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Capitulo II

os actos de comércio
- Noção
-A natureza jurídica dos actos de comércio
-Direito aplicáveis às questões comerciais
-Elementos gerais dos actos de comercio
-Os elementos específicos de direito comercio
-A formação do acto de comercio
-Validade e invalidade de actos de comercio
-Eficácia do acto do comércio
- Importância do registo
Actos de comércio – noção
• Noção – são actos de comércio, os acontecimentos a que a lei liga a
produção de determinados efeitos jurídicos.( Joaquim Oliveira)
• Natureza jurídica dos actos de comercio.
• Quanto a qualificação jurídica do acto de comercio, não há no código
comercial uma parte geral que o possa qualificar, essa qualificação será feita
com recurso ao código civil, que possui uma parte geral, por remissão do
artigo 3º do C.Com.
• O Livro I, Titulo II e subtítulo III, trata dos factos jurídicos em sentido
amplo, e está subdivido em: capítulo I – negócio jurídico(art.º 217 a 294º);
Capítulo II – actos jurídicos (art.º 295); Capitulo III – facto jurídico stricto
sensu, ou seja, facto natural, o tempo e a sua repercussão nas relações
jurídicas (art.º 296).
• Para os distinguir o legislador utiliza o critério da vontade.
• 1- O negócio jurídico pode ser unilateral ou plurilateral, neste ultimo caso o
contrato.
• - Em relação aos negócios jurídicos, para que sejam considerados válidos
tem de coexistir, vontade de acção(manifestação voluntária da vontade) e a
vontade de declaração negocial( vontade que esta conduta, acção produza
os efeitos jurídicos desejados pelas partes).
Actos de comércio
• 2-Nos actos jurídicos ou factos jurídicos voluntários , releva apenas a
vontade de acção, decorrendo os efeitos jurídicos automaticamente da lei.
• 3- em relação aos factos jurídicos “strito sensu”, englobam factos naturais,
ou factos jurídicos involuntários. Que são acontecimentos naturais à
vontade humana, ou seja, factos a que a lei liga a produção dos efeitos
jurídicos sem entender à vontade humana.
• O decurso tem por efeito os efeitos a extinção de direitos por prescrição
ou por caducidade.
• Tendo sido feito o enquadramento dos negócios jurídicos como factos
jurídicos em sentido amplo a questão que se coloca é: os actos de
comercio se poderão enquadrar em qual das categorias; negócios jurídicos
factos jurídicos voluntários, factos jurídicos strito sensu.
• Os actos de comercio são poe excelência negócios jurídicos, plurilaterais,
de carácter bilateral ou contratos art.º 1, 2º 1ª parte, 230 e 463, do c.
com.( compra e venda, mandato, empréstimo, penhor, reporte, etc.)
• Haverá actos de comércio que serão negócios jurídicos unilaterais?
Natureza jurídica dos actos de comércio
direito aplicáveis às questões comerciais .

