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“O comerciante não tem personalidade, tem comércio; a sua personalidade deve ser
subordinada, como comerciante, ao seu comércio; e o seu comercio está fatalmente subordinado
ao seu mercado(...).” Fernando Pessoa
Introdução
• Os contratos comerciais;
• Instrumentos financeiros, títulos de crédito e valores mobiliários;
• A sua interação e fronteiras para com os outros ramos do direito, em particular o Direito
do Consumo e o Direito Civil.
Encontramos, pois, no Direito Comercial (ainda) vigentes diversos setores que, podendo ser
objeto de analise autónoma, não deixam frequentemente de se sobrepor e entrecruzar. Numa
sistematização necessariamente subjetiva, enunciaríamos os seguintes:
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d) Atos e operações de mercado, neles englobando a tutela direta da concorrência e os
direitos privativos da propriedade industrial, bem como os organismos de investimentos
coletivo (fundos);
e) Outros ramos possíveis (que se autonomizaram, entretanto dos setores a), b) e c)):
Direito Marítimo, Direito Bancário, Sistemas de Pagamentos e Direitos dos Seguros.
“A lei comercial rege os atos de comércio sejam ou não comerciantes as pessoas que neles
intervém.”
O artigo primeiro do código comercial pretendeu tornar claro que este diploma se aplicaria a
todos os atos e contratos mercantis, não sendo exclusivo de uma classe profissional. Esta
inclinação encontra-se, porém, mitigada pela qualificação direta de certas entidades como
comerciantes (caso das sociedades comerciais- art. 13º, nº2), pelo reconhecimento da
comercialidade da generalidade dos contratos por estes celebrados (art. 2º, II parte) e,
sobretudo, pela qualificação como comerciais de todas as atividades empresariais de caráter
económico, em que, na produção de bens e prestação de serviços para o mercado, é,
especialmente, relevante o risco de capital.
Artigo 2º
Atos de comércio
“Serão considerados atos de comércio todos aqueles que se acharem especialmente regulados
neste Código, e, além deles, todos os contratos e obrigações dos comerciantes, que não forem
de natureza exclusivamente civil, se o contrário do próprio ato não resultar”.
Artigo 13º
Quem é comerciante
São comerciantes:
1º As pessoas, que, tendo capacidade para praticar atos de comércio, fazem deste
profissão;
2º As sociedades comerciais.
Comerciante é aquele que faz do exercício do comércio profissão, isto é, a pessoa que se dedica
habitualmente, como meio de vida, à prática de atos de comércio (absolutos), nomeadamente
de compra para revenda (13º, nº1).
A essas pessoas acrescem aquelas que se propõem exercer uma atividade mercantil (nos termos
do art. 230º) e as empresas coletivas, organizadas sob forma de sociedades comerciais, só pelo
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simples facto de existirem, ou seja, de se constituírem como tais (art. 13º, nº2); e também, em
certas circunstâncias, as cooperativas e as empresas públicas.
O âmbito e alcance do art. 13º, em especial do seu número 1, é muito reduzido, porquanto os
comerciantes (ou empresários) individuais- isto é, os sujeitos de Direito Comercial que não estão
organizados sob forma societária- são, hoje, em número proporcionalmente menor do que o
eram, no século XIX, relativamente às sociedades comerciais, não apresentando o respetivo
volume de negócios a expressão que já teve na economia portuguesa.
Artigo 14º
Art. 230º
Empresas comerciais
1º- não se haverá como compreendido no nº1 o proprietário ou o explorador rural que apenas
fabrica ou manufatura os produtos do terreno que agriculta acessoriamente à sua exploração
agrícola, nem o artista industrial, mestre ou oficial de ofício mecânico que exerce diretamente
a sua arte, indústria ou ofício, embora empregue para isso, ou só operários e máquinas.
2º- não se haverá como compreendido no nº2 o proprietário ou explorador rural que fizer
fornecimento de produtos da respetiva propriedade.
3º- não se haverá como compreendido no nº5 o próprio autor que editar, publicar ou vender as
suas obras.
Se as questões sobre direitos e obrigações comerciais não puderem ser resolvidas, nem pelo
texto da lei comercial, nem pelo seu espírito, nem pelos casos análogos nela prevenidos, serão
decididas pelo direito civil.
