ou vender um lote da superfície de marte? Não. Porque é uma
realidade corpórea que não esta sobre o domínio material de ninguém.
Ex. alguém pode vender o mosteiro dos jerónimos? Não, porque apesar de materialmente
existir, não pode vender porque não é juridicamente possível. Isto acontece porque de acordo
com o artigo 202º CC é do domínio publico e é insuscetível de apropriação individual.
Licitude =o neg. não pode ser contrário à lei, e em sentido estrito o negocio diz se
lícito quando se é celebrado dentro de uma área que o próprio direito deixa à atuação
da autonomia privada das partes. Em sentido restrito, o negócio será lícito sempre
que implique o desenvolvimento de atuações conforme a norma jurídica, ou seja, se
conformar com disposições ligais imperativas. Se se violar é ilícito, podendo emergir
do resultado ou dos meios que conduzam a um dado resultado.
Com a realização de um neg jurídico as partes pretendem alcançar um resultado que a lei
proíbe = Ilícito pelo resultado
Para alcançar um objetivo em si mesmo possível, se utilizam meios que não são permitidos =
ilícito pelo meio
Fraude à lei = será sempre aquela que apresente como resultado o contorno das
disposições legais evitando o seu comportamento para retirar para si benefício ou
para terceiros.
Ex. eu e A celebramos um contrato de compra e venda de um imóvel sem ser pela forma
expressa da lei.
Ex. alguém manipula os sensores de um veículo automóvel para que o mesmo seja aprovado
na inspeção.
O neg jurídico assenta na formação de uma vontade (vontade de fazer aquele negócio) e
assenta na transmissão dessa vontade pessoal à outra pessoa que pretendemos fazer o
negócio.
A partir dos artigos 240 e seguintes = Situações que podem afetar a formação da vontade e
por outro lado podem assumir uma divergência relativamente à vontade formada, ou seja,
podem existir situações que afetem a formação da própria vontade e podem existir outras
situações em que a vontade formada não corresponde aquilo que é declarado. Temos,
portanto, Erro na formação de vontade e Erro ou divergência entre a vontade formada e a
vontade declarada.
Vícios/divergências da declaração:
Existe uma vontade mas a declaração que é feita não corresponde ao real conteúdo dessa
vontade. Podem ter uma origem intencional ou podem derivar de situações não intencionais.
Não implica necessariamente a provocação de prejuízos, mas sim basta o intuito de enganar
para se verificar a simulação do negócio e que tenha presente os seguintes elementos.
Apesar de um dos elementos da simulação ser o da existência de um acordo entre ambos, não
significa que não possa existir simulação nos negócios unilaterais. Existindo um acordo com o
beneficiário do negócio.
Simulação absoluta = tem haver com o artigo 240º, as partes não querem celebrar
qualquer negócio jurídico, contudo emitem uma declaração negocial, mas que na
realidade não querem celebrar. Colocarem sob proteção determinados bens de um
deles que ficaram protegidos.
Ex. eu tenho um património e dentro desse património tenho passivos e ativos. Os meus ativos
sobem e eu tenho de simular que os vendo para outra pessoa. = o vendedor não quer vender
os bens e o comprador também não quer comprá-los.
Ex. Alguém dizer que vende a outrem quando na realidade não cobrou qualquer preço pela
transmissão da propriedade. As partes celebram um negócio de compra e venda, mas na
realidade quiserem realizar um negócio de doação.
Ex. A vende a B uma peça de porcelana, dizendo no contrato que seria só uma porcelana sem
valor, não dizendo a realidade.
Ex. Vendo um imóvel a B, mas esta acordado entre ambos que o imóvel será vendido a C (que
é a pessoa que efetivamente pretendo vender o imóvel)
Regime da Nulidade = art. 242 nº2, a simulação absoluta é nula. Pode ser tutelada a favor dos
herdeiros legitimários do autor. São titulares de meras expectativas em vida do autor da
sucessão.
Art. 242 Nº 1 = permite que a nulidade seja arguida por qualquer um ou pelos próprios
simuladores, ainda que a simulação seja fraudulenta.
Nulidade do negócio simulado = regra que não é absoluta. Existem exemplos que situações
de que apesar de simulação a lei culmina uma invalidade de mera anulabilidade
Ex. alguém negoceia em nome próprio o interesse de outrem e os efeitos jurídicos do neg. vem
se a produzir na esfera de outrem = não à nulidade = art. 1182º
EX. O declaratario depois exigir que todas as suas dividas sejam pagas. Podera constituir um
abuso de direito.
Ex. A, a título de declaração não seria, diz para um amigo que pretende vender o carro e o seu
amigo diz que se tivesse pintura comprava-o. A vai pintar o carro na crença que o B o
comprasse, mas era tudo falta de seriedade.
Caso1:
A vende um imóvel a B com o objetivo do qual não recebe qualquer preço, embora na
escritura declara qual é o preço e que recebeu esse preço (não recebeu 1 centimo).
A combinou com B que lhe venderia um imóvel, para que 6 meses depois B entregue esse
imóvel em doação a C. Aparece D que diz a B, que lhe compra por 200 euros e B vende. D não
sabia do que se tinha passado anteriormente à venda do imóvel.
A quer invalidar a venda que B fez a D, alegando que fez com o mesmo um negócio simulado
nulo e o neg. deveria ser declarado nulo.
Resposta = Existe uma vontade, mas a declaração que é feita não corresponde ao real
conteúdo dessa vontade. Estamos perante uma simulação (art.240º), uma vez que existe o
engano, trocar as voltas ao nosso oponente. Atuação em conjunto. Para tal Temos de verificar
a presença de 3 elementos.
Mas neste caso não existe a finalidade de enganar terceiros, teremos de abrir sub hipóteses:
Podemos realçar que se trata de uma simulação relativa subjetiva, uma vez que (o art. 241º) as
partes querem celebrar o negócio, contudo, o negócio que celebram não é aquele que na sua
vontade querem celebrar. Existe o negócio efetivamente celebrado (negócio simulado) por
trás do qual existe um outro negócio que as partes querem (negócio dissimulado ou oculto).
E também é objetiva porque foi declarada uma compra-venda mas ocorreu uma doação.
Art. 242 Nº 1 = permite que a nulidade seja arguida por qualquer um ou pelos próprios
simuladores, ainda que a simulação seja fraudulenta.
Contudo se não existisse o intuito de enganar terceiros, não teríamos uma simulação e entao
o negócio seria valido.
Art-291 =
1 semana depois, A vende o mesmo imóvel a C que sabia do negócio anterior e regista a
aquisição.