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Direito Comercial

O comerciante não tem personalidade, tem comércio; a sua personalidade deve ser
subordinada, como comerciante, ao seu comércio; e o seu comercio está fatalmente
subordinado ao seu mercado(...). Fernando Pessoa

Introdução
O Direito Comercial regula os atos e as atividades jurídico-mercantis, abrangendo o seu
objeto, para além do comércio (em sentido económico, de intermediação entre a oferta e a
procura), a indústria e os serviços.

O Direito do Mercado advém do Direito Comercial, tendo como consequência a globalização,


fenómeno mais presente no século XXI.

O Direito Comercial é o ramo do direito que regula, entre outros:

 A qualificação, identificação e regime aplicável a certos sujeitos de direito;


 Os negócios jurídicos realizados por esses sujeitos de direito;
 O relacionamento entre eles e entre estes e as suas contrapartes.

Na sua interação com o Mercado, vamos estudar:

 Os contratos comerciais;
 Instrumentos financeiros, títulos de crédito e valores mobiliários;
 A sua interação e fronteiras para com os outros ramos do direito, em particular o
Direito do Consumo e o Direito Civil.

No conceito de Direito Comercial, para além da identificação e regulação de sujeitos


específicos- os chamados comerciantes (individuais e sociedades comerciais) - cuja intervenção
no mercado se caracteriza pela profissionalidade da sua atuação ou da sua qualificação legal,
cabem as regras que regulam os atos e as atividades jurídico-mercantis.

Encontramos, pois, no Direito Comercial (ainda) vigentes diversos setores que, podendo ser
objeto de analise autónoma, não deixam frequentemente de se sobrepor e entrecruzar. Numa
sistematização necessariamente subjetiva, enunciaríamos os seguintes:

a) Sujeitos do Direito comercial: empresas e empresários mercantis (comerciantes-


individuais e sociedade comerciais- e outros);
b) Contratos comerciais: a generalidade dos atos jurídicos celebrados entre os sujeitos
de Direito Comercial e, nalguns casos, entre estes e os consumidores. É neste setor
que assume especial relevância o regime comercial (em face do regime do Direito
Civil);
c) Títulos de crédito e valores mobiliários essencialmente padronizados (ações,
obrigações e instrumentos financeiros equiparados), transacionáveis no mercado
organizado;
d) Atos e operações de mercado, neles englobando a tutela direta da concorrência e os
direitos privativos da propriedade industrial, bem como os organismos de
investimentos coletivo (fundos);
e) Outros ramos possíveis (que se autonomizaram, entretanto dos setores a), b) e c)):
Direito Marítimo, Direito Bancário, Sistemas de Pagamentos e Direitos dos Seguros.

O Objeto do Direito Comercial

Artigo 1º Código Comercial

Objeto da lei comercial

“A lei comercial rege os atos de comércio sejam ou não comerciantes as pessoas que neles
intervém.”

O artigo primeiro do código comercial pretendeu tornar claro que este diploma se aplicaria a
todos os atos e contratos mercantis, não sendo exclusivo de uma classe profissional. Esta
inclinação encontra-se, porém, mitigada pela qualificação direta de certas entidades como
comerciantes (caso das sociedades comerciais- art. 13º, nº2), pelo reconhecimento da
comercialidade da generalidade dos contratos por estes celebrados (art. 2º, II parte) e,
sobretudo, pela qualificação como comerciais de todas as atividades empresariais de caráter
económico, em que, na produção de bens e prestação de serviços para o mercado, é,
especialmente, relevante o risco de capital.

Artigo 2º

Atos de comércio

“Serão considerados atos de comércio todos aqueles que se acharem especialmente regulados
neste Código, e, além deles, todos os contratos e obrigações dos comerciantes, que não forem
de natureza exclusivamente civil, se o contrário do próprio ato não resultar”.

Artigo 13º

Quem é comerciante

São comerciantes:

1º As pessoas, que, tendo capacidade para praticar atos de comércio, fazem deste
profissão;

2º As sociedades comerciais.

Comerciante é aquele que faz do exercício do comércio profissão, isto é, a pessoa que se
dedica habitualmente, como meio de vida, à prática de atos de comércio (absolutos),
nomeadamente de compra para revenda (13º, nº1).

A essas pessoas acrescem aquelas que se propõem exercer uma atividade mercantil (nos
termos do art. 230º) e as empresas coletivas, organizadas sob forma de sociedades comerciais,
só pelo simples facto de existirem, ou seja, de se constituírem como tais (art. 13º, nº2); e
também, em certas circunstâncias, as cooperativas e as empresas públicas.

O âmbito e alcance do art. 13º, em especial do seu número 1, é muito reduzido, porquanto os
comerciantes (ou empresários) individuais- isto é, os sujeitos de Direito Comercial que não
estão organizados sob forma societária- são, hoje, em número proporcionalmente menor do
que o eram, no século XIX, relativamente às sociedades comerciais, não apresentando o
respetivo volume de negócios a expressão que já teve na economia portuguesa.

