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Em breve resumo, o Direito Comercial teve sua formação na Idade Média, a partir do séc. XII quando surgiram as
chamadas corporações de mercadores = as quais eram a união de mercadores que criaram um Direito próprio com regras
diferentes daquelas instituídas pelo Direito Romano
BREVE EVOLUÇÃO DO DIREITO COMERCIAL
1º Fase - Fase subjetiva – corporativista (mercados e trocas): iniciou-se no séc. XII e perdurou até o séc. XVIII -
tratava o Direito Comercial como Direito privativo, exclusivo apenas para as pessoas matriculadas nas corporações de
mercadores = Fase dos Mercados e das Trocas.
2º Fase - Fase objetiva dos atos de comércio: surge com Código Comercial francês de 1807 (Código Napoleônico),
nessa fase acabaram as corporações e estabeleceram liberdade de trabalho e de comércio = o Direito Comercial
passou a ser chamado de “Direito dos Atos de Comércio.
3º Fase - Fase subjetiva Moderna: surge com o Código Comercial Brasileiro de 1850, elaborado com base nos Códigos:
Francês (1807), Português (1833) e Espanhol (1829)
• Esta fase = corresponde ao chamado Direito Empresarial = a atividade de negócios não mais se caracteriza pela prática
de atos do comércio (habitual troca intermediando produtos com fim de lucro), mas passou a ser caracterizada pelo
exercício profissional de qualquer atividade econômica organizada.
• Atualmente com a revogação da 1ª parte do Código Comercial de 1850, passamos a ter a previsão: “Do Direito de
Empresa” no Código Civil - arts. 966 e seguintes.
Lembrar: das revogações do Código Comercial de 1850 – mantendo-se somente a 3ª parte em vigor.
Lembrar: crise econômica => crise financeira => crise patrimonial
CONCEITO JURÍDICO DE COMÉRCIO
No conceito de Ercole Vidari citado por Rubens Requião: "Comércio é o complexo de atos de intromissão entre o produtor
e o consumidor, que exercidos habitualmente e com fim de lucro realizam, promovem ou facilitam a circulação dos
produtos da natureza e da indústria, para tornar mais fácil e pronta a procura e a oferta."
• Desse conceito temos três elementos que caracterizam o comércio no sentido jurídico:
1º - intermediação (atualmente pode ser de produtos ou de serviços)
2º - fim de lucro (animus lucrandi)
3º - prática habitual ou profissional
CONCEITO DE DIREITO COMERCIAL
• João Eunápio Borges: "é o complexo de normas jurídicas que regulam as relações derivadas das indústrias e atividades que a lei
considera mercantis, assim como os direitos e obrigações das pessoas que profissionalmente as exercem."
• Cesare Vivante: “direito comercial é a parte do direito privado, que tem principalmente por objetivo regular as relações jurídicas, que
nascem do comércio.”
Modernamente, se formulam novos conceitos de direito comercial, tendo como ideia central um conjunto de atos praticados em massa =
foi renovada toda estrutura jurídica das atividades econômicas, passando a ter por figura central a empresa.
• Paula Forgioni: “o conjunto de regras e princípios jurídicos que regem a organização das empresas e as relações entre empresas no
âmbito do mercado”.
doutrina majoritária => o direito comercial é o direito que regula a atividade empresarial e todos os atos que normalmente são
praticados no exercício dessa atividade.
CARACTERÍSTICAS DO DIREITO COMERCIAL
1) Cosmopolitismo (internacionalidade): O Direito Comercial tem traços cosmopolita, porque a perseguição do lucro (animus lucrandi) é o
objetivo do empresário, sendo um fato universal.
2) Onerosidade: Sendo o objetivo do empresário obter lucro, no Direito empresarial, não se admite a gratuidade. A onerosidade é a regra =>
caso contrário será ato regulamentado pelo Direito Civil.
3) Individualismo: O lucro perseguido pelo empresário está diretamente vinculado ao interesse de cada um => obedecendo os princípios,
previsto na CF => da livre concorrência e da livre competição no mercado => os quais quando não cumpridos poderão caracterizar crime de
concorrência desleal => previsto na Lei da Propriedade Industrial (Lei 9.279/96).