1.º Quanto à substância e efeitos das obrigações, pela lei do lugar onde forem celebrados, salva
convenção em contrário;
2.º Quanto ao modo do seu cumprimento, pela do lugar onde este se realizar;
3.º Quanto à forma externa, pela lei do lugar onde forem celebrados, salvo nos casos em que a
lei expressamente ordenar o contrário.
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único. O disposto no número 1.o deste artigo não será́ aplicável quando da sua execução resultar
ofensa ao direito público português ou aos princípios de ordem pública.
Princípios
Artigo 7.º
Toda a pessoa, nacional ou estrangeira, que for civilmente capaz de se obrigar, poderá́ praticar
atos de comércio, em qualquer parte destes reinos e seus domínios, nos termos e salvas as
excepções do presente Código.
Artigo 18.º
Obrigações especiais dos comerciantes
O Código Comercial afasta o conceito de “comércio” algumas atividades, tais como as atividades
económicas primárias (agricultura, pecuária, etc.).
Autonomia formal
▪ Existe um instrumento autónomo e específico que regula este ramo do direito, o Código
Comercial.
▪ Por exemplo, as regras aplicáveis à compra e venda divergem, caso esta seja:
Autonomia substancial
▪ Relativo aos sujeitos que, pela prática reiterada de certos atoa (atos de comércio),
justificam uma regulação própria dos mesmos.
▪ O Direito Comercial regula, assim, as relações entre Comerciantes
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▪ Existe assim um conjunto de normas e princípios que se aplicam a estas relações, que
serão o objeto do nosso estudo.
▪ Celeridade;
▪ Facilidade de prova;
▪ Segurança;
▪ Boa-fé.
Celebridade
▪ Simplicidade;
▪ Não necessidade de forma para a sua validade e produção de efeitos;
▪ Exemplo: o empréstimo mercantil.
O empréstimo mercantil entre comerciantes admite, seja qual for o seu valor, todo o género de
prova.
Facilidade de prova
Para que o penhor mercantil entre comerciantes por quantia excedente a duzentos mil réis
produza efeitos com relação a terceiros basta que se prove por escrito.
Segurança
Esta disposição não é extensiva aos não comerciantes quanto aos contratos que, em relação a
estes, não contribuem atos comerciais.
Todo o fiador de obrigação mercantil, ainda que não seja comerciante, será solidário com o
respetivo afiançado.
Boa-fé
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▪ Princípio transversal ao direito privado português;
▪ Tem especial incidência no direito comercial;
▪ Princípio conexo com as restantes- que permite a sua existência
▪ Historicamente relevante e assente nos usos comerciais.
O detentor de uma letra é considerado portador legitimo se justifica o seu direito por uma série
ininterrupta de endossos, mesmo se o último for em branco. Os endossos riscados consideram-
se, para este efeito, como não escritos. Quando um endosso em branco é seguido de um outro
endosso, presume-se que o signatário deste adquiriu a letra pelo endosso em branco.
Se uma empresa foi por qualquer maneira desapossada de uma letra, o portador dela, desde
que justifique o seu direito pela maneira indicada na alínea precedente, não é obrigado a
restituí-la, salvo se a adquiriu de má-fé ou se, adquirindo-a, cometeu uma falta grave.
As pessoas acionadas em virtude de uma letra não podem opor ao portador as exceções
fundadas sobre as relações pessoais delas com o sacador ou com os portadores anteriores, a
menos que o portador ao adquirir a letra tenha procedido conscientemente em detrimento do
devedor.
A Lei
▪ Código Comercial;
▪ Código das Sociedades Comerciais (1986);
▪ Código do Registo Comercial (1986);
▪ Código dos valores Mobiliários (1999)
▪ Código da propriedade Industrial (2003);
▪ Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas (2003)
▪ Lei da Concorrência (2012)
▪ (Outra legislação)
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o Lei uniforme relativa às letras e livranças (1930)
▪ Lex Mercatoria
o Fonte autónoma;
o Conjunto de princípios e regras aplicáveis ao comercio comercial;
o Encontram-se em evolução constante por parte dos seus próprios destinatários;
o Englobam-se na lex mercatória os seguintes princípios:
São atos de comércio (subjetivos) todos os contratos e obrigações dos comerciantes (art 2º):
Quem é comerciante
São comerciantes:
1º As pessoas, que, tendo capacidade para praticar atos de comércio, fazem deste
profissão;
2º As sociedades comerciais.