Artigo 14º

Quem não pode ser comerciante

É proibida a profissão do comércio:

1º Às associações ou corporações que não tenham por objeto interesses materiais;

2º Aos que por lei ou disposições especiais não possam comerciar.

Art. 230º

Empresas comerciais

1º- não se haverá como compreendido no nº1 o proprietário ou o explorador rural que apenas
fabrica ou manufatura os produtos do terreno que agriculta acessoriamente à sua exploração
agrícola, nem o artista industrial, mestre ou oficial de ofício mecânico que exerce diretamente
a sua arte, indústria ou ofício, embora empregue para isso, ou só operários e máquinas.

2º- não se haverá como compreendido no nº2 o proprietário ou explorador rural que fizer
fornecimento de produtos da respetiva propriedade.

3º- não se haverá como compreendido no nº5 o próprio autor que editar, publicar ou vender
as suas obras.

Artigo 3.º Critério de integração

Se as questões sobre direitos e obrigações comerciais não puderem ser resolvidas, nem pelo
texto da lei comercial, nem pelo seu espírito, nem pelos casos análogos nela prevenidos, serão
decididas pelo direito civil.

Artigo 4.º Lei reguladora dos atos de comércio

Os atos de comércio serão regulados:

1.º Quanto à substância e efeitos das obrigações, pela lei do lugar onde forem celebrados,
salva convenção em contrário;

2.º Quanto ao modo do seu cumprimento, pela do lugar onde este se realizar;

3.º Quanto à forma externa, pela lei do lugar onde forem celebrados, salvo nos casos em que a
lei expressamente ordenar o contrário.
único. O disposto no número 1.o deste artigo não será́ aplicável quando da sua execução
resultar ofensa ao direito público português ou aos princípios de ordem pública.

Princípios

Artigo 7.º

Capacidade para a prática de atos de comércio

Toda a pessoa, nacional ou estrangeira, que for civilmente capaz de se obrigar, poderá́ praticar
atos de comércio, em qualquer parte destes reinos e seus domínios, nos termos e salvas as
excepções do presente Código.

Artigo 18.º
Obrigações especiais dos comerciantes

Os comerciantes são especialmente obrigados:


1.º A adotar uma firma;
2.º A ter escrituração mercantil;
3.º A fazer inscrever no registo comercial os atos a ele sujeitos;

4.º A dar balanço, e a prestar contas.

Comercio em sentido económico e em sentido jurídico

Sentido económico: atividade de intermediação, que tem origem na troca de mercadorias. Em


particular, a atividade de compra e venda de bens e/ou respetiva revenda, com objetivo do
lucro.

Em sentido jurídico: o comercio é a atividade objeto do Direito Comercial, ou seja, o objeto


definido pelo Código do Comércio e restante legislação.

O Código Comercial afasta o conceito de “comércio” algumas atividades, tais como as


atividades económicas primárias (agricultura, pecuária, etc.).

Autonomia formal

 Existe um instrumento autónomo e específico que regula este ramo do direito, o


Código Comercial.

 Por exemplo, as regras aplicáveis à compra e venda divergem, caso esta seja:

o Comercial- art. 463º do Código Comercial;

o Civil- art. 874º do Código Civil;

o Consumo- lei nº 24/96, DL nº 24/2014, entre outros.

Autonomia substancial
 Relativo aos sujeitos que, pela prática reiterada de certos atoa (atos de comércio),
justificam uma regulação própria dos mesmos.

 O Direito Comercial regula, assim, as relações entre Comerciantes

 Existe assim um conjunto de normas e princípios que se aplicam a estas relações, que
serão o objeto do nosso estudo.

Os princípios do direito comercial são:

 Celeridade;

 Facilidade de prova;

 Segurança;

 Boa-fé.

Celebridade

 Simplicidade;

 Não necessidade de forma para a sua validade e produção de efeitos;

 Exemplo: o empréstimo mercantil.

Artigo 396º- prova

O empréstimo mercantil entre comerciantes admite, seja qual for o seu valor, todo o género
de prova.

Facilidade de prova

 Também ligado à simplicidade de forma;

 Exemplo:

Artigo 400º- prova

Para que o penhor mercantil entre comerciantes por quantia excedente a duzentos mil réis
produza efeitos com relação a terceiros basta que se prove por escrito.

Segurança

 Garantia e certeza no pagamento (grande diferença entre Direito Comercial e Direito


Civil

Artigo 100º- regra da solidariedade nas obrigações comerciais


Nas obrigações comerciais os coobrigados são solidários, salva estipulação contrária.

Esta disposição não é extensiva aos não comerciantes quanto aos contratos que, em relação a
estes, não contribuem atos comerciais.