• A resposta é afirmativa, tendo em conta a letra do art.º 2, 2ª


parte, (ler) muitas das obrigações dos comerciantes tem como
origem declarações de vontade unilateral, artigos 459, 462, do
código civil.
• Direito aplicável às questões comerciais.
• Os instrumentos jurídicos aplicáveis às questões comerciais são
1º direito comercial – código comercial, no livro I trata da
capacidade comercial( art.º 7 e 3º, art.º 157,do C.C; dos
comerciantes(art.º 13 e 230).
• 2º II Livro regula os contratos especiais de comércio.
• 3º E subsidiariamente o direito civil, nos termos do art.º 3, do
código comercial.
Os elementos gerais do acto de comércio
• Os actos de comércios são negócios preferencialmente
plurilaterais e para que tenham validade é necessário que
tenham alguns elementos gerais. São gerais porque são
comuns a todos os actos comerciais.
• Os elementos gerais subdividem em dois: os pressupostos e os
elementos.
• 1º - Pressupostos, os que fazem referência : as partes, e o
objecto.
• : As partes, de acordo com o art.º 7, por força do art.º 3, do
código comercial, remete-nos aos artigos 66º e 67, capacidade
de gozo e legitimidade.
• O objecto. O objecto consiste numa coisa ou direito, ou
serviço, e deve preencher os requisitos gerais do objecto
negocial, previstos nos art.º 280 nº 1, C.C.
• 2º Os elementos do acto de comércio, o conteúdo e a forma.
Elementos do acto de comércio
• O Conteúdo e a Forma
• O conteúdo - É a forma como as partes vão se relacionar com o objecto
negocial, que por via da liberdade negocial reflecte a auto regulamentação
do interesse das partes, isto é ,as partes vão regular de forma autónoma o
seu negócio.
• Forma - É a exteriorização da relação estabelecida entre as partes e o
objecto.
• Existem para além dos elementos gerais, dois momentos subjectivos.
• A são momentos subjectivos a motivação e o fim
• A motivação – integra as circunstâncias que determinam a celebração do
negocio jurídico. Consequências art.º 251, 252 e 257º, do C.C.
• Fim – É o que se pretende alcançar o negócio jurídico. Tem relevância nos
negócios em que esteja em causa o principio da boa fé, em que deve
sancionar os negócios simulados (240º), os negócios de fim ilícito (281º) e
negócios usurários(282º).
• Elementos específicos
• Os elementos específicos são aqueles que caracterizam e individualizam os
negócios jurídicos em concreto. Por exemplo : o contrato de prestação de
serviço para além dos elementos gerais terá os elementos específicos art.º
1154 C.C.
Formação do acto de comércio
• Quanto a formação há que ter em conta três fases para que se possa
concluir com eficácia o acto.
• 1ª - fase da negociação ou dos preliminares, preenchida por circunstâncias
subjectivas(motivaçaõ e fim), fase em que as partes aproximam os seus
interesses., nesta fase as partes não se vinculam, no entanto, devem
proceder nos termos do art.º 227º C.C.
• - fundamento da responsabilidade em culpa in contrahendo.
• 2ª - fase da formação propriamente dita- fase em que se conclui o
negocio, as partes chegam a conclusão que quem celebrar o negocio e se dá
o encontro de vontades, tal como fixam o seu relacionamento com
relacionamento com o conteúdo, por força dos art.º 239 e 405, C.C.
• Porem, se a lei impuser que o negócio seja celebrado por escritura publica,
as partes terão que submeter o negocio à escritura, ou escrito particular se
a lei não impuser.
• 3ª - fase da execução , fase em que se cumpre e executa o negocio jurídico.
• Por exemplo: num contrato de prestação de serviço, a conclusão do serviço
e a entrega do montante acordado entre as partes.
• Relativamente ao momento em que são emitidas as declarações de
vontade pode haver duas situações:
• 1ª - Nos negócios formais ou solenes, os momentos de proposta e aceitação
Formação do acto de comércio
Relativamente ao momento em que são emitidas as declarações de
vontade pode haver duas situações:
• 1ª - Nos negócios formais ou solenes, aqueles cuja sua perfeição a
lei impõe a observação de forma legal, os momentos da proposta
e aceitação, acabam por ser um só, o momento considera-se
celebrado no momento da escritura publica.
• No caso dos negócios não formais ou consensuais, já é possível
distinguir o momento da proposta e o da aceitação.
• Durante a formação do acto de comércio o momento da proposta
e aceitação podem ser um ou dois conforme o negocio seja forma
ou consensual.
• Ex:
• Diferente da maior parte dos contratos , existem contratos, que
devido aos imperativos incontornáveis de celeridade cada vez
maior do quotidiano não passam pelas fases de formação do acto
de comércio, são os denominados contratos de adesão, ou
clausulas contratuais gerais.
Validade e invalidade dos actos de comércio
• O acto de comércio é valido quando reúne todos os
elementos gerais e específicos que o compõem,
caso contrário seria inválido.
• A validade do negócio jurídico faz com que as partes
obtenham os efeitos a que o mesmo tendia. No
entanto as partes pretendem para alem da validade
que o negócio jurídico seja protegido pelo direito.
• Esta tutela jurídica é que constitui a eficácia jurídica
• A eficácia é a tutela que o direito confere ao
conteúdo do negocio.
Validade e invalidade dos actos de comércio
• Os regimes da validade e invalidades do acto de
comércio, devem ser aferidos de acordo com o regime
estabelecido no código civil,
• O acto de comércio é valido quando reúne todos os
elementos gerais que o compõem, caso contrário seria
inválido.
• O regime das invalidades, dividem-se em:
• - Nulidades – art.º 286, C.C.
• - Anulabilidades - 287
• O regime geral da nulidade e da anulabilidade vem
regulado no C.C, nos art.º 285 a 294.
• Excepto- art.º 291, do C.C.
Eficácia do acto de comércio
• O acto de comércio é valido quando reúne todos os elementos
gerais e específicos que o compõem, caso contrário seria inválido.
• A validade do negocio jurídico faz com que as partes obtenham os
efeitos a que o mesmo tendia. No entanto, as partes pretendem
para além da validade que o negócio jurídico seja protegido pelo
direito.
• Esta tutela jurídica é que constitui a eficácia jurídica
• A eficácia é a tutela que o direito confere ao conteúdo do negócio.
Constitui uma garantia ou segurança.
• A eficácia pode ser real ou obrigacional consoante o negocio,
tenha como objecto a constituição, modificação e extinção de
direitos reais ou creditícios.
• Se o negocio jurídico tiver eficácia real aplica-se o disposto no livro
III do C.C., se a eficácia for obrigacional aplicar-se-ia o código
comercial e subsidiariamente pelo direito das obrigações, livro III
DO C.C.
Eficácia do acto de comercio
• Os direitos de credito tem eficácia meramente obrigacional,
significa que os negócios creditícios obrigam apenas as partes.
• Trata-se da consagração do principio da relatividade dos contratos
previsto no art.º406, nº 2 do C.C.
• Segundo o art.º 408, nº 1, a eficácia real dá-se por mero efeito do
contrato e impõe-se a todos os outros consociados.
• Ex: a e b celebram um Lunda um contrato de c/v, de um terreno
em Malange, o direito de propriedade que é um direito real
transmite-se imediatamente . Houve transmissão mesmo que não
houvesse a entrega do terreno.
• Por sua vez o pagamento de A a B e a entrega do terreno de B a A,
constituem a eficácia meramente obrigacional, Art.º 879, 1317.
• Porém, este art.º 408, nº 1 tem excepções:
• Art.º 211, 539 ao 542, 212, 204, nº 3.
Importância do registo comercial
• Em principio, os negócios obrigam apenas às partes, é
o chamado principio da relatividade dos contratos ou
pactos, porem o registo é importante porque de
acordo com o art.º 409, nº 2, C.C., conjugado com o
art.º 129, da Lei 1/97, de 17 de Janeiro LSMRPCSN, os
factos sujeitos a registo só produzem efeitos contra
terceiros depois da data do respectivo registo
• Deste modo plena segurança jurídica de certos actos
de comércio(bens móveis e imóveis sujeitos a registo
diante de terceiros requer o respectivo registo na
conservatória do registo comercial.

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