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Comerciante é aquele que faz do exercício do comércio profissão, isto é, a pessoa que se dedica
habitualmente, como meio de vida, à prática de atos de comércio (absolutos), nomeadamente
de compra para revenda (13º, nº1).
A essas pessoas acrescem aquelas que se propõem exercer uma atividade mercantil (nos termos
do art. 230º) e as empresas coletivas, organizadas sob forma de sociedades comerciais, só pelo
simples facto de existirem, ou seja, de se constituírem como tais (art. 13º, nº2); e também, em
certas circunstâncias, as cooperativas e as empresas públicas.
O âmbito e alcance do art. 13º, em especial do seu número 1, é muito reduzido, porquanto os
comerciantes (ou empresários) individuais- isto é, os sujeitos de Direito Comercial que não estão
organizados sob forma societária- são, hoje, em número proporcionalmente menor do que o
eram, no século XIX, relativamente às sociedades comerciais, não apresentando o respetivo
volume de negócios a expressão que já teve na economia portuguesa.
Artigo 14º
Art. 230º
Empresas comerciais
1º- não se haverá como compreendido no nº1 o proprietário ou o explorador rural que apenas
fabrica ou manufatura os produtos do terreno que agriculta acessoriamente à sua exploração
agrícola, nem o artista industrial, mestre ou oficial de ofício mecânico que exerce diretamente
a sua arte, indústria ou ofício, embora empregue para isso, ou só operários e máquinas.
2º- não se haverá como compreendido no nº2 o proprietário ou explorador rural que fizer
fornecimento de produtos da respetiva propriedade.
3º- não se haverá como compreendido no nº5 o próprio autor que editar, publicar ou vender as
suas obras.
Noção de sociedade
“O contrato de sociedade é aquele em que duas ou mais pessoas se obrigam a contribuir com
bens ou serviços para o exercício em comum de certa atividade económica, que não seja de
mera fruição, a fim de repartirem os lucros resultantes dessa atividade.” Artigo 980º do CC
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2 - São sociedades comerciais aquelas que tenham por objeto a prática de atos de comércio e
adotem o tipo de sociedade em nome coletivo, de sociedade por quotas, de sociedade anónima,
de sociedade em comandita simples ou de sociedade em comandita por ações.
3 - As sociedades que tenham por objeto a prática de atos de comércio devem adotar um dos
tipos referidos no número anterior.
4 - As sociedades que tenham exclusivamente por objeto a prática de atos não comerciais
podem adotar um dos tipos referidos no nº 2, sendo-lhes, nesse caso, aplicável a presente lei.
Noção de empresa
Para efeitos deste código, considera-se empresa toda a organização de capital e de trabalho
destinada ao exercício de qualquer atividade económica.
Não existe uma definição única ou estanque de empresa, mas o Código da Insolvência, o Código
do Trabalho e a Lei nº 19/2012 indicam-nos um caminho a percorrer.
Noção de empresa
1 - Considera-se empresa, para efeitos da presente lei, qualquer entidade que exerça uma
atividade económica que consista na oferta de bens ou serviços num determinado mercado,
independentemente do seu estatuto jurídico e do seu modo de financiamento.
2 - Considera-se como uma única empresa o conjunto de empresas que, embora juridicamente
distintas, constituem uma unidade económica ou mantém entre si laços de interdependência
decorrentes, nomeadamente:
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d) Do poder de gerir os respetivos negócios.
Empresas comerciais
Haver-se-ão por comerciais as empresas, singulares ou coletivas, que se propuserem:
O estabelecimento comercial
O que é?
É um conjunto de bens e serviços que são organizados e utilizados pelo comerciante (ou
empresário), para que esta possa desenvolver a atividade comercial (ou empresarial).
Forma de transmissão
• Trespasse;
• Venda;
• Locação de estabelecimento.
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Trespasse
2. Não há trespasse:
Locação de estabelecimento
O que é?
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• A lei determina que a locação de estabelecimento não carece de autorização do
senhorio, mas deve-lhe ser comunicada no prazo de 1 mês (art. 1109º, nº2 CC); no mais
o regime nada acrescenta, limitando-se a referir que ela se rege pelas regras na
subseção relativa aos arrendamentos para fins não habitacionais comas necessárias
adaptações.
