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INTRODUÇÃO
CAPITULO 1
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1. É um ramo do direito privado especial já que estabelece uma
disciplina para as relações jurídicas que se constituem no campo do
comércio a qual globalmente afasta da que o direito civil como ramo
comum estabelece para a generalidade das relações jurídicas.
Poderíamos ser tentados a definir o Direito comercial atendendo a expressão
essencial constante do código comercial “actos de comércio” e assim definir o
direito comercial como o”Direito dos actos de comércio”.
No entanto, o direito comercial como veremos mas adiante ao longo deste curso,
trata de questões que não cabem directamente na expressão “actos de
comércio”o direito comercial não se esgota nos actos de comércio.
Todavia a lei mercantil regula fenómenos que não são actos comercias nem seus
efeitos directos como por ex: Obrigações especiais dos comerciantes (firmas,
escrituração mercantil) e a organização internam das sociedades. Por outro lado
a mesma lei, apesar de apresentar como “ponto de partida” uma concepção
objectiva, visa sobretudo os comerciantes:
descrimina-o os (arts1º, 13º,ss CCom.), onde estabelece o seu estatuto (deveres
e direitos v. logo os arts 18º, ss.) traça a organização respectiva sobre tudo com
respeito aos comerciantes colectivos, regula os seus actos e instrumentos (entre
os quais avultam as empresas).
Mas os conceitos de comércio em sentido jurídico e de actos jurídicos comerciais
não coincidem com os correspondentes conceitos económicos?
Como falamos atrás de três sectores da actividade económica: 1) agricultura que
num sentido amplo abrange também a pecuária, silvicultura, pesca e caça.
2) Industria.
3) Serviços sendo estes como tudo quanto não cabe nos dois primeiros sectores:
comercio, transportes, fornecimento de água, gás, electricidade, actividades
seguradoras, bancárias liberais, etc.
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serviços; os actos jurídicos mercantis não se situam somente nos domínios do
comércio economicamente entendido. E ver por ex. o CCom arts 230ºnos seus
nºs 366º,394º,ss, 397º, ss etc. Mas por outro lado também não pode dizer-se que
o direito comercial disciplina todas as actividades económicas. Ele quase não
entra por ex: nas indústrias extractivas, na agricultura (ver CCom, arts 230º, 1º,
2º. 464º nº1) nas industrias e serviços artesanais (ver art. 230º, 1º,464º nº2º), nos
serviços dos profissionais liberais.
Tal como qualquer ramo do saber cientifico tem seu objecto de estudo, o Direito
comercial também o tem.
O art. 1º do Ccom define o objecto de regulação deste ramo do Direito
estabelecendo duas situações: a parte inicial deste art. Define o objecto deste
ramo a partir do sujeito, o comerciante. A compreensão desta parte, pressupõe
antes a compreensão da qualificação do sujeito em referência.
Na segunda parte deste art. O legislador usou uma das terminologias mais
importantes no âmbito do estudo deste ramo do direito com muita razão e lógica,
o legislador não se preocupou em descrever os tipos de actos de comércio,
actividade que seria inesgotável. Sabiamente submeteu a regulação da lei
comercial.
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De 1996 a 2007 – Criação de Bases Gerais e Jurídicas Legais sobre Reformas
do Comércio e criação de novas estruturas físicas modernas para o comércio.
O conceito de actividade comercial patente na lei comercial angolana deve ser entendido em
sentido amplo, compreendendo não apenas a noção de actividade comercial em
sentido estrito mas também outras actividades económicas como, por exemplo, a
bancária, seguradora ou de transportes.
A economia nacional perde, por exemplo, por não arrecadar receitas, pelo facto
de não poder intervir na minimização dos desequilíbrios sociais.
Existem menos postos de trabalho formais, o que impede grande parte da
população de beneficiarem de todos os apoios sociais e económicos que o
trabalho, devidamente legalizado, proporciona (saúde, alimentação, formação
etc.).
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Quais os riscos da informalidade das actividades comerciais para a
economia nacional?
São muitos os riscos para a economia nacional. O Estado não recebe as receitas
fiscais provenientes da economia informal. A falta de controlo das condições de
qualidade dos bens transaccionados prejudica todos os que desenvolvem
actividades legais e que contribuem para o produto interno bruto (PIB).
A questão que se coloca é se o direito comercial se irá diluir nestes novos ramos de direito
ouse, pelo contrário, terá condições para se manter como um ramo de direito autónomo. A
curto prazo, pensamos que a manutenção do direito comercial enquanto tal se justifica, mas
a evolução que se for verificando noutros ordenamentos jurídicos
(designadamente, no português, que muito influencia o angolano) irá certamente
determinar o percurso para a evolução do direito comercial em Angola.