Artigo 101º- solidariedade do fiador

Todo o fiador de obrigação mercantil, ainda que não seja comerciante, será solidário com o
respetivo afiançado.

Boa-fé

 Princípio transversal ao direito privado português;

 Tem especial incidência no direito comercial;

 Princípio conexo com as restantes- que permite a sua existência

 Historicamente relevante e assente nos usos comerciais.

Boa-fé- exemplo da Lei Uniforme relativa e letras e livranças

Art. 16º- legitimidade do portador

O detentor de uma letra é considerado portador legitimo se justifica o seu direito por uma
série ininterrupta de endossos, mesmo se o último for em branco. Os endossos riscados
consideram-se, para este efeito, como não escritos. Quando um endosso em branco é seguido
de um outro endosso, presume-se que o signatário deste adquiriu a letra pelo endosso em
branco.

Se uma empresa foi por qualquer maneira desapossada de uma letra, o portador dela, desde
que justifique o seu direito pela maneira indicada na alínea precedente, não é obrigado a
restituí-la, salvo se a adquiriu de má-fé ou se, adquirindo-a, cometeu uma falta grave.

Art. 17º- relações pessoais nas ações da letra

As pessoas acionadas em virtude de uma letra não podem opor ao portador as exceções
fundadas sobre as relações pessoais delas com o sacador ou com os portadores anteriores, a
menos que o portador ao adquirir a letra tenha procedido conscientemente em detrimento do
devedor.

A Lei

 Código Comercial;

 Código das Sociedades Comerciais (1986);

 Código do Registo Comercial (1986);

 Código dos valores Mobiliários (1999)


 Código da propriedade Industrial (2003);

 Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas (2003)

 Lei da Concorrência (2012)

 (Outra legislação)

O costume e os usos comerciais

 O Direito Comercial é formado por usos sociais próprios;

 Adaptabilidade á constante evolução da sociedade e do mercado, bem como ao


progresso tecnológico;

 O usos comerciais são práticas reiteradas, realizadas por sujeitos de uma determinada
atividade económica. Por exemplo, nas relações contratuais entre empresas ou entre
estas e a sua clientela.

 A “repetição” das práticas cria um uso juridicamente relevante, nos termos do art. 3º
do Código Civil e pela sua própria autoridade- os agentes económicos reconhecem
estes usos como obrigatórios e agem em conformidade com os mesmos.

Fontes não nacionais

 Convenções internacionais e direito uniforme

o Lei uniforme relativa às letras e livranças (1930)

 Direito da União Europeia

o diretivas e regulamentos ao mercado único geral, e às relações entre


comerciantes (entre si) e com os seus clientes/fornecedores

 Lex Mercatoria

o Fonte autónoma;

o Conjunto de princípios e regras aplicáveis ao comercio comercial;

o Encontram-se em evolução constante por parte dos seus próprios


destinatários;

o Englobam-se na lex mercatória os seguintes princípios:

 As práticas e usos profissionais;

 Os códigos deontológicos;

 As regras relativas às transações comerciais;


 As regras contratuais e modelos publicados pela Câmara de Comércio
Internacional;

 Os princípios UNIDROIT

 Câmara do comercio internacional

 Instituto internacional para Unificação do Direito Privado

Os atos de comercio podem ser objetivos ou subjetivos.

Atos de comercio objetivos:

 Absolutos (comerciais por natureza tais como a intermediação, atividades financeiras,


de mediação, industriais, de prestação de serviços mercantis, etc.)

 Objetivos por acessoriedade objetiva (conexos a um ato de comercio absoluto tais


como a fiança, o penhor, o mandato, o depósito, etc.);

 Objetivos por acessoriedade subjetiva (apenas são comerciais por serem celebrados
por sujeitos de Direito Comercial).

São atos de comércio (subjetivos) todos os contratos e obrigações dos comerciantes (art 2º):

 “que não forem de natureza exclusivamente civil” e

 “se o contrário (do próprio ato) não resultar”.

Artigo 13º (código comercial)

Quem é comerciante

São comerciantes:

1º As pessoas, que, tendo capacidade para praticar atos de comércio, fazem deste
profissão;

2º As sociedades comerciais.

Comerciante é aquele que faz do exercício do comércio profissão, isto é, a pessoa que se
dedica habitualmente, como meio de vida, à prática de atos de comércio (absolutos),
nomeadamente de compra para revenda (13º, nº1).

A essas pessoas acrescem aquelas que se propõem exercer uma atividade mercantil (nos
termos do art. 230º) e as empresas coletivas, organizadas sob forma de sociedades comerciais,
só pelo simples facto de existirem, ou seja, de se constituírem como tais (art. 13º, nº2); e
também, em certas circunstâncias, as cooperativas e as empresas públicas.