Locação de estabelecimento
Os seus todos ou os seus elementos individuais podem ser (e são constantemente) dados como
garantia.
O comerciante é aquele que faz do exercício do comércio, profissão. É a pessoa que se dedica,
como meio de vida, à celebração de contratos comerciais, tais como a compra e venda (para
revenda).
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• Podem os menores suceder na titularidade de um estabelecimento comercial ou deter
uma quota de uma sociedade comercial? Caso possam, isso faz deles comerciantes?
Regra geral: art. 1690º do Código Civil- “qualquer dos cônjuges tem legitimidade para contrair
dívidas, sem necessidade do consentimento do outro”.
Espécies de dívidas:
1. Dívidas contraídas conjuntamente pelos dois cônjuges (com intervenção de ambos) são
comunicáveis e cada um responde por metade da dívida); ou
2. Dívidas contraídas por um dos cônjuges são dívidas próprias.
Art. 15º
d) As dívidas contraídas por qualquer dos cônjuges no exercício do comércio, salvo se se provar
que não foram contraídas em proveito comum do casal ou se vigorar entre os cônjuges o regime
de separação de bens;
• Porque o comércio deve, em princípio, considerar-se exercido para lucro e proveito dos
dois cônjuges, se casados em comunhão;
• Desta forma, se ambos tiram proveito do comércio, ambos devem responder pelos
encargos contraídos durante o seu exercício;
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• Casos os cônjuges estejam casados em regime de separação de bens, esta presunção
não existe, pelo que cada cônjuge responde pelas dívidas que contraiu.
Protocolo familiar- instrumento contratual que permite aos familiares herdeiros continuar a
empresa de forma concertada. Este instrumento permite consolidar e manter unitários os ativos
usados pela empresa para prosseguir o seu objetivo comercial.
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• Criado pelo Decreto-Lei nº 248/86 de 25/08, e alterado pela última vez pelo Decreto-Lei
nº 8/2007 de 17/01;
• Pode ser criado por qualquer pessoa com capacidade jurídica;
• Cada pessoa só pode ser titular de um EIRL;
• Cada EIRL pode deter vários estabelecimentos comerciais;
• Tem um capital mínimo de 5000€;
• Deve ser objeto de registo comercial;
• É transmissível e pode ser onerado;
• Responde apenas pelas dívidas geradas pelo seu exercício (art. 10º);
• Pode responder às dívidas contraídas pelo comerciante em momento anterior à sua
constituição;
• Em princípio, o património do comerciante não responde pelas dívidas do EIRL.
• No entanto, caso não exista separação de facto dos patrimónios em questão, o
património do comerciante pode responder pelas dívidas do EIRL (art. 11º).
• É um património autónomo;
• Implica um procedimento pesado e contrário aos interesses do pequeno empresário;
• Não dá certezas nem diminui o risco associado à atividade comercial;
• Muito pouco usado na prática.
Sociedades comerciais
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• Como órgãos tem a assembleia geral e o conselho fiscal;
• Os votos são referentes ao valor que cada sócio tem no capital social;
• As quotas são livremente transmissíveis entre sócios ou para familiares próximos;
• A alienação onerosa de quotas a terceiros depende do consentimento da sociedade.
Sociedades anónimas
Existem 4 subtipos:
Sociedades em comandita
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• Também são conhecidas como sociedades Holding;
• Detém regras próprias específicas, tais como limites mínimos de participação em outras
sociedades comercias;
• O seu objeto social é a gestão de outras sociedades comerciais.
Grupos de sociedades
Cooperativas
Empresa pública
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a) Princípio da verdade
b) Princípio da exclusividade
Artigo 29º
Todo o comerciante é obrigado a ter escrituração mercantil efetuada de acordo com a lei.
Artigo 30º
Art.o 31º
Livros obrigatórios
Insolvência
• Para funcionarem, as empresas necessitam de liquidez e acesso aos meios que lhes
permitam cumprir as suas obrigações.
• No entanto, nem sempre o conseguem fazer.
• A insolvência consiste na impossibilidade de cumprir as obrigações vencidas ou na
evidência de uma situação patrimonial negativa (art. 3º CIRE).