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Fontes do direito Comercial
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i) Decreto n.º 47/03 Cria o Ficheiro Central de Denominações Sociais, integrado na
orgânica do Ministério da Justiça, publicado no Diário Da República, I- Série, n.º
53, de 8de Julho de 2003, alterado pelo Decreto n.º 01/07, de 3 de Janeiro
(publicado no Diário Da República, I Série, n.º 2) e pelo Decreto n.º 14/07, de 3 de Maio
(publicado no Diário Da República, I Série, n.º 28).
j) Lei n.º 20/11- Lei do Investimento Privado, publicada no Diário Da República, I
Série, n.º94, de 20 de Maio de 2011.
k) Lei n.º 01/07 - Das Actividades Comerciais, publicada no Diário Da República, I- série, n.º58,
de 14 de Maio de 2007.
l) Lei n.º 30/11 Das Micro, Pequenas e Médias Empresas, publicada no Diário Da
República, I Série, n.º 176, de 13 de Setembro de 2011.
m) Lei n.º 2/11 Das Parcerias Público-Privadas, publicada no Diário Da
República, I Série,n.º 9, de 14 de Janeiro de 2011
n) Lei n.º12/05 Dos Valores Mobiliários, publicada no Diário Da República, I Série,
n.º 114,de 23 de Setembro de 2005.
o) Decreto n.º 9/05 Cria a Comissão de Mercado de Capitais, publicado no Diário
Da República, I Série, n.º 33, de 18 de Março de 2005, alterado pelo Decreto
Presidencial n.º22/12, publicado no Diário Da República, I Série, n.º 20, de 30 de
Janeiro de 2012.
Num plano mais avançado e de forma diferente dos outros ramos do direito os
usos e costumes constituem fonte do direito comercial prova disso e a disposição
do art. nº 3 do Ccom.
A lei civil é aplicável subsidiariamente nas relações comerciais desde que as
normas a aplicar não sejam contrárias aos princípios do direito comercial.
Deve se dar a atenção especial a expressão principal do direito comercial e não
normas do direito comercial, logo as normas do D.C só estarão em vigor se as
mesmas se conformarem com os princípios deste ramo.
O papel que cabe a jurisprudência como fonte no âmbito comercial e o mesmo
que cabe no direito privado, em geral serve para dar orientação geral do tribunal
superior para ser seguida pelos tribunais inferiores no julgamento de vários
casos, quando o precedente seja vinculativo como acontece nos ramos da família
anglo-saxónico.
Em regra a jurisprudência não e fonte do direito comercial excepto quando
produzida a luz do art. nº2 do c.civil
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Fontes externas:
Compreende o conjunto de instrumentos internacionais assinados e ratificados
por Angola, fazem parte deles:
As convenções internacionais em matéria comercial, Os protocolos e tratados em
matéria comercial, Os regulamentos das comunidades da SADEC e CPLP.
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Flexibilidade esta característica esta associada a anterior e um direito flexível,
um direito que admite margem de manobras dos seus actores.
Informalismos disser que o direito comercial é tendencialmente um direito
informal, no sentido de que não obedece no processo da sua aplicação requisitos
rigorosos tal como acontece no Direito civil. Por exemplo os mecanismos de
prova dos actos comercias são mais simples se comparados com os do Direito
civil.
Presunção de Solidariedade
Em direito comercial vigora a presunção de solidariedade entre os sócios tem em
vista dar maior segurança no fluxo comercial.
Onerosidade
O direito comercial envolve em regra actos não gratuitos a gratuidade não e
norma em direito comercial, EX: o mandato civil pode ser gratuito ou oneroso nos
termos do art.1158º do C. Civil, já o mandato comercial e sempre Oneroso.
Liberdade de Concorrência: e uma característica associada ao modelo
económico em vigor do qual resulta a liberdade de exercício do comercio.
Protecção do Credito e da Boa Fé exactamente pelo facto de ser um ramo
tendencialmente informal e flexível preocupa-se com a protecção do crédito da
boa fé (e entre os operadores comerciais permite-se que as negociações e
contratações corram com maior fluidez.
Facilidade da Prova a matéria da prova em direito comercial não e tão forte
tanto quanto o direito civil um simples recibo de compra de certa mercadoria
constante da escritura mercantil da empresa ou estabelecimento comercial prova
a existência do contrato de compra e venda.
D.C & D civil – as relações entre estes dois ramos são íntimas, o D.Civil e um
direito privado comum e geral porque regula a generalidade das relações
jurídicos privadas. As que compõe o exercício da Empresa comercial e a pratica
dos actos de comercio, o D.Civil e subsidiário do comercial tal como aludimos
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anteriormente “havendo uma lacuna no comercial recorre-se ao civil isto é aos
casos análogos”.
D.C & D. constitucional há uma relação de subordinação, onde no direito
constitucional Prevalece os princípios ou normas fundamentais para um
ordenamento jurídico e o comercial baseia-se nesta normas ou princípios que o
constitucional dispõe.
D.C & D. administrativo – este organiza entre outras as relações entre os
agentes económicos e o Estado a sua organização o espaço geográfico aos
agentes económicos recaem obrigações para com o estado e a constituição de
sociedades comerciais, esta condicionada ao respeito de sectores deixando a
disposição dos particulares por normas da administração.
D.& D. Criminal ou Penal – o penal e aplicável aos sujeitos do comercial do
mesmo modo que faz relativamente aos ilícitos penais ou contraversões
cometidos pelos empresários comerciais o penal sanciona através dos seus
mecanismos.
Homonovana Gola
2019
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