O âmbito e alcance do art. 13º, em especial do seu número 1, é muito reduzido, porquanto os
comerciantes (ou empresários) individuais- isto é, os sujeitos de Direito Comercial que não
estão organizados sob forma societária- são, hoje, em número proporcionalmente menor do
que o eram, no século XIX, relativamente às sociedades comerciais, não apresentando o
respetivo volume de negócios a expressão que já teve na economia portuguesa.

Artigo 14º

Quem não pode ser comerciante

É proibida a profissão do comércio:

1º Às associações ou corporações que não tenham por objeto interesses materiais;

2º Aos que por lei ou disposições especiais não possam comerciar.

Art. 230º

Empresas comerciais

1º- não se haverá como compreendido no nº1 o proprietário ou o explorador rural que apenas
fabrica ou manufatura os produtos do terreno que agriculta acessoriamente à sua exploração
agrícola, nem o artista industrial, mestre ou oficial de ofício mecânico que exerce diretamente
a sua arte, indústria ou ofício, embora empregue para isso, ou só operários e máquinas.

2º- não se haverá como compreendido no nº2 o proprietário ou explorador rural que fizer
fornecimento de produtos da respetiva propriedade.

3º- não se haverá como compreendido no nº5 o próprio autor que editar, publicar ou vender
as suas obras.

Noção de sociedade

“O contrato de sociedade é aquele em que duas ou mais pessoas se obrigam a contribuir com
bens ou serviços para o exercício em comum de certa atividade económica, que não seja de
mera fruição, a fim de repartirem os lucros resultantes dessa atividade.” Artigo 980º do CC

Artigo 1º Código das Sociedades Comerciais

(Âmbito geral de aplicação)

1 - A presente lei aplica-se às sociedades comerciais.

2 - São sociedades comerciais aquelas que tenham por objeto a prática de atos de comércio e
adotem o tipo de sociedade em nome coletivo, de sociedade por quotas, de sociedade
anónima, de sociedade em comandita simples ou de sociedade em comandita por ações.

3 - As sociedades que tenham por objeto a prática de atos de comércio devem adotar um dos
tipos referidos no número anterior.

4 - As sociedades que tenham exclusivamente por objeto a prática de atos não comerciais
podem adotar um dos tipos referidos no nº 2, sendo-lhes, nesse caso, aplicável a presente lei.
Noção de empresa

Artigo 5º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas

Para efeitos deste código, considera-se empresa toda a organização de capital e de trabalho
destinada ao exercício de qualquer atividade económica.

Empresa e estabelecimento comercial

 A empresa comercial constitui o “substrato” do sujeito de Direito Comercial, pois a sua


empresa é necessariamente comercial
 Não deve ser confundida com outras entidades com relevância jurídica, tais como os
comerciantes ou os empresários individuais.
 Pelo contrário, o estabelecimento comercial constitui a referência espacial da
atividade do sujeito de direito comercial
 O estabelecimento comercial pode ser uma localização física, tal como uma loja ou
algo sem existência geográfica determinada, tal como um “website”

A empresa é um conjunto delimitado de meios (materiais e humanos) que se destinam à


realização de determinada finalidade (económica).

Não existe uma definição única ou estanque de empresa, mas o Código da Insolvência, o
Código do Trabalho e a Lei nº 19/2012 indicam-nos um caminho a percorrer.

Artigo 3º da Lei nº 19/2012

Noção de empresa

1 - Considera-se empresa, para efeitos da presente lei, qualquer entidade que exerça uma
atividade económica que consista na oferta de bens ou serviços num determinado mercado,
independentemente do seu estatuto jurídico e do seu modo de financiamento.

2 - Considera-se como uma única empresa o conjunto de empresas que, embora juridicamente
distintas, constituem uma unidade económica ou mantém entre si laços de interdependência
decorrentes, nomeadamente:

a) De uma participação maioritária no capital;


b) Da detenção de mais de metade dos votos atribuídos pela detenção de participações
sociais;
c) Da possibilidade de designar mais de metade dos membros do órgão de administração
ou de fiscalização;
d) Do poder de gerir os respetivos negócios.

Construção de um conceito de “empresa”

 Conceção supletiva- demonstra o interesse que uma pessoa (singular ou coletiva/


natural ou jurídica) tem em atingir um determinado fim. Caso esta empresa seja uma
empresa comercial, o fim é o lucro.
 Conceção objetiva- a empresa reporta-se à atividade económica organizada, com
estabilidade, e com a finalidade de produção ou distribuição de bens e serviços no
mercado, tal como exercida pelo empresário (pessoa singular ou coletiva).
 Aspeto material- conjunto de bens e direitos.
 Aspeto institucional- organização de pessoas que prosseguem uma determinada
atividade económica (aspeto ligado ao direito do trabalho).