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• É a situação de maior crise com que a empresa se pode deparar. Em alguns casos é
reparável, noutros não.
Artigo 1.º
Finalidade
A pré-insolvência
• Quando a empresa se encontra em situação difícil, mas ainda não incapaz de solver os
seus compromissos, pode recorrer ao Processo Especial de Revitalização, que se
encontra regulado nos art. 17º-a a 17º-I do Código da Insolvência.
• Pretende evitar o alarme social
• Pretende ajudar a lidar com uma situação de insolvência eminente, mas suscetível de
recuperação.
• Permite despoletar um processo especial de revitalização da empresa onde se venha a
negociar com os credores uma solução que salve a empresa.
O PER
Artigo 17º-A
Artigo 17º-B
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Para efeitos do presente Código, encontra-se em situação económica difícil a empresa que
enfrentar dificuldade séria para cumprir pontualmente as suas obrigações, designadamente por
ter falta de liquidez ou por não conseguir obter crédito.
Artigo 17º-C
Requerimento e formalidades
Artigo 17º-E
Efeitos
2 - Caso o juiz nomeie administrador judicial provisórios nos termos do nº 4 do artigo 17º-C, a
empresa fica impedida de praticar atos de especial relevo, tal como definidos no artigo 161.o,
sem que previamente obtenha autorização para a realização da operação pretendida por parte
do administrador judicial provisórios.
Artigo 17º-F
1 - Até ao último dia do prazo de negociações a empresa deposita no tribunal a versão final do
plano de revitalização, acompanhada de todos os elementos previstos no artigo 195º, aplicável
com as devidas adaptações, sendo de imediato publicada no portal Citius a indicação do
depósito.
2 - No prazo de cinco dias subsequente à publicação, qualquer credor pode alegar nos autos o
que tiver por conveniente quanto ao plano depositado pela empresa, designadamente
circunstâncias suscetíveis de levar à não homologação do mesmo, dispondo a empresa de
cinco dias após o termo do primeiro prazo para, querendo, alterar o plano em conformidade,
e, nesse caso, depositar a nova versão nos termos previstos no número anterior.
3 - Findo o prazo previsto no número anterior é publicado no portal Citius anúncio advertindo
da junção ou não junção de nova versão do plano, correndo desde a publicação referida o
prazo de votação de 10 dias, no decurso do qual qualquer interessado pode solicitar a não
homologação do plano, nos termos e para os efeitos previstos nos artigos 215º e 216º, com as
devidas adaptações.
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4- Concluindo-se a votação com a aprovação unânime de plano de recuperação conducente à
revitalização da empresa, em que intervenham todos os seus credores, este é de imediato
remetido ao processo, para homologação ou recusa do mesmo pelo juiz, acompanhado da
documentação que comprova a sua aprovação, atestada pelo administrador judicial provisório
nomeado, produzindo tal plano de recuperação, em caso de homologação, de imediato, os
seus efeitos.
Artigo 17º-G
Artigo 17º-I
1 - O processo previsto no presente capítulo pode igualmente iniciar-se pela apresentação pela
empresa de acordo extrajudicial de recuperação, assinado pela empresa e por credores que
representem pelo menos a maioria de votos prevista no nº5 do artigo 17º-F, acompanhado
dos documentos previstos no nº 2 do artigo 17º-A e no nº 1 do artigo 24.º.
Artigo 17º-J
b) Após o cumprimento do disposto nos n. os 1 a 5 do artigo 17º-G nos casos em que não
tenha sido aprovado ou homologado plano de recuperação.
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encerramento do processo nos termos previstos na alínea b) do número anterior nos demais
casos.
Insolvência
• Para funcionarem, as empresas necessitam de liquidez e acesso aos meios que lhes
permitam cumprir as suas obrigações.
• No entanto, nem sempre o conseguem fazer.
• A insolvência consiste na impossibilidade de cumprir as obrigações vencidas ou na
evidência de uma situação patrimonial negativa (art. 3º CIRE).
• É a situação de maior crise com que a empresa se pode deparar. Em alguns casos é
reparável, noutros não.
Artigo 1.º
Finalidade
Os sujeitos da insolvência
Artigo 2º
Sujeitos passivos da declaração de insolvência
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b) As empresas de seguros, as instituições de crédito, as sociedades financeiras, as
empresas de investimento que prestem serviços que impliquem a detenção de fundos
ou de valores mobiliários de terceiros e os organismos de investimento coletivo, na
medida em que a sujeição a processo de insolvência seja incompatível com os regimes
especiais previstos para tais entidades.