4) Solidariedade não Presumida: segundo doutrina majoritária – “a solidariedade das obrigações era implícita no direito comercial desde
os primórdios”. Porém, no Brasil prevalece a regra do artigo 256, do CC => “a solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade
das partes”. No mesmo sentido Eunápio Borges entende que “a solidariedade (a não ser na fiança comercial) nunca se presume, sejam civis
ou comerciais as obrigações”.
3) Direito Industrial => patentes de invenção e de modelo de utilidade, marcas e desenho industrial => que são bens corpóreos protegidos pelo INPI –
Instituto Nacional da Propriedade Industrial – Lei da Propriedade Industrial (LPI).
5) Direito Concorrencial (também denominado antitrustre – para se evitar o monopólio) => trata da concorrência leal entre as empresas, buscando garantir a
livre concorrência e liberdade de comércio para com os consumidores => inibindo abusos econômicos e condutas desleais, com base no artigo 195, da LPI.
6) Direito Bancário => trata do sistema financeiro ligado ao direito empresarial, como contratos bancários, exs. leasing, conta corrente, alienação fiduciária
etc.
7) Direito do Mercado de capitais => regula o mercado de ações comercializadas nas Bolsas de valores, regulamentadas pelas Lei das S.A e Comissão de
Valores Mobiliários (CVM).
8) Direito Marítimo => trata das regras sobre embarcações, fretamentos, naufrágio, direito e obrigações dos Oficias e tripulação.
9) Direito Securitário (ou Direito de Seguro) => trata das regras sobre seguros de pessoas ou bens.
FONTES: é a forma como se exterioriza a norma jurídica. São os diversos modos pelos quais se estabelecem as regras jurídicas.
Doutrina majoritária => sendo do direito empresarial um conjunto de regras que regula a atividade empresarial e os atos singulares que
compõe essa atividade. Tais regras podem advir de várias fontes.
b) Analogia, Costumes e Princípios Gerais de Direito => art. 4º da LINDB (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro) =>
“Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia (caso semelhante), os costumes e os princípios gerais de Direito.”
(conceitos éticos extraídos do ordenamento jurídico). Princípios Gerais de Direito representam, segundo a doutrina, a orientação geral de
todo ordenamento jurídico.
c) Jurisprudência: doutrina majoritária => ser fonte secundária do direito empresarial => atualiza a interpretação da norma buscando
atender as necessidades da atualidade dos fatos alegados na busca da prestação jurisdicional do Estado , servindo também como meio de
suprir as lacunas da lei.
OBS. A doutrina, de forma diversa => não é tratada como fonte formal do direito => ela contribui para opinar, orientar, criticar a compreensão e o
aprimoramento do ordenamento jurídico.
TEORIA DOS ATOS DE COMÉRCIO:
O Código Comercial de 1850 embora tenha sido fruto da compilação de outros Códigos => não era efetivamente objetivo, como por
exemplo, para definir comerciante – em seu artigo 4º continha: “Ninguém é reputado comerciante para efeito de gozar da proteção que
este Código liberaliza em favor do comerciante, sem que tenha matriculado em algum dos Tribunais do Comércio do Império e faça da
mercancia profissão habitual.”
Os Tribunais do Comércio foram adotados no Brasil até 1875 => quando foram extintos pelo Decreto 2662/1875 => o qual atribuiu suas
funções administrativas às Juntas Comerciais.
Essa teoria foi usada durante a vigência do Código Comercial de 1850 => no qual não havia enumerado quais eram os atos tratados
como ‘comércio’.
Para complementar o Código Comercial de 1850 fora promulgado o Regulamento 737/1850 => com a finalidade de se determinar a
competência dos Tribunais do Comércio relativos aos comerciantes, bem explicitar o significado de ‘mercancia’ => tratado no art. 19, que
considerava => mercancia como o ato praticado entre comerciante e freguês: (artigo exemplificativo)
Em resumo:
A Teoria dos Atos de comércio era aplicada quando tínhamos o Código Comercial de 1850 => quanto à parte que tratava do comerciante
– com sua revogação => quando da vinda do CC/2002, ela deixou de existir, sendo substituída pela atual Teoria da Empresa.
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