Art.230ºdo Código Comercial

Empresas comerciais
Haver-se-ão por comerciais as empresas, singulares ou coletivas, que se propuserem:

a) Transformar, por meio de fábricas ou manufaturas, matérias-primas, empregando


para isso, ou só operários, ou operários e máquinas;

b) Fornecer, em épocas diferentes, géneros, quer a particulares, quer ao Estado,


mediante preço convencionado;

c) Agenciar negócios ou leilões por conta de outrem em escritório aberto ao público, e


mediante salário estipulado;

d) Explorar quaisquer espetáculos públicos;

e) Editar, publicar ou vender obras científicas, literárias ou artísticas;

f) Edificar ou construir casas para outrem com materiais subministrados pelo


empresário;

O estabelecimento comercial

O que é?

É um conjunto de bens e serviços que são organizados e utilizados pelo comerciante (ou
empresário), para que esta possa desenvolver a atividade comercial (ou empresarial).

O que faz parte do estabelecimento comercial?

 Elementos corpóreos, móveis e imóveis, desde equipamentos, armazéns, máquinas,


etc.

 Elementos incorpóreos, tais como os direitos de propriedade industrial ou intelectual,


direitos resultantes de contratos, a clientela, etc.

Forma de transmissão

 Trespasse;

 Venda;

 Locação de estabelecimento.
Trespasse

 O que é? É a transmissão do estabelecimento comercial ou industrial;

 O trespasse é um ato de transmissão a título definitivo;

 O titular do estabelecimento pode transmiti-lo de forma total ou parcial;

 Caso o estabelecimento se encontre em imóvel arrendado, devemos usar as regras


do artigo 1112º do Código Civil.

Artigo 1112º do Código Civil

Transmissão da posição do arrendatário

1. É permitida a transmissão por ato entre vivos da posição do arrendatário, sem


dependência da autorização do senhorio:

a) No caso de trespasse de estabelecimento comercial ou industrial; b) A pessoa que no prédio


arrendado continue a exercer a mesma profissão liberal, ou a sociedade profissional de objeto
equivalente.

2. Não há trespasse:

a) Quando a transmissão não seja acompanhada de transferência, em conjunto, das


instalações, utensílios, mercadorias ou outros elementos que integram o estabelecimento; b)
Quando a transmissão vise o exercício, no prédio, de outro ramo de comércio ou indústria ou,
de um modo geral, a sua afetação a outro destino.

3. A transmissão deve ser celebrada por escrito e comunicada ao senhorio.


4. O senhorio tem direito de preferência no trespasse por venda ou dação em
cumprimento, salvo convenção em contrário.
5. Quando, após a transmissão, seja dado outro destino ao prédio, ou o transmissário
não continue o exercício da mesma profissão liberal, o senhorio pode resolver o
contrato.

Locação de estabelecimento

O que é?

É a transferência temporária e onerosa do estabelecimento.

Onde podemos encontrar a sua regulação?

Encontramos a sua regulação no artigo 1109º do Código Civil.

Também apelidada por alguns autores de Cessão de Exploração.


 Vicissitude especifica do contrato de arrendamento urbano para fins não
habitacionais- prevista art.º. 1109, nº1 CC, esta está definida como a transferência
temporária e onerosa do gozo de um prédio ou parte em conjunto com a exploração
de um estabelecimento.

 A lei determina que a locação de estabelecimento não carece de autorização do


senhorio, mas deve-lhe ser comunicada no prazo de 1 mês (art. 1109º, nº2 CC); no
mais o regime nada acrescenta, limitando-se a referir que ela se rege pelas regras na
subseção relativa aos arrendamentos para fins não habitacionais comas necessárias
adaptações.

Artigo 1109º do Código Civil

Locação de estabelecimento

1. A transferência temporária e onerosa do gozo de um prédio ou de parte dele, em


conjunto com a exploração de um estabelecimento comercial ou industrial nele
instalado, rege-se pelas regras da presente subsecção, com as necessárias adaptações.

2. A transferência temporária e onerosa de estabelecimento instalado em local


arrendado não carece de autorização do senhorio, mas deve ser-lhe comunicada no
prazo de um mês.

O estabelecimento como garantia

Os seus todos ou os seus elementos individuais podem ser (e são constantemente) dados
como garantia.

Que garantias estudas em Obrigações I podem ser usadas como exemplos?

Empresa vs. estabelecimento comercial

Ambos constituem o substrato dos sujeitos de direito comercial;

A empresa é mais que o estabelecimento comercial.

Acesso à atividade comercial

Pessoa física- o comerciante (art 13º Código comercial)

O comerciante é aquele que faz do exercício do comércio, profissão. É a pessoa que se dedica,
como meio de vida, à celebração de contratos comerciais, tais como a compra e venda (para
revenda).

Pessoa jurídica- as sociedades comerciais (art. 13º Código comercial)

Todas as que se encontram constituídas no âmbito do Código das Sociedades Comerciais.


Capacidade no exercício do comércio

 Apenas quem tem capacidade de exercício pode ser comerciante;

 Caso dos menores?

 Podem os menores suceder na titularidade de um estabelecimento comercial ou deter


uma quota de uma sociedade comercial? Caso possam, isso faz deles comerciantes?