A situação de insolvência
Artigo 18º
1 - O devedor deve requerer a declaração da sua insolvência dentro dos 30 dias seguintes à
data do conhecimento da situação de insolvência, tal como descrita no nº 1 do artigo 3º, ou à
data em que devesse conhecê-la.
Artigo 19º
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Não sendo o devedor uma pessoa singular capaz, a iniciativa da apresentação à insolvência
cabe ao órgão social incumbido da sua administração, ou, se não for o caso, a qualquer um dos
seus administradores.
A situação de insolvência
O processo de insolvência
a) O insolvente;
b) O administrador da insolvência (escolhido pelo juiz de uma lista oficial);
c) A comissão de credores (que fiscaliza a atividade do administrador de insolvência);
d) a assembleia de credores (constituída pelos credores do insolvente e que se pronuncia
sobre diversos assuntos, em particular sobre a recuperação, ou não, da empresa).
O processo de insolvência
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• Marcha do processo: os atos necessários que caracterizam o processo de insolvência
são:
1. Petição inicial: art. 20º, 23º, 24º, 25º e 30º Código da Insolvência.
2. Oposição: apresentada pelo devedor (art. 21º Código da Insolvência).
3. Sentença: pela qual termina o processo e à qual podem ser opostos embargos (art.
36ºe 40º Código da Insolvência).
Artigo 46.º
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1. Salvo preceito expresso em contrário, são dívidas da massa insolvente, além de outras
como tal qualificadas neste Código:
O plano de insolvência
Caso não exista, ou não seja aprovado e homologado um pano de insolvência, então passa- se
para a liquidação.
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O RERE
A regulação económica
• O Banco de Portugal
• A CMVM
• AASF
• Autoridade da Concorrência
O Banco de Portugal
A CMVM
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• A CMVM integra o Sistema Europeu de Supervisores Financeiros e o Conselho Nacional
de Supervisores Financeiros.
A ASF
A Autoridade da Concorrência
O direito do consumo
Objeto
O direito do consumo
Conceito de consumidor
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Conceito de consumidor
Encontra-se definido pela Lei nº 24/96 de 31 de Julho que estabelece o regime legal aplicável à
defesa dos consumidores.
1 - Considera-se consumidor todo aquele a quem sejam fornecidos bens, prestados serviços ou
transmitidos quaisquer direitos, destinados a uso não profissional, por pessoa que exerça com
carácter profissional uma atividade económica que vise a obtenção de benefícios.
Direitos do Consumidor
Os bens e serviços destinados ao consumo devem ser aptos a satisfazer os fins a que se
destinam e a produzir os efeitos que se lhes atribuem, segundo as normas legalmente
estabelecidas, ou, na falta delas, de modo adequado às legitimas expectativas do consumidor.
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• Decreto-Lei nº 84/2021, de 18 de Outubro- Direitos do consumidor na compra e venda
de bens, conteúdos e serviços digitais. Regula os direitos do consumidor na compra e
venda de bens, conteúdos e serviços digitais, transpondo as Diretivas (UE) 2019/771 e
(UE) 2019/770.
• Decreto-Lei nº 138/90 de 26 de Abril - Obriga que os bens destinados à venda a
retalho exibam o respetivo preço de venda ao consumidor. Alterado pelo Decreto-Lei
nº 162/99 de 13 de Maio e Declaração de Retificação nº 10-AF/99 de 31 de Maio.
• Decreto-Lei nº 383/89 de 6 de Novembro - Regime da responsabilidade decorrente de
produtos defeituosos
• Decreto-Lei nº 238/86 de 19 de Agosto - Determina que as informações sobre a
natureza, características e garantias de bens ou serviços oferecidos ao público no
mercado nacional devam ser prestadas em língua portuguesa.
Artigo 3º
Âmbito de aplicação
c) Aos conteúdos ou serviços digitais que estejam incorporados em bens, ou que com eles
estejam interligados, na aceção da subalínea ii) da alínea c) do artigo anterior, e sejam
fornecidos com os bens nos termos de um contrato de compra e venda, independentemente
de os conteúdos ou serviços digitais serem fornecidos pelo profissional ou por um terceiro.