As proibições para comerciar (art. 14º e 17º do Código Comercial)

 Proibições em matéria de concorrência;

 Proibições ao nível da aérea económica

 Quem não pode exercer atividade comercial

1. Todos aqueles que se encontrem legalmente impedidos de o fazer, como por


exemplo os juízes e os militares;

2. As associações que não tenham por objetivo interesses materiais;

3. O Estado, as Autarquias, as Misericórdias ou outras IPSS em geral.

Responsabilidade pelas dívidas de cônjuge comerciante

Regra geral: art. 1690º do Código Civil- “qualquer dos cônjuges tem legitimidade para contrair
dívidas, sem necessidade do consentimento do outro”.

Espécies de dívidas:

1. Dívidas contraídas conjuntamente pelos dois cônjuges (com intervenção de ambos)


são comunicáveis e cada um responde por metade da dívida); ou

2. Dívidas contraídas por um dos cônjuges são dívidas próprias.

Art. 15º

Dívidas comerciais do cônjuge comerciante

As dívidas comerciais do cônjuge comerciante presumem-se contraídas no exercício do seu


comércio.

Artigo 1691º do Código Civil


(Dívidas que responsabilizam ambos os cônjuges)

1. São da responsabilidade de ambos os cônjuges:


d) As dívidas contraídas por qualquer dos cônjuges no exercício do comércio, salvo se se
provar que não foram contraídas em proveito comum do casal ou se vigorar entre os cônjuges
o regime de separação de bens;

e) As dívidas consideradas comunicáveis nos termos do nº 2 do artigo 1693º.

Porque se comunicam estas dividas:

 Porque o comércio deve, em princípio, considerar-se exercido para lucro e proveito


dos dois cônjuges, se casados em comunhão;

 Desta forma, se ambos tiram proveito do comércio, ambos devem responder pelos
encargos contraídos durante o seu exercício;

 Casos os cônjuges estejam casados em regime de separação de bens, esta presunção


não existe, pelo que cada cônjuge responde pelas dívidas que contraiu.

Conceito de dívida comercial

 São dívidas comerciais as resultantes de atos de comércio, ou seja, as dívidas


emergentes de contratos comerciais,

 Mas serão todas as dívidas comerciais? E aquelas que resultam de um ato isolado?

 Para responder a isto, temos de usar o art. 15º do Código do Comércio:

“As dividas comerciais do cônjuge comerciante presumem-se contraídas no exercício do seu


comércio”.

Sucessão nas empresas comerciais singulares

Ocorrendo a sucessão de um comerciante (em nome individual), as dívidas serão imputadas á


empresa em si, e, portanto, serão imputadas aos herdeiros.

Protocolo familiar- instrumento contratual que permite aos familiares herdeiros continuar a
empresa de forma concertada. Este instrumento permite consolidar e manter unitários os
ativos usados pela empresa para prosseguir o seu objetivo comercial.

Sucessão de empresas comerciais singulares

Fases de criação de um protocolo familiar:

1. Consciencialização da existência de uma empresa;

2. Levantamento de bens que compreendem a empresa;

3. Avaliação do património empresarial;

4. Relatório sobre a informação recolhida;

5. Realização familiar sobre a continuidade da empresa


6. Realização de protocolos preliminares;

7. Apresentação e discussão de projetos e negociação quanto ao conteúdo do protocolo;


e

8. Formalização de protocolo.

EIRL e Sociedades por Quotas Unipessoais

 Organizam a empresa e separam os elementos que a compreendem do património do


comerciante;

 Impede-se que os riscos próprios do negócio contaminem a família do comerciante;

 Proporcionam uma continuidade da empresa.

 Ideia de “uma pessoa, um património”.

Estabelecimento Mercantil de Responsabilidade Limitada – EIRL

 Criado pelo Decreto-Lei nº 248/86 de 25/08, e alterado pela última vez pelo Decreto-
Lei nº 8/2007 de 17/01;

 Pode ser criado por qualquer pessoa com capacidade jurídica;

 Cada pessoa só pode ser titular de um EIRL;

 Cada EIRL pode deter vários estabelecimentos comerciais;

 Tem um capital mínimo de 5000€;

 Deve ser objeto de registo comercial;

 É transmissível e pode ser onerado;

 Responde apenas pelas dívidas geradas pelo seu exercício (art. 10º);

 Pode responder às dívidas contraídas pelo comerciante em momento anterior à sua


constituição;

 Em princípio, o património do comerciante não responde pelas dívidas do EIRL.

 No entanto, caso não exista separação de facto dos patrimónios em questão, o


património do comerciante pode responder pelas dívidas do EIRL (art. 11º).

 É um património autónomo;
 Implica um procedimento pesado e contrário aos interesses do pequeno empresário;

 Não dá certezas nem diminui o risco associado à atividade comercial;

 Muito pouco usado na prática.