Artigo 4º - Exclusões
Artigo 5º
O profissional deve entregar ao consumidor bens que cumpram os requisitos constantes dos
artigos 6º a 9º, sem prejuízo do disposto no artigo 10º.
Artigo 6º
Requisitos subjetivos de conformidade
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a) Correspondem à descrição, ao tipo, à quantidade e à qualidade e detém a funcionalidade, a
compatibilidade, a interoperabilidade e as demais características previstas no contrato de
compra e venda;
d) São fornecidos com todas as atualizações, tal como estipulado no contrato de compra e
venda.
Artigo 11º
a) A componente física dos bens seja entregue e o ato único de fornecimento seja
efetuado;
b) A componente física dos bens seja entregue e o fornecimento contínuo do conteúdo ou
serviço digital seja iniciado.
Artigo 12º
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2 - Sem prejuízo do disposto nos n. os 1 a 3 do artigo 8º, no caso de bens com elementos
digitais, o profissional é responsável por qualquer falta de conformidade que ocorra ou se
manifeste:
a) No prazo de três anos a contar da data em que os bens com elementos digitais foram
entregues, quando o contrato estipule um único ato de fornecimento do conteúdo ou serviço
digital ou quando o contrato estipule o fornecimento contínuo do conteúdo ou serviço digital
durante um período até três anos; ou
3 - Nos contratos de compra e venda de bens móveis usados e por acordo entre as partes, o
prazo de três anos previsto no nº 1 pode ser reduzido a 18 meses, salvo se o bem for
anunciado como um bem recondicionado, sendo obrigatória a menção dessa qualidade na
respetiva fatura, caso em que é aplicável o prazo previsto nos números anteriores.
Artigo 13º
Ónus da prova
1 - A falta de conformidade que se manifeste num prazo de dois anos a contar da data de
entrega do bem presume-se existente à data da entrega do bem, salvo quando tal for
incompatível com a natureza dos bens ou com as características da falta de conformidade.
Artigo 14.º
Ónus da prova relativo aos bens com elementos digitais de fornecimento contínuo
No caso de bens com elementos digitais em que o contrato estipule o fornecimento contínuo
de conteúdos ou serviços digitais durante um determinado período, o ónus da prova relativo à
determinação da conformidade do conteúdo ou serviço digital, durante o período referido na
parte final da alínea a) e na alínea b) do nº 2 do artigo 12º, incumbe ao profissional
relativamente a qualquer falta de conformidade que se manifeste no estipulado nas referidas
alíneas.
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2 - O consumidor pode escolher entre a reparação ou a substituição do bem, salvo se o meio
escolhido para a reposição da conformidade for impossível ou, em comparação com o outro
meio, impuser ao profissional custos desproporcionados, tendo em conta todas as
circunstâncias (...).
5 - A redução do preço deve ser proporcional à diminuição do valor dos bens que foram
recebidos pelo consumidor, em comparação com o valor que teriam se estivessem em
conformidade.
6 - O consumidor não tem direito à resolução do contrato se o profissional provar que a falta
de conformidade é mínima.
2 - Presume-se que os bens imóveis não são conformes com o contrato caso se verifique algum
dos seguintes factos:
a) Não sejam conformes com a descrição que deles é feita pelo profissional ou não possuam as
qualidades do bem que o profissional tenha apresentado ao consumidor como amostra ou
modelo;
b) Não sejam adequados ao uso específico para o qual o consumidor os destine, desde que o
profissional tenha sido informado de tal uso aquando da celebração do contrato e o tenha
aceitado;
c) Não sejam adequados às utilizações habitualmente dadas aos bens do mesmo tipo;
d) Não apresentarem as qualidades e o desempenho habituais nos bens do mesmo tipo e que
o consumidor pode razoavelmente esperar, atendendo à natureza do bem e, eventualmente,
às declarações públicas sobre as suas características concretas feitas pelo profissional, pelo
produtor ou pelo seu representante, nomeadamente na publicidade.
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3 - As características de qualidade, de segurança, de habitabilidade, de proteção ambiental e
de funcionalidade mencionadas no nº 1 são descritas na ficha técnica da habitação a que se
refere o artigo 4º do Decreto-Lei nº 68/2004, de 25 de março.