Sociedades comerciais

 Vimos que são comerciantes as empresas coletivas, organizadas sob forma de


sociedades comerciais (art. 13º, nº2 do Código Comercial).

 A sociedade é comercial quando se propõe a realizar atos de comércio ou uma


atividade empresarial com fins lucrativos, ou se constitua de acordo com as regras
definidas pelo Código das Sociedades Comerciais.

 A admissibilidade de uma sociedade comercial individual implica a adaptação do


conceito de “sociedade comercial”.

Tipo de sociedade comercial:

1. Sociedades em nome coletivo;

2. Sociedades por quotas;

3. Sociedades anónimas;

4. Sociedades em comandita.

As sociedades em nome coletivo

 Responsabilidade ilimitada dos sócios;

 Cada sócio responde ilimitadamente e com os restantes sócios pelas perante os


credores da sociedade;

 Sociedades administrativas por gerentes que são também sócios;

 Cada sócio representa 1 voto, sem correlação com o valor da sua participação social;

 As deliberações são tomadas por maioria, ainda que a alteração ao contrato de


sociedade tenha de ser realizada por unanimidade.

Sociedades por quotas

 Responsabilidade limitada dos sócios;

 Podem ser constituídas por um capital simbólico (Ex: 1€);

 A gerência pode ser assegurada por não sócio;


 Como órgãos tem a assembleia geral e o conselho fiscal;

 Os votos são referentes ao valor que cada sócio tem no capital social;

 As quotas são livremente transmissíveis entre sócios ou para familiares próximos;

 A alienação onerosa de quotas a terceiros depende do consentimento da sociedade.

Sociedades anónimas

 Responsabilidade limitada dos sócios;

 Têm um capital mínimo de 50.000€;

 A sua administração é realizada por administradores nomeados;

 Da estrutura mais complexa e mais adequada a empresa de grande dimensão;

 De estritura mais complexa e mais adequada a empresas de grande dimensão;

 Os sócios deliberam em assembleia geral e. ada um vota de forma proporcional ao


valor do capital por si detido;

 As ações são, em princípio, alienadas livremente a terceiros.

Existem 4 subtipos:

1. Sociedades anónimas abertas cotadas;

2. Sociedades anónimas abertas, mas não cotadas;

3. Grandes sociedades anónimas, não abertas (balanço de 20 milhões de €, 40 milhões de


€ em vendas líquidas e outros proveitos e média de 250 trabalhadores); e

4. Sociedades anónimas simples.

Sociedades em comandita

 Tipo de societário em desuso;

 Coexistem duas espécies de sócios, com regimes de responsabilidades diferentes: os


sócios de comanditários ou de capital (que apenas respondem pelo capital a que se
obrigaram) e os sócios comanditados ou de trabalho (que respondem pelas dívidas da
sociedade de forma ilimitada);

 São administradores por gerentes que são, em norma, sócios comanditados ou de


trabalho;

 As participações na sociedade são de difícil transmissão.


Outras formas empresariais

 Sociedades Gestoras de Participações Sociais (SGPS)

 Grupos de Sociedades

 Agrupamentos Complementares de Empresas

 Agrupamentos Europeus de Interesse Economico

 Cooperativas

 Empresas Públicas

Sociedades Gestoras de Participações Sociais – SGPS

 Vocacionadas para a gestão de participações sociais em outras sociedades;

 Podem adotar a forma de sociedade por quotas ou sociedade anónima;

 São reguladas pelo Decreto-Lei nº 495/88 de 30/12;

 Também são conhecidas como sociedades Holding;

 Detém regras próprias específicas, tais como limites mínimos de participação em


outras sociedades comercias;

 O seu objeto social é a gestão de outras sociedades comerciais.

Grupos de sociedades

 Sociedades coligadas ou que funcionam em grupo;

 Detém um regime jurídico diferente das SGPS;

 São sociedades que atuam em grupo.

Agrupamentos complementares de empresas

 Introduzido pela Lei nº 4/73 de 9/06 e regulamentada pelo Decreto-Lei nº 430/73 de


25/08;

 Entidades constituídas pela junção de pessoas singulares ou coletivas, que se juntam


para obter o melhor resultado económico possível;

 Atividade complementar;

 Não deve ser confundido com uma sociedade comercial stricto sensu.
Agrupamento Europeu de Interesse Económico

 Estabelecido pelo Regulamento (CEE) nº 2137/85 do Conselho, de 25 de Julho de 1985,


diretamente aplicável na nossa ordem jurídica;

 Regulado pelo Decreto-Lei nº 148/90 de 9/05;

 Ente auxiliar de comerciantes (singulares ou sociedades comerciais), que tem como


finalidade a promoção dos seus membros no mercado europeu;

 Criado pela ideia de necessidade de joint-ventures a nível europeu.

Cooperativas

 Pessoas coletivas de livre constituição e de capital e composição variável.

 Têm por finalidade a satisfação, sem intuito de lucro, das necessidades económicas,
sociais e culturais dos seus membros, através da respetiva cooperação e entreajuda.

 Reguladas pelo Código Cooperativo.

 O seu órgão executivo é o conselho de administração;

 São controladas por uma entidade pública, encontrando-se sujeitas a uma tutela
rigorosa pública.

Empresa pública

 Pessoas coletivas de direito público;

 Os seus titulares são entidades públicas (locais ou nacionais);

 Seguem um regime autónomo (RJSE, aprovado pelo Decreto-Lei nº 133/2013 de 3 de


outubro);

 Não têm como fim o lucro.

Estatuto próprio e comum dos sujeitos de Direito Comercial

 A firma da empresa comercial deve seguir os seguintes princípios:

a) Princípio da verdade

b) Princípio da exclusividade

 A firma da empresa comercial deve identificar ainda o tipo societário:

a) “Limitada” ou “Lda.” – Sociedade por quotas

b) “Sociedade anónima” ou “S.A.” – Sociedade anónima


c) “Em comandita” ou “& comandita” ou “em comandita por ações” ou “& comandita por
ações” – Sociedades em comandita

d) “& Cia” ou “& Outro” – Sociedade em nome coletivo

Estatuto próprio e comum dos sujeitos de Direito Comercial

A escrituração mercantil é obrigatória (art. 29.o e seguintes do Código Comercial)

Artigo 29º

Obrigatoriedade da escrituração mercantil

Todo o comerciante é obrigado a ter escrituração mercantil efetuada de acordo com a lei.

Artigo 30º

Liberdade de organização da escrituração mercantil

O comerciante pode escolher o modo de organização da escrituração mercantil, bem como o


seu suporte físico, sem prejuízo do disposto no artigo seguinte.

Art.o 31º

Livros obrigatórios

1. As sociedades comerciais são obrigadas a possuir livros para atas.

2. Os livros de atas podem ser constituídos por folhas soltas numeradas sequencialmente
e rubricadas pela administração ou pelos membros do órgão social a que respeitam
ou, quando existam, pelo secretário da sociedade ou pelo presidente da mesa da
assembleia geral da sociedade, que lavram, igualmente, os termos de abertura e de
encerramento, devendo as folhas soltas ser encadernadas depois de utilizadas.

Insolvência

 Para funcionarem, as empresas necessitam de liquidez e acesso aos meios que lhes
permitam cumprir as suas obrigações.

 No entanto, nem sempre o conseguem fazer.

 A insolvência consiste na impossibilidade de cumprir as obrigações vencidas ou na


evidência de uma situação patrimonial negativa (art. 3º CIRE).

 É a situação de maior crise com que a empresa se pode deparar. Em alguns casos é
reparável, noutros não.
Artigo 1.º

Finalidade

 O processo de insolvência é um processo de execução universal que tem como


finalidade a satisfação dos credores pela forma prevista num plano de insolvência,
baseado, nomeadamente, na recuperação da empresa compreendida na massa
insolvente, ou, quando tal não se afigure possível, na liquidação do património do
devedor insolvente e a repartição do produto obtido pelos credores.

 Estando em situação económica difícil, ou em situação de insolvência meramente


iminente, a empresa pode requerer ao tribunal a instauração de processo especial de
revitalização, de acordo com o previsto nos artigos 17º-A a 17º-J.

 Tratando-se de devedor de qualquer outra natureza em situação económica difícil ou


em situação de insolvência meramente iminente, este pode requerer ao tribunal
processo especial para acordo de pagamento, previsto nos artigos 222º-A a 222º-J.

A pré-insolvência

O PER (Processo Especial de Revitalização)

 Quando a empresa se encontra em situação difícil, mas ainda não incapaz de solver os
seus compromissos, pode recorrer ao Processo Especial de Revitalização, que se
encontra regulado nos art. 17º-a a 17º-I do Código da Insolvência.

 Pretende evitar o alarme social

 Pretende ajudar a lidar com uma situação de insolvência eminente, mas suscetível de
recuperação.

 Permite despoletar um processo especial de revitalização da empresa onde se venha a


negociar com os credores uma solução que salve a empresa.

O PER

Artigo 17º-A

Finalidade e natureza do processo especial de revitalização

1. O processo especial de revitalização destina-se a permitir à empresa que,


comprovadamente, se encontre em situação económica difícil ou em situação de
insolvência meramente iminente, mas que ainda seja suscetível de recuperação,
estabelecer negociações com os respetivos credores de modo a concluir com estes
acordos conducentes à sua revitalização.

Artigo 17º-B
Noção de situação económica difícil

Para efeitos do presente Código, encontra-se em situação económica difícil a empresa que
enfrentar dificuldade séria para cumprir pontualmente as suas obrigações, designadamente
por ter falta de liquidez ou por não conseguir obter crédito.

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