Artigo 23º
Responsabilidade do profissional
5 - Para efeitos do disposto no nº 1, o Governo pode aprovar, por portaria, uma lista
exemplificativa dos elementos construtivos estruturais dos bens imóveis.
Artigo 26º
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Outros
Artigo 6º
Requisitos:
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• Direito de livre resolução nos contratos celebrados à distância ou celebrados fora do
estabelecimento
• O consumidor tem o direito de resolver o contrato sem incorrer em quaisquer custos,
e sem necessidade de indicar o motivo, no prazo de 14 dias a contar:
a) O consumidor pode exercer o seu direito de livre resolução através do envio do modelo
anexo ao presente decreto-lei, ou através de qualquer outra declaração inequívoca de
resolução do contrato
c) Considera-se exercido o direito de livre resolução pelo consumidor dentro do prazo quando
a declaração de resolução é enviada antes do prazo de resolução
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Existem exceções ao direito de livre resolução (ou direito de arrependimento), previstas no art.
17º.
3 - Decorrido o prazo previsto no número anterior sem que o consumidor tenha sido
reembolsado dos montantes pagos, o fornecedor fica obrigado a devolver em dobro, no prazo
de 15 dias úteis, os montantes pagos pelo consumidor, sem prejuízo do seu direito à
indemnização por danos patrimoniais e não patrimoniais que possa ter lugar.
5 - Na situação prevista no número anterior, caso o consumidor venha a optar pelo exercício
do direito de livre resolução, as despesas de devolução ficam a cargo do fornecedor.
Artigo 22º
Venda automática
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1 - Para efeitos do disposto no presente capítulo, a venda automática consiste na colocação de
um bem ou serviço à disposição do consumidor para que este o adquira mediante a utilização
de qualquer tipo de mecanismo, com o pagamento antecipado do seu preço.
Artigo 24º
Responsabilidade
Artigo 28.º
Tem várias vantagens: simplicidade, com economia de tempo, redução de custos, igualização
do tratamento dos clientes ou fornecedores, etc.
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O que são e para que servem?
• Não importa a forma como é comunicada ao público (por escrito, de forma oral, etc.)
• Afronta ao princípio da liberdade contratual?
• Na sua plena aceção a liberdade contratual integra as negociações preliminares, ao fim
das quais as partes assumem, com discernimento e liberdade, determina estipulações.
Neste caso, isso acontece?
Artigo 1º
Âmbito de aplicação
3 - O ónus da prova de que uma cláusula contratual resultou de negociação prévia entre as
partes recai sobre quem pretenda prevalecer-se do seu conteúdo.
Artigo 2º
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(Forma, extensão, conteúdo e autoria)
O artigo anterior abrange, salvo disposição em contrário, todas as cláusulas contratuais gerais,
independentemente da forma da sua comunicação ao público, da extensão que assumam ou
que venham a apresentar nos contratos a que se destinem, do conteúdo que as informe ou de
terem sido elaboradas pelo proponente, pelo destinatário ou por terceiros.
Caso coexistam cláusulas contratuais gerais e cláusulas negociadas, são estas que prevalecem
face às anteriores (art. 7º)
Existem ainda cláusulas que são excluídas dos contratos singulares (art. 8º), sempre que:
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Cláusulas proibidas
• Regra geral: caso as cláusulas sejam proibidas, estas são nulas (art. 12º)
• O subscritor de CCG nulas inseridas em contratos singulares pode optar pela
manutenção dos contratos, ainda que feridos por esta nulidade (art. 13º)
• Se o subscritor optar pela manutenção do contrato singular, e esta opção conduzir a
um desequilíbrio de prestações gravemente atentatório da boa-fé, vigora o regime da
redução dos negócios jurídicos presente no Código Civil (art. 14º)
• São cláusulas proibidas todas as que se mostrarem contrárias à boa-fé (art. 15.o),
devendo ser ponderados os seguintes elementos:
• A confiança suscitada, nas partes, pelo sentido global das cláusulas contratuais em
causa, pelo processo de formação do contrato singular celebrado, pelo teor deste e
ainda por quaisquer outros elementos atendíveis;
• O objetivo que as partes visam atingir negocialmente, procurando-se a sua
efectivação à luz do tipo de contrato utilizado.
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